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Sociologia I
Os pioneiros da
Sociologia
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Sumário
Objetivo da Aula 2
Temas
1. Introdução 2
6. “Mergulhando no conteúdo” 16
7. Referências Bibliográficas 17
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Olá! Bem-vindo a nossa segunda aula!
Esperamos que tenha gostado da primeira, pois hoje continuaremos
abordando o tema da “pré-sociologia” para, ao final, conseguirmos definitiva-
mente responder a grande questão deste módulo introdutório: “O que é Socio-
logia?”,ou seja, compreender com maior clareza o objeto de estudo da sociolo-
gia, as transformações sociais que ensejaram o seu surgimento e, até mesmo,
quem foram os pioneiros desta disciplina - tema da aula de hoje.
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Ética: A palavra ética é de origem grega derivada de ethos, que diz respeito ao costume, aos
hábitos dos homens. Isto é, ética é tradicionalmente entendida como o estudo ou uma reflexão,
científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou sobre as ações huma-
nas (VALLS, 1994. p. 7).
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Aliás, tratando-se de Estado moderno e sua formação, você sabia que a
República Federativa do Brasil possui três poderes? São eles: Poder Legisla-
tivo, Poder Executivo e Poder Judiciário.
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Os poderes concedidos à União estão previstos na Constituição Federal
de 1988 em seu artigo 2º. Vejamos: Art. 2º São Poderes da União, indepen-
dentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
Ainda, será possível perceber que esta obra, e outros trabalhos de Mon-
tesquieu, podem ser considerados como um impulso para a sociologia cientí-
fica inaugurada no século XIX.
Inicialmente foi ele quem estudou as leis que regem a sociedade, dese
volvendo um método para análise das relações sociais. Diferente de outros
pensadores, que se debruçaram apenas na conduta humana, Montesquieu
vislumbrou a própria sociedade como objeto de estudo.
2 Constituição Federal: É uma expressão que abarca uma série de concepções, como a Socioló-
gica de Ferdinand Lassalle, a Política de Carl Schmitt, a Jurídica Normativa de Hans Kelsen, dentre
outros grandes nomes como Konrad Hesse, Peter Häberle ou José Afonso da Silva. Aqui adotare-
mos o conceito dado por José Afondo da Silva que assim estabelece: (2005, p. 37/28) “A constitui-
ção do Estado, considerada sua lei fundamental, seria, então, a organização dos seus elementos
essenciais: um sistema de normas jurídicas,escritas ou costumeiras, que regula a forma do Estado,
a forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do poder, o estabelecimento de seus
órgãos, os limites de sua ação, os direitos fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em
síntese, a constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos constitutivos do Estado”.
3 Montesquieu: (1689 - 1755) “Liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem”.
4Rousseau: (1712 - 1778) “O homem nasceu livre, e em toda parte se encontra sob ferros”.Inter-
pretado na contemporaneidade como “o homem possui uma natureza boa que é corrompida pelo
processo civilizatório”.
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Rousseau também foi um filósofo iluminista que, sem dúvidas, desen-
volveu a teoria contratualista com maior riqueza de detalhes, próxima de uma
verdadeira explicação sociológica da sociedade.
5 Santo Agostinho: (354 - 430). Agostinho dedicou-se na questão do “mal”. Defendia que, embora
tenha criado tudo, Deus não criou o mal porque o mal não é algo, mas a falta
ou a deficiência de algo.
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Antes, porém, convém destacar que não se pode reputar que o cristianismo
seja, necessariamente, a extensão do pensamento e dos atos de Jesus Cris-
to, mas, sim, o que os cristãos fizeram posteriores a eles (MASCARO, p. 41,
2009).
Pois bem, para Agostinho havia uma distinção entre o mundo de Deus
- céu - e o mundo dos homens - Terra. O pensamento sociológico agostiniano
se distancia, portanto, do aristotélico, vez que para este a sociedade é o ponto
de partida de suas análises, já para Agostinho, com a divisão entre Céu e Terra
reelabora-se uma nova sistemática da compreensão social.
De acordo com ele, se o homem e sua vida social são marcados pela
corrupção por causa do pecado original de Adão e Eva, somente a salvação 6
poderia levar o Homem à justiça e à virtude.
6 “Fora da Igreja é possível tudo, exceto a salvação. É possível ter honras, é possível ter sacra-
mentos, é possível cantar aleluias, é possível responder amém, é possível possuir o Evangelho, é
possível ter fé no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, é possível pregar; mas em nenhum
lugar senão na Igreja Católica, é possível encontrar a salvação” (Santo Agostinho).
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Feudalismo: Organização social e política baseada nas relações servo-contratuais (servis).Tem
suas origens na decadência do Império Romano.
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A sociedade feudal era uma sociedade estamental, isto é, marcada pela
divisão de classes, estados ou estamentos, cuja mudança social vertical era
possível, mas muito difícil.
9 Nobreza:representava uma elevada classe social que tinha ligações políticas com o reinado de
sua nação e participava das decisões dos governantes.
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comércio, que apesar de ainda estar em seu início, já demonstrava ser uma
grande mudança social.
Burgos: A palavra burgo vem do latim burgus, que significa “pequena fortaleza, povoado”
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13 Burguesia: classe social surgida na Europa, com o desenvolvimento dos burgos medievais e
o influxo do comércio na sociedade feudal, e que principia a gozar, com o seu enriquecimento,
de crescente liberdade e poder, passando a dominar sociopolítica e economicamente as outras
classes, a partir da Revolução Francesa 1789.
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Neste momento, no século XVI instaura-se a fase do Absolutismo14, que
pode ser compreendido com a não aceitação do rei da soberania parcelada
comum no feudalismo, uma vez que acreditava que somente ele poderia ser
o chefe do Estado e senhor da nação. Isto é, todos os poderes deveriam ser
concentrados na mão do rei – criação, execução e julgamento das leis, além
do controle das atividades econômicas (criação e aumento de impostos, por
exemplo) e das forças militares.
15Iluminismo: foi um movimento global, filosófico, político, social, econômico e cultural, que de-
fendia o uso da razão como o melhor caminho para se alcançar a liberdade, a autonomia e a
emancipação.
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Desta forma, revoltar-se contra o rei, equivalia a revoltar-se contra a vontade
de Deus.
16 Liberalismo: doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, po-
lítico, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal.
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tos, como as leis, religiões, costumes, etc.
Até mesmo Aristóteles, tido como precursor das ciências sociais, buscou
responder qual a melhor forma de sociedade. Acreditava que seria aquela que
melhor se obtém a felicidade, com a adoção de práticas virtuosas. Ou seja,
não pretendeu descobrir quais são as “leis” da existência social, pois via a so-
ciedade como algo natural, inerente à natureza humana.
Vale dizer que Montesquieu, em verdade, não tratou dos fenômenos so-
ciais em sua essência, mas apenas de um em particular, as leis. Aliás, quando
utiliza a expressão “leis”, ele busca as origens da sociedade, os costumes, as
regras e as diversas práticas sociais, ou seja, ele trata de fenômenos sociais e
não da vida dos indivíduos, tal qual inúmeros pensadores anteriormente fize-
ram.
Ao estudar esta famosa obra, podemos destacar alguns pontos princi-
pais, como as formas de governo que o Autor descreveu, a teoria da divisão
dos poderes e o conceito de liberdade por ele defendido.
Auguste Comte (1798 - 1857) Filósofo francês, tido por fundador da Sociologia e do
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Positivismo
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3.1 Montesquieu e as formas de governo (República, Monarquia e
Despotismo)
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Resumindo o pensamento de Montesquieu neste tema, na República será
virtude, na Monarquia a honra e no Despotismo o temor.
Assim, com relação a este poder absoluto o Autor destaca (1996, p. 166/167):
“[...] Mas trata-se de uma experiência eterna que todo homem que possui poder é
levado a dele abusar; ele vai até onde encontra limites. Quem diria! Até a virtude
precisa de limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela
disposição das coisas, o poder limite o poder.”
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3.3 Montesquieu e o conceito de Liberdade
Como a sua obra é calcada num apelo à liberdade, nada melhor que suas
próprias palavras explicá-la:
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Status quo: expressão em latim que significa estado atual em que se encontram as coi-
sas. Em certos contextos, pode definir também a ordem social estabelecida.
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se tratava de um momento de grandes transformações.
Rousseau, por sua vez, foi mais categórico sobre este ponto, ao elaborar
a tese da vontade geral - que será melhor estudada adiante -, afirmando que o
respeito pela autoridade do legislador era derivado de um certo espírito social, da
vontade de todos.
Para Rousseau a sociedade e o Estado não devem ser expressão das von-
tades e interesses individuais, de um soberano absoluto, ou mesmo de uma clas-
se burguesa que tende a acumular o poder em suas mãos. Deve, então, encontrar
a plenitude do que seja melhor para todos, garantindo o bem comum (MASCARO,
2009, p. 63). A soberania política, portanto, pertence ao conjunto de membros da
sociedade.
“A vontade geral deve ser emanada de todos para ser aplicada a todos.” Jean-Jacques
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Rousseau.
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A finalidade última de toda legislação seria promover a liberdade e igualda-
de entre os homens.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer na-
tureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade,
à segurança e à propriedade, nos termos seguintes
5. Conclusão
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Concluímos, assim, a história do pensamento pré-sociológico com a análise
dos pioneiros desta disciplina, o Barão de Montesquieu e Jean-Jacques Rousseau.
6. “Mergulhando no conteúdo”
Caso queira se aprofundar nos temas abordados nesta aula, abaixo estão
sugestões de filmes e livros:
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7. Referências bibliográficas
AGOSTINHO, Santo. A Cidade de Deus (Contra os Pagãos). Tradução Oscar Paes Leme. Pe-
trópolis: Vozes; São Paulo: Federação Agostiniana Brasileira, 1989.
BORON, Atilio A. Filosofia política moderna. De Hobbes a Marx. En publicacion: Filosofia política
moderna. De Hobbes a Marx Boron, Atilio A. CLACSO, Consejo Latinoamericano de Ciencias
Sociales; DCP-FFLCH, Departamento de Ciencias Politicas, Faculdade de Filosofia Letras e
Ciencias Humanas, USP, Universidade de Sao Paulo. 2006. ISBN: 978-987-1183-47-0.
DE CICCO, Cláudio. História do pensamento jurídico e da filosofia do direito. 3ª ed. reform. São
Paulo: Saraiva, 2006.
LE GOFF, Jacques. Para um novo conceito de Idade Média. Lisboa: Estampa, 1980.
MASCARO, Alysson Leandro. Lições de Sociologia do Direito. 2ª ed. São Paulo: Quartier Latin,
2009.
MONTESQUIEU, Charles de Secondat, Baron de. O espírito das leis. Apresentação Renato
Janine; Tradução Cristina Murachco. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. São Paulo: Malheiros Editores,
2005.
VALLS, Álvaro L. M.. O que é ética. São Paulo: Editora Brasiliense, 1994. (Coleção primeiros
passos; nº 177).
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