Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PARTICIPANTE
17
UD I - Abordagem conceitual
Notas
Objetivos
Ao finalizar esta unidade o participante espera-se que o
participante tenha alcançado os seguintes objetivos:
2. Introdução
A violência se constitui em uma temática que, há muito tempo,
preocupa a comunidade científica e tenta entender e descrever este fenômeno.
Áreas como História, Sociologia e Psicologia, vêm se voltando para o estudo
da criminalidade e da violência, de forma a elucidar o fenômeno em termos de
suas variações no tempo em relação às estruturas e processos mais amplos e de
longa duração. Poucos problemas sociais mobilizam tanto a opinião pública
como a criminalidade e a violência nos dias atuais, pois afetam toda a
população, independente de classe, raça, credo religioso, sexo ou estado civil.
São consequências que se repercutem tanto no imaginário cotidiano das
pessoas, como nas cifras extraordinárias a respeito dos custos diretos da
criminalidade violenta (BRASIL, 2014). Neste capítulo serão abordados
conceitos fundamentais que contribuirão na formação e prática do policial
militar.
3. Conceitos básicos
a) Sociedade: Tipo especial de sistema social que, como todos os
sistemas sociais, distingue-se por suas características culturais, estruturais e
demográficas/ecológicas. Especificamente, trata-se de um sistema definido por
um território geográfico, que poderá ou não coincidir com as fronteiras de
nações-estado, dentro do qual uma população compartilha de uma cultura e
estilo de vidas comuns, em condições de autonomia, independência e
autossuficiência relativas.
17
UD II - Estudos contemporâneos
Notas
Objetivos
Ao finalizar esta unidade o participante espera-se que o
participante tenha alcançado os seguintes objetivos:
1. Introdução
Atualmente, as teorias científicas sobre a violência e a criminalidade
são utilizadas para a compreensão e investigação do fenômeno criminoso,
indagando porque determinadas pessoas são tratadas como criminosas;
vislumbrando o predomínio dos elementos sociais e situacionais sobre a
personalidade e orientando na formulação de políticas públicas.
legalidade?
Os criminólogos que, principalmente a partir do início do século XX,
estudaram o assunto identificaram uma série de fatores criminogênicos que,
combinados em proporções e situações específicas, poderiam explicar a
causação do crime. Desse modo, o que há na literatura são inúmeros modelos
que focalizam alguns fatores em particular. Portanto, melhor do que perceber
cada um dos modelos como uma panaceia que explique situações tão díspares,
ou mesmo como modelos que deem conta da generalidade do mundo criminal,
menos ingênuo seria interpretá-los como matizes que podem ajudar a compor
um quadro.
Do ponto de vista da intervenção pública para a manutenção da paz social, não
importa conhecer a verdade. Importa, antes de mais nada, reconhecer se em
uma determinada região há alguma regularidade estatística entre aqueles
fatores criminogênicos, concretos (presença de armas, drogas etc.), ou
imaginários (supervisão familiar, reconhecimento etc.), e, além disso, saber se
o Estado possui instrumentos para intervir nessa regularidade, direta ou
indiretamente, com a participação da própria sociedade. As teorias de causação
do crime, ao lançarem luz sobre determinadas variáveis e sua epidemiologia,
permitem que o planejador do Estado escolha dentre inúmeras variáveis
aquelas que supostamente devem ser as mais importantes. Os modelos
empíricos, ao detalharem a metodologia de aferição, possibilitam a
centralização das atenções e dos escassos recursos públicos em algumas
poucas variáveis, que podem não explicar uma verdade universal, mas
interferem decisivamente (com maior probabilidade) na dinâmica criminal
daquela região onde se quer intervir. Desse modo, o planejador público que
acreditar piamente em um único modelo de causação criminal (seja qual for)
para tomar suas decisões e orientar suas ações e recursos estará fadado a
utilizar um "leito de Procusto", algumas vezes com êxito, outras não, a
depender do "cliente" ou da situação em particular. Daí a necessidade da
multidisciplinaridade: um meio de aumentar o conjunto de instrumentos de
análise e de intervenção pública para um objeto extremamente complexo.
É evidente a complexidade do fenômeno e a dificuldade em creditar a umas
poucas variáveis os determinantes da criminalidade, que tem raízes na primeira
infância até a pré-adolescência, passando pela supervisão e elos com a família,
com os amigos e com a escola, e terminando com outras virtuais fontes de
tensão social inerentes a um espectro mais amplo que envolve as instituições e
a forma de organização macroestrutural. Por outro lado, desse ambiente micro
e macroestrutural decorrem os resultados acerca da distribuição do produto da
economia, aferido objetivamente a partir de variáveis, como renda per capita,
graus de desigualdade da renda, probabilidade de se estar empregado e acesso
às oportunidades e serviços que possibilitem a obtenção de moradia, saúde (e
alimentação) e cultura pelos indivíduos, condições necessárias para a inclusão
social.
Nesse sentido, a Brigada Militar, como dito, atua na maioria das vezes na
violência explícita, porém, segundo Hoffmann (2012):
17
UD III – Principais Teorias e análise
psicossocial da violência
Notas
Objetivos
Ao finalizar esta unidade o participante espera-se que o
participante tenha alcançado os seguintes objetivos:
2. Introdução
Apresentamos neste capítulo as causas sociopsicológicas da violência,
suas principais teorias e, com o apoio de textos pesquisados nos sites de buscas
da internet, as principais explicações sociológicas para a violência e a
criminalidade na sociedade brasileira: causas estruturais (econômicas), causas
políticas (impossibilidade de constituição da cidadania plena), causas
institucionais (inexistência de agências mediadoras democráticas) e causas
culturais (quebra de redes de sociabilidade) e também as instituições prisionais.
1. Comportamento Psicopatológico
2.1 Personalidade:
É o conjunto total de características próprias do indivíduo, que
integrada, estabelecem a forma pela qual ele reage costumeiramente ao meio.
Define a pessoa como entidade dotada de propriedades que a distinguem
individualmente e a configuram física, psíquica, social e culturalmente. A
palavra personalidade deriva do latim persona e a sua raiz pessoa, é usada
ordinariamente no sentido empírico de manifestação da pessoa. Significa a
própria pessoa, tal como se revela nas suas manifestações empíricas. Todavia,
persona passou a significar mais tarde, o ator colocado atrás da máscara, isto é,
o seu verdadeiro conjunto de qualidades íntimas e pessoais. Há diversas
concepções e teorias da personalidade às quais correspondem várias
definições. Segundo Allport na década de 30, tinham-se identificado mais de
50 definições de personalidade, definindo-a como “a organização dinâmica no
indivíduo, dos sistemas psicofísicos que determinam o seu comportamento e o
seu pensamento característico”.
Apesar da diversificação dos conceitos, a personalidade representa
essencialmente a noção de unidade integrativa da pessoa, com todas as
características diferenciais permanentes, (inteligência, caráter, temperamento,
constituição, entre outras) e as suas modalidades únicas de comportamento.
Assim, personalidade não é mais do que a organização dinâmica dos
aspectos cognitivos, afetivos, conativos, fisiológicos e morfológicos do
indivíduo. Trata-se de uma ideia dinâmica de personalidade em constante
mutação, dinâmica essa que depende da interação entre todos aqueles aspectos.
Eysenck definiu personalidade como “a organização mais ou menos estável e
persistente do caráter, temperamento, intelecto e físico do indivíduo, que
permite o seu ajustamento único ao meio”.
ego e superego.
O id é a porção do aparelho cuja função é dar à mente uma
representação psíquica para as enérgicas forças instintivas originadas da
constituição biológica do organismo. A palavra “instinto” tem sido fonte de
muita confusão portanto na teoria psicanalítica tem sido usada com significado
diferente daquele da teoria biológica em geral. Por meio de mecanismos ainda
desconhecidos, algumas dessas forças biológicas adquirem, eventualmente,
uma representação psíquica, motivo pelo qual são conhecidas, na teoria
psicanalítica, como impulsos ou pulsões).
O id é, na sua totalidade inconsciente e suas funções estão organizadas
de acordo com o princípio do prazer e do processo primário. O principio do
prazer envolve o conceito de que os impulsos procuram satisfação direta e
imediata, não obstante os outros fatores ou forças que influenciem a situação.
O processo primário caracteriza o modo de pensar peculiar dos
primeiros processos de pensamento da infância.
O ego, por sua vez, é definido como aquele grupo de processos mentais
cuja função é perceber e reconhecer as variadas forças que influenciam o
organismo, tanto do ambiente interno quanto do externo, sintetizando-as e
integrando-as; e executar as funções e atividades necessárias para manter um
estado de adaptação interna e externa. Esse grupo de funções implica
percepção memória, pensamento, inteligência, funções motoras, juízo e
valoração da realidade. Implica, também, os esforços que faz o organismo para
alterar o meio ambiente, interno ou externo ou para adaptar-se a qualquer
deles. O ego opera de acordo como princípio da realidade, em oposição ao
princípio do prazer, do id. O princípio de realidade implica a valoração da
situação total, inclusive de todas as forças que influenciam o indivíduo, com
uma seleção final ou julgamento, para a escolha da resposta fundamentada no
benefício a longo prazo e no que for melhor para o organismo todo.
O superego é aquela parte do aparelho, cuja função é julgar
criticamente as outras funções mentais, em termos de um padrão moral de
certo e errado, bom e mau, recompensa e castigo. O superego é, em parte
consciente e pré-consciente, correspondente ao que se costuma chamar de
“consciência moral”. Mas é também inconsciente, relacionando-se com
considerações de punição e recompensa, as mais primitivas e arcaicas.
A formação do superego envolve a interiorização em vários graus, das
atitudes dos modelos paternos sobre conceitos de certo e errado, punição e
recompensa.
Esses conceitos são experimentados na criança desde a mais tenra idade
e são influenciados, principalmente pelas tentativas que a criança faz para
identificarse com seus pais na resolução do Complexo de Édipo. Essas
primeiras imagens paternas incorporadas, que vão formar o núcleo da função
do superego inconsciente não refletem, necessariamente, as atitudes e modelos
dos pais como realmente se apresentam. São, isto sim, interiorizações destas
atitudes, porém, da maneira como a criança as percebe, antecipa e interpreta. A
criança tenderá, também, a projetar em seus pais os próprios impulsos hostis e