Abordagem de caráter crítico, analisar as práticas sociais ordenadas no
espaço e no tempo, buscando entender como se mantêm estáveis as relações sociais e a reprodução das práticas sociais. A principal preocupação da teoria social é idêntica a das ciências sociais em geral: a elucidação de processos concretos da vida social” procede a uma reavaliação da dicotomia básica (indivíduo/sociedade) presente nas teorias sociológicas tradicionais, que Giddens denomina de consenso ortodoxo (ele se refere, basicamente, ao funcionalismo e ao estruturalismo).... Giddens reavalia os teóricos funcionalistas e estruturalistas. Para os primeiros, o termo "estrutura" representa a padronização das relações ou dos fenômenos sociais; a estrutura é externa aos indivíduos e também exerce coerção social. Para os estruturalistas, o termo "estrutura" serve para indicar a padronização das relações sociais no âmbito de circunstâncias de interações sociais dentro do tempo-espaço atual e para além desse contexto.... espondendo a esses teóricos, a Teoria da Estruturação estabelece uma dimensão sintagmática da estrutura - que representa a padronização das relações sociais no tempo e no espaço, envolvendo a reprodução de práticas sociais localizadas - e também concebe uma dimensão paradigmática da estrutura - que representa a ordem virtual de modos de estruturação recursivamente implicados na reprodução das práticas sociais.... – Renato Cancian, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
Teoria da Estruturação - a interação social
A Teoria da Estruturação, apresentada por Anthony Giddens no livro A constituição da sociedade, é uma abordagem de caráter crítico. Ela tem como meta analisar as práticas sociais ordenadas no espaço e no tempo, buscando entender como se mantêm estáveis as relações sociais e a reprodução das práticas sociais.
Para Giddens, a tarefa da sociologia consiste em "fornecer concepções
da atividade social humana e do agente humano que possam ser colocadas a serviço do trabalho empírico. A principal preocupação da teoria social é idêntica a das ciências sociais em geral: a elucidação de processos concretos da vida social". Assim, a Teoria da Estruturação procede a uma reavaliação da dicotomia básica (indivíduo/sociedade) presente nas teorias sociológicas tradicionais, que Giddens denomina de consenso ortodoxo (ele se refere, basicamente, ao funcionalismo e ao estruturalismo).
Na opinião de Giddens, entretanto, a crítica avança para o campo das
contribuições teóricas que emergiram como alternativas ao consenso ortodoxo, associadas às sociologias interpretativas: hermenêutica, fenomenologia e filosofia da linguagem; que, segundo o autor, também apresentam deficiências e limitações. Sintagma e paradigma Giddens não aceita qualquer forma de totalidade social que se apresente como entidade externa aos indivíduos e à ação humana como uma fonte de restrição à livre iniciativa, ou seja, na forma de uma coerção social. O autor também não aceita os pressupostos teóricos da hermenêutica, que concebe as relações e os fenômenos sociais a partir da experiência do ator individual, como se a sociedade fosse criação plástica dos sujeitos humanos.
Como dissemos acima, Giddens reavalia os teóricos funcionalistas e
estruturalistas. Para os primeiros, o termo "estrutura" representa a padronização das relações ou dos fenômenos sociais; a estrutura é externa aos indivíduos e também exerce coerção social. Para os estruturalistas, o termo "estrutura" serve para indicar a padronização das relações sociais no âmbito de circunstâncias de interações sociais dentro do tempo-espaço atual e para além desse contexto.
Respondendo a esses teóricos, a Teoria da Estruturação estabelece
uma dimensão sintagmática da estrutura - que representa a padronização das relações sociais no tempo e no espaço, envolvendo a reprodução de práticas sociais localizadas - e também concebe uma dimensão paradigmática da estrutura - que representa a ordem virtual de modos de estruturação recursivamente implicados na reprodução das práticas sociais. Estrutura e estruturação A estrutura é considerada por Giddens como um conjunto de regras e recursos implicados, de modo recursivo, na reprodução social. Ela é uma ordem virtual de relações transformadoras que permitem a reprodução das práticas sociais por dimensões variadas de tempo-espaço.
As regras são elementos normativos e códigos de significação; e os
recursos são de duas ordens: alocativos (porque derivam do controle de produtos materiais) e impositivos (porque derivam da coordenação da atividade dos agentes humanos).
Assim, a reprodução das práticas sociais radica nas próprias relações
humanas que têm lugar em contextos de interação social. Ao se apoiarem em regras e recursos, os atores sociais produzem e reproduzem as práticas sociais.
O fluxo constante de ações humanas produz continuamente, porém,
consequências que não faziam parte das intenções dos atores. Conforme Giddens assinala, "a história humana é criada por atividades intencionais, mas não constituí um projeto deliberado, ela se esquiva persistentemente dos esforços para colocá-la sob direção consciente [...]. Contudo, essas tentativas são continuamente feitas por seres humanos que agem sob a ameaça e a promessa de circunstâncias a serem as únicas criaturas que fazem sua história no conhecimento desse fato". A estruturação se refere às condições gerando a continuidade das práticas sociais que são produzidas e reproduzidas em interação - e os princípios estruturais só existem à medida que as formas de conduta social são cronicamente reproduzidas através do tempo e do espaço.
Nesse aspecto, o estudo dos contextos de interação é inerente à
investigação da reprodução social. Giddens argumenta que o caráter localizado das práticas sociais raramente pode ser concebido como delimitado pelo conceito tradicional de sociedade. O autor prefere empregar o termo regionalização para conceituar a natureza localizada dos contextos de interação social, porque tais contextos atravessam sistemas sociais reconhecidamente distintos Vamos explorar alguns pontos importantes sobre a Estrutura Social: 1. Sociedade e Estratificação Social: o A sociedade é composta por um conjunto de pessoas que compartilham interesses e valores em um determinado espaço social. o Cada sociedade possui sua própria estrutura social, definida por valores, comportamentos e papéis sociais desempenhados pelos indivíduos. o A estratificação social divide a sociedade em camadas ou estratos com base em fatores como política, religião, etnia etc. Isso pode ocorrer por meio de sistemas de castas ou estamentos, que podem ou não permitir mobilidade social. o As classes sociais (como ricos e pobres) estão associadas ao sistema capitalista, onde a classe alta detém o poder e os meios de produção, enquanto a classe baixa é formada por trabalhadores e operários. 2. Visões da Estrutura Social: o A visão macrossociológica foca nas instituições sociais e suas atuações. o A visão microsociológica estuda o sistema social a partir do comportamento dos indivíduos que compõem a sociedade. 3. Esferas Institucionais da Estrutura Social: o A estrutura social abrange várias áreas, como: Estrutura Familiar Estrutura Política Estrutura Econômica Estrutura Cultural Estrutura Religiosa Estrutura Educacional Estrutura Militar 4. Estrutura Social Brasileira: o No Brasil, a desigualdade social é evidente, com diferenças marcantes entre as classes sociais. o No entanto, o país tem passado por mudanças sociais significativas devido a políticas públicas de inclusão e transformações econômicas.
Em resumo, a Teoria da Estrutura Social nos ajuda a compreender como as relações
sociais são organizadas e como os indivíduos interagem dentro dessas estruturas1.