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Sociologia

Fenómenos sociais
realidade social
una atitude metodológica:

complexa interdisciplinaridade (psic,his,soc,geo,eco)

pluridimensional
várias ciências sociais estudam diferentes dimensões…

Realidade social
 conjunto de interações entre os indivíduos. Compreende as maneiras de sentir,
pensar e de agir e as relações sociais nos diferentes contextos sociais.
Os indivíduos juntam-se em grupos de variada dimensão, onde os comportamentos de
cada um influenciam os comportamentos dos outros. Entre eles estabelece-se um
conjunto de regras que orientam a sua atuação e é o cumprimento destas que garante a
sobrevivência de cada individuo e de cada grupo. A isto dá-se o nome de realidade
social.
Exemplos de interações sociais são ir à caça nas sociedades tradicionais ou ir a um
supermercado, que têm um significado para as respetivas comunidades. Alimentar-se é
a necessidade que justifica estas práticas, apesar de assumir formas diferentes.
Então, a ação humana desenvolve-se hum determinado espaço e numa certa época.
A necessidade de agir sobre o meio ambiente, de forma interativa e decidida,
originando relações particulares entre os indivíduos e formas de estar especificas, levou
a diferentes sistemas de organização social.

Complexidade da realidade social


Quando o ser humano está a transformar o meio ambiente, também se está a
transformar a si mesmo, num processo dialético entre ele e o meio, estabelecendo uma
relação de interdependência.
Entre os indivíduos e o meio ambiente vão acontecendo novas interdependências, que
desencadeiam outros processos de transformação dos espaços, das atividades, dos
valores, dos saberes, das relações sociais, das práticas e representações sociais inscritas
no espaço e no tempo. Estas interações complexas possibilita a compreensão da
complexidade da realidade social.

Ciências sociais
Todas as ciências sociais estudam a realidade social, isto é, os fenómenos ou factos
sociais, a partir de perspetivas diferentes.
As realidades sociais fazem parte de um grande conjunto, isto é, a vida social, apesar
das diversidades e particularidades. Esta é uma unidade complexa, que resulta da
multiplicidade de fenómenos sociais e é capaz de ser abordada conforme as perspetivas
disciplinares ou interesses diferentes.
A análise de um fenómeno social como o casamento pode ser feito tendo em conta, a
sua evolução histórica, os seus aspetos culturais, a relação existente entre a população e
os indivíduos em idade de casa e a importância económica das famílias, entre outros.
Cada centro de interesses será estudado por uma parte especializada das ciências
sociais.
A realidade social é sempre a mesma, que só é vista com a própria perspetiva de
ciências socias diferentes. Podemos falar da análise económica, analise política, analise
histórica ou sociológica, consoante a ciência ou quem observa a realidade.
As ciências sociais são complementares, porque estudam a mesma realidade social
una, ou seja, os mesmos fenómenos sociais totais, mas estudam-na a partir de
perspetivas diferentes, sendo que cada uma delas tem o seu objeto de estudo específico,
as suas teorias e conceitos, os métodos e técnicas próprios.
As ciências socias contribuem para a explicação mais completa e aprofundada da
realidade social. Interdisciplinaridade é o termo que se atribui à atitude metodológica
que quer integrar o contributo das ciências sociais, com o objetivo de encontrar uma
explicação e um entendimento mais profundo da realidade social.

O objeto de estudo da sociologia (factos sociais)


 factos sociais (Émile Durkheim): maneiras de agir, sentir e pensar, exteriores
aos indivíduos e que são dotadas de um poder de coerção por se lhes imporem
de fora.
Sendo que identificamos a sociologia como uma ciência social, temos de lhe atribuir o
estudo dos factos sociais. Alguns exemplos disto são: o divórcio, o trabalho, o
desemprego, o casamento, a integração social, entre outros.
A sociologia é uma ciência com uma perspetiva própria de análise, sendo que estuda
determinados aspetos das situações que acontecem na vida em sociedade ou na vida
social. Mas, nem todos os factos sociais são objetos de estudo da sociologia, como o
comportamento individual, mesmo que seja considerado resultado da inserção do
individuo em sociedade., sendo um caso particular.
A sociologia interessa-se por regularidades sociais, comportamentos sociais comuns,
isto é, praticas socias de grandes conjuntos de indivíduos, tendo um objeto de estudo
específico.

Características dos factos sociais


o Relatividade: os factos sociais devem ser contextualizados no tempo e no
espaço em que ocorrem. Estes são condicionados pelos elementos próprios e
estruturantes do respetivo contexto.
- Exemplo: quando assistimos a um roubo ou somos roubados reagimos de forma
negativa, porque na nossa sociedade roubar é um crime. Esta situação de roubo
pode ser vista de forma diferente em outras comunidades, em diferentes momentos
em que a propriedade privada não esteja institucionalizada ou em que os jovens
tenham de submeter a determinadas provas em que a perícia, destreza, a coragem, a
iniciativa e outras qualidades sejam testadas. O roubo nestas comunidades é um
facto social que faz sentido em determinados contextos, sendo que este é relativo
àquele agrupamento social, com um significado particular e diferente do mesmo
facto social se este ocorresse na nossa sociedade.

o Exterioridade: os factos sociais impõem-se de fora ao individuo como “coisas”


exteriores à sua consciência. Esta característica significa que tudo ocorre em
sociedade nos parece determinado exteriormente. Por exemplo, vestimo-nos de
forma igual, comemos cinco vezes por dias ou cumprimentamo-nos de forma
parecida, como se do exterior nos ordenassem tais comportamentos. Com isto,
podemos dizer que os factos sociais são exteriores aos indivíduos, como se a
sociedade nos impusesse tais modelos de comportamento,

o Coercitividade: a sociedade constrange os indivíduos ao cumprimento das


normas sociais e dos modelos de comportamento. A imposição anterior
concretiza a natureza coerciva dos factos sociais, ou seja, os comportamentos
que se afastam daquilo que é esperado, que é natural, implicando uma sanção
sobre o infrator. É a sociedade que impõe de forma coerciva, modelos para o seu
funcionamento. Podemos dizer que existe uma espécie de constrangimento ou
coação social que nos ameaça, caso tenhamos comportamentos não habituais aos
modelos sociais vigentes e, consequentemente, impostos.

Émile Durkheim foi o primeiro sociólogo a definir o objeto de estudo da sociologia,


tendo em conta que são um produto social que se impõe à evidencia, as coisas.

Conhecimento científico e senso comum


 Senso comum: baseiam-se em valores, preconceitos, tradições e falsas
evidências. É subjetivo (ex: o carácter de uma pessoa transparente no rosto; as
mulheres são mais dotadas para o trabalho doméstico);
 Conhecimento científico: baseiam-se no método científico, questiona as
conclusões. É objetivo (ex: não existe correlação definida entre as
características faciais e as da personalidade; tanto as mulheres como os
homens podem aprender e realizar os trabalhos domésticos).

Obstáculos epistemológicos do conhecimento científico


 Senso comum- já se percebeu que o senso comum constitui um obstáculo à
produção do conhecimento científico, sendo que o “sempre foi assim” surge
como atitude determinística difícil de romper.
 A familiaridade com o social- cada individuo faz parte do social, desta forma,
quando está a estudá-lo (o social) pode ter uma imagem distorcida. Ao longo da
vida vamos sendo confrontados com diversas manifestações da vida social.
Assim, estamos muito próximos dos fenómenos sociais e temos um
conhecimento destes que não é necessário mudar. Este conhecimento dificulta a
produção cientifica, porque não precisamos de o procurar, pois já o possuímos.
 A ilusão da transparência do social- os indivíduos consideram que conhecem a
realidade social por estar muito próxima. Os fenómenos sociais podem resultar
de inúmeras causas e promover inúmeros e diferentes efeitos. Então, para
conhecer não podemos ficar com o que parece ser, porque o social ilude-nos, ou
seja, os factos sociais parecem ser tão transparentes, tão facilmente explicáveis,
tão imediatamente apreensíveis que não merecem atenção para serem por nós
compreendidos. Os factos sociais são fenómenos complexos que resultam de
interações intensas e controversas. Então, é necessário procurar diferentes causas
e suas relações para aquele efeito. Portanto, a transparência do social é um
obstáculo à produção científica, pois acha que a investigação sobre aquilo que já
se sabe e é compreensível é dispensável.
 Naturalismo- considera a sociologia como uma ciência natural. No entanto,
nada mais é tão “antinatural” como o social.
 Individualismo- conceção segundo a qual a realidade social seria explicada
pelos comportamentos individuais sem se entender que estes são produtos da
sociedade. O individualismo é outro obstáculo, pois vê no individuo o único
elemento de decisão na ação social. A ação social não é determinada pelas
vontades individuais, mas pelas normas vigentes na sociedade. Apesar do
individuo ser um ser de liberdade, a sua prática social é imposta por modelos e
valores sociais que ele acaba por aceitar por força do processo de socialização e
do controlo social, sob pena de ser rejeitado pela sociedade. Por exemplo, a
maneira com um jovem se veste depende de uma decisão individual, sendo essa
decisão influenciada por modelos de comportamento social aprovados. A
realidade tem mostrado que os indivíduos vão modificando os modelos sociais
em função de fatores inevitáveis de mudança. Se não fosse assim, as sociedades
mantinham-se inalteráveis.

 Etnocentrismo: conceção em que a cultura do individuo que investiga é o


referente para analisar os fenómenos sociais. O etnocentrismo é outro obstáculo
ao conhecimento, pois faz da cultura do observador, a norma na analose de
outras realidades sociais. Então, o que não pertence à sua cultura é considerado
negativo, não civilizado ou inculto. Toda a cultura é exclusiva de um grupo e
não tem significado cientifico escolher modelo cultural, como padrão, ou seja, a
análise objetiva da realidade social exige que nos ponhamos numa perspetiva
não etnocêntrica, abertos a novas formas de agir e de pensar, diferentes das
nossas, mas certas ou adequadas, no contexto social que estão. O etnocentrismo
é a atitude de um individuo ou coletividade que quando se refere a indivíduos de
culturas diferentes, os avalia e os ajuíza em referencia aos seus modelos que são
superiores.

Estratégias de investigação em ciências sociais


 Intensiva- população em estudo é pouco numerosa, pode ser estudada
intensivamente, ou seja, em profundidade, pretende-se encontrar singularidades,
histórias de vida, …
 Extensiva- população em estudo é muito numerosa. Técnicas de amostragem: o
estudo não pode ser muito profundo. Pretende-se encontrar regularidades da
ação social.
 Investigação-ação- quando o investigador faz parte do fenómeno social a ser
estudado e pretende encetar uma ação de resolução do problema.

Etapas de investigação
o 1ª etapa: pergunta de partida- clara, exequível, pertinente;
o 2ª etapa: exploração- pesquisa bibliográfica, documental para enquadrar
teoricamente o trabalho (entrevista exploradora);
o 3ª etapa: problemática- o grupo vai escolher uma linha teórica que serve de fio
conduta da investigação. Formular hipóteses;
o 4ª etapa: construção do modelo de análise- definir esquematicamente o
trabalho;
o 5ª etapa: aplicar o método/estratégia e técnicas adotadas para a recolha de
dados;
o 6ª etapa: análise e tratamento dos resultados recolhidos;
o 7ª etapa: conclusão.

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