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EMESPAÇOS NÃO
FORMAIS 5
PROPOSTAS PEDAGÓGICAS
INTERDISCIPLINARES NOS ESPAÇOS
DE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
APRESEN TAÇÃO
Nesta etapa final compreenderemos, de modo mais efetivo, como
ocorrem as propostas e as práticas pedagógicas interdisciplinares em
espaços de educação não formal. A concepção interdisciplinar, que sustenta
a ação pedagógica, traz em si uma intencionalidade: propiciar o exercício
investigativo, reflexivo e comunicativo do ato pedagógico, isto é, do ato de
ser professor.
Autora
Organização Reitor da Pró-Reitora do EAD Edição Gráfica
UNIASSELVI e Revisão
Brigitte
Vania Konell Prof.ª Francieli Stano
Torres Grossmann
Prof. Hermínio Kloch UNIASSELVI
Cairus
.05
PROPOSTAS
PEDAGÓGICAS
INTERDISCIPLINARES NOS
ESPAÇOS DE EDUCAÇÃO NÃO
FORMAL
TÓPICO 1
1 INTRODUÇÃO
Nesta etapa final compreenderemos, de modo mais efetivo, como
ocorrem as propostas e as práticas pedagógicas interdisciplinares em
espaços de educação não formal. A concepção interdisciplinar, que sustenta
a ação pedagógica, traz em si uma intencionalidade: propiciar o exercício
investigativo, reflexivo e comunicativo do ato pedagógico, isto é, do ato de
ser professor.
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A interdisciplinaridade é então, uma fonte constante de dúvidas, de
busca, do estar disponível, da crença no homem. Segundo Fazenda (1991),
representa uma atitude de abertura frente ao problema de conhecimento.
Assim, as propostas pedagógicas interdisciplinares são em sua natureza
inovadoras, provocadoras e apaixonantes, pois derrubam valores e certezas
pré-concebidos dando fruto a novos jeitos de ensinar e aprender. A construção
de uma prática interdisciplinar pressupõe a percepção da diferença, a admissão
da falta, do limite, da incompletude e a realização do propósito comum.
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(MARTÍNEZ, 2012b). Em se tratando da aprendizagem criativa em contextos
não formais, podemos nos perguntar: qual o papel de espaços sociais na
aprendizagem? Como se expressa a aprendizagem criativa no contexto não
formal? Como o aprendizado criativo no contexto não formal, é “retomado” em
outros contextos? Estudos na área de aprendizagem em espaços não formais
como museus destacam, como aspectos que caracterizam a aprendizagem
nesse contexto, o voluntarismo, a automotivação, a livre-escolha, a ludicidade
e o apelo à emocionalidade (SCHAUBLE; LEIDNHARDT; MARTIN, 1997).
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caracterizando-se, dentro da linha construtivista, pela motivação intrínseca.
Falk e Storksdieck (2005) refinaram o modelo, identificando fatores que afetam
a aprendizagem em três domínios contextuais. Segundo os autores, se algum
desses fatores é negligenciado, a construção da aprendizagem se torna mais
difícil. Os domínios e seus fatores são:
mudar-se como pessoa: o que consiste não só no quanto uma visita inspira
e estimula a vontade das pessoas em aprender mais, mas também no quanto
ela permite que essas pessoas transformem suas formas de se ver, a si próprias
e ao seu mundo, como indivíduos e como parte de uma comunidade.
Kelly prossegue essa análise e ocupa-se com uma pesquisa que parte das
seguintes questões: o que pensam os visitantes sobre o que é aprendizagem?
Como os visitantes veem a si mesmos como aprendizes em um contexto de
uma visita ao museu? Se estão cientes, ou não, de como gostam de aprender,
de como podem aprender de diferentes formas, das formas pelas quais
não gostam de aprender e de como poderiam adaptar suas preferências de
aprendizagem. A partir do entendimento de que a identidade é parte integral
da experiência de aprendizagem, Kelly sugere o chamado “Modelo 6P”. Neste
modelo, a identidade de aprendizagem, isto é a forma pela qual o indivíduo
percebe a si mesmo enquanto aprendiz, é compreendida como o elemento
central que conecta outros cinco elementos da experiência de aprendizagem
no museu: objetivo, processo, pessoas, lugar e produto. Em sua pesquisa, por
meio de entrevistas e questionários, a autora conclui que a experiência da
visita a uma exposição pode atingir a identidade de três formas:
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• Integrando-se à identidade do visitante;
• Entrando em conflito com a identidade do aprendiz e reforçando na mente
do visitante as formas em que ele não aprende.
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4.1 SUJEITO E SUBJETIVIDADE
A categoria sujeito refere-se, para González Rey (2005), como um
momento de produção subjetiva em que o indivíduo tem consciência da
processualidade de sua própria produção subjetiva e em que, em vista dessa
consciência, mobiliza recursos que indiretamente influenciam essa produção.
Dessa forma, para o autor, “reconhecer um sujeito ativo é reconhecer sua
capacidade de construção consciente como momento de seus processos
atuais de subjetivação, o que não significa que estes se ajustem a um
exercício da razão [...]” (REY, 2005, p. 26) Para González Rey, a consciência
na subjetividade, não é sinônimo de razão, é sinônimo de “representação,
intencionalidade e reflexividade enquanto processos comprometidos com a
ação do sujeito” (REY, 2005, p. 226). Essa capacidade de influenciar processos
subjetivos inconscientes atribui ao sujeito sua capacidade de engendrar
caminhos alternativos de produção subjetiva em momentos em que necessita.
A condição de sujeito associa-se, assim, à capacidade de gerar novas opções
de processos subjetivos, de gerar rupturas com a subjetividade estabelecida,
nas dimensões individual e social e, por fim, de gerar novas possibilidades de
ação criativa. É precisamente essa capacidade geradora do sujeito um dos
importantes elementos dos processos de mudança e desenvolvimento da
subjetividade, tanto individual quanto social. Segundo o autor (REY, 2007a,
p. 174):
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momentos de sua vida. O mesmo poderia ocorrer para uma criança que aprenda
judô ou qualquer outra prática esportiva e que mobilize produções subjetivas
relacionadas a essa atividade em outros contextos de sua vida. Produções
subjetivas relacionadas, como por exemplo, ao respeito mútuo, à competição,
à consciência corporal, entre outros. Outro exemplo muito significativo e
bastante citado por González Rey (2007) é a aprendizagem da leitura e da
escrita como unidade subjetiva de desenvolvimento. Frequentemente tomada
como o desenvolvimento de uma habilidade, esta aprendizagem, em muitas
crianças, pode relacionar-se a construções emocionais de autoestima e
autoconfiança, assim como promover a socialização e a criatividade, de
forma a transcender habilidades cognitivas ou motrizes e influir em seu
desenvolvimento integral. O desenvolvimento da subjetividade associa-se,
assim, às formas próprias de organização e de processualidade do sistema
subjetivo; à tensão entre as configurações da personalidade e as configurações
e sentidos subjetivos que permanentemente emergem no curso da ação.
Um movimento em que novas configurações subjetivas se organizam como
recursos subjetivos para o indivíduo, em contextos diversos de sua vida.
Considera-se, assim, uma concepção de desenvolvimento da psique humana
que deixa de ser compreendida como um processo de aquisições próprias de
etapas universais, para tornar-se um processo integral do sistema psíquico, que
compromete configurações de sentido subjetivo, que implicam o crescimento
da pessoa em variadas esferas de sua vida.
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TÓPICO 2
1 INTRODUÇÃO
Será que existem barreiras concretas entre o ensino e o aprendizado
formal e não formal? E o papel do professor e do aluno, mudou ou não
nas últimas décadas? E quais seriam as novas dinâmicas do ensino e do
aprendizado em espaços de educação não formal?
Além das próprias escolas (onde pode ser oferecida educação não
formal) temos as organizações não governamentais (também definidas em
oposição ao governamental), as igrejas, os sindicatos, os partidos, a mídia,
as associações de bairros etc. Na educação não formal, a categoria espaço
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é tão importante como a categoria tempo. O tempo da aprendizagem na
educação não formal é flexível, respeitando as diferenças e as capacidades
de cada um, de cada uma. Uma das características da educação não formal
é sua flexibilidade tanto em relação ao tempo quanto em relação à criação
e recriação dos seus múltiplos espaços.
Hoje vale tudo para aprender. Isso vai além da “reciclagem” e da atualização
de conhecimentos e muito mais além da “assimilação” de conhecimentos. A
sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades
de aprendizagem. As consequências para a escola, para o professor e para
a educação em geral são enormes. É essencial saber comunicar-se, saber
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pesquisar, ter raciocínio lógico, saber organizar o seu próprio trabalho, ter
disciplina para o trabalho, ser independente e autônomo, saber articular o
conhecimento com a prática, ser aprendiz autônomo e a distância.
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educação do futuro. O currículo intercultural engloba todas as ações e relações
da escola; engloba o conhecimento científico, os saberes da humanidade, os
saberes das comunidades, a experiência imediata das pessoas, instituintes da
escola; inclui a formação permanente de todos os segmentos que compõem a
escola, a conscientização, o conhecimento humano e a sensibilidade humana,
considera a educação como um processo sempre dinâmico, interativo,
complexo e criativo.
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Pa r t i n d o d o e n fo q u e d o e s t u d o s ob re c o m u n i c a ç ã o e x p o s i t iva ,
Marandino (2003) sugere que o papel da mediação humana no museu deve
ser dimensionado. Para ela, não se pode igualar os museus às escolas e os
mediadores aos professores. A autora, mesmo reconhecendo o grande valor da
mediação humana para a aprendizagem em museus, sugere que a comunicação
expositiva deve atentar para não depender da mediação humana para sua
compreensão. Para a autora, “encontrar a linguagem educativa e comunicativa
que respeite as especificidades dos museus [...] é um dos grandes desafios”
(MARANDINO, 2003, p. 119). Costa et al. (2007) defendem que, por possuírem
maior liberdade na seleção e organização de conteúdos e metodologias de
ensino, museus ampliam as possibilidades para o desenvolvimento de um
trabalho educativo interdisciplinar, historicizado e contextualizado. Justificam,
assim, a parceria museu-escola na tentativa de subverter, como um dos meios
da educação não formal, a lógica homogeneizante, reprodutivista e reificadora
do conhecimento, dominante no sistema escolar, que está sujeito ao Sistema
Nacional de Ensino. Almeida (1997) aponta ainda diferenças entre a educação
museal e a educação escolar na medida em que museus, como instituições
ligadas à educação patrimonial, devem buscar, como forma essencial para
o desenvolvimento da condição de cidadão, a permanente leitura crítica e
criativa dos visitantes sobre as temáticas museais. Nessa direção, segundo
a autora, a educação de museus deve ir além da escola. Em suma, a relação
museu escola não ocorre sem desafios e as inter-relações entre a aprendizagem
museal e a aprendizagem escolar, apesar de amplamente reconhecidas,
não são ainda compreendidas em sua devida profundidade (ANDERSON;
LUCAS; GINNS, 2003). Em nosso entendimento, a compreensão das inter-
relações entre a aprendizagem nos contextos formal e não formal, envolve
a compreensão de como as aprendizagens são retomadas em diferentes
contextos e momentos. Isso nos conduz a indagações tais como: o que nos
leva a retomar um aprendizado? Como diferentes tipos de aprendizagem,
entre eles a aprendizagem memorística, reprodutiva, compreensiva e/ou
criativa favorecem a utilização do aprendizado em diferentes contextos? A
aprendizagem criativa, por se constituir a partir de uma produção subjetiva
qualitativamente diferenciada, caracterizada pela forte implicação do aprendiz
com seu processo de aprender e com o aprendizado em si, tem o potencial
para favorecer a retomada do aprendizado criativo em diferentes contextos
para além do contexto original de aprendizagem. Acreditamos ser essa uma
via potencial para a compreensão das inter-relações entre as aprendizagens
em diferentes contextos e, no caso aqui colocado, entre contextos formais
e não formais.
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TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
As políticas públicas e sociais têm oferecido como alternativa para as
crianças e adolescentes em situação de risco social, uma prática educativa
que vem sendo executada por instituições, organizações não governamentais
e movimentos sociais, que é a educação não formal, que tem sua atuação em
contraturno com a escola e oferecem atividades diferenciadas da educação
formal. São atividades alternativas que possuem propostas educativas,
variáveis de acordo com a instituição, organização ou movimento social, no
geral estas atividades são voltadas para a questão artística, lúdica e cultural.
A educação não formal visa contribuir para o desenvolvimento de crianças,
adolescentes e adultos, e ainda tem como um de seus objetivos erradicar o
trabalho infantil. Esse modelo de educação é recente na história do Brasil e
vem se construindo. É um serviço que se entende por auxiliar no direito à
educação e que contribui para inclusão do sujeito no âmbito educacional. Este
modelo alternativo de educação não se dá apenas em instituições fechadas,
apesar de na maioria dos casos se caracterizarem desta forma, mas também
através de movimentos sociais e ainda organizações não-governamentais que
atuam com a questão da infância e adolescência, o que desmistifica a questão
apenas institucional da educação não formal. A infância e a adolescência, para
ser considerada, respeitada e legitimada, necessitou de intervenções políticas
que até hoje ainda buscam apoios em movimentos sociais e organizações
não governamentais. Estas interferem para que se cumpra o que determina
as políticas e também para que se criem políticas voltadas para a infância,
como o caso das políticas sociais que contribuem na legalidade da educação
não formal.
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A ação da educação não formal foi se concretizando com a atuação de
práticas educativas alternativas que não eram a princípio consideradas como
educação, pois não seguiam as normas formais da escola, contudo em sua ação
estava construindo uma relação forte de ensino e aprendizado condizente com
a escola ou ainda mais educativa que tal espaço. A transformação da sociedade
em suas relações de família, trabalho e educação foram possibilitando a
reformulação do contexto educacional, principalmente no que diz respeito
à educação das crianças e adolescentes que se fez necessário novas opções
de educação já que a família e o contexto formal, ou seja, escolar já não
garantiam este processo sozinhas. Contudo a educação não formal, apesar
de ser uma alternativa enriquecedora na formação do sujeito não deve
tomar para si a responsabilidade da educação nem mesmo se considerar a
‘salvação’ da escola no processo de ensino, pois assim estaria desvalorizando
um espaço tão importante e necessário como a escola. O que é necessário
e importante caracterizar é que independente do espaço educacional a
relação de formação se dê, e possibilite a formação de um sujeito crítico
e transformador de seu contexto, o espaço escolar, por exemplo, pode ser
um espaço também de educação não formal, pois o conceito de educação
sustentado pela Convenção dos Direitos da Infância ultrapassa os limites do
ensino escolar formal e engloba as experiências de vida, e os processos de
aprendizagem não formais.
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formais ou ainda informais. O espaço da escola não deve se restringir apenas
às práticas educativas formais, pois isso leva a comunidade a se afastar da
mesma e não se apropriar deste espaço tão rico e público o que possivelmente
causa o abandono escolar por parte da família e consequentemente por parte
da criança e do adolescente.
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O confinamento das crianças em espaços especializados e privados
está ligado à preocupação dos adultos em assegurar proteção às crianças.
Entretanto, a falta de contato com espaços públicos e não especializados
pode vir a afastar as crianças da convivência com outros grupos geracionais e
propiciar uma visão limitada da cidade. Espaços vazios, calçadas, ruas, esquinas
e cantos podem ser ao mesmo tempo convenientes e interessantes. Tonucci
(1996) afirma que espaços públicos e não especializados proporcionam uma
variedade de experiências e permitem que crianças tomem suas próprias
decisões, uma vez que não sofrem a predeterminação de como devem ou
não ser utilizados.
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FIGURA 2 - A CIDADE EDUCADORA
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O mestre tem profunda ligação com a própria palavra tradição, que
vem do latim: traditio. O verbo é tradere e significa precipuamente entregar,
designa o ato de passar algo para outra pessoa, ou de passar de uma geração
a outra geração. O verbo tradere tem relação também com o conhecimento
oral e escrito. Isso quer dizer que, através da tradição, algo é dito e o dito é
entregue de geração a geração.
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A EDISCA é um exemplo paradigmático dos novos discursos e práticas,
implementados em relação às crianças e adolescentes no período pós Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA). Sua atuação está inscrita, principalmente,
nos parâmetros de atendimento que visam a um trabalho socioeducativo
com pretensões emancipadoras, baseado nas noções de cidadania e
desenvolvimento humano. A ONG, utiliza a arte como aporte pedagógico,
perseguindo a seguinte missão: “Promover o desenvolvimento humano de
crianças e adolescentes visando formar cidadãos sensíveis, criativos e éticos
através de uma pedagogia transformadora com centralidade na arte” (EDISCA,
2015, s.p.).
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O espetáculo transformou-se em fenômeno de público e de crítica, e a
ONG passou a receber convites para se apresentar, em diversos lugares do
Brasil e do mundo, de modo que traz no currículo apresentações em várias
capitais do País, na Itália, França, Áustria e Alemanha.
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Para os defensores da especificidade do conhecimento tecnológico, este
não pode ser reduzido à ciência aplicada, pois tem propósitos e exige processos
diferentes de saberes e habilidades explicitamente voltadas para mudar o
ambiente material. Na caracterização de sua especificidade, encontram-se
os seguintes aspectos: 1) processo de design, que começa com a percepção
de uma necessidade, continua com a formulação de uma especificação, a
geração de ideias, uma solução final e a conclusão que ocorre com uma
avaliação das soluções; 2) necessidade prática, pois todo design tem de ser
realizado seja por meio de protótipo, massa ou modelo tridimensional no
computador; 3) cooperação de diferentes especialistas (designer, engenheiro,
cientista de materiais etc.) que devem desenvolver múltiplas funções para dar
materialidade ao produto (operar com materiais, tomar decisões, comunicar-se
com clientes etc.); 4) envolvimento de valores de um ponto de vista particular,
que engloba desde critérios para design (estéticos, ergométricos, econômicos
etc.) até soluções de teor ético; 5) interesse social, pois há razão para crer
que a tecnologia é moldada pela sociedade – pela escolha do consumidor,
por exemplo – mas também molda a sociedade.
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REFERÊNCIAS
ABIB, Pedro Rodolpho Jungers. Os velhos capoeiras ensinam pegando
na mão. Cad. Cedes, Campinas, vol. 26, n. 68, p. 86-98, jan./abr. 2006.
Disponível em: <http://www.cedes.unicamp.br>. Acesso em: 7 ago. 2017.
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FALK, J.; DIERKING, L. The Museum Experience. Washington: Whalesback
Books, 1992.
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SOUZA, Cléia Renata Teixeira de. A educação não formal e a escola
aberta. Disponível em: <http://www.pucpr.br/eventos/educere/
educere2008/anais/pdf/444_356.pdf>. Acesso em: 7 ago. 2017.
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