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1202887 Exame

Introdução às Ciências Sociais (Universidade Aberta)

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UNIDADE CURRICULAR: Introdução às Ciências Sociais

CÓDIGO: 41036

DOCENTE: Olga Magano

A preencher pelo estudante

NOME: Rute Isabel Cristino da Luz Carreira

N.º DE ESTUDANTE: 1202887

CURSO: Ciências Sociais

DATA DE ENTREGA:

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1.
A interdisciplinaridade das diversas Ciências Sociais, que consiste na troca de saberes,
visa a complementaridade do conhecimento, para melhor explicar os fenómenos sociais
na sua totalidade.
O real social é pluridimensional, e como tal, pode ser abordado de diferentes maneiras
pelas diversas Ciências Sociais, mantendo entre si relações de interdependência na
abordagem aos fenómenos sociais. As diferentes ciências analisam as mesmas
realidades, os mesmos fenómenos sociais, contudo, cada uma delas privilegia uma
perspetiva própria de análise, analisando de uma forma diferente aquela mesma
realidade. Os conhecimentos produzidos não se sobrepõem a outros, eles
complementam-se. A interdisciplinaridade e complementaridade entre as diversas
ciências leva a que as investigações realizadas numa disciplina qualquer possam ser
fundamentais para outra. Ou seja, o social é único, as formas de o abordar, as dimensões
a privilegiar é que variam consoante os interesses que orientam e a partir dos quais se
situa o investigador em Ciências Sociais, com a sua própria abordagem da realidade
social.
A distinção entre as várias Ciências Sociais resulta das próprias Ciências Socias pelo
fato de cada uma dessas disciplinas observar, abordar, analisar de uma forma diferente
aquela mesma realidade. A Economia, a Psicologia e a Sociologia não se distinguem
pelas realidades que analisam, mas sim pelas diferentes formas que o fazem, tendo, cada
uma delas, um objeto distinto.
A distinção feita ao objeto das várias ciências socias é motivada pelas perspetivas
diferentes sobre a abordagem de estudo à mesma realidade. As diversas ciências sociais
podem ser distinguidas a partir de quatro níveis de diferenciação. Fins ou objetivos que
comandam a investigação. natureza dos problemas de investigação que são definidos
pelos investigadores como objeto da sua pesquisa. As variáveis utilizadas para o estudo
desses problemas. Os métodos e técnicas de pesquisa empírica e de interpretação teórica
que os investigadores consideram adequados para trabalhar com as variáveis escolhidas,
resolver os problemas de investigação com que enfrentam e atingir os fins ou objetivos
mencionados.
As Ciências Sociais diferem umas das outras, basicamente por o “centro de interesse”
da investigação ser, para cada uma delas, diferente do de todas as restantes disciplinas e
principalmente no que diz respeito ao nível empírico. A entrada de migrantes na europa,
é bem visto por uns e mal visto por outros, uma vez que nem todos os países estão

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preparados para a inclusão destas comunidades. Existem, no entanto, maior abertura a


migrantes vindos países pobres não europeus do que muçulmanos, uma vez que os
cidadãos de países pobres, podem contribuir muito mais com trabalho que os cidadãos
portugueses não pretendem fazer, são muito mais “fáceis” de integrar na cultura
existente. Enquanto que os Muçulmanos, tem as questões religiosas muito patentes na
sua cultura, sendo que, é uma cultura muito mais difícil de conseguir integrar numa
sociedade onde as regras são muito diferentes das suas, nomeadamente o papel da
mulher na cultura europeia.

2.
A interdisciplinaridade, nas Ciências Sociais, significa o intercâmbio de saberes com
vista à complementaridade do conhecimento, para melhor explicar os fenómenos sociais
na sua totalidade.
O real social é pluridimensional e, por isso, suscetível de ser abordado de diferentes
maneiras pelas diversas Ciências Sociais. Estas mantêm entre si relações de
interdependência na abordagem aos fenómenos sociais. As diferentes ciências analisam
as mesmas realidades, os mesmos fenómenos "sociais totais", embora privilegiando
cada uma delas numa perspetiva própria de análise. Este intercâmbio entre disciplinas
leva a que, as investigações realizadas numa disciplina qualquer, possam ser
fundamentais para outra. Assim, é precisamente a mesma realidade humana e social que
vai interessar às diversas Ciências Sociais. Consequentemente, o social é único; as
maneiras de o abordar, as dimensões a privilegiar é que variam consoante os interesses
que orientam e a partir dos quais se situa o investigador em Ciências Sociais, com a sua
específica abordagem da realidade social. Ao pretendermos estudar um determinado
fenómeno social, devemos considerá-lo na sua multiplicidade de aspetos e procurar
várias perspetivas de análise que possam contribuir para uma melhor compreensão do
fenómeno. Este não se restringe à sua instância social, poderá ter implicações de vária
ordem, aos níveis económico, político, ideológico, demográfico, etc.
As várias características dos fenómenos sociais referem um intercâmbio entre as várias
disciplinas que mantêm entre si múltiplas relações de interdependência. O
conhecimento dos fenómenos sociais só se constrói mediante a complementaridade de
perspetivas, pois só deste modo o objeto de estudo em questão poderá ser compreendido
e explicado na sua globalidade e complexidade intrínsecas.

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3.
O processo de socialização é fundamental para o desenvolvimento/construção das
sociedades em diversos espaços sociais; é por meio da deste processo que o indivíduo
aprende e interioriza as regras e valores de determinada sociedade, de forma a adaptar-
se a ela. É um processo que advém das relações sociais estabelecidas entre indivíduos
durante a vida, ou seja, é um processo que decorre ao longo de toda a vida do ser
humano. Trata-se de um processo que nunca termina, uma vez que se inicia após o
nascimento e só termina com a morte. O processo de socialização tem 2 fases distintas:
a socialização primária e a socialização secundária. Socialização primária, é a primeira
socialização do individuo, logo após a nascença, que o indivíduo inicia, pois, o mesmo
nasce já com a predisposição para a sociabilidade e socialização; é nesta primeira fase
que são interiorizados as normas, valores e hábitos aceites na realidade social em que
está inserido. A família é o primeiro agente da socialização do indivíduo, e o agente
mais importante/fundamental desta primeira socialização. É também na socialização que
tem mais impacto e é a mais importante na medida em que vai servir de base de
estrutura para a socialização secundaria. Que é um processo posterior ao da socialização
primária. Ocorre na idade adulta do indivíduo; geralmente o indivíduo nesta fase, já se
encontra com a sua personalidade relativamente formada. É nesta fase, que surgem
outros agentes que passam a ter impacto na socialização do indivíduo. Na socialização
secundária, de um modo geral, a ligação emocional e a necessidade de identificação não
são tão avassaladoras como na socialização primária.
O processo de socialização varia de cultura para cultura e de família para família.
Na sociedade Moderna, apesar de a família continuar a ser o principal agente de
socialização, assiste-se ao estabelecimento de uma relação estreita com os outros
agentes de socialização e que, obviamente influenciam de forma inquestionável a
socialização dos indevidos. A escola, os grupos de pares, os meios de comunicação
social, são agentes de socialização muito relevantes para o indivíduo. Os locais de
trabalho, os grupos religiosos, também são exemplos de agentes de socialização, pois,
acabam também por alterar a vida dos indivíduos mudando alguns comportamentos e
atitudes.

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4.

O Quotidiano é um conjunto de ações e comportamentos que o indivíduo coloca em


prática no seu dia a dia, opcional ou obrigatoriamente, resultantes da alteração e
evolução das sociedades, bem como dos conflitos entre os agentes sociais que nelas
coabitam. A análise do quotidiano, como indicadora de determinados processos de
funcionamento e de transformação social, mas também de conflitos que opõem os
agentes sociais. Reconhecer que os atos de todos os dias são importantes para o estudo
de determinados comportamentos. Através do estudo do quotidiano pode-se aprender
muito sobre os indivíduos enquanto seres sociais. A sociedade como uma construção de
relações estabelecidas entre os seres sociais em que não é possível separar o quotidiano
do social. Sendo o objeto das ciências sociais, o mundo em que o indivíduo vive, ou
seja, as suas interações sociais, é com base no quotidiano que a análise sociológica
atribui significado aos fenómenos nele desenvolvidos, levantando questões quanto aos
factos sociais. Mais que úteis, estes conceitos estão interrelacionados do ponto de vista
das ciências sociais. Ou seja, estes conceitos têm utilidade no estudo das ciências
sociais, de forma a entendermos melhor as interações sociais e os seus problemas.
Podemos concluir que as relações sociais acabam por determinar ou condicionar o
quotidiano de cada indivíduo

5.
O Social é um processo que tem o ser humano e a sua maneira de estar no mundo de se
situar no contexto (entre si e os outros), como elemento dinâmico dominante.
São várias as ciências Sociais que se ocupam do Social, este é único, as abordagens
possíveis é que são várias. Os objetos de investigação por cada ciência são diferentes.
Importa salientar que as ciências sociais são uma fonte de conhecimento organizado que
têm como objetivo o estudo da vida social de indivíduos e grupos humanos,
debruçando-se sobre os fenómenos sociais. O facto sociológico não existe na realidade,
é um conceito, é uma generalização, uma seleção, uma construção do real social, a partir
de uma determinada teoria. A sociologia é a ciência que estuda a sociedade a partir das
relações que os seres humanos estabelecem entre si. O estudo da vida social humana,
grupos e sociedades, em que o seu tema de estudo é o nosso próprio comportamento
enquanto seres sociais.
O sociólogo está, assim, em contacto constante com a vida quotidiana das pessoas,

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mas ao longo dos tempos os sociólogos aperceberam-se que tinham que se abstrair
das rotinas familiares da vida quotidiana de maneira a poder olhá-las de forma
diferente, era necessário seguir uma perspetiva mais abrangente do modo como
somos e das razões pelas quais agimos. O sociólogo está, assim, em contacto constante
com a vida quotidiana das pessoas.

6.
A objetividade consiste na importância de definir as valorizações que podem
condicionar os princípios teóricas e investigações práticas.
O investigador de ciências sociais também faz parte de uma sociedade, e ao realizar
qualquer estudo sobre a realidade social este enfrenta diversos obstáculos, designados
por obstáculos epistemológicos que estão relacionados com o conhecimento que o
investigador possui da realidade social, a familiaridade com o social; o senso comum; a
dicotomia natureza cultura; a dicotomia individuo sociedade; o etnocentrismo e a
relação do investigador com os outros. É essencial para o investigador o processo de
rutura com os obstáculos epistemológicos no sentido em que esta ligação prejudica a
racionalização do processo de objetivação científica. A Familiaridade com o social,
além de investigador, ele próprio exerce um papel social na sociedade em estudo,
identificando-se com a cultura da sociedade e suas ideologias, possuído desta forma
conhecimentos do senso comum e realidade social, que poderá influenciar a criação de
teorias no processo de conhecimento científico. Senso comum que significa o
conhecimento que possuímos, desenvolvido ao longo do nosso processo de
socialização, baseado na vivência de experiências, nas ideologias e troca de opiniões
dos diversos grupos sociais onde socializamos.
Dicotomia natureza e cultura é reveladora do relativismo cultural embrenhado nas
sociedades e é uma forma de atribuir causas físicas e biológicas a comportamentos
sociais. Por um lado, o individuo é um ser físico e biológico, dotado de instintos, por
outro, o individuo é parte integrante de uma cultura, em que teve que aprender normas
para fazer parte dela sem conflitos, o que faz com que tenha comportamentos sociais
esperados pela sua cultura. Isto é, todo o comportamento social (cultura) tem uma base
biológica (natureza). A dicotomia individuo sociedade é importante a individualidade de
cada ser humano, tornando-o diferente de todos os outros, mas, no entanto, dificulta
explicações sociológicas, principalmente porque os comportamentos sociais de um
individuo são sempre imprevisíveis. Mas, no entanto, um individuo não vive sem

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sociedade, nem uma sociedade o é sem indivíduos. Se por um lado um individuo quer
acentuar a sua individualidade através de comportamentos sociais, por outro, terá que
respeitar as normas da sua sociedade, não podendo extrapolar o que é esperado dele. No
entanto, se o mote “todo o individuo é diferente, é singular” fosse levado até as últimas
circunstâncias, tornar-se ia impossível fazer analises e previsões de comportamentos.
Etnocentrismo é a sobrevalorização de uma cultura em detrimento de outra. É o modo
que cada individuo ou sociedade tem de ver o seu mundo como o centro de tudo, e a sua
realidade como a mais acertada, tomando tudo o resto por errado ou desfocado. Todo o
individuo considera a sua cultura como a melhor. Nesse sentido, o investigador terá que
ultrapassar esta obstáculo, mantendo uma mente aberta aquando a análise científica do
real social de uma cultura que não seja a sua.
Assim sendo, para conseguir a objetividade, o cientista tem que definir rigorosamente
os seus conceitos, tem que contrariar as interpretações do senso comum, tem que
questionar e colocar hipóteses de forma racional e objetiva, ou seja, tem que seguir uma
série de procedimentos e métodos científicos para conseguir o rigor que a ciência exige.
A ciência constrói-se, pois, contra o senso comum, uma vez que o senso comum é um
dos obstáculos epistemológicos dos investigadores de Ciências Sociais. É preciso olhar
para a realidade social com a objetivação proposta pelos métodos científicos das
Ciências Sociais.

Bibliografia:
Magano, olga (2014) Introdução às ciências Sociais, Universidade Aberta, eUAb/
coleção Universitária, nº7, ISBN 978-972-674-700-0 (e-book)

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