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Cidadania

 Cidadania - A cidadania corresponde a um vínculo


jurídico entre o indivíduo e o respetivo Estado e traduz-
se num conjunto de direitos e deveres. Este conceito
expressa uma condição ideal baseada na perceção, quer
do indivíduo, quer do coletivo, quanto aos seus direitos e
obrigações. Cabe aos Estados determinar quem são os
cidadãos a quem é possível atribuir a cidadania em
função de dois critérios:
• o da filiação ou "jus sanguinis" – vindo da Grécia e de
Roma
• o do local de nascimento ou" jus soli" – vindo da Idade
Média, por influência dos laços feudais.
 A cidadania comporta diferentes dimensões:
• civil  - direitos inerentes à liberdade individual, à
liberdade de expressão e de pensamento, pelo
direito de propriedade e de conclusão de contratos,
bem como pelo direito à justiça
• política - direito de participação no exercício do
poder político, como eleito ou eleitor no conjunto
das instituições de autoridade política.
• social e económica - conjunto de direitos relativos
ao bem estar económico e social, desde a segurança
social até ao direito de partilhar do nível de vida
segundo os padrões prevalecentes na sociedade.
Artigo 37.º - (Liberdade de expressão e informação)

       1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar


livremente o seu pensamento pela palavra, pela
imagem ou por qualquer outro meio, bem como o
direito de informar, de se informar e de ser
informados, sem impedimentos nem
discriminações.
       2. O exercício destes direitos não pode ser
impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma
de censura.
       3. As infracções cometidas no exercício destes
direitos ficam submetidas aos princípios gerais de
direito criminal, sendo a sua apreciação da
competência dos tribunais judiciais.
       4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas,
é assegurado, em condições de igualdade e
eficácia, o direito de resposta e de rectificação,
bem como o direito a indemnização pelos danos
sofridos.
Artigo 20.º - (Acesso ao direito e tutela jurisdicional
efectiva)

       1. A todos é assegurado o acesso ao direito e aos


tribunais para defesa dos seus direitos e interesses
legalmente protegidos, não podendo a justiça ser
denegada por insuficiência de meios económicos.
       2. Todos têm direito, nos termos da lei, à informação e
consulta jurídicas, ao patrocínio judiciário e a fazer-se
acompanhar por advogado perante qualquer autoridade.
       3. A lei define e assegura a adequada protecção do
segredo de justiça.
       4. Todos têm direito a que uma causa em que
intervenham seja objecto de decisão em prazo razoável e
mediante processo equitativo.
       5. Para defesa dos direitos, liberdades e garantias
pessoais, a lei assegura aos cidadãos procedimentos
judiciais caracterizados pela celeridade e prioridade, de
modo a obter tutela efectiva e em tempo útil contra
ameaças ou violações desses direitos.
ARTIGO 49.º
(Direito de sufrágio)
1. Têm direito de sufrágio todos os cidadãos maiores de
dezoito anos, ressalvadas as incapacidades previstas na
lei geral. 2. O exercício do direito de sufrágio é pessoal
e constitui um dever cívico.

ARTIGO 50.º
(Direito de acesso a cargos públicos)
1. Todos os cidadãos têm o direito de acesso, em
condições de igualdade e liberdade, aos cargos
públicos. 2. Ninguém pode ser prejudicado na sua
colocação, no seu emprego, na sua carreira profissional
ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em
virtude do exercício de direitos políticos ou do
desempenho de cargos públicos. 3. No acesso a cargos
electivos a lei só pode estabelecer as inelegibilidades
necessárias para garantir a liberdade de escolha dos
eleitores e a isenção e independência do exercício dos
respectivos cargos.
Cidadania Europeia
"É cidadão da União qualquer pessoa que tenha a
nacionalidade de um Estado-Membro" (conforme artigo 9.º
do Tratado da União Europeia e do artigo 20.º do Tratado
sobre o Funcionamento da UE). A cidadania da União é
complementar da cidadania nacional e não a substitui. A
nacionalidade dos/as cidadãos/ãs dos Estados-Membros é
inteiramente da competência desses Estados que
estabelecem as condições de aquisição e perda da
nacionalidade, ou seja, é regulada pelo Direito nacional. A
cidadania da União não pode ser adquirida nem perdida sem
a aquisição ou a perda da nacionalidade de um Estado-
Membro. Representa, sobretudo, um novo estatuto
decorrente do direito europeu.
A cidadania da União conferida aos nacionais de todos os
Estados-Membros destina-se a tornar o processo de
integração europeia mais relevante para os cidadãos,
incrementando a sua participação, reforçando a proteção dos
seus direitos e promovendo a ideia de uma identidade
europeia.
Qual o motivo da criação da União
Europeia?

 Com o objetivo de pôr termo aos


conflitos frequentes e sangrentos que
culminaram na Segunda Guerra
Mundial, os políticos europeus iniciam
o processo de construção do que hoje
conhecemos como União Europeia
Jean Monnet –
Jean Omer Marie Gabriel Monnet (Cognac, 
9 de novembro de 1888 – 
Bazoches-sur-Guyonne, 16 de março de 1979)
foi um político francês, visto por muitos como o
arquiteto da unidade europeia (CEE). Nunca
eleito para cargos públicos, Monnet atuou nos
bastidores de governos europeus e americanos
como um internacionalista pragmático bem
relacionado.

Jean Monnet, político e conselheiro económico


francês, apoiou a integração europeia durante
toda a sua vida. As suas ideias inspiraram o
Plano Schuman para pôr em comum a produção
francesa e alemã de carvão e aço.
 Perante o recrudescimento das tensões internacionais
após a guerra, Jean Monnet sente que soou a hora de dar
um passo decisivo rumo à unidade europeia. Começa
então a trabalhar, com a sua equipa, no conceito de uma
Comunidade Europeia. Em 9 de maio de 1950,
Robert Schuman, ministro dos Negócios Estrangeiros
francês, profere a «Declaração Schuman» em nome do
Governo francês.
 Esta declaração, inspirada e preparada por Jean Monnet,
propunha que toda a produção franco-alemã de carvão e
de aço fosse colocada sob uma Alta Autoridade. Essa
proposta assentava na ideia de que, se a produção desses
recursos fosse partilhada pelos dois países mais poderosos
do continente, seria possível evitar guerras futuras.
Robert Schuman:
Robert Schuman (Luxemburgo, 29 de junho de 1886
 — Scy-Chazelles, 4 de Setembro de 1963) foi um
político democrata-cristão e estadista luxemburguês
 radicado na França.

Robert Schuman foi membro da resistência


francesa na Segunda Guerra Mundial, tendo
sido capturado e preso pelos nazis. Antes da
guerra, tinha estado ativo na política enquanto
deputado ao Parlamento francês. Após a
guerra, ocupou uma série de cargos de alto
nível em França, tendo acabado por redigir a «
Declaração Schuman», com o intuito de unir a
Europa e evitar novas guerras.
Em cooperação com Jean Monnet,
Schuman elaborou o Plano Schuman, de
renome internacional. Este plano foi
publicado em 9 de maio de 1950, data agora
considerada como o nascimento da União
Europeia e celebrada todos os anos como «
Dia da Europa». No discurso que
acompanhava o plano, Schuman propôs o
controlo conjunto da produção de carvão e
aço, os materiais mais importantes para a
indústria do armamento. A ideia subjacente
era que os países que ficassem privados do
controlo da produção desses materiais não
teriam meios para fazer a guerra.
Após a guerra, Schuman regressou à
política nacional, tendo ocupado uma
série de cargos importantes e sido
um dos negociadores fundamentais
de importantes tratados e iniciativas,
como o Conselho
  da Europa, o Plano
Marshall e a NATO — todos eles
destinados a reforçar a cooperação
dentro da aliança ocidental e a
unificar a Europa.
"Sir Winston Leonard Spencer Churchill
nasceu no dia 30 de novembro de 1874, no
Palácio de Blenheim, em Woodstock. Churchill
veio de uma família da aristocracia britânica,
sendo que seu pai, Lord Randolph Churchill,
era membro do Parlamento inglês, assumindo
importantes funções no governo britânico ao
longo de sua vida.A mãe de Churchill se
chamava Jennie Spencer-Churchill, norte-
americana e filha de um riquíssimo empresário
também norte-americano. Churchill ainda teve
um irmão, nascido em 1880, que se chamava
Jack, e a criação dos dois irmãos foi feita pela
avó paterna, Elizabeth Ann Everest. Isso
porque os pais de Churchill mantinham uma
agenda social agitada e negligenciavam a
criação dos próprios filhos."
 Winston Churchill, o ex-primeiro-
ministro britânico que reuniu uma
nação sob bombardeio, estava
comprometido com a ideia da
integração europeia e foi um dos
primeiros a defender os “Estados
Unidos da Europa”.
Jacques Delors -
Jacques Lucien Jean Delors GCC • GCIH (Paris, 
20 de julho de 1925) é um político europeu de
nacionalidade francesa, tendo sido presidente
da Comissão Europeia entre 1985 e 1995.

Presidente da Comissão Europeia de 1985 a


1995, durante três mandatos. Aprovou o Ato
Único Europeu, em 1986, o qual levou à
criação do Mercado Único Europeu, em 1993.
Foi protagonista na transformação da
Comunidade Europeia em União Europeia,
encaminhando as nações da Comunidade para
a moeda única e para uma maior cooperação
ao nível da defesa.
Tratado de Paris             

Assinatura do Tratado de Paris

Tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do


Aço (CECA)
O Tratado que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do
Aço (CECA) foi assinado, em Paris, pela Bélgica, França,
República Federal da Alemanha, Luxemburgo e Países Baixos.
Entrou em vigor por um período de 50 anos. Os membros da
Assembleia Parlamentar Europeia eram seleccionados pelos
Parlamentos nacionais. A Assembleia tinha o poder de destituir a
Alta Autoridade (precursora da Comissão).
•Assinado em: Paris (França), 18 de Abril de 1951
•Entrada em vigor: 23 de Julho de 1952
•Expirou em: 23 de Julho de 2002
 Tratado de Roma (CEE)
 Tratado que institui a Comunidade Económica Europeia
 Em 25 de Março de 1957, foram assinados dois tratados – o
Tratado que institui a Comunidade Económica Europeia (CEE) e
o Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia
Atómica (CEEA ou EURATOM). As decisões das duas
Comunidades foram tomadas pelo Conselho, mediante proposta
da Comissão. A Assembleia Parlamentar deve ser consultada e
transmitir os seus pareceres ao Conselho. A Assembleia é
aumentada, passando a ter 142 membros. A Assembleia
Parlamentar Europeia realizou a sua primeira sessão no ano
seguinte, em 19 de Março de 1958. Com os Tratados de Roma
foi introduzida uma disposição específica para que os
eurodeputados passassem a ser eleitos por sufrágio directo
(aplicada em 1979).
• Assinado em: Roma (Itália), 25 de Março de 1957
• Entrada em vigor: 1 de Janeiro de 1958
 Tratado que institui a Comunidade Europeia da Energia Atómica
 Os principais objectivos do Tratado EURATOM são:
• promover a investigação e assegurar a difusão dos conhecimentos técnicos
• estabelecer normas de segurança uniformes com vista a proteger a saúde da
população e dos trabalhadores da indústria
• facilitar a investigação
• garantir que os materiais nucleares não são desviados para fins diferentes
daqueles a que se destinam, em particular militares
 A importância do Tratado EURATOM pode ser claramente
constatada no contexto do alargamento. A energia nuclear é uma
importante fonte de energia para muitos países da Europa de Leste,
mas as normas de segurança das suas centrais de energia nuclear e
o nível de protecção da população e dos trabalhadores nem sempre
são suficientes. É no contexto do Tratado EURATOM que se
desenvolve a ajuda da UE neste domínio.
• Assinado em: Roma (Itália), 25 de Março de 1957
• Entrada em vigor: 1 de Janeiro de 1958
 Ato Único Europeu, em 28 de Fevereiro de 1986, em
Bruxelas.
 O Ato Único Europeu introduziu alterações nos Tratados
que instituem as Comunidades Europeias e consagrou a
cooperação política europeia. Quando o Ato Único
Europeu (AUE) entrou em vigor, o título "Parlamento
Europeu" (em uso pela Assembleia desde 1962) foi
tornado oficial.
 ~promoveu o reforço da cidadania europeia, atenuação
das desigualdades sociais, reforço da cooperação nas
políticas do ambiente, da tecnologia e da investigação.
 Assinado em: Luxemburgo (Luxemburgo), 17 de
Fevereiro de 1986, e em Haia (Holanda), 28 de
Fevereiro de 1986
 Entrada em vigor: em 1 de Julho de 1987
 Tratado da União Europeia (TUE) / Tratado de Maastricht
 O Tratado da União Europeia foi assinado em Maastricht na presença do
Presidente do Parlamento Europeu,
 Com a entrada em vigor do Tratado da União Europeia, a CEE torna-se
Comunidade Europeia (CE). Os poderes legislativo e de controlo do PE
reforçam-se com a introdução do processo de codecisão e com o
alargamento do processo de cooperação.
 Tem por objetivo:
• salvaguardar os valores comuns, os interesses fundamentais e a
independência da UE;
• reforçar a segurança da UE e dos seus Estados-Membros;
• preservar a paz e a segurança internacional;
• desenvolver e consolidar a democracia e o Estado de direito, bem como o
respeito pelos direitos humanos e as liberdades fundamentais.
• Assinado em: Maastricht (Holanda), 7 de Fevereiro de 1992
• Entrada em vigor: 1 de Novembro de 1993
Tratado de Amesterdão
 Em Março de 1996, em Turim (Itália), teve início uma
reunião com a finalidade de rever o Tratado da União
Europeia. O subsequente Tratado de Amesterdão que
altera o Tratado da União Europeia, os Tratados que
instituem as Comunidades Europeias e alguns actos
relativos a esses Tratados foi assinado na presença do
Presidente do Parlamento Europeu, José María Gil-
Robles.
 Com a entrada em vigor do Tratado de Amesterdão, em
Maio de 1999, o processo de co-decisão foi simplificado
e alargado. O Parlamento passou então a ter o direito de
aprovar o Presidente da Comissão.
• Assinado em: Amesterdão (Holanda), 2 de Outubro de 1997
• Entrada em vigor: 1 de Maio de 1999
Tratado de Nice
  
 O Tratado de Nice que altera o Tratado da União Europeia, os
Tratados que instituem as Comunidades Europeias e alguns
actos relativos a esses Tratados foi assinado na presença da
Presidente do Parlamento Europeu, Nicole Fontaine. O
objectivo do Tratado de Nice era reformar a estrutura
institucional da União Europeia, a fim de fazer face aos
desafios do novo alargamento. Com o Tratado de Nice, os
poderes legislativos e de supervisão do Parlamento são
aumentados e a votação por maioria qualificada no Conselho
é alargada a mais áreas.
• Assinado em: Nice (França), 26 de Fevereiro de 2001
• Entrada em vigor: 1 de Fevereiro de 2003
Tratado de Lisboa
 O Tratado coloca o Parlamento Europeu, enquanto
legislador, em pé de igualdade com o Conselho numa
série de domínios em que antes o Parlamento não
desfrutava dessa prerrogativa, nomeadamente na
definição do orçamento da UE (neste aspecto, o
Parlamento usufrui de paridade total), na política agrícola
e no sector da Justiça e dos Assuntos Internos.
 O Tratado entrou em vigor em 1 de Dezembro de 2009,
depois de ter sido ratificado pela totalidade dos 27
Estados¬ Membros.
• Assinado em: Lisboa (Portugal), 13 de Dezembro de 2007
• Entrada em vigor: 1 de Dezembro de 2009

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