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As profundas transformações ocorridas na sociedade

europeia, impulsionaram o aparecimento histórico da


sociologia.

“Dupla revolução”
A revolução industrial
A revolução Francesa
Rutura radical com os modos de vida
característicos das sociedades anteriores, fundando
uma nova ordem social – o Mundo
contemporâneo.
Os pensadores daquela época debatiam
entre si as diferentes conceções acerca
das profundas mudanças sociais a que
assistiam.

Um grande pensador da altura foi A. Comte, que foi o


impulsionador do positivismo e criou o termo sociologia.

O estado de positividade do entendimento humano e das


ciências inclusivamente, consiste em adoptar-se como
princípio de conhecimento, a observação dos factos, ao
invés da imaginação. Corresponde a um conhecimento
positivo o que resulta da averiguação das realidades,
princípio que o Positivismo adopta e que o opõe à
teologia.
Para Comte, a sociologia procura estudar e compreender a
sociedade, para organizá-la e reformá-la depois.
Acreditava que os estudos das sociedades deveriam ser
feitos com verdadeiro espírito científico e objectividade.

Herbert Spencer
O filósofo aplicou à sociologia ideias que retirou das
ciências naturais, criando um sistema de pensamento muito
influente no seu tempo.
As Suas conclusões levaram-no a defender a primazia do
indivíduo perante a sociedade e o Estado, e a natureza
como fonte da verdade, incluindo a verdade moral.
Karl Marx:
Marx elaborou a teoria da luta de
classes, pela qual explica a
evolução das instituições sociais.
“A história de toda a sociedade
humana até nossos dias é uma
história de lutas de classes.

A consolidação da sociologia enquanto forma de


conhecimento científico, integrando os programas
universitários, expandido temas e perspectivas de
análise e diversificando correntes teóricas deu-se
na passagem do século XIX para o século XX.
Émile Durkheim, em França e Max Weber, na
Alemanha, destacavam-se enquanto fundadores
dos alicerces teóricos e fundamentais da
disciplina
Émile Durkheim entendia que os factos sociais (maneiras
de agir, pensar e de sentir exteriores ao indivíduo, e
dotadas de um poder coercivo em virtude do qual se
lhe impõem) forneciam a matéria-prima da Sociologia.

Um facto social designa qualquer situação,


relação, acontecimento ou realidade, que
de uma forma ou de outra, exprime um
determinado aspecto da vida social.
O Homem quando nasce já está inserido numa
determinada sociedade, logo vai
adquirir, através da educação, regras de conduta e
pensamento que são característicos do
grupo em que se insere. Assim, podemos afirmar
que os factos sociais não são fruto de
nenhuma individualidade, mas sim das múltiplas
interações entre todos os indivíduos.
Exterioridade – Os factos sociais são exteriores ao
indivíduo e possuem
existência própria, visto que precedem as pessoas (já
existiam quando nascemos),
transcendem-nas (pois não pertencem a nenhum
individuo em concreto) e a elas
sobrevivem (não deixam de existir mesmo com a morte
dos indivíduos). Pelo referido,
podemos concluir que são independentes do indivíduo
singular – o “exterior”
impõe-nos determinados comportamentos.
Coercitividade – Caso o indivíduo não
cumpra as regras sociais ou não aceite os
factos sociais fica sujeito a sanções que
tanto podem ser no campo jurídico como
no do constrangimento moral.

Relatividade – As regras de conduta e


pensamento dos indivíduos são relativas, ou seja, variam
no tempo e no espaço; por
isso, só podem ser explicadas nas coordenadas de tempo
e lugar e nos contextos socioculturais em que se
integram, pois as práticas localizam-se num tempo e num
espaço socialmente determinado.
“por muito que o suicídio pareça um ato individual, ele
está sempre
sob a influência do meio social onde se desenvolve”

Partindo da constatação de que os membros e os


grupos de uma sociedade são unidos por um
sistema de relações de obrigação, isto é, por uma
série de direitos e deveres, aceites e praticados
entre si, a estrutura social refere-se à colocação
e à posição de indivíduos e de grupos dentro
desse sistema
Max Weber

A sua perspetiva sociológica introduziu o


conceito de ação social.
No ponto de vista dele, a sociologia era uma
ciência compreensiva e interpretativa, deu
primazia à dimensão individual da realidade
social através da análise do sentido que os
indivíduos atribuem às suas ações,
acentuando o seu carácter intencional.
Durkheim privilegiava as regularidades duradouras que se
verificavam nos fenómenos sociais, Weber afirmou o carácter
singular e únicos desses fenómenos, empenhando-se em
compreender e interpretar o sentido da ação social, através
designadamente, das suas configurações históricas.

AÇÃO SOCIAL. De forma ampla, pode ser conceituada


como todo esforço organizado, visando alterar as
instituições estabelecidas. De forma particular, é
conceituada pelos autores que utilizam a abordagem da
ação na análise sociológica da sociedade. Para Weber, a
ação social seria a conduta humana, pública ou não, a
que o agente atribui significado subjectivo; portanto, é
uma espécie de conduta que envolve significado para o
próprio agente.
Desenvolvimento da sociologia em Portugal

A sociologia em Portugal, enquanto novo campo científico


foi um processo tardio, lento e repleto de obstáculos.
Após alguns sinais de desenvolvimento entre os finais do
século XIX e o início do século XX, o início da
institucionalização da Sociologia no nosso país só na década
de 60, conheceu um impulso decisivo com a criação do
primeiro centro de investigação em ciências sociais: o GIS –
Gabinete de investigações Sociais.
Construção doh conhecimento
científico na Sociologia.
Desde o início dos tempos o homem tenta compreender
e interpretar a realidade que o rodeia. A esse
conhecimento prático ou subjectivo dá-se o nome de
Conhecimento do senso comum

O senso comum é então o conhecimento vulgar e


prático com que no quotidiano orientamos as nossas
ações e damos sentido à nossa vida.
Contudo, a evolução do conhecimento científico, veio
pôr em causa muitas das crenças do senso comum.
As ciências físicas e naturais, através do
desenvolvimento de métodos e técnicas de observação
e de experimentação rigorosos e controlados, auxiliam
os indivíduos a compreender os fenómenos
relativamente complexos.
Nestas ciências os objectos de estudo são parcial ou
completamente exteriores ao cientista.

Nas ciências sociais o próprio cientista enquanto ser


humano é um ser social.
O cientista tem um conhecimento pessoal prático de si e
da realidade em que vive.
Os procedimentos científicos asseguram a necessária
rutura do sociólogo com as ideias preconcebidas.
Esta rutura com o senso comum auxilia o sociólogo
ou qualquer cientista a afastar-se das explicações
simplistas e redutoras.

A rutura com o senso comum não deve cingir-se a um


determinado passo da construção do conhecimento
científico, mas sim ao longo de todo o processo de
investigação.
Conhecimento do senso comum Conhecimento científico

Subjetivo – é pessoal, baseia-se em Objetivo – procura ser universal


opiniões.
Espontâneo – surge da informação Sistemático – é construído de
obtida através dos nossos sentidos. forma sistemática e consciente
pelos cientistas.
Errático – é construído Metódico – é obtido recorrendo a
aleatoriamente ao longo da vida de métodos e técnicas de investigação
cada indivíduo. que asseguram a sua validade.
Ingénuo – é assimilado sem sentido Crítico – procura questionar a
crítico. realidade e questionar-se a si
próprio.
Dogmático – acreditamos nele Comprovável/verificável – pode ser
como verdades inquestionáveis testado a qualquer momento e,
assim, confirmado ou infirmado

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