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Etapa Ensino Médio

Filosofia

O contrato social e o
pensamento político moderno

2a SÉRIE
Aula 3
2o bimestre
Conteúdo Objetivo
● O contrato social e o ● Caracterizar a noção de
pensamento político “contrato social” para
moderno. compreender elementos
fundamentais do pensamento
político moderno e sua
influência na atualidade.
Para começar
A partir do entendimento do significado da palavra “contrato”,
registre em seu caderno o que você entende por “contrato social”.
Para começar
Contrato: de acordo com definição de dicionários, “contratos” em
geral se referem a tratativas e acordos que envolvem duas ou mais
pessoas acerca de compromissos, obrigações ou afirmação de
direitos.

Você pode dar exemplos de diferentes tipos de contratos?


Você tem 3 minutos para pensar em uma resposta.
Foco no conteúdo
Contrato social:
O contrato social pode se referir a um documento que traz
informações sobre as regras e as condições acerca do
funcionamento de uma organização, que pode ser uma
sociedade empresarial ou uma organização da sociedade civil.
Foco no conteúdo
Mas a ideia de contrato social pode ser Estado de
reconhecida nas teorias sobre a relação entre natureza
a população e o Estado. Os filósofos que
trabalharam com a ideia de contrato social
são conhecidos como contratualistas. Os
contratualistas entendem que a sociedade e o Contrato social
poder político são frutos de contrato que
expressa o desejo da maioria dos indivíduos.
O contrato social seria um marco do fim de Estado civil
um estado de natureza e do início do estado
social e político.
Foco no conteúdo
As teorias contratualistas de Thomas Hobbes, John Locke e
Jean-Jacques Rousseau partiam de hipóteses distintas do estado
de natureza e orientavam para diferentes perspectivas sobre a
origem e as bases de legitimidade do poder.
Entretanto, as teorias contratualistas, apesar de partir de bases
distintas, tinham em comum a orientação de que o poder e a
organização política têm sua fonte na racionalidade humana.
Os contratualistas partem de uma hipótese (estado de natureza) e,
por meio dela, deduzem uma teoria política.
Foco no conteúdo
Relembrando Maquiavel
Segundo Maquiavel, o poder político tem origem mundana e, apesar
de não ter influência direta sobre os filósofos contratualistas,
apresenta na sua obra os fundamentos do contratualismo: o
princípio do mundo, a condição de vida dos primeiros
habitantes e motivos para a união que dá origem a uma cidade.
“[...] no começo do mundo os habitantes da terra eram pouco
numerosos, e viveram dispersos, como animais. Com o crescimento
da população, os homens se reuniram e para melhor se defender,
começaram a distinguir os mais robustos e mais corajosos, que
começaram a respeitar como chefes”
(MAQUIAVEL. Discorsi, p. 24).
Foco no conteúdo
HOBBES: Os homens em estado de natureza vivem em estado de
guerra. Dessa forma, o contrato social teria a finalidade de garantir
a paz. Para isso, os homens cederiam sua liberdade natural,
transferindo-a para o soberano.

Reflita:
Qual das hipóteses de “estado de
natureza” propostas pelos
contratualistas mais se aproxima
da condição dos primeiros homens
descrita por Maquiavel?
Foco no conteúdo
LOCKE: Os homens em estado de natureza são livres e iguais. O
contrato social, nesse contexto, tem o sentido de fortalecer a
liberdade e assegurar a propriedade como um direito.
ROUSSEAU: Os homens em estado de natureza são bons e felizes.
O contrato social deve ser a expressão da coletividade e da
colaboração. Nesse contexto, a cooperação entre os homens
expressa um corpo coletivo que é soberano.
Na prática
Ao abordar o início das sociedades políticas, John Locke considera
que: “a única maneira pela qual alguém se despoja da sua liberdade
natural e se coloca nas limitações da sociedade civil é através de
acordo com outros homens para se associarem e se unirem em uma
comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com
os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades”
(LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis:
Vozes, 1994. p. 139).
A partir do excerto, quais são as vantagens em concordar com as
normas e as limitações da sociedade civil?
Na prática Correção
Segundo o excerto, quais são as vantagens em concordar com as
normas e as limitações da sociedade civil?
Resposta: As vantagens estão relacionadas com as condições de
vida, de forma que cada indivíduo possa ter uma vida confortável,
segura e pacífica com os outros.
Na prática
Excerto 1: “[...] os pactos sem a espada não passam de palavras,
sem força para dar qualquer segurança a ninguém [...] se não for
instituído um poder suficientemente grande para nossa segurança,
cada um confiará, e poderá legitimamente confiar, apenas em sua
própria força e capacidade, como proteção contra todos os outros”.
Excerto 2: “Tão logo se encontre a multidão reunida num corpo,
não se pode ofender um dos membros sem atacar o corpo, menos
ainda ofender o corpo sem que os membros disso se ressintam.
Assim, o dever e o interesse obrigam igualmente as duas partes
contratantes a se auxiliarem de forma recíproca, e os próprios
homens devem procurar reunir sob essa dupla relação todas as
vantagens que disso dependem”.
Na prática
1) Qual dos excertos pode ser creditado a Thomas Hobbes?
2) Qual dos excertos pode ser creditado a Jean-Jacques Rousseau?
Na prática Correção
1) Qual dos excertos pode ser creditado a Thomas Hobbes?
Resposta: O excerto 1, pois, como vimos, homens em estado de
natureza vivem em estado de guerra e, para sair dessa condição,
é preciso, por meio do contrato social, dar poder a um soberano
capaz de garantir a paz.
2) Qual dos excertos pode ser creditado a Jean-Jacques Rousseau?
Resposta: O excerto 2, pois, no trecho em destaque, o corpo
político é formado pelos membros da sociedade e, uma vez que o
povo é como o corpo coletivo, deve decidir segundo interesses,
vantagens e apoios recíprocos.
Foco no conteúdo
A ideia de contrato social, conforme proposta pelos contratualistas,
nos permite identificar alguns fundamentos das leis nacionais e
internacionais, assim como as estruturas de poder. Observe, na
redação do nosso maior documento jurídico, a Constituição da
República Federativa do Brasil de 1988, elementos do pensamento
político moderno.
“Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade [...].”
Aplicando
Todo mundo escreve
Converse com os seus colegas sobre as influências das teorias
contratualistas nos trechos da Constituição em destaque e comente
quais teorias contratualistas estudadas podem ser identificadas com
mais clareza nesses trechos.
“Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por
meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade [...].”
Antes de discutir, pense primeiro por escrito. 
O que aprendemos hoje?
● O contrato social na tradição filosófica.
● As bases do pensamento político de Hobbes, Locke e
Rousseau.
● O contexto histórico do pensamento político de Hobbes,
Locke e Rousseau.
Referências
FONSECA, João Bosco Leopoldino. Do contrato social à constituição. Revista da Faculdade de Direito. Disponível
em: https://www.direito.ufmg.br/revista/index.php/revista/article/download/1095/1028. Acesso em: 24 fev. 2023.

LEMOV, Doug. Aula nota 10: 49 técnicas para ser um professor campeão de audiência. Tradução: Leda Beck.
Consultoria e revisão técnica: Guiomar N. de Mello e Paula Louzano. 2. ed. São Paulo: Da Prosa/Fundação Lemann,
2011.

SÃO PAULO. Currículo Paulista: etapa ensino médio. Organização: Secretaria da Educação. Coordenadoria
Pedagógica: União dos Dirigentes Municipais de Educação do Estado de São Paulo – UNDIME. São Paulo: SEDUC,
2020.

WEFFORT (org). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2006. vol. 1.

Slide 8 – Fonte: MAQUIAVEL. Comentários sobre a primeira década de Tito Lívio (Discorsi). Tradução: Sérgio
Bath. Brasília: Editora UNB, 1994. p. 24.

Slide 11 – Fonte: LOCKE, John. Segundo tratado sobre o governo civil. Introdução: J. W. Gough. Tradução:
Magda Lopes e Marisa Lobo da Costa. Petrópolis: Vozes, 1994. p. 139.

Slides 13 e 14 – Excerto 1: HOBBES, Thomas. Leviatã: ou matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil
Tradução: João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_thomas_hobbes_leviatan.pdf. Acesso em: 24 fev. 2023;
excerto 2: ROUSSEAU, Jean-Jacques. Do contrato social. Tradução: Rolando Roque da Silva. Edição eletrônica: Ed
Ridendo Castigat Mores (www.jahr.org). Disponível em:
http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/marcos/hdh_rousseau_contrato_social.pdf. Acesso em: 24 fev. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos:
Slide 3 – Geralt/Pixabay/id 3205463/
Kiko 7/ Pixabay/ id 6036638/
PublicDomainPictures/17901/Pixabay/id 2892/
Slide 18 – Club do Auto/Giphy 5iJjCPhvjVpxC4jbqg
Slide 20 – Marcelo Ortega 2023
Material
Digital

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