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Conceito
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a) a defesa da independência e da soberania;
b) A consolidação da unidade nacional;
c) A edificação de uma sociedade de justiça social e a criação do bem-estar material,
espiritual e de qualidade de vida dos cidadãos;
d) A promoção do desenvolvimento equilibrado, económico, social e regional do país;
e) A defesa e a promoção dos direitos humanos e da igualdade dos cidadãos
perante a lei;
f) O reforço da democracia, da liberdade, da estabilidade social e da harmonia social e
individual;
g) A promoção de uma sociedade de pluralismo, tolerância e cultura de paz;
h) O desenvolvimento da economia e do progresso da ciência e da técnica;
i) A afirmação da identidade moçambicana, das suas tradições e demais valores sócio-
culturais;
j) O estabelecimento e desenvolvimento de relações de amizade e cooperação com
outros povos e Estados.
O artigo 2, refere que a soberania reside no povo e ela é exercida segundo as formas
fixadas na Constituição. Estabelece ainda a primazia das normas
constitucionais no ordenamento jurídico.
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aperfeiçamento da vida em sociedade. Foi parte constitutiva de um processo de
construção caracterizado, entre outros, pela delimitação de um espaço territorial, pelo
estabelecimento de relações de produção e intercâmbio, pela conformação das classes
sociais, e pelo desenvolvimento de sentimentos de pertinência e destino comum que
deram conteúdo simbólico a idéia de nação.
População
O conceito de população tende, cada vez mais, a identificar-se como o conjunto de
pessoas que residem habitualmente num determinado território e que integra, inclusive,
os cidadãos de outras nacionalidades.
- Comunidade, representa o corpo social sobre o qual o Estado exerce o seu poder e é
o elemento básico do Estado e sua razão de ser.
O Território
Moçambique, como outros Estados ribeirinhos, o seu território marítimo deve abranger
uma extensão até ao limite que não ultrapasse as doze milhas marítimas medidas a
partir de linhas de base determinadas de conformidade com a Convenção das Nações
Unidas sobre o Direito do Mar. Nestas doze milhas o Estado exerce a sua jurisdição.
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A Constituição moçambicana (C.R.M.), no seu artigo 98, refere como integrando a
propriedade do Estado todos os recursos naturais situados no seu território,
propriedade essa estendida à zona económica exclusiva.
A Soberania
Conceito:
Qualidade que o Estado possui na esfera de sua competência jurídica, de ser supremo,
independente e definitivo, dispondo, portanto, de decisões ditadas em último grau pela
sua própria vontade e que pode inclusive impor pela força coactiva.
Portanto soberania pode ser entendido como o poder que o Estado tem de fazer leis e
impô-las coercivamente a todos os cidadãos sob sua jurisdição .
- A unidade - que significa que a soberania é una, porque numa mesma ordem não
pode existir mais de uma autoridade com poder supremo;
- A indivisibilidade - que significa que a soberania é indivisível, porque, logicamente,
se se dividisse deixaria de ser una;
- A inalienabilidade - que significa que a soberania é inalienável pois, está excluída de
seu conceito a possibilidade de transferência;
- A imprescritibilidade - que significa que a soberania não prescreve, caduca ou fica
sem efeito, logo, é imprescritível;
- A inviolabilidade - que significa que a soberania não é susceptível de lesão;
- A indelegabilidade - que significa que a soberania não confere como poder passível
de transmissão.
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unidade singular - um só povo, um só território, um poder político e no Estado
Federativo, o Estado soberano tem dois níveis de governo: o Federal e o Federado.
Em todo o Estado, a bem dizer, há uma vontade que é legalmente superior a todas as
outras vontades. É, em expressão técnica, uma vontade soberana. Não recebe ordens
de qualquer outra vontade, nem pode alienar a sua autoridade "porque representa a
vontade geral do povo que delega ao Estado o poder para comandá-lo.” ( segundo
Rousseau) No caso do Estado moçambicano, existe a contínua propriedade do Estado
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sobre os recursos naturais como forma de garantir os objectivos de soberania e
desenvolvimento.
Do exposto podemos concluir que o conceito de Estado pode ser utilizado com
sentidos diferentes:
• Assim, num sentido amplo, designa a colectividade que num determinado território
possua em nome próprio o poder político e abrangerá os Estados federados e os
protegidos.
• Num sentido restrito, significará apenas a colectividade que no seu território possua
o poder político soberano e que excluirá os Estados federados e protegidos.
Sujeitos:
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São os agentes que actuam na sociedade. Em função dos diferentes interesses que
eles representam, eles podem se enquadrar como classes sociais, grupos sociais,
grupos de interesse, movimentos sociais, sindicais e essas pessoas agem dentro e
através dessas organizações.
Exemplo concreto: O padre ou o pastor duma Igreja (Católico ou Metodista).
Elementos:
São as instituições que mobilizam os agentes/sujeitos da Sociedade, por exemplo – os
partidos políticos, as igrejas, os sindicatos.
Exemplo concreto: A Igreja Metodista Livre ou a Igreja Zion, a OTM-CS, os Partidos
Políticos, etc.
Outro exemplo: quando alguém decide fazer uma missa para recordar seus
defuntos/antepassados, pode recorrer à tradição ou à religião. No primeiro caso, pode
chamar um adivinho ou curandeiro para preparação e realização da missa, no segundo
caso pode chamar um padre/pastor para o mesmo fim. O mais importante nestes
exemplos é verificarmos que o Estado não regula e nem intervém nestas relações, elas
ocorrem sem sequer o Estado se aperceber delas.
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FUNÇÕES E PAPÉIS DO ESTADO
Funções de Estado
O Estado para atingir os fins que se propõe necessita de desenvolver através dos seus
órgãos um conjunto de actividades a que chamamos Funções de Estado.
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destinados à satisfação de necessidades de carácter material ou cultural,
nomeadamente:
estabelecer e cobrar tributos e administrar os recursos – quadro administrativo;
promover o bem-estar social, renda mínima, alimentação, saúde e educação.
• Função Legislativa;
• Função Executiva e
• Função Judicial.
Papéis do Estado
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OS TRÊS PODERES: EXECUTIVO, LEGISLATIVO E JUDICIAL
A teoria dos poderes do Estado, surgiu no séc.XVII e foi formulada pela primeira vez
pelo filósofo inglês JOHN LOCKE. Este constatou que na Inglaterra, onde asfunções
política, executiva e jurisdicional, eram exercidas por órgãos diferenciados - o Rei, o
Parlamento e os Juízes - não se verificavam os abusos de poder que se registavam por
exemplo na França onde os três poderes estavam concentrados num único órgão (o
Rei).
LOCKE postulava na sua obra "Two treatise of government" publicada em 1690, a
separação dos poderes, tendo por objectivo coibir o absolutismo real.
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A fórmula de Montesquieu, no entanto, pressupunha que os diversos poderes deveriam
actuar concertadamente, em regime de permanente e harmoniosa colaboração,
impedindo-se assim que cada órgão exorbitasse o âmbito das suas competências.
O PODER EXECUTIVO
O Poder Executivo é um dos poderes governamentais, segundo a teoria da separação
dos poderes cuja responsabilidade é a de implementar, ou executar, as leis e a agenda
diária do governo ou do Estado. De fato, o Poder Executivo de uma nação é
regularmente relacionado ao próprio Governo.
O GOVERNO
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No exercício da sua função, o Conselho de Ministros:
- assegura a administração do país,
- garante a integridade territorial,
- vela pela ordem pública e pela segurança e estabilidade dos cidadãos,
- promove o desenvolvimento económico,
- implementa a acção social do Estado,
- desenvolve e consolida a legalidade e
- realiza a politica externa do país
O Conselho de Ministros responde perante o Presidente da República e a Assembleia
da República pela realização da política interna e externa e presta lhes contas das suas
actividades.
O PODER LEGISLATIVO
A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
Ela exerce o poder legislativo e é constituída por 250 deputados divididos pelos
partidos políticos que obtiveram mais votos nas eleições gerais e o seu mandato é de 5
(cinco) anos.
A principal função deste órgão é determinar as normas que regem o funcionamento do
Estado e a vida económica e social através de leis e deliberações de carácter genérico
que visem questões básicas da política interna e externa do país.
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A Assembleia da República reúne-se ordinariamente duas vezes por ano e
extraordinariamente sempre que a sua convocação for requerida pelo Presidente da
República, pela Comissão Permanente da Assembleia da República ou por um terço,
pelo menos, dos deputados da Assembleia da República.
O PODER JUDICIAL
OS TRIBUNAIS
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a) Tribunal Supremo é o órgão superior da hierarquia dos tribunais judiciais e garante
a aplicação uniforme da lei na esfera da sua jurisdição e ao serviço dos interesses do
povo moçambicano.
b) Tribunal Administrativo é o órgão superior da hierarquia dos tribunais
administrativos, fiscais e aduaneiros, voltado às questões jurídico administrativas e que
visa o controlo da legalidade dos actos administrativos e a fiscalização da legalidade
das despesas públicas e a respectiva efectivação da responsabilidade por infracção
financeira.
c) Tribunais Judiciais são tribunais comuns em matéria civil e criminal e exercem
jurisdição em todas as áreas não atribuídas a outras ordens Jurisdicionais.
Podem existir tribunais administrativos, de trabalho, fiscais, aduaneiros, marítimos,
arbitrais e comunitários. Durante a vigência do estado de guerra são constituídos
tribunais militares com competência para o julgamento de crimes de natureza
estritamente militar.
No exercício das suas funções os juízes desses tribunais são independentes e apenas
devem obediência à lei e eles são inamovíveis, não podendo ser transferidos,
suspensos, aposentados ou demitidos, senão nos casos previstos na lei.
Hoje em dia, o que se verifica é que os poderes se vigiam uns aos outros,
principalmente o executivo e o legislativo.
Na verdade o poder legislativo pode controlar o poder executivo, quer pela exigência da
confiança do Parlamento, quer pela aprovação ou não do Orçamento do Estado que vai
determinar em última instância, a possibilidade de o Governo exercer a sua acção.
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O CONSELHO CONSTITUCIONAL
ÓRGÃOS DO ESTADO
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Para formar e manifestar a sua vontade o Estado necessita de Órgãos – os Órgãos do
Estado.
Conceito:
Podemos definir órgão do Estado, e de acordo com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa,
“In Direito Constitucional”, como o cargo singular, colégio ou a assembleia que, por
força do Direito Constitucional vigente, tem competência para participar no processo de
manifestação de uma vontade funcional imediata ou mediatamente imputável ao
Estado(…).
Não se deve, porém, confundir o órgão de Estado com o seu titular. O órgão
permanece sempre o mesmo, ainda que os seus titulares vão mudando ao longo do
tempo. Pode mesmo acontecer que um órgão esteja temporariamente desprovido do
titular e isso não origina o desaparecimento do órgão.
Órgãos de Soberania
Num Estado democrático, como é o nosso, o povo exerce a sua própria soberania
através de determinados órgãos, por isso mesmo denominados de órgãos de
soberania.
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A Lei Fundamental do País - a Constituição da República (de 2004) – define
expressamente quais são os órgãos de soberania.
Nos termos definidos no artigo 133 da CRM, são órgãos de soberania do Estado
moçambicano:
O Presidente da República,
A Assembleia da República,
O Governo,
Os Tribunais e
O Conselho Constitucional.
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• Deixar de cumprir o que lhe compete, por falta de explicitação constitucional.
Assim:
Relacionando os órgãos de soberania com as funções que exercem, verifica-se
que no actual Direito Constitucional Moçambicano:
Assembleia da República é o orgão legislativo por excelência.
O Governo exerce as funções políticas e as funções
administrativas.
Os Tribunais exercem a função jurisdicional.
Ao Conselho Constitucional compete administrar a justiça em matérias de natureza
jurídico-constitucional.
Conclusões
Na actualidade, todo o cidadão é súbdito de um Estado. Como súbdito desse Estado
ele é compelido a obedecer à normas de conduta de carácter obrigatório.
Só o Estado tem poder para impor e fazer cumprir essas normas a todos os cidadãos
que vivem dentro das suas fronteiras. Com efeito o Estado diferenciasse dos outros
agrupamentos sociais, pela possibilidade de obrigar os indivíduos a sujeitarem-se às
suas leis, podendo fazer uso da coacção para assegurar a obediência às mesmas.
Contudo a alienação que o indivíduo faz de parte da sua liberdade, tem como
contrapartida por parte do Estado a realização do bem-estar social dos cidadãos,
mediante o desempenho de um conjunto de actividades, que é corrente designar-se
por funções do Estado.
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O programa do Governo constitui um documento que contem os grandes
desafios do Governo (no campo da saúde, da educação, transportes, infraestruturas,
agricultura, desenvolvimento rural, boa governação, legalidade e
justiça, etc.) nos cinco anos que dura a legislatura.
d) garantir a defesa e consolidação do dominio público do Estado e do
património do Estado.
Em Moçambique, os recursos naturais situados no solo e no subsolo, nas águas
interiores, no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica
exclusiva são propriedade do Estado.
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moçambicanos.
e) deliberar sobre as bases gerais da organização e funcionamento da
Administração Pública;
f) deliberar sobre o Programa do Governo
Caso a Assembleia da República rejeite, após debate, o Programa do Governo,
o Presidente da República pode dissolvé-la e convocar novas eleições
legislativas, nos termos da Constituição.
O papel dos Tribunais é :
a) fiscalizar o cumprimento das leis.
b) estabelecer penas para aqueles que violam a lei.
c) decidir sobre situações de conflito, de acordo com o que a lei estabelece.
As decisões do Tribunais têm sempre de respeitar a Constituição.
1. Bibliografia
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11. Freitas do Amaral, Diogo; Curso de Direito Administrativo, Vol. 1, 2ª ed, Livraria
Almedina Coimbra, 1994;
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