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Índice

1. Introdução...............................................................................................................3
1.1. Objectivos...........................................................................................................3
1.2. Metodologia.....................................................................................................3
2. Direitos e deveres dos cidadãos..............................................................................4
2.1. Direitos:...........................................................................................................4
2.2 Deveres:...........................................................................................................5
3. A pluralidade de ideias............................................................................................7
4. Papel dos partidos políticos em Moçambique........................................................8
5. Conclusão..............................................................................................................10
6. Referência bibliográfica........................................................................................11
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1. Introdução

O presente trabalho da cadeira de Temas Transversais I, debruçar-se-á sobre os


direitos e deveres dos cidadãos (eleger e ser eleito), pluralidade de ideias e papel dos
partidos políticos em Moçambique. Segundo a Constituição da República de
Moçambique (CRM), todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos mesmos
direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da cor, raça, sexo,
origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social, estado
civil dos pais, profissão ou opção política.

1.1. Objectivos

Geral

 Conhecer direito e deveres dos cidadãos, pluralidade de ideias e papel dos partidos
políticos em Moçambique.

Específicos

 Identificar os direitos e deveres dos cidadãos;


 Descrever a pluralidade de ideias;
 Descrever o papel dos partidos políticos em Moçambique.

1.2. Metodologia

Na elaboração deste trabalho recorreu-se ao método bibliográfico que consistiu na


consulta de obras bibliográficas e internet, método descritivo que consistiu na
descrição de informações recolhidas nas diferentes obras onde cada autora está
devidamente referenciada no final do trabalho.
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2. Direitos e deveres dos cidadãos

Em Moçambique, os Direitos e Deveres Fundamentais dos Cidadãos estão


assegurados nos artigos 35 a 95.

Assim, em Moçambique todos os cidadãos gozam dos mesmos direitos e estão


sujeitos aos mesmos deveres, independentemente da sua cor, raça, sexo, origem
étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social ou profissão.

2.1. Direitos:

Segundo Wald (2010) “o Direito é a norma das acções humanas na vida social,
estabelecida por uma organização soberana e imposta coactivamente à observância de
todos".

Reale (2011), em Lições Preliminares de Direito, afirma que "aos olhos do homem
comum o Direito é a lei e ordem, isto é, um conjunto de regras obrigatórias que
garante a convivência social graças ao estabelecimento de limites à acção de cada um
de seus membros".

De acordo com a teoria da coercibilidade, "o direito é a ordenação coercível da


conduta humana.

De acordo com a ONU, os direitos são inerentes a todos os seres humanos,


independentemente da sua raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou
qualquer outra condição.

Assim, o órgão afirma que os direitos humanos incluem o direito à vida e à liberdade,
liberdade de opinião e expressão, o direito ao trabalho e à educação, entre outros.
Todos têm direito a estes direitos, sem discriminação.

Entretanto, dentre vários direitos dos cidadãos, de acordo com a CRM, podemos listar
os seguintes:

 Direito à vida- Todo o cidadão tem direito à vida e à integridade física e moral e
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não pode ser sujeito à tortura ou tratamentos cruéis ou desumanos. (Art. 40, da
CRM);
 Todo o cidadão tem direito à honra, ao bom nome, à reputação, à defesa da sua
imagem pública e à reserva da sua vida privada. (Art. 41, da CRM);
 Todos os cidadãos têm direito à liberdade de expressão, à liberdade de imprensa,
bem como o direito à informação. (Art. 48, da CRM);
 Todos os cidadãos têm direito à liberdade de reunião e manifestação nos termos da
lei. (Art. 51, da CRM);
 Todos os cidadãos gozam da liberdade de constituir ou participar em partidos
políticos. (Art. 53, da CRM);
 Os cidadãos gozam da liberdade de praticar ou de não praticar uma religião. (Art.
54, da CRM);
 Todos os cidadãos têm o direito de fixar residência em qualquer parte do território
nacional. (Art. 55, da CRM);
 Na República de Moçambique, todos têm direito à segurança, e ninguém pode ser
preso e submetido a julgamento senão nos termos da lei. (Art. 59, da CRM);
 Em caso de prisão ou detenção ilegal, o cidadão tem direito a recorrer à
providência do habeas corpus. (Art. 66, da CRM);
 O cidadão tem o direito de recorrer aos tribunais contra os actos que violem os
seus direitos e interesses reconhecidos pela Constituição e pela lei. (Art. 70, da
CRM).

2.2 Deveres:

Na óptica de Wald (2010) o termo deveres se refere às actividades, actos e


circunstâncias que envolvem uma determinada obrigação moral ou ética.

Por sua vez, Reale (2011) afirma que “a palavra dever se refere a tudo que é
considerado uma obrigação e que muitas vezes deixa de ser o desejo adequado ou
apropriado de uma pessoa”.

Geralmente, os deveres se relacionam com determinadas atitudes que todos os seres


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humanos, independentemente de sua origem, etnia, idade ou condições de vida estão


obrigados a cumprir de modo a assegurar ao resto da humanidade a possibilidade de
viver em paz, com dignidade e com certas comodidades.

Entretanto, dentre vários deveres dos cidadãos, de acordo com a CRM, podemos listar
os seguintes:

 Dever de respeitar a Constituição - Todos os cidadãos têm o dever de respeitar a


ordem constitucional. (Art. 38, da CRM);
 Todo o cidadão tem o dever de respeitar e considerar os seus semelhantes, sem
discriminação de qualquer espécie e de manter com eles relações que permitam
promover, salvaguardar e reforçar o respeito, a tolerância recíproca e a
solidariedade. (Art. 44, da CRM);
 Deveres para com a comunidade:
a) servir a comunidade nacional, pondo ao seu serviço as suas capacidades
físicas e intelectuais;
b) trabalhar na medida das suas possibilidades e capacidades;
c) pagar as contribuições e impostos;
d) zelar, nas suas relações com a comunidade pela preservação dos valores
culturais, pelo espírito de tolerância, de diálogo e, de uma maneira geral,
contribuir para a promoção e educação cívicas;
e) defender e promover a saúde pública;
f) defender e conservar o ambiente;
g) defender e conservar o bem público e comunitário. (Art. 45, da CRM);
 Deveres para com o Estado:
1. Todo o cidadão tem o dever de contribuir para a defesa do país.
2. Todo o cidadão tem, ainda, o dever de cumprir as obrigações previstas na lei e
de obedecer às ordens emanadas das autoridades legítimas, emitidas nos termos da
Constituição e com respeito pelos seus direitos fundamentais. (Art. 46, da CRM);
Na República de Moçambique a educação constitui direito e dever de cada
cidadão. (Art. 88, da CRM).
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3. A pluralidade de ideias

A pluralidade de ideias está presente em tudo desde assuntos mais polémicos, como
política e religião até sobre relacionamentos e perspectivas de vida. A originalidade de
uma ideia existe na desconstrução de um pensamento, no pensar fora da caixa, no
contexto descodificado. É importante respeitarmos essa diferença.

Segundo Naspolin (2006)  o pluralismo político, como base do Estado democrático de


direito, aponta o reconhecimento de que a sociedade é formada por vários grupos,
portanto composta pela multiplicidade de vários centros de poder em diferentes
sectores. 

Por sua vez Ferreira (2013) afirma que Pluralismo é, num sentido amplo, o
reconhecimento da diversidade. O conceito é usado, frequentemente de modos
diversos, numa ampla gama de questões. Em política, é o reconhecimento de que
vários partidos possuem igual direito ao exercício do poder político segundo
procedimentos eleitorais claramente definidos.

Através da ideia de pluralismo político, então, busca-se assegurar a liberdade de


expressão, manifestação e opinião, garantindo-se a participação do povo na formação
da democracia do país.

Desta forma, o pluralismo político é uma das mais importantes características


da democracia moderna, na qual pequenos partidos políticos também são ouvidos e
têm direito a voto.

Sampaio (2018), salienta que em política, "pluralismo" também pode significar "voto
de qualidade", ou seja, indicar um sistema eleitoral onde um eleitor equivale a vários
votos, dependendo dos títulos que possua (dono de terras, diploma universitário etc.).

 O "voto de qualidade" originou-se na Inglaterra, onde, em certos ambientes, vigorou


até fins da década de 1940: ingressos da Oxford University e da Universidade de
Cambridge elegiam representantes para o Parlamento. (Naspolin, 2006)

Segundo o Artigo 3 da CRM, “a República de Moçambique é um Estado de Direito,


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baseado no pluralismo de expressão, na organização política democrática, no respeito


e garantia dos direitos e liberdades fundamentais do Homem”.

Na mesma senda, o Instrumento em seu artigo 4 (Pluralismo jurídico), estabelece que


“O Estado reconhece os vários sistemas normativos e de resolução de conflitos que
coexistem na sociedade moçambicana, na medida em que não contrariem os valores e
os princípios fundamentais da Constituição”.

Entretanto, os partidos expressam o pluralismo político, concorrem para a formação e


manifestação da vontade popular e são instrumento fundamental para a participação
democrática dos cidadãos na governação do país. (Art.74 da CRM).

4. Papel dos partidos políticos em Moçambique

Segundo Naspolin (2006), as funções dos partidos políticos sempre se mostraram


necessárias, especialmente em tempos fervorosos.

Em contextos de guerras e revoluções no século XVII e XVIII, por exemplo, surgiram


no Ocidente grupos políticos como os tories e whigs na Inglaterra, os federalistas e
republicanos nos Estados Unidos e os jacobinos e girondinos na França, que se
opunham por suas convicções e interesses sociais e económicos. Tais grupos
originaram o esquema de organização que assegura a existência de uma democracia
representativa: os partidos políticos.

Na óptica de Macuacua 1” O grande objectivo dos partidos políticos é manter o poder


político, dai que nos anos eleitorais aparecem com mais vigor, mas há que continuar a
fazer um esforço no sentido de ter um funcionamento mais regular”.

Segundo o Art.74 da CRM), a estrutura interna e o funcionamento dos partidos


políticos devem ser democráticos.

O Instrumento (CRM) em seu Artigo 75, ainda estabelece que:

1. No profundo respeito pela unidade nacional e pelos valores democráticos, os


partidos políticos são vinculados aos princípios consagrados na Constituição e na lei.

1
Edson Macuacua, entrevista cedida a DW, no dia 10 de Julho de 2018.
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2. Na sua formação e na realização dos seus objectivos os partidos políticos devem,


nomeadamente:

a) ter âmbito nacional;

b) defender os interesses nacionais;

c) contribuir para a formação da opinião pública, em particular sobre as grandes


questões nacionais;

d) reforçar o espírito patriótico dos cidadãos e a consolidação da Nação


moçambicana.

3. Os partidos políticos devem contribuir, através da educação política e cívica dos


cidadãos, para a paz e estabilidade do país
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5. Conclusão

Reflectindo acerca do que já foi explanado, importa referirmos que, Direito é tudo o
que alguém pode fazer. Já dever são as obrigações ligadas a isso. Assim, Homens e
mulheres são iguais em direitos e obrigações. Saúde, educação, moradia, segurança,
lazer, vestuário, alimentação e transporte são direitos dos cidadãos. Ninguém é
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei.

Assim, a princípio, os partidos são associações que representam convicções politicas


organizando um plano de governo de acordo com seus ideais.

Contudo, os partidos representam diferentes ideologias e convicções políticas


existentes na sociedade, reunindo, como seus filiados, cidadãos adeptos à sua corrente
de pensamento.
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6. Referência bibliográfica

Ferreira, A. B. H. (2013). Novo Dicionário da Língua Portuguesa. (2ª edição). Rio


de Janeiro, Brasil: Nova Fronteira.

Naspolini, S. D.F. (2006). Pluralismo Político. Curitiba, Brasil: Juruá Editora.

Reale, Miguel.(2011). Lições Preliminares de Direito. (22ª ed). São Paulo, Brasil.
Saraiva.

Sampaio, N. S. (2008). Eleições e Sistemas Eleitorais. Paraná, Brasil,

Wald, Arnoldo. (2010). Curso de Direito Civil Brasileiro: Introdução e Parte geral.
(8ª ed). São Paulo, Brasil: RT.

Legislação
 Lei n. 1/2018, de 12 de Junho (Lei da Revisão da Constituição da República de
Moçambique - CRM)
 MOÇAMBIQUE, Constituição da República de Moçambique, Boletim da
República, I Série, número 44, de 2 de Novembro de 1990.
 MOÇAMBIQUE, Constituição da República de Moçambique, Boletim da
República, I Série, número 51, de 22 de Dezembro de 2004.

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