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POLITÉCNICO DO ZANGO
SOCIOLOGIA
DOCENTE
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Grupo nº 1
ANO: 1º
TURNO: NOITE
CURSO: PSICOLOGIA
INTEGRANTE DO GRUPO
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................01
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1. CONCEITO E TIPO DE CONTROLE SOCIAL
O controlo social consiste nos meios e processos pelos quais um grupo ou uma sociedade
obtêm conformidade dos seus membros às suas expectativas. Desta forma, as pessoas são
levadas a cumprir os seus papéis do modo esperado.
A expressão ‘controle social’ tem origem na sociologia. De forma geral é empregada para
designar os mecanismos que estabelecem a ordem social disciplinando a sociedade e
submetendo os indivíduos a determinados padrões sociais e princípios morais. Assim sendo,
assegura a conformidade de comportamento dos indivíduos a um conjunto de regras e
princípios prescritos e sancionados. Mannheim (1971, p. 178) a define como o “conjunto de
métodos pelos quais a sociedade influencia o comportamento humano, tendo em vista manter
determinada ordem”.
Hobbes atribuiu ao Estado poder absoluto de controlar os membros da sociedade, os quais lhe
entregariam sua liberdade e se tornariam voluntariamente seus ‘súditos’ para acabar com a
guerra de todos contra todos e para garantir a segurança e a posse da propriedade.
Locke limitou o poder do Estado à garantia dos direitos naturais à vida, à liberdade e,
principalmente, à propriedade. O ‘povo’ que, para Locke, era a sociedade dos proprietários
mantém o controle sobre o poder supremo civil, que é o legislativo, no sentido de que este
cumpra o dever que lhe foi confiado: a defesa e a garantia da propriedade.
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Em toda a obra de Rousseau “O Contrato Social” perpassa a ideia do poder pertencente ao
povo e/ou sob seu controle. O autor defendeu o governo republicano com legitimidade e sob
controle do povo; considerava necessária uma grande vigilância em relação ao executivo, por
sua tendência a agir contra a autoridade soberana (povo, vontade geral).
Nesta perspectiva, o ‘controle social’ é do povo sobre o Estado para a garantia da soberania
popular. Para algumas análises marxistas, “a burguesia tem no Estado, enquanto órgão de
dominação de classe por excelência, o aparato privilegiado no exercício do controle social”
(Iamamoto & Carvalho, 1988, p. 108).
A partir do referencial teórico do marxista italiano, Gramsci, em que não existe uma oposição
entre Estado e sociedade civil, mas uma relação orgânica, pois a oposição real se dá entre as
classes sociais, pode-se inferir que o ‘controle social’ acontece na disputa entre essas classes
pela hegemonia na sociedade civil e no Estado. Somente a devida análise da correlação de
forças entre as mesmas, em cada momento histórico, é que vai avaliar que classe obtém o
‘controle social’ sobre o conjunto da sociedade. Assim, o ‘controle social’ é contraditório ora
é de uma classe, ora é de outra e está balizado pela referida correlação de forças.
Na perspectiva das classes subalternas, o ‘controle social’ deve se dar no sentido de estas
formarem cada vez mais consensos na sociedade civil em torno do seu projeto de classe,
passando do momento ‘econômico-corporativo’ ao ‘ético-político’, superando a racionalidade
capitalista e tornando-se protagonista da história, efetivando uma ‘reforma intelectual e
moral’ vinculada às transformações econômicas. Esta classe deve ter como estratégia o
controle das ações do Estado para que este incorpore seus interesses, na medida que tem
representado predominantemente os interesses da classe dominante.
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Neste sentido, o ‘controle social’ envolve a capacidade que as classes subalternas, em luta na
sociedade civil, têm para interferir na gestão pública, orientando as ações do Estado e os
gastos estatais na direção dos seus interesses de classe, tendo em vista a construção de sua
hegemonia. A expressão ‘controle social’ tem sido alvo das discussões e práticas recentes de
diversos segmentos da sociedade como sinônimo de participação social nas políticas públicas.
Durante o período da ditadura militar, o ‘controle social’ da classe dominante foi exercido
através do Estado autoritário sobre o conjunto da sociedade, por meio de decretos secretos,
atos institucionais e repressão.
Este contexto caracterizou uma pseudodicotomia entre Estado e sociedade civil e uma
pseudo-homogeneização desta última como se ela fosse composta unicamente por setores
progressistas, ou pelas classes subalternas. A sociedade civil era tratada como a condensação
dos setores progressistas contra um Estado autoritário e ditatorial, tornando-se comum falar da
necessidade do controle da sociedade civil sobre o Estado (Coutinho, 2002).
A área da saúde foi pioneira neste processo devido à efervescência política que a caracterizou
desde o final da década de 1970 e à organização do Movimento da Reforma Sanitária que
congregou movimentos sociais, intelectuais e partidos de esquerda na luta contra a ditadura
com vistas à mudança do modelo ‘médico-assistencial privatista’ (Mendes, 1994) para um
sistema nacional de saúde universal, público, participativo, descentralizado e de qualidade.
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A participação no Sistema Único de Saúde (SUS) na perspectiva do ‘controle social’ foi um
dos eixos dos debates da VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. Nessa
conferência, a participação em saúde é definida como “o conjunto de intervenções que as
diferentes forças sociais realizam para influenciar a formulação, a execução e a avaliação das
políticas públicas para o setor saúde” (Machado, 1987, p. 299). O ‘controle social’ é apontado
como um dos princípios alimentadores da reformulação do sistema nacional de saúde e como
via imprescindível para a sua democratização.
Esta participação foi institucionalizada na Lei 8.142/90, através das conferências que têm
como objetivo avaliar e propor diretrizes para a política de saúde nas três esferas de governo e
através dos conselhos instâncias colegiadas de caráter permanente e deliberativo, com
composição paritária entre os representantes dos segmentos dos usuários, que congregam
setores organizados, na sociedade civil e nos demais segmentos (gestores públicos,
filantrópicos e privados e trabalhadores da saúde), e que objetivam o ‘controle social’.
Vários autores brasileiros vêm trabalhando a temática do ‘controle social’ no eixo das
políticas sociais. Para Carvalho (1995, p. 8), “controle social é expressão de uso recente e
corresponde a uma moderna compreensão de relação Estado-sociedade, onde a esta cabe
estabelecer práticas de vigilância e controle sobre aquele”. Valla (1993) inscreveu o ‘controle
social’ dos serviços de saúde em um Estado democrático que vem passando por mudanças no
modo de planejar e gerenciar recursos.
Na mesma direção, Barros (1998) trata o ‘controle social’ sobre a ação estatal dentro da
perspectiva da democratização dos processos decisórios com vistas à construção da cidadania.
Destaca que “ao longo de décadas, os governos submeteram os objetivos de sua ação aos
interesses particulares de alguns grupos dominantes, sem qualquer compromisso com o
interesse da coletividade” (Barros, 1998, p. 31).
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neo-habermasianos que consideram os conselhos como espaço de formação de consensos,
através de pactuações. A terceira posição teórica é influenciada pela visão estruturalista
althusseriana do marxismo que nega a historicidade e a dimensão objetiva do real, analisando
o Estado e as instituições como aparelhos repressivos da dominação burguesa. A quarta
posição é a representada pela tendência neoconservadora da política que questiona a
democracia participativa, defendendo, apenas a democracia representativa.
Abreu (1999, p. 61) analisa, a partir da categoria gramsciana de Estado ampliado (relação
orgânica entre sociedade política e sociedade civil), a dimensão política dos ‘conselhos de
direitos’, e tem como hipótese central que, com o formato atual, “se identificam muito mais
com as estratégias do controle do capital do que com a luta da classe trabalhadora no sentido
da transformação da correlação das forças, tendo em vista a sua emancipação econômica,
política e social”. Correia (2002) também parte do conceito gramsciano de Estado e considera
o campo das políticas sociais como contraditório, pois, através deste o Estado controla a
sociedade, ao mesmo tempo em que apreende algumas de suas demandas.
É possível identificar duas formas distintas de controle social que servem para a contenção
das ações sociais dentro da forma normativa: as formas de controle interno e as formas de
controle externo.
Normas e valores específicos desse meio social, considerados indispensáveis para a ordem,
são introduzidos ao processo de construção da identidade do sujeito, que passa a delimitar
suas ações de acordo com esse conjunto normativo.
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É por ela que aprendemos os primeiros conjuntos de ideias, normas e valores. Essa primeira
ordem de aprendizado é determinante para grande parte do caminho que percorreremos na
construção de nossa identidade e de nossa posição em relação ao conjunto normativo
estabelecido.
Se essa primeira ordem for realizada de forma suficiente, o indivíduo tornar-se-á vigia de suas
próprias ações.
As formas de controle externo referem-se a ações punitivas, como sansões ou ações coercivas,
que são acionadas diante da prática de ações que não condizem com as normas estabelecidas.
Essas punições variam em forma e podem ser tanto de caráter físico, como a punição capital,
quanto de caráter social, como o isolamento ou a ridicularização pública.
As sanções e punições, por exemplo, podem ser aplicadas pelo próprio grupo social em que
estamos inseridos.
A exclusão social é o mais claro exemplo de sanção que um grupo pode infligir a um sujeito
que assume um comportamento não condizente com a norma estabelecida.
Essas formas de controle exercem força sobre nossa individualidade, de forma que quase
sempre delimitamos nossas ações de acordo com o que aprendemos ser certo ou errado.
A de ordem social;
A de proteção social
A de eficiência social.
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2.2. Mecanismos de Controlo Social
Por outro lado, temos as sanções que se dividem em sanções negativas onde os indivíduos se
afastam dos comportamentos por eles esperados e as sanções positivas onde os indivíduos
apresentam comportamentos em conformidade com as normas estabelecidas.
Para concluir, as sanções poderão ser ainda formais como por exemplo, um sistema de
punição dos tribunais onde existem regras que os cidadãos têm de seguir, ou informais com
por exemplo, uma brincadeira de colegas de escola.
Posto isto, os mecanismos de controlo social servem para obtermos uma sociedade sem
qualquer tipo de comportamento que seja considerado desviante, havendo em múltiplos casos
uma sanção para esses indivíduos que tendem a desobedecer a normas e regras estabelecidas
pela nossa sociedade.
Na vida social, não se pode negar que há um desvio, seja ele roubo, briga, uso de drogas e
assim por diante. Para superar o comportamento desviante e criar equilíbrio na sociedade, o
controle social é necessário.
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O controle social em si tem várias características, incluindo; um determinado método ou
método em relação à sociedade, visa alcançar a harmonia entre a estabilidade e as mudanças
que continuam a ocorrer em uma sociedade, é realizado por um grupo contra outro grupo ou
realizado por um grupo contra indivíduos, e é realizado reciprocamente ainda que às vezes
não é percebido por ambos os lados.
Existem vários meios para garantir o controle social e dois grandes grupos se distinguem, a
mídia formal e a informal
Os primeiros se caracterizam por estarem amparados pela lei, e é o Estado que os executa em
benefício da melhoria da convivência na sociedade.
Já os informais não precisam desses elementos, pois existem outros mecanismos que ajudam
a alcançar esse bem-estar geral.
O controle social é dividido em vários tipos com base no tempo, pessoal e natureza. De
acordo com a época, o controle social pode ser dividido em dois, quais sejam, controles
preventivos e repressivos.
Controle preventivo, é feito antes que haja desvio de comportamento. Por exemplo,
conselhos, conselhos, patrulhas de segurança e guardas pelas autoridades de segurança. Este
controle visa prevenir violações.
Controles formais realizadas por instituições oficiais que têm regulamentação oficial, como
empresas, associações sindicais ou instituições judiciárias.
Os regulamentos desta instituição são geralmente escritos e padronizados. Por exemplo, uma
empresa estabeleceu regras relativas a promoção, salário ou licença junto com as sanções.
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Controles informais realizada por um pequeno grupo de pessoas que não são de natureza
oficial e não possuem regras oficiais escritas. Por exemplo, as regras que se aplicam à família
ou ao grupo de jogos.
De acordo com sua natureza, existem dois tipos de controle social, a saber, controle curativo e
controle participativo.
Controle social curativo realizado na forma de treinamento ou cura contra várias formas de
comportamento desviante. Por exemplo, reabilitação de usuários de drogas e álcool.
Enquanto controle social participativo. Isso é feito envolvendo o perpetrador para curar ou
melhorar o comportamento das pessoas. Por exemplo, ex-usuários de drogas que são
designados para se tornarem embaixadores antidrogas para que desenvolvam o desejo de ser
bons e deixar para trás velhos hábitos.
Lei antitabaco: Esta lei está presente em inúmeros países. Consiste na proibição de fumar em
espaços públicos fechados. Para não perturbar e não prejudicar a saúde das restantes pessoas
com quem a cabina é partilhada. Assim, busca corrigir certos hábitos de cidadania. Entrou em
vigor no México em 2009 e na Espanha em 2006.
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Família: A família, pela hierarquia da mesma e pelo respeito que se promove entre os seus
componentes, estabelecendo relações verticais de submissão, penaliza as más ações. Como
bater em outro membro ou alertar sobre os perigos do mau comportamento, como o
comportamento criminoso. Assim, a família é um grande muro de contenção que promove o
controle social.
A família, por sua vez, é também fiadora do controle social. Hierarquia, respeito pelos mais
velhos e a obediência dos filhos aos pais, fazem com que haja um controle nesta
"organização".
Esses valores também são terceirizados para o restante da sociedade. A mídia também
desempenha um papel em qualquer formato. Destinam-se às grandes massas, sobre as quais
tem grande influência. O protocolo social sob o qual uma população se comporta também é
um meio de controle social.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O controlo social consiste nos meios e processos pelos quais um grupo ou uma sociedade
obtêm conformidade dos seus membros às suas expectativas. Desta forma, as pessoas são
levadas a cumprir os seus papéis do modo esperado.
É esse conjunto de mecanismos que mantém a sociedade coesa, tanto na estabilidade como na
mudança. Torna-se, assim, uma extensão do processo de socialização.
A ordem de uma sociedade apoia-se numa rede de papéis, de acordo com os quais cada pessoa
aceita certos deveres em relação aos outros e deles reivindica certos direitos. Uma sociedade
ordeira somente pode operar enquanto a maioria das pessoas cumprem os seus deveres para
com o outro.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://acessoainformacao.es.gov.br/o-que-e-controle-social#:~:text=O%20controle%20social
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https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$controlo-social
http://www.sites.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/consoc.html
https://www.infopedia.pt/apoio/artigos/$controlo-social
https://pt.economy-pedia.com/11040984-social-control
https://goianinha.org/quimica/definicao-de-controle-social-e-seus-tipos/
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