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FACULDADE ANHANGUERA – UNIDERP

Curso de Administração – 2º Semestre/2013

JULIANA MACHADO DE OLIVEIRA - RA: 6377211229


KELLY CRISTINA LEITE GOMES - RA: 6705325731
SUELI DIAS DO NASCIMENTO BARBOSA - RA: 6396234494
WARLEI DIAS DO NASCIMENTO - RA: 6542248857

AS CIÊNCIAS SOCIAIS
E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE

Pindamonhangaba/SP
Novembro/2013
Professor (a) EAD: Profª Claudia Benedetti
FACULDADE ANHANGUERA – UNIDERP
Curso de Administração – 2º Semestre/2013

AS CIÊNCIAS SOCIAIS
E SUA REPRESENTAÇÃO NA SOCIEDADE

Atividade Prática Supervisionada (ATPS) da


Disciplina de Ciências Sociais do 2º Semestre do
Curso de Administração da Faculdade
Anhanguera - UNIDERP, sob a orientação do
Prof. Luiz Fernando Ventura (Tutor Presencial).

Pindamonhangaba/SP
Novembro/2013
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................................................... 04

1. CONCEITOS DE CULTURA, INDIVÍDUO E SOCIEDADE ....................................................... 04

2. VISÃO DE PETER BERGER E THOMAS LUKMANN ............................................................... 05

3. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE ............................................................................. 06

4. TRABALHO, CONSUMO E SOCIEDADE .................................................................................... 09

5. INTERAÇÕES SOCIAIS EXISTENTES NO COTIDIANO DA SOCIEDADE ATUAL ............. 11

6. DIVERGÊNCIAS SOCIAIS ............................................................................................................ 12

7. RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE ............................................................... 14

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 15

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................. 16


INTRODUÇÃO

Este trabalho tem o objetivo entender o que as Ciências Sociais representam na vida
dos indivíduos em sociedade – sua origem, desenvolvimento, organização, grupos sociais e
cultura. Além de mostrar as relações entre os indivíduos e o grupo (coletivo), o estudo dessas
ciências permite interpretar problemas e refletir sobre os processos de transformação destas
relações sociais.
Além disso, visa apresentar as principais características dos agentes de socialização e
informar como e qual a importância do processo de socialização que acontece na infância,
onde são introduzidos em nosso aprendizado regras, costumes e crenças, do que é considerado
e estabelecido pela sociedade como sendo certo ou errado. Os principais agentes no processo
de socialização são: a família que introduz os primeiros contatos sociais; a escola que
proporciona o contato e o convívio com mais pessoas interagindo assim com mais aspectos
estabelecidos dentro da mesma comunidade; e as organizações, onde ele irá se comunicar com
os grupos de status que mudam de acordo com a idade e principalmente os meios de
comunicações que com a massificação no acesso a informação possui um poder jamais visto,
pois nos mostra todos os modelos, atitudes e comportamentos que irão influenciar para o bem
ou mal a atitude dos indivíduos dentro da sociedade.
Todos esses agentes são de fundamental importância para que se forme a
personalidade de cada um e como ele irá relacionar em grupo ou estrutura social.

1. CONCEITOS DE CULTURA, INDIVÍDUOS E SOCIEDADE

 Cultura: É um todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito,
costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro da
sociedade. Do ponto de vista das ciências sociais, sobretudo conforme a formulação de
Taylor, a cultura é um conjunto de idéias, comportamentos, símbolos e práticas sociais
artificiais (isto é, não naturais ou biológicos) aprendidos de geração em geração por
meio da vida em sociedade. De acordo com Ralph Linton, “como termo geral, cultura
significa a herança social e total da Humanidade; como termo específico, uma cultura
significa determinada variante da herança social. Assim, cultura, como um todo,
compõe-se de grande número de culturas, cada uma das quais é característica de um
certo grupo de indivíduos”.

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 Indivíduo: É cada ser contemplado isoladamente, com atributos particulares de
unicidade, distinguindo-se dos demais. Refere-se à personalidade, a singularidade do
ser. O indivíduo, enquanto entidade única, a individualidade. Refere-se à identidade,
aquilo que determina uma pessoa como "única" em relação aos outros. A
individualidade está profundamente ligada à percepção de si, e cada abordagem, sendo
ela filosófica ou científica, determina a construção da identidade dentro sua
abordagem. Para as Ciências Sociais é cada membro que formam uma sociedade.

 Sociedade: É o conjunto de pessoas que compartilham propósitos, gostos,


preocupações e costumes, e que interagem entre si constituindo uma comunidade. É
um grupo de indivíduos que formam um sistema semiaberto, no qual a maior parte das
interações é feita com outros indivíduos pertencentes ao mesmo grupo. Uma sociedade
é uma rede de relacionamentos entre pessoas. Uma sociedade é uma comunidade
interdependente. O significado geral de sociedade refere-se simplesmente a um grupo
de pessoas vivendo juntas numa comunidade organizada. É todo um grupo de
indivíduos que compartilham uma mesma cultura.

2. VISÃO DE PETER BERGER E THOMAS LUKMANN

Para Berger e Luckmann, a realidade é construída, cabendo à sociologia do


conhecimento o estudo deste processo e para que isso ocorra as questões referentes à
realidade e ao conhecimento são imprescindíveis.

Berger e Luckmann desenvolvem uma teoria sociológica baseada nos problemas


concretos desta disciplina, não se preocupando com seus fundamentos filosóficos.

O interesse deles é a realidade da vida cotidiana, que se apresenta como uma realidade
subjetiva. Com base no estudo da sociologia, os autores analisam a realidade sem questionar
seus fundamentos, até porque se questionassem estariam entrando em méritos que não
condizem com a intenção de interpretar a realidade simples da vida cotidiana. Embora
existam múltiplas realidades a que impera é a realidade da vida cotidiana. Nesta realidade não
se pode ignorar a consciência e esta é exigida ao máximo, onde
a inserção do homem é pré-estabelecida, ele tem que se adaptar a realidade, lidando com os
conceitos pré-estabelecidos.

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A capacidade de se inter-relacionar com o outro é característica da realidade vida
cotidiana, e essa interação com os outros é o que difere a realidade cotidiana das outras
realidades.

Berger e Luckmann tratam das situações que podem ocorrer entre as relações mais
simples do dia a dia, não só no que é dito, mas como é dito, assim como as expressões em que
esta linguagem acontece, neste processo de conversação torna-se mais difícil a ocorrência de
má interpretação durante a interação.

A interação social é essencial na realidade da vida cotidiana, através dessa interação o


outro se torna efetivamente próximo, facilitando conhecê-lo. Apesar da interação face a face
ser a maneira mais eficaz de obter informações sobre o outro, não é possível compreendê-lo
inteiramente.
É difícil impor padrões referente às interações face a face, ainda que a realidade
cotidiana apresente esquemas que tipifiquem essa interações.

Ao nos relacionamos, tentamos moldar as pessoas nos padrões estabelecidos, sendo


normal mudarmos nossa opinião a partir do momento em que conhecemos melhor a outra
pessoa há necessidade de transmitir conhecimento da realidade para a vida cotidiana, através
dos sinais e da linguagem.
Em suma, essa obra explora o problema da construção social da realidade a partir dos
alicerces do conhecimento na vida cotidiana. Mostra ainda que a sociedade pode apresentar-se
ao indivíduo como uma realidade objetiva (institucionalização ou legitimação), ou também
como realidade subjetiva (interiorização ou identificação).

3. A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE

A intenção do autor na obra “A Construção social da realidade” é mostrar que a


realidade do senso comum pode ser influenciada pelas idéias. A obra mostra a realidade o que
constitui a realidade cotidiana do mundo. Segundo o autor, para entender a realidade da vida
cotidiana é necessário ter ciência de que a filosofia é inerente a essa construção.
O mundo da vida cotidiana não é apenas uma garantia dada pelos membros da
sociedade, mas também surgem de aspectos particulares como pensamentos e ações. O autor
entende que a melhor técnica de para atender a natureza dessa realidade é a fenomenologia, já

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que essa se constitui como uma técnica descritiva empírica, mas não cientifica do ponto de
vista de ciência empírica.
O senso comum tem diversas interpretações sobre a realidade cotidiana, sobre os
objetos se apresentam a consciência como sendo de diferentes esferas da realidade. Segundo o
autor a realidade se forma a partir da relação com outro. Mas o sentido de realidade nesse
livro é de coisas corpóreas ou materiais, ou seja, eu chamo de realidade objetiva as coisas que
eu sei que existem porque são corpóreas (corpóreas no sentido de possuir significado). Por
exemplo, devemos ter na mente como saber reconhecer seus semelhantes que se deparam na
vida diária e ciência sobre os desencarnados que aparecem em meus sonhos. Não posso dizer
que aquele sujeito que morreu e apareceu no meu sonho é real, mas eu posso dizer que ele já
foi real e que ele ainda está em minha realidade por meio da lembrança. Logo, devemos
entender o mundo como tendo múltiplas realidades, porém, dentro dessas realidades a mais
importante é aquela da vida cotidiana e essa é a predominante. Por exemplo, eu pego um
ônibus todos os dias, nesse ônibus vejo as mesmas pessoas, desço do ônibus, vou até uma
padaria e sou atendido pelo balconista. Esses objetos fazem parte da minha realidade, porém,
se eu me atrasar essa realidade muda, as pessoas do ônibus não serão as mesmas, o balconista
não será o mesmo e etc. Ou seja, diante da minha realidade há uma série de outras realidades
que existem independentes da minha.
Estendendo a realidade da vida diária como sendo ordenada em padrões que são
independentes, ela aparece ordenada por objetos que já estão lá antes da minha entrada em
cena, por exemplo, o ônibus que pego diariamente esta lá independente de mim, ele vai
passar, as pessoas vão trabalha e etc.. A realidade está organizada em torno do “aqui”, do meu
“corpo” e do “agora”; esse é o foco da minha atenção.
A realidade é muito grandiosa. O autor diz que as coisas ganham significados por
meio da linguagem, a linguagem delimita as coordenadas da minha vida e enche os objetos de
significados. A realidade é uma construção de uma cadeia de sínteses que surgem da idéia de
alguém. A realidade é uma construção material da idéia de alguém. Por exemplo, alguém
imaginou um carro, fez com que isso saísse da mente e materializou e a partir dessa
materialização eu posso afirmar que o carro existe objetivamente por que eu posso senti-lo
empiricamente. A realidade cotidiana é controlada por variáveis que são tempo e espaço e isso
mostra que a vida cotidiana é abandonada por diversos graus de proximidade de objetos. Ela
muda de acordo com tempo e espaço, o que era ontem amanha será outra coisa por conta
dessas variáveis. A realidade mais próxima é aquela cuja meu corpo está invólucro, pois essa
zona contém o mundo do meu alcance, essa realidade é a que eu posso modificar.
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O autor fala ainda que o ser humano apenas se interessa pela realidade útil a ele, pois
sabe que muito provavelmente não poderá viver a realidade como um todo, por exemplo:
Estou agora na faculdade, está frio e estou assistindo uma aula chata e lá em Boituva tem o
centro nacional de pára-quedismo, está um dia ensolarado; Eu posso viver a realidade de
agora de estar na sala, não é possível estar lá em Boituva nesse momento, então vou me
interessar pela aula, pois é o que estou vivendo agora. Se ampliarmos esse exemplo, podemos
dizer que se sou muito pobre, jamais poderei ir a Suíça, portanto vou viver a minha realidade
pobre. A realidade surge da relação com o outro, é impossível construir minha realidade sem
ter contato com os outros. Deve-se saber que esses outros têm uma referencia da realidade
diferente da minha, pois o meu “aqui” é “lá” para ele, mas de qualquer modo vivemos todos
em um mundo comum repleto de significados.
A realidade cotidiana é sempre partilhada e o mundo mais coerente é a interação que
ocorre frente a frente. A realidade objetiva esta muito ligada com o corpóreo, pois nesse
contexto há uma realidade que podemos modificar. Nas situações frente a frente o outro é
aprendido por mim, sendo que há uma interação, intercâmbio de expressividade, “vejo e
interajo por sorrisos, diálogos e reciprocidade dessas expressões”. Obviamente o outro pode
ser real sem estar frente a frente, entretanto ele só é real de modo não tangível e subjetivo, só
que a subjetividade é particular e apenas nós mesmos a conhecemos completamente. Aqui é
onde se encontra a sacada do autor, pois ele diz haver a realidade e a realidade objetiva. A
realidade objetiva é mais ligada ao corpóreo, sendo que a realidade pode ser composta por um
fator subjetivo não tangível, mas mesmo não sendo tangível faz parte da nossa própria
realidade objetiva de modo subjetivo.
Segundo o autor, a subjetividade do outro, eu só tenho acesso por meio de um numero
de indicadores corporais ou descritivos e até mesmo por meio de objetos que representam a
representação da subjetividade do outro. Por exemplo, se eu vejo um sorriso, percebo que o
outro está feliz, a felicidade é algo subjetivo, se vejo lágrimas percebo outra subjetividade do
outro. Ou se eu vejo no escritório de um advogado uma cadeira superconfortável, imagino que
esse advogado goste de conforto, sei disso por meio dos indicadores. Sendo assim, sempre
estou rodeado de objetos que indicam as subjetividades dos outros mesmo quando não os
conheço bem ou se nunca tive contato com eles. Pois todo e qualquer objeto é dotado de
marcos da produção humana.
O processo tipificador é o mediador entre idéia e cotidiano. É como se esse processo
fosse um banco de dados onde armazeno as idéias de como as coisas são concretamente
falando. Tipifiquei que o ônibus passa as 7 da manha, se ele não passar eu posso afirmar que
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ele está atrasado pois deveria passar as 7. O ganho que isso trás é que cada indivíduo pode
prever ações do outro. Esse controle é muito interessante quando se vê a divisão de trabalho,
pois o livra da tensão, poupa tempo e esforço nas tarefas em que estejam empenhados. Isso
significa que os envolvidos estão construindo um fundo no sentido acima expostos que servirá
para estabilizar suas ações juntas e separadas.
Para que ocorra a tipificação recíproca que descrevemos é preciso que haja uma
situação social continuada, na qual as ações habituadas sem entrelaçam. Segundo o autor a
sociedade é um produto humano, a realidade é uma realidade objetiva e o homem é um
produto social. Ao mesmo tempo o mundo institucional exige legitimação, isto é, modos pelos
quais pode ser explicado que o homem é um produto social.

4. TRABALHO, CONSUMO E SOCIEDADE

“A classe operária vai ao paraíso”, filme que se passa em meados da década de 70,
época em que a Revolução Industrial predominava e os operários realizavam trabalhos
extremamente pesados em fabricas sem remuneração satisfatória. Ele conta a história de Lulu
Massa, um operário que é consumido pelo capitalismo e dedica toda a sua vida ao trabalho,
sempre dedicado e ultrapassando todas as expectativas da empresa, não sendo muito bem
visto pelos colegas operários.
Ele é o tipo “operário-padrão”, que se submete voluntariamente a um ritmo desumano
de produção, na tentativa de ganhar um valor extra no salário referente a uma premiação por
peça. O movimento sindical local está contra esse sistema de produção por peça, que
representa um retrocesso em relação à remuneração por tempo de trabalho. Mas Lulu ignora a
luta. Pior que isso, ele se presta a servir de parâmetro sobre a produtividade dos colegas,
quando os engenheiros de produção passam a exigir que os demais produzam tantas
peças/tempo quanto ele. Com isso, Lulu atrai a hostilidade de todos, não só dos colegas e dos
militantes sindicais, mas também da mulher com quem vive e até de si mesmo. Este é um
exemplo da condição do operário sob o capitalismo.
O “operário-padrão”, sem consciência de classe, acredita que o trabalho duro pode lhe
dar os meios para melhorar de vida. Por acreditar nisso, persegue as metas traçadas pelos
patrões. Mas o dinheiro nunca é o bastante para satisfazer a todas as necessidades. De nada
serve uma casa mobiliada, de nada serve a televisão. Aliás, se tivesse algum interesse em
cultura, Lulu não teria tempo nem forças para dedicar-se à atividade de apreciar qualquer

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forma de arte ou literatura. Nem sequer a satisfação sexual ele consegue devido à devastação
física do trabalho. Ou seja, em todos os sentidos, o trabalhador é um ser mutilado, um homem
pela metade, esmagado e triturado diariamente pela rotina massacrante. Lulu gira em círculos
com sua raiva, frustração, desânimo, sem saber como encontrar a solução para a existência
autodestrutiva em que vive.
O operário Lulu Massa se encontra em sua casa cercado de objetos sem utilidade e
sem valor, que depois de adquiridos não podem ser consumidos nem sequer revendidos, que
dirigem a sua vida e dos quais não pode sequer usufruir. O status de vida pequeno-burguesa
ambicionado por sua companheira sacrifica até a convivência no ambiente do lar, tornado
infernal por brigas constantes. Na civilização burguesa é mais importante conservar os objetos
do que satisfazer os seres humanos. Sob o capitalismo, o operário deve se contentar em
vender a sua força de trabalho ao capitalista e adquirir em troca a possibilidade do consumo,
sem o direito de questionar para que trabalhe e porque deve consumir o que lhe é oferecido.
Ele tem um papel na sociedade, o qual lhe cabe cumprir servilmente. Não lhe é dado opinar,
decidir, escolher, propor nada, visto que a administração da sociedade está totalmente fora de
seu alcance, entregue a um mecanismo distante e impessoal. Lulu não sabe nem sequer quem
é o proprietário da fábrica, a pessoa que dirige o empreendimento.
Não há mais um capitalista empreendedor. Há uma sociedade de pessoas que
participam em maior ou menor grau da propriedade capitalista. Uma sociedade de pessoas que
se põem em relação ao dinheiro como meios para o fim da acumulação. Nessa medida, o
capitalista é tão alienado quanto o trabalhador, embora a alienação tenha diferentes efeitos
sobre cada um. Nessa última dimensão do processo, o trabalhador acaba alienado de si mesmo
como homem e dos outros homens.
Para o capital, é indiferente a individualidade das pessoas de que se serve. Lulu
encarna essa mentalidade quando não se interessa sequer pelo nome dos operários a quem dá
treinamento. Só interessam ao capital como fonte de força de trabalho. O homem deixa de ser
sujeito e de ter valor enquanto indivíduo, para ser mero repositório quantitativo de força de
trabalho. O homem se torna estranho para outro homem e para si mesmo. Ele aprende que é
preciso derrubar um “muro”, metáfora das condições sociais capitalistas, que separam os
indivíduos da sua humanidade. É preciso superar a alienação. Entretanto, isso é mais fácil de
dizer do que fazer. Que o digam os ativistas que militam na porta da fábrica. Diariamente, um
grupo de agitadores, de megafone em punho, enfrenta a brutal indiferença dos operários que
entram na fábrica sem dar a mínima para o seu discurso, jogando ao chão os panfletos tão
logo os apanham, como uma manada de seres irracionais.
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O operário estava em seu limite e não podia mais aguentar. A revolução na época só
estava servindo para agravar misérias. Os burgueses praticamente não deixavam nem
migalhas no prato para o trabalhador se alimentar, não tinham horário, não tinham benefícios,
viviam escravos do trabalho. Chegou se o tempo que isso era necessário terminar, se isso não
terminasse pela antiga geração, provavelmente acabaria por nós, a atual geração.
A questão da evolução social transformou tanto o trabalho quanto o consumo gerando
uma sociedade frustrada com todos os avanços ao qual o trabalho mais o consumo geraram. A
humanidade tem a obrigação de trabalhar para seu sustento e sobrevivência, levando o fator
trabalho ao extremo, tanto nas empresas, nas ruas ou em casa ou qualquer lugar que se possa
ganhar dinheiro através do trabalho.
Essa mistura trabalho, consumo e sociedade foram umas das causas a qual mexeu com
todo o planeta levando as grandes guerras e desastres naturais tudo isso, mas a obsessão do ser
humano levar ao caos e desordem pelo resto do futuro desse mundo capitalista.

5. INTERAÇÕES SOCIAIS EXISTENTES NO COTIDIANO DA SOCIEDADE


ATUAL

Nesse atual contexto social em que vivemos, desde criança, já percebemos que cada
indivíduo da sociedade urbana é direcionado, motivado e influenciado em seu
desenvolvimento tendo em vista, de alguma forma, as características do mercado de trabalho e
as estruturas do consumo próprias da nossa sociedade contemporânea. Um exemplo é a
escolha da formação acadêmica, as opções de aquisição de conhecimentos, a valorização e a
carga simbólica emprestada a determinadas atividades, instituições, profissões e marcas de
produtos e serviços, tudo isso está inserido numa enorme engrenagem que mantém em
funcionamento o sistema político-econômico capitalista neoliberal globalizado que nos
envolve. Além disso, esses direcionamentos aparentemente inofensivos apresentam, em
algum grau, um incentivo mais ou menos explícito à manutenção do jogo da concorrência
empresarial, da competitividade dos espaços de trabalho, da elevação dos padrões e da
quantidade de consumo, entre outras coisas. Trabalho e consumo, na nossa sociedade,
possuem características interdependentes.
Algumas coisas importantes para se pensar o modelo de trabalho e de consumo cuja
crítica é proposta são, por exemplo, a economicidade, a competitividade e a idolatria de certo
desenvolvimento, temas que dominam os discursos típicos empresariais e do interesse dos

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grandes capitais em geral. Esses temas têm hoje uma força tal que chega a ser dotada de
evidência, baseada em pressupostos assumidos indefinidamente pela sociedade e reafirmados
dia a dia, muitas vezes sem qualquer reflexão acerca de alternativas, pela mídia, pelos
governos e pelo senso comum. A necessidade e o valor emprestado à criação de postos de
trabalho com a instalação de uma grande empresa, por exemplo, em muitos casos, atropela
institutos legais, passa por cima de interesses de outros grupos, justifica agressões ao meio-
ambiente, justifica a transferência de valores públicos para o capital privado, entre outras
coisas.
Nessa esteira, quando se fala aqui do trabalho e do consumo envolvidos no
funcionamento da organização social pautada no atual modelo político-econômico, não se
trata de qualquer trabalho e de qualquer consumo. Há um modelo de trabalho e um padrão de
consumo bem delimitados, com características próprias e de contornos relativamente precisos,
segundo a nossa sociedade se organiza, se desenvolve e se compreende.

6. DIVERGÊNCIAS SOCIAIS

O documentário “Bumbando” se inicia com uma breve história do surgimento da


moeda. Cenas marcantes são mostradas nesta fase do documentário, tais como, duas mãos
cheias de moedas e outras sujas com uma única moeda. Podemos compreender somente com
essas imagens que a desigualdade social é extrema, ou seja, a concentração de dinheiro na
mão de poucos enquanto muitos sobrevivem com baixas condições. Essa situação se
configura como um abismo, onde poucos têm muito e outros, que são a grande maioria, quase
nada. A ambição pode ser citada como um dos principais defeitos do homem a qual auxilia na
formação da desigualdade social.
Com a falta de oportunidade e de acesso, as pessoas carentes começam a construir suas
casas em áreas de risco. No caso do documentário, várias famílias construíram casas em um
lixão desativado, o Morro do Bumba, em Niterói. Esse morro abrigou de 1970 até 1986, o
segundo lixão de Niterói. O primeiro funcionou durante muitos anos no aterrado de São
Lourenço.
No começo da desativação do lixão do Morro do Bumba, proibiram a ocupação do
local, mas com a falta de fiscalização foram construídas casas de alvenaria. Ao invés de
reprimir a ocupação irregular e assim evitar um problema maior, o poder público incentivou a

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urbanização do local com instalação de saneamento básico, energia elétrica, escola municipal
e até o Programa Médico da Família.
O que nota-se é uma culpa geral, pois também a população, segundo o documentário,
sabia do risco de construírem naquele local. Soluções para a crescente ocupação e construção
em áreas de risco seria uma cobrança maior da população com os governantes, exigindo
moradias dignas e da parte do governo caberia inibir e controlar através de freqüentes
fiscalizações a construção de moradias em locais não apropriados para tal.
Já o documentário “Ilha das Flores”, de forma divertida, apesar de ser um assunto
sério, mostra como funciona o mundo do consumo. A primeira cena marcante é onde várias
mulheres e crianças de todas as idades recolhem restos de alimento que foi recusado na
alimentação de porcos e um homem comendo sentado no lixão. Essas imagens são tocantes
pelo fato de pessoas carentes comerem o que foi recusado pela sociedade de consumo e
depois recusado novamente como alimento para porcos.
O consumo da população é cada vez maior chegando a ser incontrolável. Tudo que
pela avaliação de cada um, não tem como aproveitar acaba sendo desprezado na lixeira.
Quem não tem o dinheiro para consumir procura nos lixões o que comer e vestir procura a
sobrevivência nos restos da sociedade consumista.
O poder público não toma atitudes para reverter quadro. Essa fatia da população
demonstrada nos documentários a qual é comumente uma quantidade de filhos muito grande,
morarem em locais de risco e se alimentarem de forma inadequada, é gerada pela falta de
dinheiro e oportunidades. Restado para elas viverem dos restos dos lixões das cidades.
Enfim, a desigualdade social é um problema crescente no mundo, como bem retrata os
documentários uma grande parte da população não é favorecida como o sistema capitalista.
Poucas ações foram feitas no decorrer de tantos anos para amenizar esse problema. Quem
consome mais gera mais lixo e é desse lixo que muitas pessoas vivem e sustentam suas
famílias. Pensar em como melhorar a vida destas pessoas e do meio ambiente é o grande
desafio contemporâneo e do futuro. Portanto essa sociedade discriminada merece uma atenção
especial dos governantes e do restante da sociedade.

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7. RESPONSABILIDADE SOCIAL E MEIO AMBIENTE

O documentário “Pajerama”, do diretor Leonardo Cadaval, nos trás uma visão critica e
abrangente do tema sendo que na sociedade em que vivemos tudo está muito difícil, as
pessoas estão preocupadas com enriquecimento rápido sem se preocupar com o meio
ambiente e com o mundo na qual ele próprio vive desmatando e poluindo as matas e
assoreando rios, fazendo com que seja impossível a habitação e a convivência múltipla.
O tema central do documentário foi o índio e a sociedade, ou seja, a modernidade e a
globalização, com tanta diferença social o ser humano esta preocupado em sempre ter não tem
uma visão de que devemos nos preocupar com a vida com o que estamos construindo se
estamos sendo responsáveis com nós mesmo, com as gerações futuras, com o planeta, o meio
ambiente e as questões sociais de sobrevivência e de humanidade.
Afinal, como cidadãos devemos cobrar por justiça social e igualdade racial, étnica e
cultural entre as pessoas, os índios estão sendo marginalizados e a sociedade nada faz ou se
quer se manifesta sobre estas questões, muitas pessoas passando fome pelo mundo, tanta
diferença social e por isso devemos priorizar os mais necessitados os carentes de vida e
justiça.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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As Ciências Sociais estuda sistematicamente o comportamento social do ser humano e
tem como objetivo ampliar o conhecimento sobre o mesmo em suas interações sociais e
estudar a ação social em suas diversas dimensões.
Uma das divisões das Ciências Sócias é justamente a Sociologia que visa estudar a
sociedade, desde sua organização social até os processos que interligarão os indivíduos. A
Sociologia observa os fatos repetitivos nas relações sociais, conseguindo assim dar
explicações teóricas ou até mesmo gerais a respeito do fato social não se esquecendo da
preocupação com os eventos que são únicos, podemos aí citar como exemplo, o inicio do
capitalismo e através da Sociologia explicar sua importância e até mesmo os significados que
esses eventos ocupam na vida das pessoas.
Podemos dizer que a Sociologia nasce dentro da própria sociedade, e é justamente por
isso que essa disciplina pode significar o reflexo dos interesses gerais de uma categoria social
ou ainda ter uma função ideológica, sendo contrário ao ideal de objetividade e neutralidade da
ciência. Expondo nesse sentido o paradoxo das Ciências Sociais, que em contrapartida as
ciências da natureza, as ciências da sociedade estão inseridas em seu próprio objeto de estudo,
visto que o conhecimento passa a ser um produto social.
A cultura consiste nos valores de um dado grupo de pessoas, nas normas que seguem e
nos bens materiais que criam. E não há como pensar em sociedade e individuo sem pensar em
cultura. A sociedade se constrói na interação com a cultura de cada homem. Cada indivíduo,
com culturas diferentes, faz parte da sociedade e nela se ajusta. Portanto, cada indivíduo deve
ser analisado de acordo com o contexto de suas condições e situações sociais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DIAS, Reinaldo. Fundamentos da Sociologia Geral. Campinas: Alínea, 2010.

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A CLASSE operária vai ao paraíso. Diretor: Elio Petri. Roteiro: Elio Petri, Ugo Pirro.
Elenco: Gian Maria Volontè, Mariangela Melato, Salvo Randone, Gino Pernice, Luigi
Diberti,Flavio Bucci, Mietta Albertini, Donato Castellaneta, Renata Zamengo, Giuseppe
Fortis. Filme 126 min./cor. Itália, 1971.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade. Rio de Janeiro:


Editora Vozes, 1999.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas. A construção social da realidade: tratado de


sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes, 2006.

BUMBANDO. Diretor: Coletivo Cinema para todos. Rio de Janeiro, 2010. Disponível em:
<http://portacurtas.org.br/filme/?name=bumbando> Acesso em: 15/10/2013.

ILHA das Flores. Diretor: Jorge Furtado. RS, 1989. Disponível em:
<http://portacurtas.org.br/filme/?name=ilha_das_flores>. Acesso em: 16/10/2013.

PAJERAMA. Diretor: Leonardo Cadaval. São Paulo, 2008. Disponível em:


<http://portacurtas.org.br/filme/?name=pajerama>. Acesso em: 16/10/2013.

SANTOS, José Luiz dos. O que é cultura. São Paulo: Brasiliense, 2006.

Site: <http://esscpsociologiaalfredogarcia.blogspot.com.br>
e Gestão, 2008 ( 2ª edição) Editora Atlas.

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