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TEORIA DA ESTRUTURA SOCIAL por Anthony Giddens

Abordagem de caráter crítico, analisar as práticas sociais ordenadas no


espaço e no tempo, buscando entender como se mantêm estáveis as
relações sociais e a reprodução das práticas sociais. A principal preocupação
da teoria social é idêntica a das ciências sociais em geral: a elucidação de
processos concretos da vida social” procede a uma reavaliação da dicotomia
básica (indivíduo/sociedade) presente nas teorias sociológicas tradicionais,
que Giddens denomina de consenso ortodoxo (ele se refere, basicamente, ao
funcionalismo e ao estruturalismo)....
Giddens reavalia os teóricos funcionalistas e estruturalistas. Para os primeiros,
o termo "estrutura" representa a padronização das relações ou dos fenômenos
sociais; a estrutura é externa aos indivíduos e também exerce coerção social.
Para os estruturalistas, o termo "estrutura" serve para indicar a padronização
das relações sociais no âmbito de circunstâncias de interações sociais dentro
do tempo-espaço atual e para além desse contexto.... espondendo a esses
teóricos, a Teoria da Estruturação estabelece uma dimensão sintagmática da
estrutura - que representa a padronização das relações sociais no tempo e no
espaço, envolvendo a reprodução de práticas sociais localizadas - e também
concebe uma dimensão paradigmática da estrutura - que representa a ordem
virtual de modos de estruturação recursivamente implicados na reprodução
das práticas sociais.... –
Renato Cancian, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

 Teoria da Estruturação - a interação social


A Teoria da Estruturação, apresentada por Anthony Giddens no
livro A constituição da sociedade, é uma abordagem de caráter
crítico. Ela tem como meta analisar as práticas sociais ordenadas no
espaço e no tempo, buscando entender como se mantêm estáveis as
relações sociais e a reprodução das práticas sociais.

Para Giddens, a tarefa da sociologia consiste em "fornecer concepções


da atividade social humana e do agente humano que possam ser
colocadas a serviço do trabalho empírico. A principal preocupação da
teoria social é idêntica a das ciências sociais em geral: a elucidação de
processos concretos da vida social".
Assim, a Teoria da Estruturação procede a uma reavaliação da
dicotomia básica (indivíduo/sociedade) presente nas teorias
sociológicas tradicionais, que Giddens denomina de consenso
ortodoxo (ele se refere, basicamente, ao funcionalismo e
ao estruturalismo).

Na opinião de Giddens, entretanto, a crítica avança para o campo das


contribuições teóricas que emergiram como alternativas ao consenso
ortodoxo, associadas às sociologias interpretativas: hermenêutica,
fenomenologia e filosofia da linguagem; que, segundo o autor,
também apresentam deficiências e limitações.
Sintagma e paradigma
Giddens não aceita qualquer forma de totalidade social que se
apresente como entidade externa aos indivíduos e à ação humana
como uma fonte de restrição à livre iniciativa, ou seja, na forma de
uma coerção social. O autor também não aceita os pressupostos
teóricos da hermenêutica, que concebe as relações e os fenômenos
sociais a partir da experiência do ator individual, como se a sociedade
fosse criação plástica dos sujeitos humanos.

Como dissemos acima, Giddens reavalia os teóricos funcionalistas e


estruturalistas. Para os primeiros, o termo "estrutura" representa a
padronização das relações ou dos fenômenos sociais; a estrutura é
externa aos indivíduos e também exerce coerção social. Para os
estruturalistas, o termo "estrutura" serve para indicar a padronização
das relações sociais no âmbito de circunstâncias de interações sociais
dentro do tempo-espaço atual e para além desse contexto.

Respondendo a esses teóricos, a Teoria da Estruturação estabelece


uma dimensão sintagmática da estrutura - que representa a
padronização das relações sociais no tempo e no espaço, envolvendo a
reprodução de práticas sociais localizadas - e também concebe
uma dimensão paradigmática da estrutura - que representa a ordem
virtual de modos de estruturação recursivamente implicados na
reprodução das práticas sociais.
Estrutura e estruturação
A estrutura é considerada por Giddens como um conjunto
de regras e recursos implicados, de modo recursivo, na reprodução
social. Ela é uma ordem virtual de relações transformadoras que
permitem a reprodução das práticas sociais por dimensões variadas de
tempo-espaço.

As regras são elementos normativos e códigos de significação; e os


recursos são de duas ordens: alocativos (porque derivam do controle
de produtos materiais) e impositivos (porque derivam da coordenação
da atividade dos agentes humanos).

Assim, a reprodução das práticas sociais radica nas próprias relações


humanas que têm lugar em contextos de interação social. Ao se
apoiarem em regras e recursos, os atores sociais produzem e
reproduzem as práticas sociais.

O fluxo constante de ações humanas produz continuamente, porém,


consequências que não faziam parte das intenções dos atores.
Conforme Giddens assinala, "a história humana é criada por atividades
intencionais, mas não constituí um projeto deliberado, ela se esquiva
persistentemente dos esforços para colocá-la sob direção consciente
[...]. Contudo, essas tentativas são continuamente feitas por seres
humanos que agem sob a ameaça e a promessa de circunstâncias a
serem as únicas criaturas que fazem sua história no conhecimento
desse fato".
A estruturação se refere às condições gerando a continuidade das
práticas sociais que são produzidas e reproduzidas em interação - e os
princípios estruturais só existem à medida que as formas de conduta
social são cronicamente reproduzidas através do tempo e do espaço.

Nesse aspecto, o estudo dos contextos de interação é inerente à


investigação da reprodução social. Giddens argumenta que o caráter
localizado das práticas sociais raramente pode ser concebido como
delimitado pelo conceito tradicional de sociedade. O autor prefere
empregar o termo regionalização para conceituar a natureza
localizada dos contextos de interação social, porque tais contextos
atravessam sistemas sociais reconhecidamente distintos
Vamos explorar alguns pontos importantes sobre a Estrutura Social:
1. Sociedade e Estratificação Social:
o A sociedade é composta por um conjunto de pessoas que compartilham
interesses e valores em um determinado espaço social.
o Cada sociedade possui sua própria estrutura social, definida por valores,
comportamentos e papéis sociais desempenhados pelos indivíduos.
o A estratificação social divide a sociedade em camadas ou estratos com
base em fatores como política, religião, etnia etc. Isso pode ocorrer por
meio de sistemas de castas ou estamentos, que podem ou não permitir
mobilidade social.
o As classes sociais (como ricos e pobres) estão associadas ao sistema
capitalista, onde a classe alta detém o poder e os meios de produção,
enquanto a classe baixa é formada por trabalhadores e operários.
2. Visões da Estrutura Social:
o A visão macrossociológica foca nas instituições sociais e suas atuações.
o A visão microsociológica estuda o sistema social a partir do
comportamento dos indivíduos que compõem a sociedade.
3. Esferas Institucionais da Estrutura Social:
o A estrutura social abrange várias áreas, como:
 Estrutura Familiar
 Estrutura Política
 Estrutura Econômica
 Estrutura Cultural
 Estrutura Religiosa
 Estrutura Educacional
 Estrutura Militar
4. Estrutura Social Brasileira:
o No Brasil, a desigualdade social é evidente, com diferenças marcantes
entre as classes sociais.
o No entanto, o país tem passado por mudanças sociais significativas
devido a políticas públicas de inclusão e transformações econômicas.

Em resumo, a Teoria da Estrutura Social nos ajuda a compreender como as relações


sociais são organizadas e como os indivíduos interagem dentro dessas estruturas1.

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