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Educação
Profª. Ana Cláudia Moser
Prof. Márcio José Cubiak
2018
Copyright © UNIASSELVI 2018
Elaboração:
Profª. Ana Cláudia Moser
Prof. Márcio José Cubiak
306.43
M899s Moser, Ana Cláudia
Sociologia da educação / Ana Cláudia Moser, Márcio José
Cubiak – Indaial: UNIASSELVI, 2018.
ISBN 978-85-515-0165-8
1. Sociologia – Brasil
2. Educação – Sociologia
I. Cubiak, Márcio José
II. Centro Universitário Leonardo da Vinci
Apresentação
“A educação é a arma mais poderosa que podemos
usar para mudar o mundo”.
Nelson Mandela
Os autores
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO.................. 1
VII
TÓPICO 2 - GERAÇÃO DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX:
MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESCOLA
DE FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER....................................................... 93
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 93
2 KARL MANNHEIM: PLANEJAMENTO E TÉCNICA SOCIAL................................................ 93
2.1 TALCOTT PARSONS: AÇÃO E SISTEMA SOCIAL................................................................. 96
2.2 NORBERT ELIAS: CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA
PROCESSUAL PARA A EDUCAÇÃO......................................................................................... 99
2.3 ANTONIO GRAMSCI: HEGEMONIA E EDUCAÇÃO HUMANÍSTICA............................. 101
2.5 ESCOLA DE FRANKFURT: A TEORIA CRÍTICA E AS CONTRIBUIÇÕES
DE ADORNO PARA A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO........................................................ 105
2.4 JURGEN HABERMAS: RACIONALIZAÇÃO E AÇÃO COMUNICATIVA......................... 107
2.5 LOUIS ALTHUSSER: IDELOGIA E APARELHOS IDEOLÓGICOS DE ESTADO............... 110
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 113
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 119
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 120
VIII
LEITURA COMPLEMENTAR.............................................................................................................. 181
RESUMO DO TÓPICO 2...................................................................................................................... 188
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................ 189
IX
X
UNIDADE 1
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A primeira unidade está dividida em três tópicos. Ao fim de cada um deles,
você encontrará um resumo dos conteúdos e autoatividades que contribuirão
para a reflexão e análise dos temas abordados.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
O primeiro tópico da Unidade 1 apresentará a você o contexto de
desenvolvimento da Sociologia, as formas de construção dos problemas
sociológicos e as teorias produzidas para analisar esses questionamentos. A
educação e a escola como objetos de estudo da Sociologia também ganham
espaço nesse tópico. O objetivo central é proporcionar ferramentas teóricas que
permitam a você relembrar como a Sociologia constrói seus objetos e como o
desenvolvimento da Sociologia como ciência levou à compreensão das relações
entre sociedade e educação.
2 PROBLEMAS SOCIOLÓGICOS
Nesta primeira etapa de seu livro de estudos, vamos apresentar algumas
noções introdutórias e básicas para a compreensão da Sociologia. Tratar desta
disciplina implica adentrar o universo das ciências sociais, do qual ela faz parte.
DICAS
3
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Lógica
FORMAIS
Matemática
Física
CIÊNCIAS NATURAIS Química
Biologia e outros
4
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
5
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Assim, entre seu objeto e método, a Sociologia deve ser encarada como
“estudo do homem e do universo sociocultural tomando como e em suas inter-
relações analisando os diversos fenômenos sociais” (LAKATOS, 1990, p. 24).
Portanto, a Sociologia capta uma imagem mais ampla sobre “porque somos como
somos e porque agimos como agimos” (GIDDENS, 2004, p. 24). Tais práticas
dependem dos hábitos e modos de vida adotados pelos indivíduos. Não só eles
6
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
7
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
foram aqueles que eram empregados pelas Ciências Naturais, como a Biologia. O
resultado foi a incorporação de algumas premissas elementares para a pesquisa
com caráter científico. Os primeiros sociólogos, pela tarefa que possuíam de
estabelecer as bases da disciplina, se ocuparam de traçar os objetivos e fronteiras
desse novo campo que emergiu no século XIX. A neutralidade e a objetividade
se tornaram regras metodológicas e posturas esperadas por parte do sociólogo.
DICAS
Positivismo (fr. positivisme) I. Sistema filosófico formulado por Augusto Comte, tendo como
núcleo sua teoria dos três *estados, segundo a qual o espírito humano, ou seja, a sociedade,
a cultura, passa por três etapas: a teológica, a metafísica e a positiva. As chamadas ciências
positivas surgem apenas quando a humanidade atinge a terceira etapa, sua maioridade,
rompendo com as anteriores. Para Comte, as ciências se ordenaram hierarquicamente da
seguinte forma: matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia; cada uma
tomando por base a anterior e atingindo um nível mais elevado de complexidade. A
finalidade última do sistema é política: organizar a sociedade cientificamente com base
nos princípios estabelecidos pelas ciências positivas.
2. Em um sentido mais amplo, um tanto vago, o termo "positivismo" designa várias doutrinas
filosóficas do séc. XIX, como as de Stuart Mill, Spencer, Mach e outros, que se caracterizam
pela valorização de um método empirista e quantitativo, pela defesa da experiência sensível
como fonte principal do conhecimento, pela hostilidade em relação ao *idealismo, e pela
consideração das ciências empírico-formais como paradigmas de cientificidade e modelos
para as demais ciências. Contemporaneamente, muitas doutrinas filosóficas e científicas
são consideradas "positivistas" por possuírem algumas dessas características, tendo este
termo adquirido uma conotação negativa nesta aplicação (p. 153).
8
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
9
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
1) Métodos de abordagem
2) Métodos de procedimento.
10
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
MÉTODO DESCRIÇÃO
11
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Antítese
Dialético - Ideia Inicial; - Junção Das
- Pergunta. - Nova Ideia; Ideias ;
- Resposta. - Conclusão.
Tese Síntese
MÉTODO DESCRIÇÃO
12
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
15
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
16
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
TURO S
ESTUDOS FU
TURO S
ESTUDOS FU
17
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
DICAS
Resumo: Este artigo discute e compara as noções de esfera privada e esfera pública em
Hannah Arendt e Jürgen Habermas, tomando como base as concepções de práxis política
e ação comunicativa, respectivamente. Nesse sentido, os diferentes diagnósticos dos
autores referentes à esfera pública na sociedade contemporânea, “declínio” para Arendt
e “mudança estrutural” para Habermas, indicam, simultaneamente a esse processo, a
interferência de uma racionalidade técnica de adequação meio e fins na práxis política e na
ação comunicativa.
FONTE: CARVALHO, Lucas Correia. Esfera pública e esfera privada: uma comparação entre
Hannah Arendt e Jürgen Habermas. Revista Habitus: revista eletrônica dos alunos de
graduação em Ciências Sociais – IFCS/UFRJ, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p. 38-52, dez. 2008.
Semestral. Disponível em: http://www.habitus.ifcs.ufrj.br/. Acesso em: 14 fev. 2018.
20
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
DICAS
DICAS
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UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
Escola
22
TÓPICO 1 | O OLHAR DA SOCIOLOGIA SOBRE SOCIEDADE, ESCOLA E EDUCAÇÃO
23
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
FONTE: SOUZA, João Valdir Alves de. Introdução à sociologia da educação. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2015.
24
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você estudou que:
• Escola e educação são campos da Sociologia, porém não podem ser considerados
isoladamente. É necessário compreender a influência da educação e da escola
na formação dos indivíduos e na estrutura social e as influências dos fatores
externos sobre a escola e a educação.
25
AUTOATIVIDADE
a) ( ) F – F – V – F.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – V – F – V.
26
I – Problema sociológico.
II – Problema social.
a) ( ) II, I e II.
b) ( ) I, I e II.
c) ( ) I, II e I.
d) ( ) II, II e I.
27
28
UNIDADE 1
TÓPICO 2
AS CONTRIBUIÇÕES DA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
O segundo tópico será dedicado à apresentação dos caminhos percorridos
pela Sociologia da Educação como campo do saber. Nossa ambição, nesse
material, é apresentar a você, prezado acadêmico, enfoques teóricos, partindo da
Sociologia da Educação que contribuam para a sua formação acadêmica e futura
atuação profissional. Por esta razão, apresentaremos o cenário das investigações
no âmbito da educação e algumas teorias que contribuíram para a formação desse
campo do saber.
2 A SOCIOLOGIA E A SOCIEDADE
Aquilo que se concebe como sociedade depende do tipo de abordagem
e enfoque sociológico. Já comentamos que esta ciência não possui uma unidade
teórica, nem mesmo metodológica. Seria possível, até mesmo, falar em sociologias,
no plural. Isso resultou em conceitos e destaques diferenciados para caracterizar
a sociedade.
29
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
DICAS
O paradigma holista
30
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
31
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
32
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Paradigma individualista
33
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
DICAS
As sociedades e a educação
E qual é a diferença entre estes dois modelos? Segundo Pérsio Santos de Oliveira (2001, p.
164-165), a educação assistemática:
A educação sistemática, por sua vez, está vinculada às sociedades urbanas, industriais ou
também conhecidas como sociedades complexas.
A principal questão que devemos observar é que as duas formas de educação não são
excludentes. A educação assistemática, todavia, foi relegada a outras instituições sociais,
como a família, ao passo que a educação sistemática foi direcionada às escolas e às
universidades.
34
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
35
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
compõem a estrutura social. Enquanto processo educativo, por sua vez, representa
o caráter não institucionalizado da educação que toma espaço nas diferentes
sociedades (BONETI, 2008).
E
IMPORTANT
Para aprofundar seus estudos sobre essa temática, faça a leitura complementar
do Tópico 2: Relação entre o nascer de uma ciência e de uma instituição social e as
mudanças na estrutura social.
36
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
37
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
elaborou sua teoria social considerando que a sociedade não é algo exterior ao
indivíduo, mas que é formada no contexto das interações entre os indivíduos.
Logo, sua sociologia buscou compreender o sentido da ação social.
38
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
39
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
TURO S
ESTUDOS FU
Nos anos de 1970, um novo conjunto de teorias marca uma nova fase na
Sociologia da Educação. Nesse contexto podemos destacar a Nova Sociologia
da Educação na Inglaterra, através dos estudos sobre currículo e linguagem
desenvolvidos por Michael Young e Basil Bernstein. Ao longo dos anos de
1980 ganharam espaço as análises interacionistas e etnográficas, dando ênfase
para as características dos métodos de ensino e aprendizagem, a seleção dos
conteúdos e as formas de interação nas salas de aula, as relações de poder que,
para além das desigualdades estruturais, incorporam aspectos étnicos e de
gênero (SPOSITO, 2003).
LEITURA COMPLEMENTAR
40
TÓPICO 2 | AS CONTRIBUIÇÕES DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Ou seja, tudo o que uma sociedade necessita para produzir seus bens
é controle privado, posse particular de uma minoria – os detentores dos meios
de produção. Esse aspecto é de fundamental importância, na medida em que
essa transformação no contexto das sociedades contemporâneas, principalmente
das sociedades do mundo ocidental, fez com que a sociedade se tornasse um
problema, existindo muitas questões de ordem social para serem resolvidas.
Então, no século XIX surge a Sociologia como uma resposta intelectual para os
problemas que a sociedade estava a apresentar.
FONTE: NERY, Maria Clara Ramos. Sociologia da educação. Curitiba: InterSaberes, 2013, s.p.
41
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico você aprendeu que:
42
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) F – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – V – V – F.
43
a) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas.
b) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
c) ( ) As sentenças II e III estão corretas.
d) ( ) As sentenças I, II e III estão corretas.
I – Auguste Comte.
II – Karl Marx.
III – Émile Durkheim.
a) ( ) II, I e III.
b) ( ) III, I e II.
c) ( ) III, II e I.
d) ( ) I, III e II.
44
UNIDADE 1
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico nos dedicaremos à compreensão de aspectos relevantes
para a análise da sala de aula e dos sujeitos da educação através das abordagens
da Sociologia da Educação. Com destaque para a percepção da diversidade de
relações vivenciadas no espaço da sala de aula e da relevância de observarmos
o espaço físico como representação das relações sociais e espaço de interações e
contradições.
45
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
UNI
A Escola da Ponte
"A escola não é um edifício, são as pessoas", diz idealizador da Escola da Ponte
A aprendizagem não depende de edifício, salas de aula, quadro ou giz. Não precisa sequer
de aulas no modelo tradicional. A escola é feita de pessoas e é nessas pessoas que todo o
sistema de educação deve focar. Este conceito educacional, que mais parece utopia, vem
sendo colocado em prática em escolas no Brasil e no restante do mundo. O professor
José Francisco de Almeida Pacheco é um dos que mostrou que é possível educar de
maneira inovadora e inclusive melhorar indicadores educacionais com esses métodos.
Ele é o idealizador da chamada Escola da Ponte, em Portugal, um projeto educacional que
tem como base uma escola sem séries, sem prova e focada na autonomia e protagonismo
do aluno. Pacheco é português, mas acredita que é do Brasil que partirão as ideias que
poderão transformar a educação no mundo.
[…]
46
TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
o [antropólogo e educador] Tião Rocha fez uma escola debaixo de uma mangueira, que
nem edifício tem. Há cursos a distância, que nem edifício têm. Então, por que temos que
pensar que todos têm que ir para lá? Pior do que isso, em muitas áreas rurais fecham-se
escolas e os alunos levantam-se às 4 horas da manhã, com sono, para entrar no ônibus,
para andar três horas, por caminho de terra, para receber quatro horas de aula e voltar. A
fortuna que se gasta em compra, com manutenção, combustível, seguro, pagamento ao
motorista etc., às vezes, leva quase metade do orçamento da educação.
47
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
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TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
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UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
50
TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
Pois bem, podemos levantar mais uma questão sobre o espaço da sala
de aula: qual espaço ocupa a diversidade entre espaços e rotinas tão bem
delimitados? Aqui chegamos a outro aspecto da educação revelado pela sala de
aula: a normatização da diferença.
51
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
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TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
TURO S
ESTUDOS FU
3 SOCIEDADE E CULTURA
Discutimos em outros momentos que a sociedade é um dos objetos
mais centrais da Sociologia. Esse produto humano pode ser percebido como
“formas de vida dos membros”, [...] um sistema de inter-relações que conecta os
indivíduos uns com os outros” (GIDDENS, 2004). Essa categoria expressa, ainda,
uma dicotomia, apontando sempre para o indivíduo.
Uma forma de explorar essa relação, ora próxima ora distante, é através
do conceito de cultura. Trata-se de uma noção que surgiu junto à Antropologia,
sendo apropriada e ressignificada pela Sociologia.
53
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
DICAS
FONTE: Os autores
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TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
Não foi à toa que na década de 1960 cultura relacionou-se com outros
fenômenos típicos da época, como a ascensão de reivindicações de corte identitário
no impulso dos movimentos sociais de gênero, ecológico, pacifistas, muitos deles
referindo-se a si próprios como minorias culturais. Foi neste período (1960) que
ocorreu o que Stuart Hall (1997) chama de a “centralidade da cultura”, indicando
um crescente interesse pela cultura junto às Ciências Sociais (“epistemológica”),
mas, também, para os movimentos sociais (“substantiva"). O que isso significa?
Segundo Hall (1997, p. 21):
55
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
56
TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
como uma esfera num conjunto de esferas e práticas diferenciadas, mas como
um terreno em que a política, a cultura e o econômico formam uma dinâmica
inseparável” (SANTOS, 2003, p. 35).
DICAS
O estopim foi o atraso do passe estudantil. Não era a primeira vez. Estudantes secundaristas
revoltados com o governo foram às ruas. A passeata tomou corpo. A polícia reprimiu.
Foram, então, para dentro de suas próprias escolas. Não para ter aula. Mas para protestar. O
passe escolar era só um detalhe a essa altura. A pauta se ampliara para tudo o que tivesse
impacto na educação.
Assim também começou A Rebelião dos Pinguins, a maior revolta estudantil da história do
Chile. Entre abril e outubro de 2006, 1 milhão de estudantes (com o uniforme escolar “de
pinguim”, que consiste em camisa branca com colete preto) invadiram as ruas e tomaram
as escolas do país. O movimento derrubou o ministro da Educação, o da Segurança e
alterou uma série de regras da educação do país, de forma sem precedentes.
57
UNIDADE 1 | RELAÇÕES ENTRE SOCIOLOGIA, SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
LEITURA COMPLEMENTAR
O que a discussão sobre essas acepções da cultura nos diz sobre o trabalho
dos professores na escola? Segundo Forquin, quando se fala da função de
transmissão cultural da educação que cabe mais precisamente à escola, é preciso
verificar duas coisas.
Ora, diz Forquin, “é preciso reconhecer que sempre, e por toda a parte, a
educação implica um esforço voluntário com vistas a conferir aos indivíduos (ou
ajudar os indivíduos a adquirir) as qualidades, competências, disposições, que se
têm por [...] desejáveis, e que para isso nem todos os componentes da cultura no
sentindo sociológico são de igual utilidade, de igual valor” (FORQUIN, 1993, p.
11). Isso significa que, quando uma instituição, como a escola, está a serviço da
transmissão cultural, é preciso que certos aspectos da cultura sejam reconhecidos
como mais relevantes que outros para que possam ocupar um lugar privilegiado
como objeto de ensino.
Questões como essas não têm respostas fáceis, mas não há dúvida de que
é nesse momento que deve ser valorizado o papel do professor como mediador
cultural na escola. Ele deve ter capacidade para analisar criticamente não apenas
os conteúdos que ensina, mas o próprio lugar da escola no contexto das relações
sociais mais amplas. Como se vê, não é uma tarefa fácil para o professor. Dele se
espera que, além de dominar bem os conteúdos que cabem à escola difundir, seja
capaz de ter clareza do significado mais amplo da sua ação pedagógica.
Pode-se supor que os instrumentos dos quais se lança mão para formar
os profissionais da educação os legitimam, também, perante a sociedade, para
tomar as decisões acerca do que deve e do que não deve ser ensinado nas escolas.
58
TÓPICO 3 | OS DESDOBRAMENTOS DAS CONT. DA SOC. DA EDU. NA COMP. DOS SUJEITOS E DA CULTURA NA EDUCAÇÃO
Mas isso significaria poder supor, também, que haveria meios de se estabelecer
um consenso quanto à escola ideal, se a da República, a confessional (escolas
religiosas) ou a empresa educacional privada. Longe, entretanto, de se encontrar
aí qualquer consenso quanto à legitimidade dos especialistas do ensino e à
eficácia das redes de escolarização, o amplo debate pedagógico não deixa escapar
qualquer postura que não se submeta ao crivo da crítica.
FONTE: SOUZA, João Valdir Alves de. Introdução à sociologia da educação. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2015.
59
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico você aprendeu que:
60
AUTOATIVIDADE
61
I – Culturalização da política.
II – Politização da cultura.
a) ( ) II, I, I, II.
b) ( ) II, II, I, II.
c) ( ) I, I, II, I.
d) ( ) II, I, II, I.
62
UNIDADE 2
PERCURSOS TEÓRICOS DA
SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A segunda unidade está dividida em três tópicos e ao fim de cada tópico
você encontrará um resumo dos conteúdos e autoatividades que contri-
buirão para a reflexão e análise dos conteúdos abordados.
63
64
UNIDADE 2
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Na Unidade 1, ao situar alguns sociólogos pioneiros, discutimos as suas
contribuições como sendo clássicas. Noutra ponta, indicamos que existiriam
sociologias contemporâneas. A intenção era destacar algumas diferenças entre
os primeiros e os atuais sociólogos. Tais diferenças incluem o cenário da época
em que viveram, os temas e objetos de estudos e os métodos e instrumentos de
investigação.
65
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Tem origem com o avanço do capitalismo e dos meios de comunicação como um grande
e rentável negócio ao longo do século XX e da massificação de bens e produtos diversos.
2 ÉMILE DURKHEIM
Tratamos agora de um importante clássico nos dias de hoje. Se Auguste
Comte geralmente é lembrado pela ciência positiva e as discussões iniciais sobre
o objeto da sociologia, Émile Durkheim elaborou algumas das bases do trabalho
do sociólogo. Trata-se de uma paternidade compartilhada entre ambos.
66
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
68
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
[...] reconhece-se principalmente uma coisa pelo sinal de que não pode
ser modificada por um simples decreto da vontade. Não que ela seja
refratária a qualquer modificação. Mas, para produzir uma mudança
nela, não basta querer, é preciso além disso um esforço mais ou menos
laborioso, devido à resistência que ela nos opõe e que nem sempre,
aliás, pode ser vencida. Ora, vimos que os fatos sociais têm essa
propriedade. Longe de serem um produto de nossa vontade, eles a
determinam de fora; são como moldes nos quais somos obrigados a
vazar nossas ações (2007, p. 29).
DICAS
A sociedade pode ser percebida como um grande organismo social que deve
funcionar corretamente. Esta ideia de organismo mostra o impacto das ciências naturais
no vocabulário e linguagem da sociologia naquele período do século XIX e início do XX. Da
mesma forma, as sociedades eram realidades que podiam ser apreendidas objetivamente,
empregando métodos adequados. Ou, nas palavras de Durkheim, ela "considera os fatos
sociais como explicáveis naturalmente" (DURKHEIM, 2007).
69
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
70
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
71
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
72
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
(a) A FASE ESCOLÁSTICA, que vai do século XII à Renascença, na qual são
estabelecidas as bases do sistema educacional moderno, com as primeiras
escolas, faculdades, universidades, além de um sistema de exames e diplomas.
73
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
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UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
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TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
DICAS
77
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Sinopse: Aos 26 anos, Karl Marx embarca com a mulher, Jenny, para o exílio. Em Paris, eles
conhecem Friedrich Engels, filho do dono de uma fábrica e que estudou o nascimento
do proletariado inglês. Engels traz a Marx a peça que faltava para o quebra-cabeça de sua
visão de mundo. Juntos, em meio à censura, greves e agitação política, eles vão liderar uma
completa transformação política e social do mundo.
78
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
Além disso, tomando a sociologia proposta por Marx, teve origem uma série
de categorias relevantes para explicar a sociedade que ainda possuem destaque
no cenário intelectual. Como discutimos anteriormente, conceitos como classe
social, capitalismo, luta de classes são empregados por inúmeros autores em suas
investigações. No caso da educação, conforme Moacir Gadotti (2000, p. 10):
- O capital, 1867.
- Teses sobre Feuerbach, 1845.
- Manifesto do Partido Comunista, 1848.
- Instruções aos delegados do Conselho Central Provisório da Associação
Internacional dos Trabalhadores, de 1868.
- Crítica ao Programa de Gotha, 1875.
79
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
OMNILATERALIDADE
[...] Embora não haja em Marx uma definição precisa do conceito de omnilateralidade, é
verdade que o autor a ela se refere sempre como a ruptura com o homem limitado da
sociedade capitalista. Essa ruptura deve ser ampla e radical, isto é, deve atingir uma gama
muito variada de aspectos da formação do ser social, portanto, com expressões nos
campos da moral, da ética, do fazer prático, da criação intelectual, artística, da afetividade,
da sensibilidade, da emoção, etc. Essa ruptura não implica, todavia, a compreensão de uma
formação de indivíduos geniais, mas, antes, de homens que se afirmam historicamente, que
se reconhecem mutuamente em sua liberdade e submetem as relações sociais a um controle
coletivo, que superam a separação entre trabalho manual e intelectual e, especialmente,
superam a mesquinhez, o individualismo e os preconceitos da vida social burguesa.
O homem omnilateral não se define pelo que sabe, domina, gosta, conhece, muito menos
pelo que possui, mas pela sua ampla abertura e disponibilidade para saber, dominar, gostar,
conhecer coisas, pessoas, enfim, realidades – as mais diversas. O homem omnilateral é aquele
que se define não propriamente pela riqueza do que o preenche, mas pela riqueza do que
lhe falta e se torna absolutamente indispensável e imprescindível para o seu ser: a realidade
exterior, natural e social criada pelo trabalho humano como manifestação humana livre.
[...]
80
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
DICAS
1. Educação pública, gratuita, obrigatória e única para todas as crianças e jovens, de forma
a romper com o monopólio por parte da burguesia da cultura, do conhecimento.
2. A combinação da educação (incluindo-se aí a educação intelectual, corporal e tecnológica)
com a produção material com o propósito de superar o hiato historicamente produzido
entre trabalho manual (execução, técnica) e trabalho intelectual (concepção, ciência) e,
com isso, proporcionar a todos uma compreensão integral do processo produtivo.
DICAS
Max Weber
Este alemão, nascido em Erfurt no ano de 1864, foi um filósofo, jurista, economista e, nos
últimos anos de sua vida, sociólogo. Como nossos outros dois clássicos aprofundados
(Durkheim e Marx), Weber viveu esse período conturbado e de grandes mudanças sociais
ocorridas no século XIX. Morreu em 1920, após presenciar a violência e destruição da I
Guerra Mundial.
Weber era proveniente de uma família bastante apegada ao protestantismo. Seu pai, Max
Weber, era jurista e político, tendo laços e relações que faziam de sua residência espaço
de visitas ilustres, de intelectuais, políticos, artistas, figuras que participaram da infância e
juventude de Weber, o sociólogo. Sua mãe, Helene Weber, foi responsável por acompanhar
sua educação protestante. Casou-se com Marianne Weber, feminista e também socióloga,
em 1893. Um fato interessante é que no início de sua atividade intelectual e acadêmica,
Weber não se dedicava à sociologia, cujo interesse foi reorientado intensamente somente
a partir de 1910. Após sua morte, em 1920, Marianne Weber escreveu sua biografia, um
documento importante sobre esse personagem da trajetória sociológica.
81
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Apesar de não ter sido seu interesse principal, Weber pensou de uma
maneira menos direta os fenômenos da educação e a escola. Mas, para entender
essa contribuição, é necessário compreender a análise weberiana desse mundo
moderno racional e burocrático. Isto é, sua visão sobre a escola-educação não está
divorciada da perspectiva sociológica original configurada por Max Weber.
82
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
Por isso, então, a sociologia deveria se ocupar com a ação social, voltando-
se para as atividades significativas das pessoas que ecoam e reverberam em
outros indivíduos e nas próprias instituições. Podemos pensá-lo como o sociólogo
interessado nas ações e valores dos indivíduos.
Mas, para Max Weber, a ação social significava uma “ação que, quanto ao
sentido visado pelo agente ou os agentes, se refere ao comportamento de outros,
orientando-se por este em seu curso” (WEBER, 1991, p. 3).
83
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
A ação social se orienta pelas ações dos outros, passadas, presentes ou futuras.
Esses ‘outros’ podem ser pessoas, grupos, associações conhecidos ou desconhecidos. A
ação só é social quando ela está orientada em razão da expectativa das reações dos outros
envolvidos numa relação social (WEBER, 1991).
Na sua análise sobre a ação social dotada de significado, Max Weber estruturou quatro tipos
de ações, que procuram indicar e exemplificar:
84
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
DICAS
A partir deste recurso, Weber construiu uma série de tipos ideais voltados
a sua compreensão sociológica. Essa intenção tinha um forte empenho em
compreender o mundo moderno. Um deles e muito relevante é o de dominação.
Segundo Weber (1991), as pessoas vinculam-se a relações de autoridade e
subordinação que nem sempre são fisicamente violentas. Elas são legitimadas
pela obediência que é construída a partir das relações de poder. Weber formulou
três tipos de dominação.
85
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
86
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
87
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
88
TÓPICO 1 | PRIMEIRA GERAÇÃO DE SOCIÓLOGOS: DURKHEIM, MARX E WEBER
89
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico você estudou que:
• Karl Marx não tratou diretamente da educação, mas em diversos textos discutiu
o seu papel numa sociedade capitalista, a partir do seu método materialista-
histórico e da dialética. Para Marx, a educação burguesa não estava voltada
à ampliação da capacidade humana. Ele defendia a escola pública, laica e
articulada com o trabalho.
90
AUTOATIVIDADE
91
3 Max Weber é um dos sociólogos pioneiros. Sua reflexão sobre o papel da
educação nas sociedades modernas acompanha a produção sociológica
weberiana que enfatizava os aspectos racionalizantes do mundo moderno.
A respeito da educação moderna no cenário de racionalização proposto por
Weber, analise as afirmativas a seguir, indicando a alternativa CORRETA:
92
UNIDADE 2 TÓPICO 2
GERAÇÃO DA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX:
MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESCOLA DE
FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
1 INTRODUÇÃO
De uma maneira intermediária, focamos numa geração de sociólogos que
nascem no século XIX, mas que se lançaram ao estudo das sociedades ao longo da
primeira parte do século XX. Chamamos esses sociólogos de geração da primeira
metade do século XX.
93
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Nesse sentido, a educação é considerada pelo autor como uma técnica social
que deverá ser utilizada na elaboração racional do planejamento democrático.
Através da educação, assim como da administração e da propaganda, será
possível intervir nas sociedades modernas.
NOTA
94
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
95
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
NOTA
96
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
NOTA
NOTA
Funcionalismo
Parsons considera que as sociedades estão estruturadas com base em quatro sistemas: o
cultural, o social, o da personalidade e o do organismo, este nos aspectos que se relacionam
ao comportamento (PARSONS, 1951). O sistema cultural tem como unidade básica de
análise o significado. A ação humana não é possível sem sistemas simbólicos relativamente
estáveis, ou seja, sem valores compartilhados que, entre outras coisas, definem o que é
bom e mau, certo e errado, inferior e superior etc. Tais valores são internalizados através da
socialização, ou seja, do processo pelo qual as pessoas se preparam para exercer papéis na
sociedade e se integram à vida social (LEVY, 1965). Desta forma, a socialização – que inclui
em seu bojo a educação formal – é uma poderosa força integrativa da sociedade.
O sistema social, por sua vez, inclui uma pluralidade de indivíduos que interagem entre si.
Como tais indivíduos desempenham papéis sociais, eles são chamados atores. Os atores
atuam num "palco", ou seja, num ambiente, que delimita a situação onde a interação
ocorre. A relação dos atores com as situações é definida e mediatizada pelos símbolos
compartilhados do sistema cultural. Os atores são motivados por uma tendência a otimizar
as gratificações que recebem. Por exemplo, as pessoas numa festa desempenham papéis
sociais, agem de acordo com determinados valores e se comunicam através de símbolos
que têm significados comuns. O "palco" pode ser um clube. No entanto, o sistema social
pode incluir, como atores, grupos e não só indivíduos, a exemplo dos países membros da
Organização das Nações Unidas.
Já o sistema de personalidade tem no ator individual sua unidade básica. Os indivíduos
têm suas próprias necessidades, atitudes e motivações, como a motivação no sentido de
maximizar suas gratificações.
97
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
A ação consiste em estruturas e processos através dos quais os seres humanos formam
intenções significativas e, com maior ou menor êxito, as executam em situações concretas.
A palavra “significativa” supõe o nível simbólico ou cultural de representação e referência.
Consideradas em conjunto, as intenções e a implementação implicam uma disposição do
sistema de ação – individual e coletivo – para modificar sua relação com sua situação e
ambiente numa direção desejada.
FONTE: CASTRO, Ana Maria de; DIAS, Edmundo Fernandes de. Introdução ao pensamento
sociológico: Durkheim, Weber, Marx e Parsons. 18. ed. São Paulo: Centauro, 2005.
Para realizar tal tarefa ele fez uso de dois conceitos pelos quais ficou
conhecido: configuração ou figuração e habitus. Esses conceitos permitiram
ao autor demonstrar que há uma determinação social, porém também existem
99
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
100
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
101
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
NOTA
103
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
104
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
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UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
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TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
E
IMPORTANT
Para Adorno, quando a educação não é capaz de possibilitar a autonomia dos indivíduos
ela se torna um perigoso instrumento de manipulação. [...] Permanecer na menoridade,
portanto, é não querer assumir a própria condição racional, ou seja, é aceitar ser movido
pelos costumes e tradições. A autonomia, ao contrário, é sinônimo da liberdade, e, desse
modo, permite que os caminhos sejam guiados pela reflexão, e não por quaisquer formas
de autoritarismo condicionado. [...] Desenvolver a autonomia é ser capaz de acabar com
os discursos coletivistas (ou individualistas), como se a escola fosse uma fábrica em que
todos devessem seguir as ordens do diretor ou do encarregado. Como nos lembra Adorno,
um dos riscos a que a educação está sujeita, sobretudo nos estabelecimentos de ensino,
é a manutenção de discursos coletivistas. A educação tem uma função política altamente
importante. [...] Este papel faz com que ela se volte para a destruição das ideologias vigentes
e proporcione uma reflexão crítica sobre a própria realidade na qual está inserida.
107
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
108
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
E
IMPORTANT
Outra consequência deste conceito é que ele pressupõe o abandono da relação cognitiva
sujeito-objeto por um procedimento cognitivo de natureza intersubjetiva, numa relação
sujeito-outro sujeito e que só é possível com a progressiva descentração de nossa visão
egocêntrica de mundo. [...] Em síntese, podemos dizer então que, para Habermas, a ação
comunicativa surge como uma interação de, no mínimo dois sujeitos, capazes de falar e
agir, que estabelecem relações interpessoais com o objetivo de alcançar uma compreensão
sobre a situação em que ocorre a interação e sobre os respectivos planos de ação com
vistas a coordenar suas ações pela via do entendimento.
109
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
Que são os aparelhos ideológicos de Estado (AIE)? Não se confundem com o aparelho
(repressivo) de Estado. Lembremos que na teoria marxista, o Aparelho de Estado (AE)
compreende: o governo, a administração, o exército, a polícia, os tribunais, as prisões etc.,
que constituem aquilo a que chamaremos a partir de agora o Aparelho Repressivo de
Estado. Repressivo indica que o Aparelho de Estado em questão “funciona pela violência”
– pelo menos no limite (porque a repressão, por exemplo administrativa, pode revestir
formas não físicas). Designamos por aparelhos ideológicos de Estado um certo número de
realidades que se apresentam ao observador imediato sob a forma de instituições distintas
e especializadas. Propomos uma lista empírica destas realidades [...] podemos desde já
considerar como Aparelhos Ideológicos de Estado as instituições seguintes (a ordem pela
qual enunciamos não tem qualquer significado particular):
110
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
111
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
E
IMPORTANT
112
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
Cabe aqui destacar mais uma vez o papel da escola para a manutenção
da estrutura social ao condicionar ideologicamente os indivíduos para que
incorporem as normas e condutas pertinentes à ordem social.
LEITURA COMPLEMENTAR
113
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
P.: Das suas reflexões sobre educação parece emergir a tese de que a prática
educativa deve abandonar os modelos fortemente estruturados, em favor de um
processo formativo aberto. É possível projetar uma intervenção formativa sem
poder determinar desde o início objetivos didáticos e educacionais precisos?
R.: Desde que os antigos sábios gregos inventaram a noção de Paideia foi preciso
mais de dois mil anos para transformar a ideia de "educação permanente", de
oxímoro (contradição dos termos) em pleonasmo (do tipo "manteiga amanteigada",
"ferro metálico"...). Entretanto, a atestação dessa notável transformação ocorreu
recentemente – nos últimos dez anos – sob o impacto da mudança acelerada do
ambiente social no qual os protagonistas principais da educação (tanto professores
como educandos) deviam agir.
114
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
115
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
116
TÓPICO 2 | GERAÇÃO DA PRI. MET. DO SÉC. XX: MANNHEIM, PARSONS, ELIAS, GRAMSCI, ESC. FRANKFURT, HABERMAS E ALTHUSSER
117
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Tudo isso não é de bom augúrio para a "concessão dos poderes aos
cidadãos", definido pela Comissão Europeia como o objetivo principal da educação
permamente. Segundo o consenso geral, a "outorga dos poderes" (expressão
utilizada nas atuais bases de dados e intercambiável por "autorização") se obtém
quando as pessoas adquirem a capacidade de controlar, ou ao menos de influir
sobre as forças individuais, políticas, econômicas e sociais que poderiam incidir
no curso de suas vidas. Para dizer francamente, uma "autorização" autêntica
requer não apenas a aquisição das capacidades que consentiriam em fazer parte
do jogo criado por outros, mas também a aquisição de poderes tais que permitam
influenciar os objetivos, os lugares e as regras do jogo. Obviamente, falamos de
capacidades não apenas individuais mas também sociais.
FONTE: PORCHEDDU, Alba. Zygmunt Bauman: entrevista sobre a educação. Desafios pedagógicos
e modernidade líquida. Cad. Pesqui., São Paulo, v. 39, n. 137, p. 661-684, Aug. 2009. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-15742009000200016&lng=
en&nrm=iso>. Acesso em: 22 fev. 2018.
118
RESUMO DO TÓPICO 2
• As teorias apresentadas nesse tópico foram desenvolvidas no contexto
social da primeira metade do século XX e marcadas pelas consequências dos
grandes conflitos mundiais, da crise econômica e da polarização das potências
mundiais.
119
AUTOATIVIDADE
I – Gramsci
II – Habermas
III – Althusser
a) ( ) III – II – III – I.
b) ( ) II – I – I – III.
c) ( ) I – III – III – II.
d) ( ) II – II – I – III.
120
( ) Para Mannheim, a função da escola se tornaria cada dia mais essencial
com a diminuição do protagonismo da família na sociedade moderna.
( ) Parsons se dedicou a analisar a ação individual dos sujeitos ao longo do
processo de socialização.
( ) A sociologia processual de Elias contribuiu para os estudos da relação
entre personalidade e estrutura social.
( ) Mannheim considerava a educação como uma técnica social, ou seja, um
meio para exercer o controle social sobre os indivíduos.
a) ( ) F – F – V – V.
b) ( ) F – V – F – F.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – V.
121
122
UNIDADE 2
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Contemporaneamente, novos autores e novas abordagens contribuíram
para a própria redefinição deste campo, seus limites e objetos. Aqui, abordamos
as visões clássicas, construídas entre o século XIX e XX. Elas ainda orientam as
reflexões sobre a sociedade. Mas, desde então, receberam contribuições e críticas
que renovaram ou ampliaram seus fundamentos. Novamente são sociólogos que
se formaram e iniciaram suas trajetórias a partir dos anos 1950-1960, portanto,
podemos indicá-los como sendo da geração da segunda metade do século XX.
Aqui, estudamos Pierre Bourdieu, Jürgen Habermas e Anthony Giddens.
2 PIERRE BOURDIEU
Pierre Bourdieu nasceu em Denguin, na França, em 1902. Sociólogo
mundialmente conhecido, Bourdieu iniciou suas reflexões e publicações a
partir de 1960 em colaboração com outros autores. Esse francês tinha origens
camponesas e humildes, iniciando seus estudos nos anos 1950.
123
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
[…] tem por objeto não apenas o sistema das relações objetivas
que o modo de conhecimento objetivista constrói, mas
também as relações dialéticas entre estas estruturas objetivas
e as disposições estruturadas pelas quais elas se atualizam
e que tendem a reproduzi-las, vale dizer duplo processo
de interiorização da exterioridade e de exteriorização da
interioridade […] (BOURDIEU, 1992, p. 39).
O HABITUS encontra-se “depositado nos corpos e mentes de agentes sob a forma de uma
matriz durável de práticas e representações” segundo as condições e posições do indivíduo
no meio de um campo, operando “abaixo do nível da linguagem e da consciência reflexiva”
(BOURDIEU, 2005).
Desta forma, ele é tanto individual quanto social, onde os indivíduos internalizam as
representações objetivas tomando como referência sua posição nos campos sociais e seus
recursos e capitais à disposição, num ciclo de reprodução simbólica, sem “existência de um
maestro”.
O HABITUS traduz, dessa forma, estilos de vida, julgamentos políticos, morais e estéticos,
além de ser também um meio de ação que permite criar ou desenvolver estratégias
individuais ou coletivas (BOURDIEU, 1989).
124
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
125
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
outras palavras, trata-se de uma luta simbólica pela produção das crenças e das
regras do campo, assim como pela definição de suas fronteiras. Como cada campo
é relativamente autônomo, ele estabelece suas próprias instâncias de consagração.
Isso implica que cada agente no interior de um campo está ligado aos
capitais e acúmulo de poder que possui. Isto define sua posição – dominante ou
dominado – no interior desse espaço social. Segundo Bourdieu, o poder indica
processos onde um agente, uma instituição com acúmulo dos diferentes tipos de
capital, tem a capacidade de tornar-se hegemônico, através das quais relações de
força são atualizadas em relações de sentido, de cognição, de reconhecimento e
de comunicação (THIRY-CHERQUES, 2006, p. 119).
126
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
127
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
128
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
129
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
Em 1954, aos 25 anos, graduou-se com o trabalho intitulado “O absoluto e a História, sobre
Schelling”. Ainda no mesmo ano Habermas tornou-se assistente de Adorno, a quem assistiria
durante os próximos cinco anos, até 1959, no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt, a
chamada Escola de Frankfurt.
Várias obras e artigos foram publicados pelo filósofo nos anos seguintes, entre os quais se
destacam: Evolução estrutural da vida pública, em 1962; a famosa Teoria e práxis, em 1963;
Lógica das ciências sociais, em 1967; e Técnica e ciência como Ideologia, e Conhecimento
e interesse, ambas em 1968.
Em 1968 Habermas mudou-se para Nova York e tornou-se professor da New York School
for Social Research. Mas já em 1972 mudou-se novamente, desta vez para Starnberg,
assumindo a direção do Instituto Max-Planck. Contudo, em 1983 Habermas tornou,
novamente, a lecionar na Universidade de Frankfurt.
130
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
Por fim, em 1994, Habermas aposentou-se, porém sem nunca deixar de contribuir para
o arcabouço do conhecimento através de contínuas palestras, obras publicadas e outros
trabalhos.
131
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Nesse âmbito é que atua a ação pedagógica: para permitir a adequação dos
indivíduos às inovações tecnológicas visando desempenho eficiente no mercado
de trabalho. Com essa ação as inovações transformam as formas de produzir,
porém reforçam os padrões de desigualdades entre as classes sociais. Na visão da
teoria crítica, as tecnologias são centrais ao reduzir:
132
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
133
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
E
IMPORTANT
Outra consequência deste conceito é que ele pressupõe o abandono da relação cognitiva
sujeito-objeto por um procedimento cognitivo de natureza intersubjetiva, numa relação
sujeito-outro sujeito e que só é possível com a progressiva descentração de nossa visão
egocêntrica de mundo. [...] Em síntese, podemos dizer então que, para Habermas, a ação
comunicativa surge como uma interação de, no mínimo dois sujeitos, capazes de falar e
agir, que estabelecem relações interpessoais com o objetivo de alcançar uma compreensão
sobre a situação em que ocorre a interação e sobre os respectivos planos de ação com
vistas a coordenar suas ações pela via do entendimento.
134
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
135
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Vigilância
(Controle da informação
e supervisão social)
Industrialismo
(Transformação da natureza: desenvolvimento
do "ambiente criado")
FONTE: Guiddens (1991)
136
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
137
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
Pense você: muito difícil imaginar que uma pessoa comum que viveu a
Idade Média tivesse “projetos de vida”. Nós, por sua vez, a cada final de ano
“avaliamos nossos projetos” ou pontuamos novos. Na nossa época, o planejamento
estratégico da vida assume especial importância. Como os padrões do estilo de
vida, os planos de vida de um tipo ou de outro são como que concomitantes
inevitáveis das formas sociais pós-tradicionais (GIDDENS, 2002, p. 19).
E o que seria esse “eu”, essa autoidentidade? Para Giddens (2002, p. 54):
138
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
139
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
DICAS
TERCEIRA VIA
Desde o final dos anos 1990, a Terceira Via vem sendo o principal discurso político-ideológico
a referendar a práxis hegemônica das elites dominantes e dirigentes do capitalismo global.
Trata-se de um renovado discurso que flexibiliza alguns dos dogmas do neoliberalismo
predominante até então, o que nos permite chamá-lo de “neoliberalismo de Terceira Via”.
Um de seus traços mais paradoxais é o de ter sido abraçado, como discurso e/ou programa
político, por alguns dos principais partidos e governos ditos de “esquerda” ou progressistas,
a começar pelo Novo Trabalhismo Inglês e o governo de Tony Blair. Esta metamorfose
intrigante das forças da esquerda “moderada”, assumindo discursos e práticas da direita
neoliberal, ainda que em um tom heterodoxo, como Terceira Via, é o assunto inicialmente
discutido neste texto (GROPPO; MARTINS, 2008, p. 216).
140
TÓPICO 3 | GERAÇÃO DA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: BOURDIEU, HABERMAS E GIDDENS
LEITURA COMPLEMENTAR
141
UNIDADE 2 | PERCURSOS TEÓRICOS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
142
RESUMO DO TÓPICO 3
• Neste tópico, estudamos os sociólogos que indicamos como partes da geração
da segunda metade do século XX, destacando Pierre Bourdieu, Jürgen
Habermas e Anthony Giddens.
143
AUTOATIVIDADE
I – Gramsci
II – Habermas
III – Althusser
a) ( ) III – II – III – I.
b) ( ) II – I – I – III.
c) ( ) I – III – III – II.
d) ( ) II – II – I – III.
a) ( ) I e II.
b) ( ) II e III.
c) ( ) I e III.
d) ( ) I.
145
146
UNIDADE 3
A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA
CONTEMPORANEIDADE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Esta unidade tem por objetivos:
PLANO DE ESTUDOS
A Unidade 3 está dividida em três tópicos e ao fim de cada um deles você
encontrará um resumo dos conteúdos e questões de autoatividade que
contribuirão para a reflexão e análise dos conteúdos abordados.
147
148
UNIDADE 3
TÓPICO 1
ESTUDOS CULTURAIS,
MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
A intenção deste tópico é abordar alguns fenômenos contemporâneos
de interesse sociológico e com repercussões no campo da educação. Para
dar conta deste interesse, indicamos duas formações teóricas e políticas que
se desenvolveram ao longo das últimas oito décadas: os estudos culturais e o
multiculturalismo.
149
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
150
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
DICAS
Na pesquisa realizada por Hoggart, o foco de atenção recai sobre materiais culturais,
antes desprezados, da cultura popular e dos meios de comunicação de massa, através
de metodologia qualitativa. Esse trabalho inaugura o olhar de que no âmbito popular não
existe apenas submissão, mas também resistência, o que, mais tarde, será recuperado
pelos estudos de audiência dos meios massivos. Tratando da vida cultural da classe
trabalhadora, transparece nesse texto um tom nostálgico em relação a uma cultura
orgânica dessa classe.
151
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
152
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
153
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
Cultura popular
De uma maneira geral, está em oposição à “cultura erudita” ou “alta cultura”, associada
à cultura universal, legitimada e difundida por instituições como o Estado e a escola.
Os produtos da alta cultura estão ligados ao universo das camadas sociais dominantes,
consideradas ‘superiores’ à cultura popular.
154
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
155
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
DICAS
A palavra cultura e aquilo que ela indica e significa vêm se modificando ao longo do
tempo. As primeiras referências à cultura não possuíam os sentidos que atualmente mais
empregamos. Até o século XVI, a cultura era percebida como algo ligado ao cultivo da terra
ou a habitar um espaço, tendo origem na palavra latina ‘colere’.
A partir do século XVIII, a cultura passou a ser percebida, também, na forma de uma metáfora
para indicar o cultivo de mente e do espírito a partir do estudo e da reflexão e consumo
de produtos culturais elevados. Ao mesmo tempo, nessa época, a cultura se aproximou
da definição de ‘civilização’. Somente os povos civilizados possuíam cultura, por exemplo.
Assim, ao final do século XVIII, cultura tinha o sentido de cultivo (como de tomates), mas,
também, para “designar um processo geral de progresso intelectual e espiritual tanto na
esfera pessoal quanto social (CEVASCO, 2003, p. 9).
Durante o século XIX, a cultura passou por novos sentidos, especialmente, a partir da
contribuição da Antropologia. Foi nessa disciplina que apareceu o primeiro conceito
científico de cultura, elaborado por Edward Tylor em 1871, que definiu a cultura como “um
todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer
outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade”
(TYLOR, 1871 apud LARAIA, 1986, p. 25). Tylor entendia a cultura como um fenômeno
natural, e como tal poderia ser analisado sistematicamente, visando à formulação de leis
que explicassem sua gênese e transmissão. Com isso, a cultura, além dos significados
anteriormente indicados, passou a ter uma perspectiva que se tornou crítica, num ambiente
de aceleradas mudanças sociais (CEVASCO, 2003).
Já no século XX, a cultura passou a ser associada, ainda, a um campo autônomo das
sociedades, ligando-se ao universo das Artes. Incluem-se nesses sentidos os produtos
culturais como obras visuais, musicais, literárias etc. Para Loïc Wacquant (2005), o campo
artístico é “esta arena particular, ou espaço estruturado de posições e tomadas de posição,
onde indivíduos e instituições competem pelo monopólio sobre a autoridade artística à
medida que esta se autonomiza dos poderes econômicos, políticos e burocráticos” (p. 117).
O campo artístico representa um “campo de força” que tem determinado monopólio sobre
saberes específicos, acionando estratégias de legitimação e de rompimento, mas sempre
de assimilação por esta “rede de determinações objetivas”. Assim, para entender a lógica
de funcionamento do campo de produção cultural é necessário identificar quais poderes
são acionados e questionados, que estruturas e instituições são criadas, conservadas ou
desmanteladas, bem como trajetórias artísticas individuais reforçam ou contestam posições
dentro do campo.
Já nos anos 1960, em pleno século XX, a cultura ganhou centralidade, sendo percebida
cada vez mais como “culturas”, no plural, influenciadas pelos meios de comunicação, pelas
dinâmicas da globalização ou pelos padrões de mudanças identitárias. Neste cenário, os
Estudos Culturais aparecem como fundamentais para essa mudança e centralidade da
cultura, onde, “a Cultura, com maiúscula, é substituída por culturas no plural. O foco não é
mais a conciliação de todos nem a luta por uma cultura em comum, mas as disputas entre
as diferentes identidades nacionais, étnicas, sexuais ou regionais” (CEVASCO, 2003, p. 24).
156
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
DICAS
“Indústria cultural” é um termo cuja origem está na Escola de Frankfurt, nas figuras de
Theodor Adorno e Max Horkheimer, na obra “Dialética do esclarecimento”.
Conforme Teixeira Coelho (1993, p. 6), existem fortes vínculos entre os conceitos de
"Indústria cultural, os meios de comunicação de massa, e a cultura de massa, expressões
hoje comuns e que fazem parte obrigatória de todo discurso sobre esta área”. A televisão e
o rádio foram fundamentais.
157
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
158
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
tocante ao papel da cultura na vida social, dos produtos culturais e dos meios de
comunicação, bem como da questão identitária, tornaram-se importantes linhas
de pesquisa no interior da educação.
Denys Cuche, em “A noção de cultura nas ciências sociais” (1997), afirma que
a identidade de um indivíduo é uma construção que se elabora em uma relação
que opõe um grupo aos outros grupos:
159
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
4 MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
Embalados pelos Estudos Culturais e Pós-coloniais, que levaram a outro
nível as discussões sobre o papel e o significado das culturas, foram investigadas
as relações entre estas formações teóricas e o campo da educação. No bojo desses
movimentos intelectuais, emergiu o conceito de MULTICULTURALISMO,
bastante relevante e pertinente para a pesquisa na educação.
160
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
161
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
VERTENTES MULTICULTURALISMO
Conservador Ênfase na assimilação da diferença às tradições e costumes
da maioria. A minoria é deslegitimada.
Liberal Tolerância dos diferentes grupos culturais de forma igual
à sociedade majoritária.
Pluralista A diferença convive separadamente, dentro de uma ordem
nacional.
Corporativo A diversidade/diferença deve ser administrada, a fim de
que as diferenças minoritárias não sejam problema para a
cultura majoritária.
Comercial A diferença cultural é percebida como uma necessidade a
ser tratada pelo mercado.
Crítico Enfatiza as relações de poder, o privilégio, a hierarquia
das opressões e os movimentos de resistência.
FONTE: Hall (2003)
162
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
DICAS
Aculturação: processo pelo qual duas ou mais culturas diferentes, entrando em contato
contínuo, originam mudanças importantes em uma delas ou em ambas.
Quando dois ou mais grupos entram em contato direto e contínuo, geralmente ocorrem
mudanças culturais nos grupos, pois verifica-se a transmissão de traços culturais de uma
sociedade para outra. Alguns traços são rejeitados e outros aceitos, incorporando-se,
frequentemente com alterações significativas, à cultura resultante. É a fusão de culturas
diversas, dando origem a uma nova cultura.
cotidiano das escolas, por exemplo. Como afirma Candau (2002, p. 58), a “existência
de uma enorme pluralidade cultural” implica a “necessidade de trabalhá-la
pedagogicamente”. E dessa constatação surgem questões fundamentais, como as
apontadas por Gonçalves e Silva (2000, p. 62):
Como nos indica Praxedes (2004), a escola que respeita a diferença é uma
escola pluralista que ensina a viver em uma sociedade que também é heterogênea.
Como indicou Fleuri (2003), a noção multicultural pode ser percebida como uma
categoria descritiva, analítica, sociológica ou histórica para explicar e destacar
a relação entre diferentes grupos sociais. A escola pública, pela sua condição
democratizante, é um espaço social de encontro desses grupos que precisam
conviver. A percepção e a reflexão crítica em torno da maneira como são discutidas
a diversidade na escola, num sentido multicultural, devem ser sustentadas por
uma proposta de “educação para a alteridade”, reconhecendo os direitos dos
grupos sociais distintos.
164
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
DICAS
FIGURA 7 - CRASH, MATERIAL "Em Los Angeles ninguém te toca. Estamos sempre
DO FILME atrás do metal e do vidro. Acho que sentimos tanta falta
desse toque, que batemos uns nos outros, só para sentir
alguma coisa". (Frase de Crash). Partindo de tal premissa,
Crash é um filme que demonstra o retrato de uma
sociedade marcada pelo preconceito. Este, no entanto,
não é refletido na ingênua fórmula preto-branco, mas
antes é demonstrado como uma realidade multicolorida
e complexa: negros, brancos, muçulmanos, latinos,
pobres, ricos.
Tudo começa a partir do roubo de um carro de uma
mulher rica. A partir de então, uma série de incidentes
acaba por aproximar habitantes de diversas origens
étnicas e classes sociais de Los Angeles: um veterano
policial racista e seu jovem parceiro passivo em relação
às suas atitudes, um detetive negro e seu irmão traficante
de carros roubados, um bem-sucedido diretor de cinema
negro que finge ser budista para não ter exposta sua
origem afrodescendente, um imigrante persa que possui
um pequeno comércio que vive sendo assaltado, um
trabalhador latino que luta para sustentar sua família.
FONTE: Disponível em: <http:// Todos estão lá como peões num intrincado tabuleiro de
image.tmdb.org/t/p/w342/6N- emoções que afloram conforme eles se encontram, ou
melhor, se esbarram no acaso da vida do dia a dia. Nesses
JceWhDI7j78JgesTkpI3aPeGA.
encontros, os personagens tomam consciência de quem
jpg>. Acesso em: 24 abr. 2018. realmente são e a maneira como conduzem suas vidas,
muitas vezes, patéticas. O sentimento que serve de fio
condutor é o racismo presente nos Estados Unidos da
América do Norte.
165
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
LEITURA COMPLEMENTAR
O Estado e o multiculturalismo
Livio Sansone
166
TÓPICO 1 | ESTUDOS CULTURAIS, MULTICULTURALISMO E EDUCAÇÃO
167
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
reconhece, pela primeira vez, que o país é de imigração. Na França, isso se dá nos
anos 1980, com Mitterand. E, no final dos anos 1990, na Alemanha, finalmente, a
legislação é alterada para permitir a dupla nacionalidade.
FONTE: SANSONE, Livio. O Estado e o multiculturalismo. Cienc. Cult. São Paulo, v. 57, n. 3, p. 4-5, Sept.
2005. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-
67252005000300002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29 mar. 2018.
168
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu:
169
AUTOATIVIDADE
170
UNIDADE 3
TÓPICO 2
A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
NO BRASIL
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! Depois de conhecermos um conjunto de teorias
representativas na Sociologia da Educação elaboradas por pesquisadores
originários dos países desenvolvidos, chegou o momento de olharmos com maior
atenção para as especificidades da educação brasileira.
171
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
NOTA
172
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
DICAS
173
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
DICAS
175
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176
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
177
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
E
IMPORTANT
178
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
NOTA
Brasil tem 3ª maior taxa de evasão escolar entre 100 países, diz Pnud
Um a cada quatro alunos que inicia o ensino fundamental no Brasil abandona a escola antes
de completar a última série. É o que indica o Relatório de Desenvolvimento 2012, divulgado
nesta quinta-feira (14) pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
Com a taxa de 24,3%, o Brasil tem a terceira maior taxa de abandono escolar entre os
100 países com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), só atrás da Bósnia
179
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
O documento divulgado nesta quinta-feira (14) mostra que apesar de ter avançado nas
últimas duas décadas, o Brasil ainda tem um IDH menor que a média dos países da América
Latina e Caribe. O país está na posição 85ª do ranking, que leva em conta a expectativa de
vida, o acesso ao conhecimento e a renda per capita.
Anos de estudo: o relatório do Pnud também revelou que o Brasil tem a menor média de
anos de estudo entre os países da América do Sul. Segundo dados de 2010, a escolaridade
média do brasileiro era de 7,2 anos – mesma taxa do Suriname – enquanto são esperados
14,2 anos. No continente, quem lidera esse índice é o Chile, com 9,7 anos de estudo por
habitante, seguido da Argentina, com 9,3 anos, e da Bolívia, com 9,2 anos.
Os dados de escolaridade são contestados pelo Ministério da Educação. Por meio de nota,
o Inep (Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) afirmou que o censo do IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2011 aponta uma escolaridade média de
7,4 anos por habitante, o que deixaria o país à frente da Colômbia e do Suriname.
O instituto alega que o Pnud desconsidera 4,56 milhões de crianças de 5 anos matriculadas
na pré-escola e em classes de alfabetização, o que elevaria a expectativa de anos estudados
no país para 16,7.
180
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
Mais uma vez é preciso relembrar que a escola não consiste em um espaço
isolado das relações sociais e, especialmente, das relações de poder que determinam
a hierarquia social. Muito pelo contrário, expressões da questão social, vivenciadas
em diferentes cenários sociais, também estão presentes na escola.
Desse modo, também nas escolas são vivenciadas situações que expressam
formas de segregação social, como aquelas decorrentes das visões sobre violência
e criminalidade, especialmente nas escolas de periferia, vistas, muitas vezes, como
inferiores às demais; da segregação racial em suas mais variadas expressões –
inclusive nas veladas; e também nas questões de gênero expressas, por exemplo,
na menor remuneração recebida pelas mulheres nos ambientes de trabalho.
LEITURA COMPLEMENTAR
181
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
182
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
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TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
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UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
186
TÓPICO 2 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
do aparelho governamental. Também não pode, por outro lado extremo, ser
assimilada pela estrutura do mercado e, decodificada pelo meio dinheiro,
reduzida a propriedade privada da empresa capitalista, meio para a obtenção
de lucro (BOUFLEUER, 2001, p. 90; HABERMAS, 2007, p. 278; HABERMAS,
2012c, p. 330 e 587).
Considerações finais
FONTE: CABRAL, Guilherme Perez. Educação na e para a democracia no Brasil: Considerações a partir
de J. Dewey e J. Habermas. Educ. Soc. Campinas, v. 37, nº 136, p. 873,889, jul.-set., 2016. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302016000300873&lng=e
n&nrm=iso>. Acesso em: 7 mar. 2018.
187
RESUMO DO TÓPICO 2
188
AUTOATIVIDADE
a) ( ) V – F – V – F.
b) ( ) F – V – F – V.
c) ( ) F – F – V – V.
d) ( ) V – V – F – F.
189
3 A educação na concepção de Florestan Fernandes é entendida como um
processo de transformação dos sujeitos a partir dos elementos que não são
percebidos naturalmente, mas incorporados através da ação educativa.
Considerando a concepção de educação de Florestan Fernandes, assinale a
alternativa CORRETA:
190
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Prezado acadêmico! A relação entre educação e tecnologia promove
intensos debates e uma ampla possibilidade de teorias e conceitos que nos
auxiliam a compreender a implicação dessa relação a partir do contexto da
Sociologia da Educação. Nosso propósito aqui não é apresentar um estado da arte
das pesquisas sobre essa temática, buscamos apresentar um conjunto de reflexões
que incentive sua reflexão a respeito dessa relação.
NOTA
Globalização
A globalização genérica pode ser definida por quatro fenômenos que emergiram ou se
intensificaram desde meados do século XX:
191
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
FONTE: SKLAIR, Leslie. Globalização. In: SCOTT, John (Org.). Sociologia: conceitos-chave.
Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
Todo esse processo é permeado no contexto escolar pelo uso das tecnologias
da informação e comunicação, chamadas de TICs. É comum a atribuição das TICs
como caminho para a modernização e qualificação do ensino. Por vezes, parece
que as tecnologias exercem uma espécie de mágica capaz de atualizar e adequar a
educação aos padrões sociais vigentes. Além disso, observa-se uma crença de que
o uso das TICs permitirá a consolidação da chamada sociedade da informação ou
sociedade do conhecimento.
192
TÓPICO 3 | TEMAS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
NOTA
Sociedade da informação
Esta expressão reaparece com força nos anos 1990, no contexto do desenvolvimento da
Internet e das TIC. A partir de 1995, foi incluída na agenda das reuniões do G7 (depois, G8,
onde se reúnem os chefes de Estado ou governos das nações mais poderosas do planeta). Foi
abordada em fóruns da Comunidade Europeia e da OCDE (os 30 países mais desenvolvidos
do mundo) e foi adotada pelo governo dos Estados Unidos, assim como por várias agências
das Nações Unidas e pelo Banco Mundial. Tudo isso com uma grande repercussão mediática.
A partir de 1998, foi escolhida, primeiro na União Internacional de Telecomunicações e, depois,
na ONU para nome da Cúpula Mundial programada para 2003 e 2005.
193
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Sociedade do conhecimento
Um detalhe neste debate, que apenas diz respeito aos idiomas latinos, é a distinção
entre “conhecimento” ou “saber” (em inglês, ambos são traduzidos como “knowledge
society”). A noção de “saberes” implica certezas mais precisas ou práticas, enquanto que
conhecimento abarca uma compreensão mais global ou analítica. André Gorz considera
que os conhecimentos se referem aos “conteúdos formalizados, objetivados, que não
podem, por definição, pertencer às pessoas... O saber está feito de experiências e práticas
que se tornaram evidências intuitivas e costumes” [4]. Para Gorz, a “inteligência” abarca
toda a gama de capacidades que permite combinar saberes com conhecimento. Sugere,
então, que “knowledge society” seja traduzida por “sociedade da inteligência”.
FONTE: AMBROSI, A.; PEUGEOT, V.; PIMIENTA, D. (Coord) Desafios de palavras: enfoques
multiculturais sobre as sociedades da informação. Caen-France: C & F Éditions, 2005.
Disponível em: <http://vecam.org/article591.html>. Acesso em: 23 mar. 2018.
194
TÓPICO 3 | TEMAS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
195
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
NOTA
196
TÓPICO 3 | TEMAS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
197
UNIDADE 3 | A SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO NA CONTEMPORANEIDADE
Essa proposta, que atingiu seu apogeu no Estado Novo, não nos
parece nem um pouco adequada ao que realmente se pode esperar
dos conteúdos ministrados por uma disciplina como essa. Assim
confundida com o lado moral e cívico do positivismo, a Sociologia
fez alguma história em nossos currículos passados, figurando
predominantemente como disciplina optativa, o que inclusive aparece
na primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB n. 4.024/61
(GUIMARÃES NETO et al., 2012, p. 22).
198
TÓPICO 3 | TEMAS DA SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO
199
RESUMO DO TÓPICO 3
200
AUTOATIVIDADE
a) ( ) II – I – III – I.
b) ( ) I – II – III – II.
c) ( ) III – I – III – II.
d) ( ) III – II – III – I.
2 Os debates a respeito da relação entre educação e tecnologia ganham
diferentes contornos de acordo com as questões observadas, contudo
podemos destacar quatro aspectos: a flexibilidade da educação, a influência
do neoliberalismo, a homogeneização cultural e o uso das tecnologias da
informação e comunicação (TICs). Considerando esses debates, classifique as
sentenças fazendo uso do código a seguir:
I – Flexibilidade da educação.
II – Influência neoliberal.
III – Homogeneização cultural.
IV – Uso das TICs.
( ) As TICs são consideradas ferramentas para a modernização e qualificação
do ensino.
201
( ) O uso de novas tecnologias e a preparação para o mundo do trabalho
levam à adequação em relação aos padrões corporativos.
( ) Fazer uso das tecnologias impõe uma flexibilização das atividades
desenvolvidas na escola visando a preparação para o trabalho.
( ) Observa-se um processo de unificação do currículo visando a construção
de um conhecimento oficial adequado às expectativas do mercado de
trabalho.
a) ( ) II – III – IV – I.
b) ( ) IV – II – I – III.
c) ( ) I – II – III – IV.
d) ( ) III – IV – II – I.
202
REFERÊNCIAS
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