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Nela do Rosário Assane

Iº Fenómeno administrativo como facto Sociológico


IIº Socialização e Formação da Cultura
IIIº Interação social: o Individuo e a Sociedade
Administração Pública
1º Ano

Universidade Católica de Moçambique


Quelimane
2021
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Nela do Rosário Assane

Iº Fenómeno administrativo como facto Sociológico


IIº Socialização e Formação da Cultura
IIIº Interação social: o Individuo e a Sociedade
Administração Pública
1º Ano

Trabalho individual de caracter


avaliativo, da cadeira de Historia das
Sociedades, a ser entregue ao Tutor
Chico Gerito Alfoi Amurane no
Centro de ensino à Distância.

Universidade Católica de Moçambique


Quelimane
2021
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Índice
Introdução ........................................................................................................................................... 4
Objetivos ............................................................................................................................................. 5
O Fenómeno da Administração como facto Sociológico ................................................................... 6
Sociologia da administração ............................................................................................................... 6
A importância da Sociologia na Administração ................................................................................. 7
Socializacao e formacao da cultura .................................................................................................... 7
A PRÁTICA DA SOCIALIZAÇÃO NA VIDA DIÁRIA DA CRIANÇA ....................................... 8
Cultura ................................................................................................................................................ 9
Papéis sociais .................................................................................................................................... 11
CONTEXTOS SOCIOCULTURAIS ............................................................................................... 11
Interação social (O Individuo e a Socieadade) ................................................................................. 12
DIFERENÇAS ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE .................................................................. 13
WEBER X DURKHEIM .................................................................................................................. 13
MEIOS DE COMUNICAÇÃO, NOVOS AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO ................................ 14
Cocnlcusão........................................................................................................................................ 14
Referencias Bibliográficas ................................................................................................................ 16
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Introdução
O presente trabalho visa debruçar sobre “O fenómeno administrativo como fato sociológico, A
socialização e formação da cultura e a Interação Social (o individuo e a sociedade)”, dizer que a
Sociologia da administração é a disciplina que consiste na aplicação
dos conhecimentos sociológicos - conceitos, teorias e princípios - à análise das relações sociais
encontradas nas empresas de modo geral. para Daharendorf é o ramo da sociologia que estuda estuda
aquele sector do comportamento social determinado pela produção industrial de bens.

Em qualquer sociedade, nascemos imersos no simbólico e vamos aprendendo a lidar com eles, a
operar com eles, a brincar com eles, a pensar e sentir com eles, a nos lambuzar com eles, até que
deles estejamos tão impregnados que se tornam parte de nossa natureza, e, assim, tais símbolos nos
distingue enquanto humanidade. É bom lembrar que não há sociedade humana sem cultura e não há
cultura sem uma sociedade. Outro aspecto da socialização é o de ser um processo fundamental tanto
para a interação indivíduo-cultura, indivíduo-sociedade como para garantir a continuidade da
sociedade e da cultura. É por meio do processo de aprendizagem, de socialização, que os indivíduos
se tornam herdeiros de uma tradição cultural e a transmitem, tornando-se, pela cultura, membros de
uma sociedade.
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Objetivos
Geral

✓ Compreender aspectos relacionados aos os fenómenos administrativos como fato


sociológico;
✓ Obter conhecimentos básicos relevantes a socialização e formação da cultura e a Interação
Social (o individuo e a sociedade).

Específico

✓ Descrever os aspetos fundamentais a respeito da sociologia e cultura; .


✓ Descrever como tem sido a interação social nas comunidades .

Metodologias

Para a realização do presente trabalho, foi possível através de vária leitura de diferentes
referências bibliográfica que versa sobre o tema acima supracita, incluindo algumas visitas em
algumas páginas na internet.
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O Fenómeno da Administração como facto Sociológico

Sociologia da administração
Sociologia da administração é a disciplina que consiste na aplicação
dos conhecimentos sociológicos - conceitos, teorias e princípios - à análise das relações
sociais encontradas nas empresas de modo geral. para Daharendorf é o ramo da
sociologia que estuda estuda aquele sector do comportamento social determinado pela
produção industrial de bens.

Assim compete a sociologia da administração o estudo sistemático das relações sociais e


da interação entre indivíduos e grupos relacionados, com a função econômica da produção
e distribuição de bens e serviços necessários à sociedade.

Para WILKOM [et al], “a Sociologia pode ser específica para várias áreas do
conhecimento humano, e Administração inclui-se neste contexto”. Levando em
consideração que o homem não é uma ilha, mas vive em sociedade, compreender seus
impactos neste meio e as relações que traça entre si é tarefa maior desta ciência que,
embora recente, nos dar embasamento para um estudo da aparelhagem que move a
sociedade.

Para um entendimento melhor será necessário pontuar particularidades tanto da


Administração quanto da Sociologia para em seguida estabelecermos os elos entre essas
ciências.

A Administração

De acordo com a Wikipedia: “o termo ‘administração’ vem do latim administratione, que


significa direção, gerência. Ou seja, é o ato de administrar ou gerenciar negócios, pessoas
ou recursos, com o objetivo de alcançar metas definidas”. Com isso podemos entender
que a Administração na verdade é uma atitude natural do ser humano, pois a cada
momento precisamos tomar decisões no meio em que convivemos, seja escola, faculdade,
trabalho ou família e essas decisões podem afetar o grupo de modo geral.

Para REIS a administração pode ser notada desde o princípio da humanidade já que o
homem:
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“sempre viveu em associação, pois na antiguidade para obter melhores resultados na caça
já se dividia em grupos como: os que assustavam os animais, os que corriam para as
armadilhas e finalmente os que matavam os animais.”.

A importância da Sociologia na Administração


Sem dúvida conhecer conceitos sociológicos como Socialismo, Comunismo,
Capitalismo, Liberalismo, Globalização, entre outros é tarefa do administrador já que o
curso de administração visa preparar esse profissional para atuar em um mercado
dinâmico e que, com a velocidade da tecnologia da informação, as notícias mudam a cada
instante. Porém mais importante que isso a Sociologia, por estudar a relação entre os
indivíduos e o meio em que se encontram inseridos, contribuirá para o entendimento
melhor de certas atitudes individuais, além do que entender sobre as políticas econômicas
tão estudadas na Sociologia ajudará ao profissional planejar melhor as ações que a
empresa que encontra-se sob sua responsabilidade deverá executar em um mercado tão
dinâmico.

Além de tudo o administrador é encarregado de solucionar os conflitos que ocorrem nas


relações de trabalho e como a Sociologia de certa forma contribui para o entendimento
do homem em seu meio, seu estudo poderá contribuir na mediação de conflitos. Dentro
da administração a Sociologia pode contribuir também para o estudo da natureza das
organizações ajudando ao administrador a manter o grupo em equilíbrio, principalmente
por existirem diferenças de personalidade.

Socializacao e formacao da cultura


A SOCIALIZAÇÃO

Segundo Elkin (1968), a socialização inclui tanto a aprendizagem quanto


apreensão de padrões, valores e sentimentos próprios da sociedade. A criança não apenas
sabe intelectualmente o que é esperado dela e se comporta de acordo.

Socializar é criar condições de cooperação no estabelecimento das “regras do


jogo” a cooperação produz, mentalmente, as operações superiores, da inteligência e,
socialmente, a negociação das relações mútuas (segundo uma lei imanente – equilibração
– de “máximo de lucros e mínimo de perdas” (LIMA, 1980, p. 84).

As principais ações de socialização se orientam em direção à diferentes focos e


significações do ser da criança, compreendendo-se, nesse processo, a sua entidade
biológica, sua entidade psíquica, sua entidade social e cultural, e, ainda, os diversos
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mundos que habita, o mundo das coisas, das pessoas, das ideias. O indivíduo no processo
de socialização entra em comunicação com o social a partir de símbolos. Desse modo:

A medida que vão ficando mais velhas, as crianças vão se tornando mais hábeis
na utilização de símbolos para se comunicar com os outros. Os símbolos são os gestos os
objetos e as palavras que formam a base da comunicação humana interagindo com
parentes e amigos, bem como assistindo desenhos animados na televisão e vendo livros
com fotos, as crianças na fase preparatória começam a entender a questão dos símbolos.
Elas continuarão utilizando essa forma de comunicação durante toda a vida (SCHAEFER,
2006, p. 84).

Em qualquer sociedade, nascemos imersos no simbólico e vamos aprendendo a lidar com


eles, a operar com eles, a brincar com eles, a pensar e sentir com eles, a nos lambuzar
com eles, até que deles estejamos tão impregnados que se tornam parte de nossa natureza,
e, assim, tais símbolos nos distingue enquanto humanidade. É bom lembrar que não há
sociedade humana sem cultura e não há cultura sem uma sociedade. Outro aspecto da
socialização é o de ser um processo fundamental tanto para a interação indivíduo-cultura,
indivíduo-sociedade como para garantir a continuidade da sociedade e da cultura. É por
meio do processo de aprendizagem, de socialização, que os indivíduos se tornam
herdeiros de uma tradição cultural e a transmitem, tornando-se, pela cultura, membros de
uma sociedade.

A PRÁTICA DA SOCIALIZAÇÃO NA VIDA DIÁRIA DA CRIANÇA


Max Weber (2000) coloca a ênfase da pesquisa social sobre a vida, sobre a
experiência, sobre a heterogeneidade, e, assim, a pluralidade nelas implícita, acarreta
diferentes interpretações. Alfred Schutz (1979), na esteira das novas posições teóricas
defendidas por Weber e seguindo a tradição fenomenológica, faz uma costura entre
experiência e alteridade ao propor a orientação da análise na direção do outro. O que isso
quer dizer? Schutz (1978) demonstra que é no contraste entre a experiência que vivo e a
que você vive ou que os outros vivem que se funda a compreensão de mundo vivido. A
experiência vivida cria a proximidade entre mim e o outro, construindo o grupo, as
situações sociais e culturais. Da experiência do mundo vivida em grupo, coletivamente,
emerge a experiência do pensamento.

É na relação social cotidiana que os significados são criados e a ela incorporados,


conferindo sentido à ação social dos indivíduos envolvidos na relação. Schutz (1979),
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concebe o mundo social como resultado e consequência de uma interação permanente


entre os indivíduos entre si, entre o meio social e o meio ambiente físico, entre o mundo
dos contemporâneos e o mundo dos antecessores e, ainda, considera-se o mundo dos
parceiros da experiência constitutiva do mundo vivido. Berger e Luckmann (1995), fazem
uma análise fenomenológica da experiência subjetiva da vida cotidiana, devendo-se
aprender a partir dela, logo, a realidade é socialmente construída. Para eles, o senso
comum comporta, como Schutz (1979) já havia mostrado, uma pluralidade de
interpretações sobre a realidade cotidiana. Berger e Leckumann (1995) enfatizam que a
realidade cotidiana se impõe à consciência.

A consciência é sempre intencional; sempre “tende para” ou é dirigida para


objetos. Nunca podemos apreender um suposto substrato de consciência enquanto, tal
somente a consciência de tal ou qual coisa. Isto é, pouco importando que o objeto da
experiência seja experimentado como pertencendo a um mundo físico externo ou
apreendido como elemento de uma realidade subjetiva interior (BERGER;
LUCKMANN, 1995, p. 37).

Cultura
O indivíduo, enquanto ser particular e social, desenvolve-se em um contexto
multicultural, em que temos regras, padrões, crenças, valores, identidades muito
diferenciadas. Assim, a cultura torna-se um processo de “intercâmbio” entre indivíduos,
grupos e sociedades.

A partir do momento em que faz uso da linguagem, o indivíduo se encontra em um


processo cultural, que, por meio de símbolos, reproduz o contexto cultural que vivencia.
Strey (2002) aponta que o indivíduo tanto cria como mantém a sua cultura presente na
sociedade. Cada sociedade humana tem a sua própria cultura, característica expressa e
identificada pelo comportamento do indivíduo. Segundo Strey (2002, p. 58), “o homem
é também um animal, mas um animal que difere dos outros por ser cultural”. Para ele, a
cultura refere-se ao conjunto de hábitos, regras sociais, intuições, tipos de relacionamento
interpessoal de um determinado grupo, aprendidos no contexto das atividades grupais.

Segundo Ramos (2003, p. 265), “as culturas penetram o indivíduo [...] da mesma
forma que as instituições sociais determinam estruturas psicológicas [...] o homem pensa
e age dentro do seu ciclo de cultura”.
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Partindo desses princípios, devemos considerar o indivíduo como sujeito ativo no


contexto cultural. Ele tem a liberdade de tomar decisões, por meio de novas
interpretações. Ele recebe a informação e constrói, criativa e coletivamente, um processo
cultural voltado à época histórica atual que vivencia. Ele mesmo constrói suas regras, por
meio das atividades coletivas, podendo alterá-las, da mesma forma que é afetado por elas.
Podemos considerar a cultura como uma herança social, que é transmitida por
ensinamento a cada nova geração.

Agentes socializadores do processo de socialização

O primeiro contato que o ser humano tem, ao nascer, é a família: primeiramente, com a
mãe, por meio dos cuidados físicos e afetivos, e, paralelamente, com o pai e os irmãos,
que transmitem atitudes, crenças e valores que influenciarão no seu desenvolvimento
psicossocial. Num segundo momento, tem a interferência da escola. Geralmente, nessa
fase, o indivíduo já traz consigo referências de comportamentos, de orientação pessoal
básica, devido ao contato inicial com a família.

O processo de socialização ocorre durante toda a vida do indivíduo (SAVOIA, 1989); por
isso, esse processo é dividido em etapas:

➢ socialização primária: ocorre na infância com os agentes socializadores citados


anteriormente, que exercem uma influência significativa na formação da
personalidade social;
➢ socialização secundária: ocorre na idade adulta. Geralmente, nessa etapa, o
indivíduo já se encontra com sua personalidade relativamente formada, o que
caracteriza certa estabilidade de comportamento. Isso faz com que a ação dos
agentes seja mais superficial, mas abalos estruturais podem ocorrer, gerando
crises pessoais mais ou menos intensas. Nesse momento, surgem outros grupos
que se tornam agentes socializadores, como grupo do trabalho;
➢ socialização terciária: ocorre na velhice. Pela própria fase de vida, o indivíduo
pode sofrer crises pessoais, haja vista que o mundo social do idoso muitas vezes
se torna restrito (deixa de pertencer a alguns grupos sociais) e monótono. Nessa
fase, o indivíduo pode sofrer uma dessocialização, em decorrência das alterações
que ocorrem, em relação a critérios e valores. E, concomitantemente, o indivíduo,
nesta fase, começa um novo processo de aprendizagem social para as possíveis
adaptações a nova fase da vida, o que implica em uma ressocialização.
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Papéis sociais
Entende-se que os papéis que adquirimos nas nossas experiências e relações vão designar
o modelo de comportamento que caracteriza nosso lugar na sociedade. Esses papéis
podem ser objetivos ou subjetivos. Em relação a isso, Savoia (1989, p. 57) assevera que
outro especto do papel social é que ele pode ser objetivo – aquilo que os outros esperam
de nós, ou subjetivo -, como cada indivíduo assume os papéis de modo mais ou menos
fiel aos modelos vigentes na sociedade. Quando esses dois aspetos não coincidem, podem
transformar-se em obstáculo na interação social.

CONTEXTOS SOCIOCULTURAIS
A cultura fornece regras, padrões, crenças, etc., que são aprendidas no contexto das
atividades grupais. Então, é a partir dessa realidade sócio-histórica que nos socializamos.
Por isso, também estudamos os agentes socializadores do processo de socialização que
são: família, a escola e os meios de comunicação em massa.

O Contexto Sócio-Cultural designa um grupo de variáveis contextuais com influência no


desempenho e na actividade da organização e reflecte os valores, costumes e tradições da
sociedade e influencia as trocas e os sistemas de trabalho.

São exemplos de variáveis do Contexto Sócio-Cultural as seguintes:

➢ Estilo de vida: O estilo de vida das populações tem grande influência no tipo de
bens e serviços adquiridos, na frequência de compra, entre outros. Por exemplo,
desde meados dos anos 70, tem-se assistido a uma crescente inserção de mulheres
no mercado de trabalho, com importantes reflexos nos seus padrões de consumo
– destacam-se o acentuado crescimento da procura de comida congelada, bebidas
alcoólicas ou tabaco, entre outros. Outra tendência que tem vindo a acentuar-se é
o aumento significativo das preocupações com a saúde e com a aparência física
contribuindo para o aparecimento dos produtos dietéticos, aparelhos de
manutenção física, entre outros
➢ Valores sociais: Tal como no caso do estilo de vida, as alterações nos valores
sociais também se reflectem em alterações nos padrões de consumo. A crescente
preocupação com a protecção do meio ambiente, por exemplo, tem sido bem
aproveitada por algumas empresas através da produção de bens tolerados pelo
ambiente como é o caso das embalagens reutilizáveis. Outro exemplo são as
maiores preocupações das populações com questões sociais e culturais o que tem
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levado algumas empresas a envolverem-se em actividades como o apoio a causas


sociais ou o patrocínio de eventos culturais.
➢ Factores demográficos: (taxa de natalidade, estrutura etária,…). A evolução deste
tipo de factores tem uma importância acrescida para as organizações que
desenvolvem bens ou serviços destinados a determinadas faixas etárias (ou seja,
que fazem segmentação do mercado utilizando variáveis demográficas). Por
exemplo, o efeito conjunto da redução da taxa de natalidade e do aumento da
expectativa de vida dos portugueses está a ter um impacte duplo nos
estabelecimentos de ensino superior: por uma lado, há cada vez menos jovens a
ingressar nas universidades mas, por outro, verifica-se um crescente número de
adultos que procura cursos de pós-graduação com o objectivo de actualizar os seus
conhecimentos. Em resposta muitas universidades estão a lançar com sucesso
programas de formação para executivos.

Interação social (O Individuo e a Socieadade)


Em ciências sociais, interação social refere-se a todas as ações recíprocas entre dois, ou
até mais indivíduos durante as quais há compartilhamento de informações. Um
comprador, por exemplo, discute com o vendedor, e eles interagem num dado contexto
previamente conhecido pelos dois protagonistas, que é o da troca comercial.

A interação é dita social não somente por produzir significado, mas também por se
inscrever num contexto que influencia as ações de cada um dos indivíduos.

O aspecto mais importante da interação social é que ela provoca uma modificação
de comportamento importante nos indivíduos envolvidos, como resultado do contato e da
comunicação que se estabelece entre eles. Desse modo, fica claro que o simples contato
físico não é suficiente para que haja interação social. Por exemplo, se alguém se senta ao
lado de outra pessoa num ônibus, mas ambos não conversam, não está havendo interação
social (embora presença de uma das pessoas influencie, às vezes, o comportamento da
outra).

Os contatos sociais e a interação constituem condições indispensáveis à associação


humana. Os indivíduos se socializam através dos contatos e da interação social. A forma
mais típica de interação social é aquela em que há influência recíproca entre os
participantes. Mas alguns autores falam de interação social quando apenas um dos
elementos influencia o outro. Isso acontece quando um dos polos de interação está
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representado por um meio de comunicação apenas físico, como a televisão ou o livro.


Ocorre, nesse caso, uma interação não recíproca. Neste tipo de interação, apenas um dos
lados influencia o outro.[carece de fontes?]

A interação pode assumir diferentes formas. Uma dessas formas é a relação social.
Relações sociais podem ser políticas, religiosas, culturais, familiares etc. Do ponto de
vista sociológico, uma interação social representa uma troca elementar, de curta duração,
enquanto uma relação social envolve uma sequência de interações entre as mesmas
pessoas ao longo do tempo.

DIFERENÇAS ENTRE INDIVÍDUO E SOCIEDADE


A visão dicotômica entre indivíduo e sociedade é fundamental nas Ciências Sociais, e faz
parte dos primórdios do desenvolvimento da Sociologia, que surgiu em meio a um
crescente processo de industrialização iniciado ainda no século XVIII e que levou ao
surgimento de inúmeros problemas sociais no inicio do século seguinte, quando surgiu a
disciplina. Podemos dizer que as transformações ocorreram pela transição de uma
realidade rural para um ambiente urbano e industrial. O advento de estruturas sociais mais
complexas fez com que os homens se vissem na necessidade de compreendê-las. Brota
uma nova ciência que, partindo do instrumental das ciências naturais e exatas, tenta
explicar a realidade, estudando sistematicamente o comportamento social dos grupos e as
interações humanas.

Basicamente buscou-se compreender que todas as relações sociais estão conectadas,


formando um todo social, que chamamos de sociedade. A passagem de uma sociedade
rural para uma sociedade urbana, com a formação de grandes cidades, abriu novos
espaços de sociabilidade, em que conviveram pessoas diferentes e estranhas umas às
outras, com objetivos e motivações distintas. Esses novos espaços substituíram os
espaços tradicionais de relações. Essa transição é essencial para compreender a
sociologia. O rápido processo de urbanização provocou a degradação do espaço urbano
anterior, do meio ambiente, e a destruição dos valores tradicionais. As indústrias atraíram
as populações rurais para as cidades.

WEBER X DURKHEIM
Dois dos principais mestres da sociología clássica compreenderam de maneira diversa a
relação entre indivíduos e sociedade.
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Enquanto Emile Durkheim priorizou a sociedade na análise dos fenômenos sociais,


considerando-a externa aos indivíduos e determinadora de suas ações, Max Weber
entendia ser preponderante o papel dos atores sociais e as suas ações. Weber entendia a
sociedade como o conjunto das interações sociais. A “ação social”, objeto de estudo
weberiano, toma este significado quando seu sentido é orientado pelo conjunto de pessoas
que constituem a sociedade.

Para Durkheim, os fatos sociais são anteriores e exteriores aos indivíduos, exercendo
sobre eles um poder coercitivo que se impõe sobre as vontades individuais. Num sentido
oposto, Weber priorizou as ações individuais para compreender a sociedade,
considerando-as como um componente universal e particular da vida social, fundamental
para se conhecer o funcionamento das sociedades humanas, em que vigoram as interações
entre indivíduos e grupos sociais.

MEIOS DE COMUNICAÇÃO, NOVOS AGENTES DE SOCIALIZAÇÃO


As tecnologias da comunicação nos tempos atuais, como outrora foi a fala no alvorecer
da humanidade e a escrita no raiar das civilizações, invadiram a vida social, infiltrando-
se nos espaços. É a partir delas e com elas que a comunicação e a informação alcançaram
alto nível de capilaridade, inundando o espaço e a vida privada, instalando-se no cotidiano
doméstico como uma presença constante e indeclinável. As telecomunicações e a
informática se enredam cada vez mais nesse cotidiano doméstico, elaborando novas
maneiras de convívio familiar, trazendo para nossas casas novos atores, novos agentes de
socialização.

O que mais se podia esperar de uma geração que teve como agente de socialização
a televisão, tem como amigo do peito o computador, como meta o vestibular e como
opção de lazer os espaços fechados e seguros dos centros comerciais? (NASCIMENTO,
2005, p. 24).

Cocnlcusão
Terminando o tabalho pude costatar que as tecnologias da comunicação nos tempos
atuais, como outrora foi a fala no alvorecer da humanidade e a escrita no raiar das
civilizações, invadiram a vida social, infiltrando-se nos espaços. É a partir delas e com
elas que a comunicação e a informação alcançaram alto nível de capilaridade, inundando
o espaço e a vida privada, instalando-se no cotidiano doméstico como uma presença
constante e indeclinável. As telecomunicações e a informática se enredam cada vez mais
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nesse cotidiano doméstico, elaborando novas maneiras de convívio familiar, trazendo


para nossas casas novos atores, novos agentes de socialização.

Entende-se que os papéis que adquirimos nas nossas experiências e relações vão designar
o modelo de comportamento que caracteriza nosso lugar na sociedade. Esses papéis
podem ser objetivos ou subjetivos. Em relação a isso, Savoia (1989, p. 57) assevera que
outro especto do papel social é que ele pode ser objetivo – aquilo que os outros esperam
de nós, ou subjetivo -, como cada indivíduo assume os papéis de modo mais ou menos
fiel aos modelos vigentes na sociedade. Quando esses dois aspetos não coincidem, podem
transformar-se em obstáculo na interação social.
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Referencias Bibliográficas
SERVA, M. ; ANDION, C. Teoria das organizações e a nova sociologia econômica: um
diálogo interdisciplinar. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 46, n. 2, p.
10-21, 2006

BANDEIRA, M. de L. Antropologia: cultura e sociedade no Brasil. Cuiabá: EdUFMT,


1995.

DURKHEIM, Émile. As regras do método sociológico. 11. ed. São Paulo: Ed. Nacional,
1984.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Intera%C3%A7%C3%A3o_social

http://educacao.globo.com/sociologia/assunto/conflitos-e-vida-em-sociedade/individuo-
e-sociedade.html

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