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Fenómenos sociais complexos

Realidade Social: corresponde ao conjunto de interações entre os seres humanos num determinado meio
compreendendo as maneiras de sentir de pensar e de agir que são estabelecidos e aceites nesse meio.

Fenómeno social: determinado acontecimento que ocorre numa determinada realidade social, ou seja, num
determinado meio, num determinado tempo, onde os seres humanos interagem e que pode ser objeto de estudo de
várias ciências e disciplinas.

Ex: Casamento, escola, violência etc.

Complexidade da realidade social


A realidade social tem uma estrutura complexa, ou seja, tem várias dimensões, exigindo a intervenção de diversas
ciências no seu estudo.

• A realidade social é composta por diversos fenómenos sociais, os quais são pluridimensionais, ou seja, dizem
respeito a diferentes dimensões, como histórico, económico, social, cultural entre outras, as quais são estudas
por diferentes disciplinas.

Por exemplo a análise de fenómenos sociais, como o divórcio ou as novas formas de família podem ser feitas tendo
em conta a sua evolução histórica, os seus aspetos culturais, a relação existente entre a população e a idade de
casamento, entre outras dimensões. Por isso se diz que os fenómenos socias são pluridimensionais.

• A interdisciplinaridade é importante na análise da realidade social, já que esta é complexa pois resulta de uma
multiplicidade de fenómenos sociais ou dimensões estudadas por diferentes disciplinas. Assim as diferentes
disciplinas vão contribuir para analisar e compreender os fenómenos sociais segundo a sua perspetiva.

• Deste modo, a interdisciplinaridade, ou seja, o contributo de diferentes disciplinas para o estudo de uma
realidade social, é fundamental para uma análise mais completa e profunda da realidade social que é complexa e
pluridimensional.

• Conclui-se que o estudo dos fenómenos sociais pelas várias ciências sociais é essencial á compreensão da
complexidade da realidade social.

Complementaridade das ciências sociais e a interdisciplinaridade

• As ciências sociais estudam a mesma realidade social a partir de perspetivas diferentes. Cada uma tem o seu
objeto de estudo específico, as suas teorias, os seus métodos e técnicas próprios. Por isso, as ciências sociais são
complementares.

• A interdisciplinaridade é atitude metodológica que procura integrar o contributo das várias ciências sociais para
uma explicação mais profunda da realidade social, que é una, complexa e pluridimensional.

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A Sociologia como ciência

Características dos factos sociais


Os factos sociais, porque se verificam em determinado espeço e momento, são condicionados pelos elementos
próprios e estruturantes do respetivo contexto. A esta característica dos factos sociais está associada a noção de
relatividade.

Relatividade: Os factos sociais devem ser contextualizados no tempo e no espaço em que ocorrem.

Quando somos confrontados com uma situação de roubo, reagimos negativamente porque, na nossa sociedade
atual, roubar é um crime. No entanto, a mesma situação pode ser vista de forma diferente em outras comunidades e
em diferentes momentos da História- por exemplo, num gang ou em caso de sobrevivência. O roubo em
determinados contextos é um facto social que pode fazer sentido.

Outra característica dos factos sociais é a sua exterioridade, o que significa que tudo o que ocorre em sociedade nos
parece determinado “exteriormente”. Assim, vestimo-nos de maneira semelhante e cumprimentamo-nos de forma
parecida, por exemplo, como se “do exterior” nos ordenasse tais comportamentos.

Esta imposição de modelos de comportamento concretiza outra característica dos factos sociais- a coercitividade.
Isto é, a coercitividade implica o cumprimento de comportamentos, normas sociais impostas pela sociedade pelo
que tudo que se afaste do que é esperado e imposto pela sociedade segundo as normas e modelos sociais é punido.

Exterioridade – os factos sociais impõem-se de fora ao indivíduo como “coisas”, exteriores à sua consciência;

Coercitividade – a sociedade constrange os indivíduos ao cumprimento das normas sociais e dos modelos de
comportamento.

Características dos factos socias

Relatividade Exterioridade Coercitividade

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Produção do conhecimento científico em Sociologia

Dificuldades que se colocam á produção científica em Sociologia

A Sociologia apesar de utilizar o método científico que se baseia em evidências tem uma série de constrangimentos
na sua aplicação:

Afirmar que “é assim” porque “sempre foi assim” é uma atitude do senso comum que decorre daquilo em que se
acredita. Pelo contrário, explicar um fenómeno, tendo por fundamento uma investigação rigorosa e objetiva desse
fenómeno, é assumir uma atitude científica. A Sociologia adota uma atitude crítica.

O Senso comum é, assim, a ideia/pensamento que cada um nós tem sobre a sociedade em que vivemos tendo
apenas por base, não factos demonstrados ou testados, mas sim a ideia/impressão preconcebida e criada através do
contacto que temos com a nossa realidade. Não existe a preocupação em compreender a razão pela qual é que
determinados acontecimentos se realizam de tal forma.

Conhecimento não-científico baseado nos sentidos, em preconceitos ou


Conhecimento do ideias em circulação na sociedade sem terem sido testadas ou
senso comum demonstradas. Não se interroga sobre a origem e validade. É subjetivo.

Ex: Os homens são os mais inteligentes do que as mulheres; as pessoas


são pobres por falta de vontade de trabalhar.

Baseia-se no método científico, questiona as conclusões. É objetivo.


Conhecimento Ex: A investigação científica demonstra que as mulheres são tão
científico inteligentes quanto os homens.

Corresponde a uma ideia que cada um de nós tem sobre a realidade em que nos inserimos, baseada em visões
parciais e juízos de valor que resultam apenas no facto de virmos dessa realidade sem ver a preocupação de testar e
comprovar as nossas ideias e valores preconcebidos e que consideramos verdadeiros.

Os fenómenos podem resultar de inúmeras causas e promover diferentes efeitos. Nesse sentido, para os “conhecer”
não podemos ficar com “o que parece ser”, pois o social ilude-nos. Os factos sociais parecem der muito mais
transparentes e facilmente explicáveis- ilusão de transparência social: todavia, são fenómenos complexos
resultantes de interações intensas e controversas.
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Em consequência, é preciso procurar diferentes causas e suas relações para aquele efeito. A aparente transparência
do social, torna-se, assim, um enorme obstáculo á produção científica, na medida em que considera dispensável a
investigação sobre aquilo que supostamente já se sabe e se compreende.

O naturalismo revela-se um obstáculo á atitude científica, uma vez que encara a sociedade como algo natural, que
existe tal como o corpo humano, por exemplo, e que não exige uma ciência específica para o seu estudo.

No entanto, não há nada mais “antinatural” do que o social, na medida em que é contruído pelo ser humano. Nesse
sentido, é indispensável estudar cientificamente a realidade social.

O individualismo é outro obstáculo á produção científica em Sociologia porque reconhece no individuo o único
elemento de decisão na ação social. Contudo, sabemos que a ação social não é determinada pelas vontades
individuais, mas pelas normas vigentes na sociedade.

Embora o indivíduo seja um “ser de liberdade”, a sua prática social é-lhe imposta por modelos e valores sociais que
ele acaba por aceitar por força do processo de socialização e do controlo social, sob pena de ser rejeitado pela
sociedade.

Coloca determinas cultura como superior em relação às restantes culturas, as crenças, as atitudes e os
comportamentos dessa mesma cultura é que prevalecem considerando as outras culturas inferiores devendo ser
subjugadas á sua.

Problema social e problema sociológico


Social é um termo referente às características, socias, económicas, culturais, históricas entre outras referentes á vida
em sociedade. Esta pode ser vista e analisada em conjunto e em sentido restrito em que este caso são identificados
problemas ou fenómenos sociais referentes apenas a um grupo de indivíduos normalmente relacionados com
classes mais desfavorecidas.

• Quando um fenómeno ou problema social afeta apenas um grupo da sociedade em que o seu funcionamento
pode construir um problema ou um mau funcionamento de toda a sociedade e para o qual se procuram soluções
constitui um problema social.

• O mesmo fenómeno social pode ser analisado sob diferentes perspetivas pelas várias ciências sociais. Se um
dado fenómeno for analisado de acordo com a perspetiva da Sociologia, ele será um fenómeno sociológico. No
entanto, o mesmo fenómeno poderá ser analisado na perspetiva da Economia, da Demografia e da Política,
entre outras ciências sociais, e será, então um fenómeno económico, demográfico e político.

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• O que está em causa quando se fala em problema sociológico não é um problema propriamente dito, mas sim a
abordagem que a Sociologia adota face ao fenómeno social, questionando-o, problematizando-o, analisando-o e
interpretando-o no seu todo de forma científica.

• A investigação sociológica, como a de outras ciências sociais, procura encontrar situações que, pela sua
repetição, se constituem em regularidades sociais. De facto, é esta identificação das regularidades sociais que
nos permite antecipar o comportamento dos indivíduos em determinadas situações e, em consequência,
prepara a resposta da sociedade a tais comportamentos.

• O problema social é, assim, considerado um problema sociológico quando é abordado cientificamente pela
Sociologia.

Problema social: fenómeno que afeta parte da sociedade e que gera mal-estar social porque representa um mau
funcionamento dessa sociedade, e para o qual se procuram soluções.

Problema sociológico: abordagem do problema social através da atitude científica da Sociologia, estudando o
problema no seu todo.

Estratégias de investigação

Noção de estratégia de investigação


• Quando pretendemos realizar uma atividade ou investigar um determinado tema, independentemente da sua
natureza, é necessário definir um conjunto de procedimentos sobre o modo como iremos trabalhar, isto é, uma
estratégia orientadora.

• Avançar na investigação é questionar as aparentes evidências, submetê-las a verificações específicas e tirar


conclusões, sempre provisórias até que novas interrogações se coloquem.

O conhecimento nunca está acabado.

• Alguns cuidados éticos são necessários, nomeadamente agir no quadro dos princípios básicos que regulam a
atividade científica e que garantem a confidencialidade/o anonimato dos sujeitos de estudo.

• Para avançarmos na pesquisa científica teremos de romper com os preconceitos, questionar as aparentes
evidências, submeter os factos em análise e verificações específicas e tirar conclusões sempre provisórias até
que novas interrogações se coloquem, pois, o conhecimento nunca está acabado.

Principais estratégias de investigação


As estratégias de investigação utilizadas com mais frequência em Sociologia são:

Ao longo do estudo sociológico ambas as estratégias (intensiva e extensiva) podem ser utilizadas em função do
estudo e objetivos pretendidos e das diferentes fases de evolução do estudo.

Estratégia de investigação intensiva

• Utilização de uma amostra reduzida, ou seja, um número de indivíduos reduzido, mas representação da
sociedade ou população e geral.

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• A estratégia de investigação é intensiva quando se estuda um fenómeno em profundidade. Procura-se conhecer
o maior número de informações sobre o fenómeno, seja através de análise e observação de situações reais, seja
através das informações obtidas diretamente junto indivíduos e instituições sobre os quais incide a investigação.

• Neste tipo de investigação interessa a exaustividade e a profundidade e a exaustividade que leve a outra
característica que é a profundidade. Como estratégia intensiva é utilizado a amostra esta para que represente
que se aplique á população em geral deve ser feito de fora mais detalhada e profunda.

• Outra característica desta estratégia de investigação é a liberdade na escolha das técnicas de recolha de dados
que considerarmos mais adequadas em função do nosso objetivo- por exemplo, se utilizamos observação
participante ou inquéritos por entrevista.

Estratégia de investigação extensiva

• Engloba uma grande quantidade de população (fenómeno social em quantidade) de forma a procurar as
tendências gerais dos comportamentos.

• Na abordagem extensiva, torna-a imperioso que o número de sujeitos que constituem no nosso estudo seja
elevado e que consigamos obter respostas a perguntas semelhantes. Desta forma, poderemos encontrar
regularidades nos comportamentos e generalizar para situações semelhantes.

• Como a análise extensiva tem por objeto populações constituídas por um número de elementos bastante
grande, impõem-se recurso às técnicas de amostragem. Estas consistem na seleção de apenas uma parte do
universo, numa amostra que é um subconjunto do universo.

Uma amostra representativa apresenta as mesmas características que o universo relativamente a um conjunto
de critérios ou variáveis que o investigador considera significativos para a investigação para que, depois de
tiradas as conclusões sobre a amostra seja válido generalizá-las a toda a população.

• Desta forma, a amostra deverá representar, ou traduzir tão fielmente quanto possível, as características do
universo.

Estratégia de investigação-ação

• O investigador (sociólogo) integra o estudo, dando primazia á reflexão critica e á atitude operacional das práticas
que podem ser o ponto de partida para novas teorias, ou seja o estudo é sempre feito baseado em factos e não
em opiniões, reflexões subjetivas, o que significa que o sociólogo deve sempre colocar de lado as suas opiniões,
crenças ao efetuar os seus estudos, pois estas poderão deturpar a investigação ou realidade.

• O investigador participa conjuntamente com os investigados, publico alvo de estudo, procura soluções para o
problema e reflete ao longo do processo de investigação- Nesta estratégia de investigação é procurada uma
ação transformadora através da reflexão crítica e dos conhecimentos do investigador.

Técnicas de recolha de dados na pesquisa sociológica


Em Sociologia utilizam-se normalmente dois tipos de processos para obter e produzir informação sobre os
fenómenos em estudo:

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→ através de dados secundários, a partir da documentação já existente sobre o problema em causa,
usando assim a observação não participantes ou indireta.

→ através de dados primários ou empíricos, extraídos da observação dos fenómenos a estudar podendo
ser através da observação participante ou direta.

• Na investigação sociológica, um documento é todo o objeto, escrito ou não escrito que nos permite retirar
informações sobre determinado fenómeno. Neste sentido, os documentos podem ser textos escritos, gráficos
estatísticos, quadros, notícias, documentários, ou vídeos, por exemplo.

• Deste modo, quando o investigador pretende estudar um determinado fenómeno deverá munir-se do máximo
de informações factuais existentes já conhecidas sobre o problema em estudo. Isto é, o investigador deverá
inicialmente efetuar uma pesquisa documental.

• É uma técnica documental ou método de investigação que permite o tratamento e a análise do conteúdo da
informação recolhida em textos, entrevistas, notícias, entre outros documentos.

A observação compreende o conjunto das operações através das quais o modelo de análise é confrontado com
dados observáveis.

Da observação decorre uma descrição da interação social em ambientes naturais: os informantes são incentivados a
usar a própria linguagem para descrever uma determinada situação a partir das suas próprias perspetivas. Com isso
pretende-se obter a compreensão profunda de um tema ou situação particular por meio dos significados atribuídos
aos fenómenos pelos indivíduos que os vivem e experimentam

A observação pode ser participante ou não participante.

• Na observação participante ou direta, a recolha de elementos de informação é feita pelo investigador,


que se encontra intencionalmente no grupo a observar ou dele faz efetivamente parte.

• A observação não participante ou indireta recorre á recolha de informação sem que o cientista social
tenha de se inserir no grupo a observar.

O inquérito por entrevista ou entrevistas é um processo bastante utilizado para recolha de dados em investigação
social.

É um método de recolha de informação verbal em que o entrevistador questiona ou deixa falar livremente a pessoa
entrevistada, assim são usadas técnicas como os diálogos individuais e de grupo e as pessoas inqueridas sobre os
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factos são previamente relacionados. Assim, a entrevista/inquérito contribuiu para uma reinterpretação dos dados
de observação participante uma vez que nesta o investigador pode influenciar as observações efetuadas com a sua
forma de pensar não sendo suficientemente objetivo e imparcial.

As entrevistas podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios. Uma das classificações mais divulgadas
divide entrevistas estruturadas (ou diretivas), não estruturadas e semiestruturadas.

• As entrevistas estruturadas obedecem a um esquema rígido, previamente elaborado que será seguido pelo
entrevistador. Neste tipo de entrevistas, as questões são, geralmente, fechadas, ou seja, o entrevistado não
tem a possibilidade de desenvolver a resposta dada, podendo apenas pronunciar-se positiva ou
negativamente sobre as questões colocadas.

• Na entrevista não estruturada, a condução por parte do entrevistador é mais flexível, podendo este orientá-
la com a sequência e as questões a julgar mais convenientes, de acordo com a sua sensibilidade, tato e o
decorrer da conversa. As questões apresentadas são, geralmente, abertas, ou seja, o entrevistado tem a
possibilidade de exprimir e justificar livremente a sua opinião.

Deste modo uma entrevista é tanto mais estruturada ou diretiva quanto menor for a liberdade concedida ao
entrevistado no ato de responder. Existe ainda a variante de entrevista semiestruturada, que consiste num meio
termo.

• Na recolha de informação deveremos procurar fontes fidedignas, o que nem sempre acontece quando
utilizamos a Internet e motores de busca como o Google. De facto, é difícil a seleção de fontes fidedignas nestes
meios digitais, tendo em conta a quantidade de informação disponível cuja qualidade desconhecemos.

• O cuidado na seleção das fontes é um procedimento obrigatório para a realização de uma pesquisa com um
objetivo científico.

• Por isso, particularmente quando procedemos á revisão de literatura e á pesquisa documental, devemos sempre
confirmar a credibilidade das fontes consultadas, privilegiando repositórios de universidades, revistas e livros
científicos, nunca esquecendo de citar as fontes e de as colocar na lista final de “Referências”.

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Interação social
Interação social: relação recíproca entre, pelo menos, dois indivíduos, de acordo com determinadas expectativas ou
determinados procedimentos.

Interações não formais e formais


O conhecimento que cada um tem ou não da presença do outro leva a dois tipos diferentes de interação:

• Situação não formal de interação social, quando os indivíduos não se conhecem e interagem pela
primeira vez;

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• Situação formal ou sistema de interações estruturadas, quando existem um “estado relação”, isto é,
quando existe uma relação formal de relacionamento.

Nas interações formais há como que um jogo, em que cada indivíduo estrutura a sua ação de acordo com um
conjunto de expectativas ou procedimentos a que ambos obedecem. Há uma certa forma de constrangimento que
obriga os indivíduos a transformarem-se em atores sociais representando papéis- papéis sociais esperados.

Nas interações não formais, as relações entre os indivíduos, embora não tenham um caráter pessoal e duradouro,
também estão sujeitas a procedimentos minimamente estabelecidos, como é o caso do cumprimento das normas de
boa educação e civilidade nos espaços públicos.

Socialização
A Socialização é um processo através do qual um índividuo assimila comportamentos, atitudes, valores, normas dos
grupos sociais/sociedade onde está inserido. Este é um processo contínuo e dinâmico, em que exige um processo de
aprendizagem da cultura do grupo em que está inserido.

Mecanismos da Socialização
Desde que nascemos até morrermos estamos sempre num processo de socialização através de três mecanismos:

• Aprendizagem: é o primeiro mecanismo de socialização e consiste na interiorização das normas e


comportamentos através de tentativas, erros e repetições do que é considerado padrão. Esta é muito
utilizada por jovens permitindo a aquisição de elementos para a sua integração.

• Imitação: é o processo pelo qual o indivíduo copia os comportamentos observados nos outros, os quais
são reproduzidos mecanicamente de atitudes, comportamentos, valores que vê e identifica nos outros,
este também através da imitação os jovens adquirem comportamentos para a futura integração.

• Identificação: corresponde a um mecanismo que influencia os comportamentos através da identificação


e aproximação dos comportamentos de outras pessoas, sendo estes adquiridos e considerados como
seus comportamentos.

Agentes de socialização
Agentes de socialização corresponde a um grupo(s) onde nos inserimos e que nos transmitem a sua cultura.

Família

• A família, regra geral, é o primeiro e mais importante dos agentes de socialização, para além, e durante toda a
nossa vida fazer parte da nossa realidade social é a primeira a termos contacto logo após o nosso nascimento.
Correspondendo á socialização primária onde a criança se torna membro participante da sociedade através da
imitação e aprendizagem começa a aprender a falar, a comer etc. Nesta fase de socialização enquanto bebés,
predomina a socialização afetiva, onde se destacam os afetos, onde a criança recebe comportamentos/atitudes
de forma emocional sem tomar consciência deste processo, nada é imposto á criança, é interiorizado de forma
racional.
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Escola

✓ É um importante agente na transmissão de valores, conhecimentos, atitudes e competências necessárias da


criança e do jovem de forma a integrar-se e a ser útil na sociedade.

Meios de comunicação social

✓ Sobretudo a televisão e a internet, são atualmente um dos agentes mais poderosos na socialização pois são
agentes de reprodução social em massa, já que são acessíveis a um grande número de população conseguem
incutir normas, crenças, valores e modelos de comportamento em grande parte da população muitas vezes que
se tornam modelos diferentes dos grupos sociais e que nos integramos.

Grupos de amigos

✓ Também importante na socialização, uma vez que, e sobretudo na adolescência, onde podemos ter diferentes
grupos de amigos com aspirações, comportamentos, objetivos e atitudes semelhantes entre si e diferentes de
outros grupos de amigos às quais nos vamos adaptando e adquirindo esses diferentes comportamentos e que
irão modelar os nosso próprios comportamentos e atitudes.

Características do processo de socialização


✓ É um processo (não é um ato acabado);
✓ Desenvolve-se ao longo da vida da pessoa;
✓ Encontra-se a cargo de vários agentes;
✓ Permite a integração social;
✓ Permite a coesão social;
✓ Permite a reprodução social;

Objetivos da socialização
Adaptação do indivíduo ao meio social

• Tem como objetivo a adaptação do individuo ao meio social, já que, a socialização é um processo dinâmico ao
longo do qual o indivíduo durante toda a sua vida vai adquirindo e assimilando comportamentos, valores e
atitudes dos diferentes grupos que se vai inserindo de forma a adequá-los aos do grupo social em que se insere
de forma que seja aceite.

Coesão social

• Tem haver com a adoção de padrões culturais que se identificam com os grupos a que pertencem adquirindo
relações de interdependência, cooperação e solidariedade que permite a sobrevivência do grupo e a sua
integração na sociedade, para tal é fundamental que tenham os mesmos objetivos e as mesma aspirações.

Manutenção da ordem social

• Significa que as normas, valores, atitudes são aceites e adotadas pelos indivíduos do grupo social estabelecendo
uma ordem na sua vida quotidiana em que as normas, atitudes, comportamentos são adotados por todos,
permitindo a coesão social e a integração social.

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