Você está na página 1de 5

Sociologia

Porquê que a Sociologia é uma ciência?


1: Tem um objeto de estudo – a Realidade Social;
2: Usa o método científico nas suas análises;
3: Tem os seus próprios conceitos / termos;
4: Tem uma teoria própria.

A sociologia estuda as interações do Homem enquanto membro da Sociedade.

Fenómenos Sociais / Problemas Sociais


— São todos os acontecimentos que
resultam da vida em sociedade;
— Únicos, por exemplo, só existe um
problema social ‘desemprego’;
— Pluridimensionais, porque podem ser
estudados de diferentes perspectivas de
análise.
— Totais, têm aplicações em todas as
dimensões da nossa vida.

Interdisciplinaridade: utilização de várias


ciências para analisar um problema.
Complementaridade: cada ciência
completa as outras na análise.

Objeto de estuda da Sociologia:


Segundo Durkheim: ● Ação Social – A ação individual de cada um na
● Factos Sociais – São a maneira de pensar, sentir sociedade – o indivíduo muda a sociedade (na
e agir do indivíduo enquanto membro da vida).
sociedade – a sociedade muda o indivíduo (fase
até ao 4º ano).
○ Características:
1. Exterioridade (todos os valores já existiam
antes do indv.);
2. Coercividade
(coisas que são impostas ao indv.);
3. Relatividade
(variam no tempo e no espaço).
Segundo Weber:

Tipos de conhecimento:
Senso Comum: Conhecimento Científico:
➔ Subjetividade; ➔ Objetividade;
➔ Não é comprovado; ➔ É comprovado;
➔ É vulgar – passa de geração em geração; ➔ Sistemático;
➔ Não é colocado em causa. ➔ Pode ser colocado em causa.

Obstáculos à ciência sociológica:


Antes de começar a investigação sociológica, devemos fazer uma rutura do senso comum. A sociologia deve
ultrapassar os obstáculos que o senso comum coloca ao trabalho científico:
Sociologia
– Familiaridade com o social:
Quanto mais próximo está a sociologia da realidade que pretende analisar, maior é o risco de desvio da
pesquisa e mais difícil é o processo comum porque mais forte é a ilusão de transparência do social. A familiaridade
com o social dificulta o seu questionamento e, logo, a sua análise científica, na medida em que a realidade se nos
apresenta de forma ilusoriamente transportada e óbvia.
– Evitar explicações do tipo naturalistas:
Por vezes, tentamos interpretar certos fenómenos sociais recorrendo a explicações naturais, ou seja, a
fatores de ordem física ou biológica, o que nos leva a atribuir às suas causas à suposta natureza das coisas: “ a
natureza humana” ou “as características" de um povo, de uma raça ou de um dos sexos.
– Evitar explicações do tipo individualistas:
As causas sociais dos fenómenos raramente são evidentes, pelo que se torna mais simples e cómodo
recorrer a este tipo de justificação. Por exemplo: “alunos copiam porque não gostam de estudar”, ou “as pessoas
suicidam-se porque têm problemas mentais”.
– Evitar explicações do tipo etnocentrismo:
Quando olhamos para outras sociedades, outras classes sociais ou culturas temos como referência a nossa
própria realidade social e cultural e tentamos explicar os fenómenos dessas sociedades, grupos com explicações
etnocentristas. Tais explicações pressupõem um sentimento de superioridade e a sobrevalorização da própria
cultura, levando à formulação de juízos de valor que inferiorizam e desvalorizam a especificidade social e cultural
da realidade observada.

Investigação Sociológica
Métodos
● Extensivo (método de medida) – utiliza-se para estudar grandes populações; quando o objeto de estudo é mais
abrangente.
● Intensivo (estudo de casos) – utiliza-se quando se pretende estudar casos específicos, fenómenos particulares,
explicações mais restritas

O método extensivo valoriza a comparação dos resultados e o seu tratamento estatístico. O método intensivo realça
a profundidade da observação dos fenómenos sociais.

Técnicas
● Amostragem – análise de apenas uma amostra do que estamos a estudar.
● Documentais – análise de conteúdos já existentes.
● Não documentais – análise de conteúdos produzidos pelo investigador para o estudo em causa:
○ Observação direta ou participante;
○ Observação indireta → por inquérito ou entrevista.

Etapas de Investigação
1º: Rutura com o senso comum - definição do problema, exploração, problemática.
2º: Construção do conhecimento - construção de hipóteses, do modelo e dos conceitos.
3º: Verificação de hipóteses - observação, análise das informações e conclusões.

Socialização
A socialização é um processo de transmissão cultural. É o processo pelo qual os indivíduos aprendem, interiorizam
e partilham padrões culturais, competência e conhecimentos da sociedade onde se encontram inseridos. A
socialização é um processo dinâmico, interativo, contínuo e permanente.

Agentes de socialização
● Escola ● Amigos
● Família ● Meios de comunicação
Sociologia
Tipos de socialização
➔ Socialização primária — ocorre durante a infância; processo pelo qual a criança se transforma em membro
participante da sociedade; permite a aquisição de um conjunto de saberes básicos.
➔ Socialização secundária — ocorre durante a adolescência e prolonga-se por toda a vida do indivíduo; processo
por meio do qual o indivíduo faz a aprendizagem de novos papéis; ajustamento do indivíduo em função de
alterações significativas do meio social.

Mecanismos de socialização
Como se aprende as regras na nossa sociedade?
● por aprendizagem: aprende-se por tentativas, erros e revisões;
● por imitação: repete-se mecanicamente os comportamentos observados;
● por identificação: assume-se como nossos os comportamentos de indivíduos com os quais nos identificamos.

Cultura
É o conjunto de maneiras próprias de pensar, sentir e agir de qualquer grupo. Cultura é tudo aquilo que é
aprendido, partilhado e pode ser transmitido numa dada sociedade.
O ser humano é um produto da cultura do seu grupo de pertença, mas também é um produtor de cultura.
Os padrões de cultura são o conjunto de comportamentos, práticas, crenças e valores, comuns aos membros de uma
cultura.

Elementos da cultura
● Elementos espirituais (ou imateriais): compreendem as ideias, as crenças, as normas, os valores, os usos e os
costumes do grupo
● Elementos materiais: abarcam as obras realizadas, as técnicas ou os instrumentos de trabalho do grupo. Por
exemplo, as pontes, os edifícios ou os equipamentos.

Interação Social
Interação social é o processo em que agimos e reagimos relativamente ao que nos rodeia.
Interações:
➔ Focada
○ Com conversa
○ Sem conversa
➔ Não focada
○ Locais públicos
➔ À distância
○ Falada
● Telemóvel
● Videochamada
○ Escrita
● Mensagens
● Email

Papéis Sociais e Estatuto Social


Papel Social: Conjunto de comportamentos esperados pela sociedade em resultado da função desempenhada pelo
indivíduo.
Ao exercermos diferentes funções na sociedade, estamos a desempenhar uma multiplicidade de papéis sociais. A
multiplicidade pode originar situações de conflito entre os papéis. Por exemplo: Uma mulher pode ser filha, neta,
amiga, mãe, voluntária numa ONG, médica, aluna, desportista e vizinha. O papel de mãe pode colidir com o de
médica, quando o seu filho precisa de assistência e têm de faltar ao emprego.
Sociologia
Estatuto Social: Conjunto de comportamentos que um indivíduo, ou grupo, espera da sociedade em função do papel
social que desempenha.
● Estatuto atribuído – Estatuto que o indivíduo possui sem ter desenvolvido qualquer ação para tal.
● Estatuto adquirido – Estatuto que o indivíduo adquiriu através de ação deliberada e do exercício de
competência.

Grupos Sociais
Características:
➔ Finalidade bem definidas;
➔ Estrutura (funções e estatutos);
➔ Duração;
➔ Linguagem própria;
➔ Valores, normas e interesses comuns.

Grupo de pertença – Grupo ao qual o indivíduo pertence


Grupo de referência – Grupo ao qual o indivíduo quer pertencer.

Comportamentos Desviantes
São os nossos valores que nos dizem o que é certo ou errado. E é a partir deles que estabelecemos as nossas normas
de comportamentos. As normas ditam assim, o nosso comportamento.
VALORES → NORMAS → COMPORTAMENTOS

Numa sociedade a maioria das pessoas age em conformidade com as normas estabelecidas. A adaptação dos
indivíduos ao meio social é realizada através da partilha de valores, normas e de modelos de comportamento,
criando assim uma ordem social. Como nem sempre as normas são acatadas, surgem então os comportamentos
desviantes. O desvio só acontece, logicamente, por existirem normas sociais, representando uma contestação.

Mecanismos de controlo social


Controlo Social: meios e processos através dos quais uma sociedade leva um dos seus membros a adotar um
comportamento dentro das normas socialmente aceites.
● Sanções – a necessidade de aceitação na sociedade ou no grupo leva as pessoas a adotarem os
comportamentos socialmente aceites.
Sanções positivas: destinam-se a premiar os indivíduos que têm comportamentos em conformidade.
Sanções negativas: destinam-se a punir os indivíduos que têm comportamentos contrários às normas.
● Processo de socialização – as pessoas comportam-se de acordo com as normas socialmente aceites, seja por
um ato consciente da vontade ou meramente por hábito / tradição.

Família
Conceito tradicional de família: Grupo de pessoas unidas diretamente por laços de parentesco (sangue, casamento
ou adoção) no qual as pessoas adultas são responsáveis pelas crianças.
As funções da família são a função reprodutora, a socializadora - educativa, e a produtora e consumidora -
econômica.

Tipos de famílias:
➔ Família extensa (ou consanguínea) – família formada por membros de consanguinidade, que vão além do
núcleo pais e filhos, podem ser também os avós, primos…
➔ Família conjugal (ou nuclear) – família formada pelos membros de consanguinidade que vivem na mesma
casa, como os pais e os filhos.
➔ Família monoparental – família formada por um pai ou mãe e o/os seu/s filho/s.
➔ Família recomposta – família que resulta de um novo casamento (ou união de facto) e que agrega os filhos
das relações anteriores.
➔ Família homoparental – família em que os progenitores compartilham o mesmo sexo.
➔ Coabitação (ou união de facto) – família em que o casal mantém uma relação, mas ainda não casaram.
➔ Monoresidência – Situação em que a pessoa vive só.
Sociologia
Distinguir género de sexo
Sexo: termo utilizado para designar a identidade biolófica que define o corpo masculino e o corpo feminino.
Género: termo que designa as características psicológicas, sociais e culturais associadas aos individuos do sexo
masculino e do sexo feminino – conceito sociológico.

O facto de um indivíduo nascer, biologicamente, homem ou mulher não lhe impõe os papéis que, numa
determinada sociedade, estão atribuídos aos homens e às mulheres. Estes papéis são aprendidos pelos indivíduos
no decurso da sua vivência em sociedade. Quer isto dizer que cada sociedade constrói os seus próprios conceitos de
masculino e de feminino, isto é, das características consideradas masculinas ou femininas, e os indivíduos
interiorizam essas caraterísticas através do processo de socialização – socialização de género.

Pobreza
● Pobreza extrema –
● Pobreza absoluta: corresponde à não satisfação das necessidades básicas. Consideram-se pobres as pessoas
cujos recursos (materiais, sociais e culturais) são tão escassos que não garantem a satisfação das
necessidades básicas. Indivíduos que não possuem nem alojamento, nem dinheiro para alimentos e roupa.
● Pobreza relativa: integra a situação de pobreza no contexto social onde esta ocorre, sendo que, para avaliar a
pobreza, se toma como referência o nível de vida da maioria da população da sociedade onde se verifica essa
situação de pobreza. Assim, consideram-se pobres as pessoas cujos recursos são tão escassos que não lhes
permitem satisfazer as necessidades consideradas básicas na sociedade onde vivem.

Pobreza e Exclusão social


Exclusão social: produto de múltiplas privações que impedem os indivíduos ou grupos de participar plenamente na
vida económica, social e política da sociedade em que estão inseridos. Uma combinação de falta de meios
económicos, de isolamento social e de acesso limitado aos direitos sociais e civis.
Fatores que podem contribuir para a exclusão social: problemas laborais, os padrões de educação e de vida, a
saúde, a nacionalidade, a toxicodependência, a desigualdade sexual e a violência.

Pobreza e exclusão social não são sinônimos, pois a pobreza está associada à privação por falta de recursos
(materiais, sociais e culturais), embora uma situação de privação que não tenha origem na falta de recursos não
signifique pobreza, podendo, no entanto, constituir uma situação de exclusão social.

Fatores que levam à pobreza


1. Desemprego, em especial, o de longa duração;
2. Envelhecimento da população;
3. Limitação e ineficiências das políticas de proteção social;
4. Novos modelos de organização familiar;
5. Crescimento do número de imigrantes.

Categorias Sociais Vulneráveis à Pobreza em Portugal


Em Portugal, tal como noutros países, as categorias sociais ou grupos mais vulneráveis à pobreza são constituídos
por pessoas que, geralmente, apresentam algumas das seguintes características:
1. Baixos níveis de instrução e qualificação;
2. Situações de desemprego (em especial de longa duração);
3. Não há inserção nos sistemas de proteção social (saúde, segurança social, etc.);
4. Idosos com reformas baixas;
5. Pertença a grupos desfavorecidos (minorias étnicas, por exemplo);
6. Toxicodependentes;
7. Crianças e jovens em risco.

Você também pode gostar