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UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E ARTES

CURSO DE LICENCIATURA EM JORNALISMO

LICENCIATURA EM JORNALISMO

Segundo-Ano- Pós Laboral

Disciplina: Sociologia da Comunicação

Tema: Estrutura Social

Discente:
Eldon Tinga

Maputo, Setembro de 2023


Índice
CAPÍTULO I.....................................................................................................................2

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................2

1.1 Objectivo Geral...........................................................................................................3

1.2 Objectivos Específicos................................................................................................3

1.3 Metodologia.................................................................................................................4

CAPÍTULO II....................................................................................................................5

2. Como relações das partes com o todo que envolve factores de consonância e de
continuidade......................................................................................................................5

2.2 Como recurso analítico para compreender o comportamento social dos homens.......5

2.3 Conhecer as ilações dos padrões de expectativas........................................................6

2.4 Os esquemas de ideias para orientar nossas vidas.......................................................6

2.5 A variação das relações sociais e os aspectos de constância e de mudança................7

CAPÍTULO III..................................................................................................................9

3. CONCLUSÃO...............................................................................................................9

4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................10

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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

Como devem classificar-se os sistemas estruturais com referência à sua maior ou menor
complexidade − é problema que requer investigação. Mas, há evidência de uma
correlação assaz estreita entre a complexidade e outro aspecto dos sistemas estruturais, a
saber, a extensão do campo das relações sociais.

Num sistema estrutural que tem um campo social estreito, a pessoa média ou típica é
levada a estabelecer relações sociais directas e indirectas com apenas pequeno números
de outras pessoas. Em sistemas desse tipo, podemos verificar que a comunidade
linguística, ou seja, o corpo de pessoas que falam uma língua, se eleva de 250 a 500, ao
passo que a comunidade política é ainda menor, e as relações económicas pelo
intercâmbio de mercadorias e serviços estendem-se somente a um círculo muito
pequeno.

À parte a diferenciação pelo sexo e a idade, muito pequena é a diferenciação de papel


social entre pessoas ou classes. Podemos opor a isto os sistemas de estrutura social que
observamos presentemente na Inglaterra ou nos Estados Unidos. Assim, o processo da
história humana ao qual penso que o termo evolução social pode aplicar-se com
propriedade, podia ser definido como o processo pelo qual sistemas amplos de estrutura
social desenvolveram-se de sistemas estreitos, ou substituíram estes. Quer seja esse
ponto de vista aceitável ou não, sugiro que o conceito de evolução social é dos que
precisam ser definidos em termos de estrutura social.

No presente trabalho, vamos embarcar nas lapides do raciocínio de Firth Raymond,


deste modo visamos criar uma compreensão holística da matéria e dos assuntos centrais
que serão abordados no trabalho.

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1.1 Objectivo Geral

Explicar abordagens da estrutura social à luz do pensamento de Firth Raymond.

1.2 Objectivos Específicos

 Apresentar como relações das partes com o todo que envolve factores de
consonância e de continuidade;
 Abordar como recurso analítico para compreender o comportamento social dos
homens;
 Conhecer as ilações dos padrões de expectativas;
 Indicar os esquemas de ideias para orientar nossas vidas;
 Analisar a variação das relações sociais e os aspectos de constância e de
mudança.

1.3 Metodologia

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O trabalho baseia-se em pesquisa bibliográfica, análise da literatura já publicada em
forma de livros disponibilizada na Internet. Obtenção de ideias e sugestões junto de
pessoas com conhecimentos na área, através de conversas com especialistas na área,
com o objectivo de esclarecer alguns conceitos, de forma a ter uma visão mais ampla do
tema que se baseia na pesquisa, como também em dois métodos indispensáveis nos
trabalhos científicos:

a) Método Histórico

Segundo Marconi e Lakatos (2003 106-107), o método histórico consiste em investigar


acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na
sociedade de hoje; pois as instituições alcançaram sua informação actual através de
suas partes componentes, ao longo do tempo, influenciados pelo contexto actual,
particulares de cada época. Seu estudo, para uma melhor compreensão do papel que
actualmente desempenha na sociedade, deve remontar aos períodos de sua formação e
de suas modificações.

b) Método Específico

O método específico consiste essencialmente em submeter os objectivos de estudo a


influência de certas variáveis, em condições controladas é conhecida pelo investigador,
para observar os resultados que a variável produz no objecto (Gil, 2008:16). Neste
método experimental procura-se entender e controlara as variáveis estranhas ou
parasitas de modo que os resultados se devem única e simplesmente a manipulação da
variável independente.

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CAPÍTULO II

2. Como relações das partes com o todo que envolve factores de consonância e de
continuidade

“A IDÉIA DE ESTRUTURA DA SOCIEDADE, para ser considerada em conformidade


com o conceito geral de estrutura, deve preencher certos requisitos. Considera as
relações das partes com o todo, o arranjo no qual os elementos da vida social estão
ligado. Estas relações devem ser vistas como construídas umas sobre as outras, pois são
séries de ordens diversas de complexidade. Precisam ser de significado não
simplesmente momentâneo uma vez que factores de constância ou continuidade devem
estar envolvidos nelas.” (p. 35).

“Não na dúvida de que, para uma sociedade funcionar efectivamente e ter o que
podemos chamar uma "estrutura coerente", seus membros devem ter uma ideia do que
esperar. Sem padrões de expectativas e um esquema de ideias a respeito do que
pensamos sobre o que devem fazer as outras pessoas, não seríamos capazes de ordenar
nossas vidas.” (p. 36).

2.2 Como recurso analítico para compreender o comportamento social dos homens

“Mas ver uma estrutura social em termos de ideais e expectativas, simplesmente, é


insatisfatório. Os padrões de realização, as características gerais de relações sociais
concretas devem, também, está presentes no conceito de estrutura. Contudo, pensar em
estrutura social como contendo, somente, padrões de ideais de comportamento, sugere o
ponto de vista, implícito de que estes padrões ideais são os únicos de importância
fundamental na vida social, e que o comportamento real de indivíduos é, simplesmente,
um reflexo de normas socialmente dadas. É igualmente importante enfatizar o modo
pelo qual as normas sociais, os padrões ideais, a trama de expectativas, tendem a ser
mudados, reconhecida ou. imperceptivelmente, pelos actos dos indivíduos em resposta a
- outras influências, inclusive desenvolvimentos tecnológicos.” (p.36).

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2.3 Conhecer as ilações dos padrões de expectativas

“O conceito de estrutura social é um recurso analítico que serve para compreender como
os homens se comportam socialmente. As relações sociais de importância crucial para o
comportamento dos membros da sociedade constituem a essência do conceito de
estrutura de tal sorte que, se estas relações não operassem a sociedade não existiria sob
essa forma.” (ps. 36 e 37).
“Esta discussão da noção de estrutura social tem-nos levado às questões com que os
antropólogos lidam na tentativa de apreender as bases das relações sociais humanas.
Permite, também, esclarecer dois outros conceitos, função social e organização social,
os quais são tão importantes como o de estrutura social.” (p. 38)
“Cada acção social pode ser pensada como tendo uma ou mais funções sociais. Função
social pode ser definida como sendo a relação entre uma acção social e o sistema do
qual a acção faz parte, ou, alternativamente, com o resultado da acção social em termos
de um esquema dos meios e dos fins de todas as outras acções por ela afectadas.” (p.
38).

2.4 Os esquemas de ideias para orientar nossas vidas

“Para Malinowski [...]nenhuma acção social, nenhum elemento da cultura pode ser
adequadamente estudado ou definido isoladamente. Seu significado é dado por sua
função, pela parte que ele desempenha num sistema de interacções. Estudando as
unidades maiores, os mais abstractos conjuntos de padrões de comportamento
conhecidos como instituições — tais como um sistema de casamento, um tipo de
família, um tipo de troca cerimonial, um sistema de magia — o esquema diferencia
vários componentes associados.” (pags. 38 e 39)

“A instituição é o conjunto de valores e princípios estabelecidos tradicionalmente. Estes


são vistos pelas pessoas vinculadas a ela como o seu fundamento, podendo mesmo estar
consubstanciados numa lenda mítica.
As normas são as regras que orientam a conduta das pessoas, distinguindo-se das
actividades exercidas por estas, pois às pessoas podem divergir das normas conforme as
oscilações de interesses individuais.

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A instituição é mantida por meio de um aparato material, cuja natureza pode ser
entendida somente pela consideração dos usos para os quais ele serve e por um pessoal
recrutado em grupos sociais apropriados.” (p. 39).

2.5 A variação das relações sociais e os aspectos de constância e de mudança

“O estudo da estrutura social deve ser levado mais longe, a fim de examinar como as
formas básicas de relações sociais são susceptíveis de variação. É necessário estudar a
adaptação social assim como a continuidade social.
Uma análise estrutural, somente, não pode interpretar a mudança social. Uma taxonomia
social poderia tornar-se tão árida como uma classificação das espécies em alguns ramos
da biologia. As análises do aspecto organizatório da acção social constituem o
complemento necessário da análise do aspecto estrutural. Permite dar um tratamento
mais dinâmico.” (p. 41)

“Organização social implica algum grau de unificação, a união de diverso elementos


numa relação comum.” (p. 41)
“Outro elemento da organização social implica o reconhecimento do factor tempo na
ordenação das relações sociais. Há a concepção de tempo implicando, necessariamente,
uma sequencia ou série ordenada na colocação de unidades cm direcção ao fim
desejado. O conceito de organização social, também, leva em conta as magnitudes, as
quantidades envolvidas no estudo” (p. 43)

“A organização pressupõe também elementos de representação e responsabilidade. Em


muitas esferas, a fim de que os propósitos de um grupo possam ser realizados, deve
haver representação dos seus interesses pelos membros individuais. As decisões
assentadas como decisões grupais devem ser, de fato, decisões individuais.

Deve haver algum mecanismo então, aberto ou implícito, por meio do qual um grupo
concede aos indivíduos o direito de tomar decisões em nome da totalidade. Nesta
concessão reside, possivelmente, a dificuldade de se conciliar interesses em conflito de
subgrupos, porque o indivíduo que é seleccionado como representativo deve, nas
circunstâncias normais, ser necessariamente, um membro de um subgrupo. Há o perigo,

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então, de que, em vez de tentar assegurar os mais amplos interesses da totalidade, ele vá
agir tendo em vista, em primeiro lugar, assegurar os interesses do grupo particular ao
qual ele pertence. Por responsabilidade entende-se a habilidade de apreender uma
situação em termos dos interesses do mais amplo grupo referido, tomar decisões de
acordo com esses interesses e estar disposto a sustentar as responsabilidades pelos
resultados destas decisões.

Neste sentido, um conflito em todo nível da unidade do grupo é possível. Uma pessoa
pertence a uma família, a um grupo de parentesco amplo a uma unidade local, e estes
podem ser somente alguns dos muitos componentes de uma ampla unidade social da
qual ele é o representante. Para assumir a responsabilidade efectiva, e para os outros
membros de todos estes grupos componentes concordarem com ele em representar
seus interesses, deve haver um esforço de projecção de todas as partes concernentes —
um conceito de incorporação imediata em interesses menos directamente perceptíveis.
Quanto mais limitada esta projecção, mais restrita a organização social.” (pags. 43 e
44).

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CAPÍTULO III

3. CONCLUSÃO

Na minha opinião como Estudante do Curso de Jornalismo, tenho percebido que as


sociedades complexas moderno-contemporâneas são constituídas e caracterizam-se por
um intenso processo de interacção entre grupos e segmentos diferenciados. A própria
natureza da complexidade moderna está indissoluvelmente associada ao mercado
internacional cada vez mais onipresente, a uma permanente troca cultural através de
migrações, viagens, encontros internacionais de todo o tipo, incluindo assim o
fenómeno de cultura e comunicação de massas.

“O conceito de organização social é importante também para a compreensão da


mudança social. Há elementos estruturais infiltrando-se por todo o comportamento
social, e eles constituem o que tem sido, metaforicamente, chamado anatomia social, a
forma de uma sociedade. Mas qual é esta forma? Consiste, realmente, na persistência ou
repetição de comportamentos; é o elemento de continuidade na vida social. Ao
antropólogo social coloca-se um problema constante, um dilema aparente — explicar
esta descontinuidade e, ao mesmo tempo, avaliar. a mudança social. A continuidade é
expressa na estrutura social, - na trama do relações que ó feita através da estabilidade do
expectativas, pela validação da experiência do passado cm termo do experiência similar
no futuro. Os membros da sociedade procuram um guia seguro para a acção, e a
estrutura da sociedade lhes dá isso — através da família, do sistema de parentesco, das
relações de classe, da distribuição ocupacional, e assim por diante. Ao mesmo tempo,
oferece oportunidade para variação o para a compreensão dessas variações.” (p. 45).

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4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Firth, Raymond. Organização social e estrutura social. In: CARDOSO, F.H. &
IANNI, O. (org.). Homem e Sociedade. São Paulo: Cia. Editira Nacional, 1971.

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