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Introdução
E são estas forças morais que fizeram o homem sentir sua inferioridade e a necessidade
de submeter-se (DURKHEIM, p. 55, 2013).
Pelo fato de que a criança quando nasce traz consigo apenas as marcas da
hereditariedade, sua natureza pessoal, se tipificando ainda como um “ser egoísta e
associal”, cabe a educação revelar-lhe as potencialidades. Descortiná-las, para uma vida
regulada em sociedade, indo além, pois este movimento é capaz de criar novos homens:
a virtude criadora da educação humana. A educação é um instrumento de transmissão de
aptidões necessárias à vida social (DURKHEIM, p. 56, 2013).
Em assim sendo, pode-se discutir o papel do Estado no processo educativo. Ao mesmo
tempo em que a educação é de interesse da sociedade, a sociedade é de interesse da
educação em uma via de mão dupla. Durkheim aponta a necessidade da sociedade
“lembrar ao professor ideias e sentimentos” que devem ser arraigados durante a
formação das crianças (DURKHEIM, p. 62, 2013).
Assim surge a tarefa educativa: promover uma “comunhão de ideias e sentimentos
entre cidadãos”. Isto além de ser o que torna uma sociedade possível, evita que a
educação fique a mercê de arbitrariedades ou “vontades individuais”. O Estado, então,
aparece como o verificador de princípios essenciais e garantidor de seu ensino nas
escolas (DURKHEIM, p. 64, 2013).
Ainda, é preciso perceber a educação como questão de autoridade. Ao conduzir-nos ao
abandono de nossa condição de natureza inicial, é preciso que exerçamos uma forte
repressão contra nós mesmos com o intuito de nos “subordinarmos a fins mais
elevados” (DURKHEIM, p. 70-71, 2013).
O autor ressalta que a educação em sua conotação de autoridade não diz respeito à
“violência ou repressão”, mas a uma primazia moral. Esta autoridade, segundo
Durkheim, deve ser sentida pelo professor para que ele consiga, exatamente, transmitir
este sentimento acreditando não em si, mas na grandeza de sua tarefa como educador. É
essencial a percepção de que a liberdade deriva da “autoridade bem aplicada”, pois
segundo Durkheim, ser livre “significa ter autocontrolo e agir guiado pela razão e
cumprir o seu dever” (DURKHEIM, p. 73, 2013).
“A criança deve, portanto, estar acostumada a reconhecer a autoridade na
palavra do educador e a respeitara sua superioridade. Esta é a condição para que
mais tarde ela a reencontre sem sua consciência e acate o que ela prescrever”
(DURKHEIM, p. 73, 2013).
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Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948: Direito à Educação (art. 26)
Trata-se de uma forma de buscar justiça social, haja vista que todos merecem um lugar
de respeito na sociedade e a educação é o mecanismo capaz de transformar a sociedade,
de proporcionar a todos mais igualdade de oportunidades além do desenvolvimento
pessoal e profissional.
Nessa esteira entende-se que, a educação como direito assegurado na Lei Maior deve ser
considerada essencial ao desenvolvimento do indivíduo, logo para que se possa ter
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acesso à cidadania, bem como seus direitos e deveres é necessário o seu pleno acesso
pleno e constante acesso a todos níveis de educação.
Aí se afirma que a educação é direito de todos, com o que esse direito é informado pelo
Princípio da Universalidade.
Nessa toada, subtende-se que o Direito a Educação pode ser considerado como parte dos
Direitos Fundamentais, já que se trata de algo indispensável ao alcance da Dignidade
Humana, tendo como base o Princípio da Universalidade sendo, portanto, um direito
universal que o Estado não pode tolher do indivíduo e este por sua vez não pode dispor,
tratando ser este um direito indisponível.
Para que o Direito a Educação atinja a sua real finalidade é preciso que a sua aplicação
seja eficaz, no sentido de oferecer eficiência para que o mesmo seja realizado através de
total e livre acesso.
Assim, o Estado como titular dessa obrigatoriedade deve oferecer mecanismos para que
o acesso à educação seja eficaz de forma que todos possam usufruir de tal direito, pois
não se pode apenas viabilizar a educação a alguns em detrimento de outros.
Portanto, o Estado deve criar ferramentas que viabilizem o acesso à educação a todos os
indivíduos, sem distinção, de forma a possibilitar a inclusão social, o desenvolvimento e
o alcance da justiça social.
1. Toda pessoa tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A
instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução
superior, esta baseada no mérito.
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Tratar a educação como um Direito Humano significa que não deve depender das
condições econômicas dos estudantes ou estar sujeita unicamente às regras de mercado.
Também não pode estar limitada à condição social, nacional, cultural, de gênero ou
étnico-racial da pessoa. O mais importante é conseguir que todas as pessoas possam
exercer e estar conscientes de seus direitos. Nesse sentido, o tópico 2 do artigo 26 da
Declaração é fundamental na definição dos propósitos universais da educação.
O direito à educação tem um sentido amplo, não se refere somente à educação escolar.
O processo educativo começa com o nascimento e termina apenas no momento da
morte. A aprendizagem acontece em diversos âmbitos, na família, na comunidade, no
trabalho, no grupo de amigos, na associação e também na escola.
Por outro lado, nas sociedades modernas, o conhecimento escolar é quase uma condição
para a sobrevivência e o bem-estar social. Sem ele, não se pode ter acesso ao
conhecimento acumulado pela humanidade.
Além de sua importância como Direito Humano que possibilita à pessoa desenvolver-se
plenamente e continuar aprendendo ao longo da vida, a educação é um bem público da
sociedade, na medida em que possibilita o acesso aos demais direitos. Portanto, a
educação é um direito muito especial.
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A educação contribui para que crianças, adolescentes, jovens, homens e mulheres saiam
da pobreza, seja pela sua inserção no mundo do trabalho, seja por possibilitar a
participação política em prol da melhoria das condições de vida de todos. Também
contribui para evitar a marginalização das mulheres, a exploração sexual e o trabalho
infantil, possibilita o enfrentamento de discriminações e preconceitos, entre muitos
outros exemplos.
O que se deve ter em conta nesse artigo supracitado é que o individuo ao se constituir na
sociedade moçambicana de acordo com a lei, o mesmo passa a usufruir do direito como
algo que adquire em primeira instancia na família e ou nas creches por meio da
Socialização Primária e passa para a socialização secundária adquirida no meio escolar
tornando dever na medida em que se torna membro integrante da sociedade
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O Estado com o poder atribuído pelo povo ele promove e organiza o ensino (art. 1,
ponto C) o ensino público é laico. Pela laicidade do ensino implica que todos somos
capazes de ensinar basta que seja para o bem-estar do individuo na integração da vida
social na sociedade dai que o art. 2 dá os princípios pedagógicos:
São várias alíneas que elucidam sobre a educação em que os princípios pedagógicos são
meio orientadores que visam disciplinar o que ensina de quem é ensinado em que a
harmonia e o equilíbrio são factores primordiais na formação integrada do educando.
O capítulo 2 fala sobre a estrutura do SNE dizer que apresenta a seguinte estrutura:
ensino pré-escolar – aquele que se realiza em creches e jardins-de-infância para crianças
com idade inferior a 6 anos como acção educativa da família, com a qual coopera
estreitamente (explicito no art. 6), o ensino escolar aquele que compreende o ensino
geral, técnico-profissional e o ensino superior (art. 8) e o ensino extra-escolar este que
engloba as actividades de alfabetização e de aperfeiçoamento e atualização cultural e
cientifica, realiza-se fora do sistema regular do ensino (art. 35).
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Conclusão
Bibliografia