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Curso: Animador Sociocultural Turma/Ano: AS/2.

º ano
Ano Letivo 2022/2023
Disciplina: Área de Estudo da Comunidade
Módulo 8/UFCD 4258 – Direito Social
Nome:

Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia


Em 2000, a U.E, para reforçar o seu compromisso de proteção dos direitos fundamentais à
luz da evolução da sociedade, do progresso social e da evolução científica e tecnológica,
elaborou numa carta com os direitos fundamentais dos estados-membros. Esta reúne, num
único documento, os direitos pessoais, sociais, cívicos, políticos e económicos dos cidadãos
europeus, que anteriormente se encontravam dispersos por diversos instrumentos
legislativos. A carta criar o conceito de segurança jurídica dentro da U.E, é vinculativa para
todas as suas atividades e integra 54 artigos e seis temas: dignidade, liberdades,
igualdade, solidariedade, cidadania e justiça.

Refere que a dignidade do ser humano é inviolável, reforçando o direito à


Dignidade vida, à integridade do ser humano, a proibição da tortura e dos tratos ou
penas desumanas ou degradantes, da escravidão e do trabalho forçado.

No âmbito das liberdades estabelece o direito à liberdade e à segurança, à


liberdade de expressão, de pensamento, de consciência, de religião e de
informação, o respeito pela vida privada e familiar, o direito de contrair
Liberdades casamento e de constituir família, direito de propriedade, à educação, a
trabalhar e de asilo, à proteção de dados pessoais, proteção em caso de
afastamento, expulsão ou extradição, à liberdade de reunião e de associação,
das artes e das ciências, liberdade profissional e liberdade de imprensa.

Quanto à igualdade afirma que todas as pessoas são iguais perante a lei,
sendo proibida a discriminação. A união respeita a diversidade cultural,
Igualdade
religiosa e linguística, a igualdade entre homens e mulheres, os direitos das
crianças e das pessoas idosas e reconhece e respeita o direito da integração
das pessoas com deficiência.

Ao nível da solidariedade estipula o direito à informação e à consulta


dos trabalhadores na empresa, direito de negociação e de ação
coletiva, direito de acesso aos serviços de emprego, proteção em caso
Solidariedade de despedimento sem justa causa, condições de trabalho justas e
equitativas, proibição do trabalho infantil e proteção dos jovens no
trabalho, vida familiar e vida profissional, segurança social e
assistência social, proteção da saúde, acesso a serviços de interesse
económico geral, proteção do ambiente, defesa dos consumidores.
Neste âmbito, a cidadania, confere o direito de eleger e de ser eleito
nas eleições para o Parlamento e nas municipais, direito a uma boa
Cidadania administração, direito de acesso aos documentos, Provedor de Justiça
Europeu, direito de petição liberdade de circulação e de permanência,
proteção diplomática e consular.

Na justiça, reconhece o direito à ação e a um tribunal imparcial, a


presunção de inocência e direitos de defesa, princípios de legalidade e
Justiça da proporcionalidade dos delitos e das penas e o direito a não ser
julgado ou punido penalmente mais do que uma vez pelo mesmo delito.

Cidadania europeia

O conceito de cidadania europeia foi introduzido, em 1993, pelo Tratado de


Maastricht ou Tratado da União Europeia. Os direitos fundamentais de cidadania
conferidos foram:
- liberdade de circulação e de residência no território dos Estados-Membros, sem
fazer referência a uma atividade económica:
- direito de eleger e de ser eleito nas eleições para o Parlamento Europeu e nas
eleições municipais do Estado-Membros de residência;
- direito à proteção diplomática e consular;
- direito de petição ao Parlamento Europeu.

O Tratado de Amesterdão (1990), veio consolidar estes direitos, liberdades e


garantias, reforçar a cidadania inclusiva, em construção permanente. Este completa ainda a
lista dos direitos cívicos de que beneficiam os cidadãos da União Europeia e especifica a
relação entre cidadania nacional e cidadania europeia:
- o direito de se dirigir às instituições europeias numa das línguas oficiais e obter
uma resposta redigida na mesma língua;
- o direito de acesso aos documentos do Parlamento Europeu, do Conselho e da
Comissão, sob reserva da fixação de certas condições;
- o direito de não discriminação entre cidadãos da União em razão da nacionalidade
e o da não discriminação em razão do sexo, da raça, da religião, de uma deficiência, da
idade ou da orientação sexual;
- o direito de igualdade de acesso à função pública comunitária.
A instauração da cidadania europeia visa reforça e promover a identidade europeia
através de uma participação dos cidadãos no processo de integração comunitária e da
proteção dos seus direitos.
Atualmente, esta noção engloba duas realidades: o conjunto de direitos e de
deveres nacionais decorrentes da cidadania nacional a nível dos Estados-membros e o
conjunto de direitos e deveres comunitários decorrentes dos tratados – cidadania
europeia.

Quais os deveres dos cidadãos da União?


Não obstante o enunciado do n.º 2 do Artigo 17.º (ex-artigo 8.º) do TCE (Tribunal de Contas Europeu)
“os cidadãos da União gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres previstos no presente Tratado”, a
cidadania da União não comporta, até à data, quaisquer deveres para cidadãos da União, o que representa
uma diferença substancial relativamente à cidadania dos Estados-Membros.
Fonte: http://www.eurocid.pt/

Cidadania ativa

Este conceito de cidadania, reforçado no Tratado de Lisboa pretende que o cidadão


se integre no processo de construção europeia, através da sua real participação na vida
política local e europeia, promovendo a cultura e a diversidade europeias no âmbito de um
diálogo intercultural. Desta forma, todos os cidadãos têm a possibilidade de expressarem e
partilharem publicamente os seus pontos de vista sobre todos os domínios de ação da
União, através, entre outras, das seguintes iniciativas:
- “Iniciativa de Cidadania Europeia” – possibilidade de requerer que a Comissão Europeia
intervenha sobre uma questão que se considere importante;
- “Uma ideia para a ação” – os cidadãos devem fazer opções e tomar decisões
conscientes, agir tanto individualmente como em conjunto e desenvolver as suas próprias
ideias num contexto europeu que transcenda uma perspetiva nacional e respeite a sua
diversidade;
- Livro Branco “Um novo impulso à juventude europeia” – cooperação entre os diferentes
atores no domínio da juventude, de forma a garantir uma participação mais efetiva dos
jovens nas decisões que lhes respeitam;
- Plano D para a Democracia, o Diálogo e o Debate – iniciativa lançada pela Comissão
Europeia no sentido de promover a discussão sobre o futuro da União Europeia, a
comunicação e o debate sobre as suas atividades, tendo em conta as expectativas dos
cidadãos.
Exercícios
1. A União Europeia é um organismo vivo, um processo de construção contínuo marcado por
sucessivos alargamentos.
1.1. Refere os países fundadores da União Europeia.
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1.2. Observa o mapa com os Estados-Membros da União Europeia.

1.2.1. Completa o quadro seguinte com os alargamento s da União Europeia.


Data de Estados- Membros
adesão
1973
Grécia
1986
Áustria, Suécia, Finlândia
2004

Bulgária, Roménia
2013
Brexit
1.2.2. Indica dois países que se encontram na situação de candidatos à União Europeia.
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2. A construção da U.E. foi sendo solicitada e os seus princípios e objetivos delineados através
de importantes acordos estabelecidos pelos Estados-Membros (os Tratados da União
Europeia).
2.1. Explica a importância do Tratado de Roma.
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2.2. Identifica o tratado que introduziu o conceito de cidadania europeia.
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3. Refere três símbolos da U.E.
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4. Associa as instituições da U.E. às suas principais características.

1. Conselho Europeu da U.E. ___ A voz dos cidadãos


2. Parlamento Europeu ___ Defesa do interesse comum da U.E
3. Comité das Regiões ___ A voz dos Estados-Membros
4. Tribunal da Justiça ___ Prespetiva local
5. Comissão Europeia ___ Manutenção da estabilidade económica
6. Banco Central Europeu ___ Assegura o cumprimento da lei

5. Lê o seguinte testo.
A Irlanda foi o segundo país da U.E. a pedir ajuda financeira à troika e agora quer ser o primeiro a anunciar ao
mundo que conseguiu sair da crise, assumindo a presidência rotativa da U.E. Trata-se da sua sétima presidência, mas
com a particularidade de ser o primeiro país sob resgate a assumir a presidência da U.E. (…).
A presidência irlandesa em 2013 girará em torno de três palavras decisivas: estabilidade, emprego e crescimento
(…). Que esta presidência e o novo ano, este ano europeu dos cidadãos, tragam esperança, novas possibilidades e
uma nova confiança para os nossos povos…E, acima de tudo, permita descobrir que, junto a esta família de
europeus, se está a criar um futuro mais rico e sustentável.
5.1. Explica a importância da frase sublinha no contexto dos objetivos da U.E.
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5.2. Relaciona a expressão “família de europeus” com o conceito de cidadania europeia.
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Prof. Fátima Oliveira

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