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Instrumentos de avaliação em

Transtornos alimentares
(Aula 2)
Instrumentos gerais de avaliação dos TA

(Adaptado de FREITAS; GORNSTEIN; APPOLINARIO, 2002)


BSQ
Body Shape Questionnaire - BSQ

 Cooper e colaboradores desenvolveram o BSQ, como uma forma de mensurar,


nas últimas quatro semanas, a preocupação com a forma corporal e com o peso,
especialmente a frequência com que indivíduos com e sem TA experimentam a
sensação de se “sentirem acima do peso”.

 Questionário autoaplicável com 34 itens, autopreenchível, construído com uma


escala de Likert de 6 pontos (nunca, raramente, às vezes, frequentemente, muitas
vezes e sempre).

 É um teste simples de ser preenchido e pode ser concluído em cerca de 10


minutos.

(COOPER et al., 1987)


Body Shape Questionnaire - BSQ

A validade concorrente e discriminante da medida se mostrou boa,


demonstrando ser um meio de investigar o papel das preocupações com a
forma do corpo no desenvolvimento, manutenção e tratamento da AN e
BN.

O BSQ foi adaptado para o português brasileiro por meio de tradução e


retrotradução, com o objetivo de garantir uma adaptação confiável e
válida. A importância das alterações relacionadas à imagem corporal é
fundamental para o diagnóstico precoce dos TA e dos Transtornos
Dismórficos Corporais, reafirmando a importância de um questionário
como o BSQ adaptado à cultura brasileira

(COOPER et al., 1987, PIETRO; SILVEIRA, 2008)


(SILVA et al., 2016)
TFEQ
Three-factor eating questionnaire - TFEQ

 O TFEQ é um questionário auto preenchível desenvolvido para medir três


dimensões do comportamento alimentar humano, que avaliam a restrição
cognitiva, desinibição e fome percebida, aspectos importantes para melhor
entendimento dos distúrbios de comportamento alimentar associado a TA e a
obesidade.

 Possui propriedades psicométricas bem estabelecidas. Na prática clínica, sua


utilização auxilia a definição da intervenção terapêutica mais adequada a cada
paciente.

(STUNKARD; MESSICK, 1985)


Three-factor eating questionnaire - TFEQ

 Em sua versão reduzida de 21 itens, traduzida para o português brasileiro, o


questionário demonstrou-se um instrumento adequado para identificar os
comportamentos de restrição cognitiva, alimentação emocional e controle
alimentar associados ao hábito alimentar, que podem servir como ponto de
partida para estratégias de orientação nutricional em programas de controle de
peso.

(NATACCI; JÚNIOR, 2011)


(NATACCI; JÚNIOR,
2011)
Instrumentos de avaliação
de psicopatologias gerais e
adequação social
BDI
Beck Depression Inventory - BDI

Foi projetado em 1960 para medir as


manifestações comportamentais da
O BDI é utilizado mundialmente para depressão.
detectar sintomas depressivo. Em 1996 houve uma revisão para o
teste se adequar aos critérios do DSM-
IV.

(GOMES-OLIVEIRA et al., 2012, BECK et al., 1961)


Beck Depression Inventory - BDI

 A versão em inglês do BDI-ll foi traduzida para português brasileiro por dois
pesquisadores bilíngues e retrotraduzidos por um falante nativo.

 Consiste em 21 conjuntos de afirmações sobre sintomas depressivos nos últimos


15 dias, classificando em uma escala ordinal de 0 a 3, resultando em pontuações
totais que variam de 0 a 63, sendo os resultados de 0 a 13 interpretados como
mínima/sem depressão, de 14 a 19 depressão leve e 29 a 63 depressão grave.

(GOMES-OLIVEIRA et al., 2012, BECK et al., 1961)


Beck Depression Inventory - BDI

 Os indicadores de confiabilidade e validade da versão do teste em português


brasileiro foi satisfatória e apoia seu uso em populações não-clínicas brasileiras
para prever provável depressão, demonstrando adequadas propriedades
psicométricas.

(FREITAS; GORENSTEIN; APPOLINARIO, 2002)


SCL-90
Symptom Checklist - SCL-90

 Utilizado como índice de gravidade global, o SLC-90 é um instrumento


autopreenchível que avalia sintomas de ansiedade, depressão, hostilidade, ideação
paranoide, somatização e outros.

 90 Itens, aos quais o respondente indica um grau de intensidade numa escala Likert
de 5 pontos, desde 0 (nenhum) a 5 (muito), desenvolvido a partir de estudos
anteriores com a Hopkins Symptom Cheklist-HSCL e com a SCL-90 publicada
inicialmente em 1975.

 A SLC-90-R tem sido utilizada por psicólogos clínicos e psiquiatras em ambientes


médicos e educacionais, além de ser utilizada a nível clínico. Composta por 90 itens
de autorrelato que visam refletir o padrão psicológico dos respondentes.

(DEROGATIS; CLEARY, 1977, LALONI, 2001)


Symptom Checklist - SCL-90

 Em um estudo de adaptação, precisão e validade da SLR-90-R, foi demonstrado


sua capacidade de avaliar sintomas psicopatológicos de forma simples e rápida,
demonstrando que sua utilização em situações clínicas permite o diagnóstico dos
transtornos psicológicos, estabelecendo um perfil sintomático dos pacientes e
indicando o grau de intensidade do distúrbio (LALONI, 2001).

(LALONI, 2001)
(LALONI, 2001)
(LALONI, 2001)
SAS
Social Adjustment Scale (SAS)

 Possui versão entrevista e auto-relato.

 Escala com 42 questões que permite uma avaliação individual de sete áreas
específicas:

-Trabalho (como trabalhador, dona de casa ou estudante); atividades sociais e de


lazer; relação com a família estendida; papel conjugal como cônjuge; papel
parental; participação na unidade familiar; e adequação econômica.

(WEISSMAN; BOTHWELL, 1976, GORENSTEIN, 2002 )


Social Adjustment Scale (SAS)

 A entrevista leva cerca de 45 a 60 minutos para ser concluída e requer um


avaliador de nível de bacharel que é treinado em seu uso.

 O autorrelato leva de 15 a 20 minutos para ser concluído, dependendo da


capacidade de leitura e compreensão do paciente. Um assistente de pesquisa
devem estar disponíveis para fornecer instruções iniciais e para verificar o
formulário para completa-lo.

(WEISSMAN; BOTHWELL, 1976, GORENSTEIN, 2002 )


Social Adjustment Scale Self Report (SAS-SR)

 Trata-se de uma escala de auto-relato de desempenho de papéis instrumentais e


expressivos no trabalho, em atividades sociais e com a família (incluindo família
extensa, parceiros conjugais, papéis parentais e unidade familiar).
 Possui 3 versões:
-Completa, contendo 54 itens.
-Curta, de 24 itens.
-Versão de triagem, de 14 itens.

 Em comparação com o SAS-SR completo, as escalas abreviadas tiveram um bom


desempenho, exibindo altas correlações com os escores SAS-SR completos.
(RZEPA; WEISSMAN, 2014)
Social Adjustment Scale Self Report (SAS)

 A escala SAS de Weissman e Bothwell, de 1976, com 42 itens, foi traduzida e


validada para língua portuguesa como Escala de Adequação Social (EAS) e se
demonstrou um instrumento válido. Compreende traços de Emocionalidade,
Atividade, Timidez e Sociabilidade (FREITAS; GORNSTEIN; APPOLINARIO, 2002).

 A amostra incluiu indivíduos com que preencheram critérios do DSM-IV para


Episódio Depressivo Recorrente ou Único Maior.

(FREITAS; GORENSTEIN; APPOLINARIO, 2002 GORENSTEIN et al., 2002 )


Social Adjustment Scale Self Report (SAS)

 A pontuação geral é obtida somando-se as pontuações de todos os itens


efetivamente avaliados e dividindo-se essa soma pelo número total de itens.
Cada item é pontuado em uma escala de cinco pontos,a partir da qual são
obtidas as médias da área do papel, sendo as pontuações mais altas indicativas
de maior comprometimento (1, normal; 5, desajuste grave)

(GORENSTEIN et al., 2002 )


(WEISSMAN, PAYKET, 1974)
Instrumentos de avaliação
de prejuízo emocional e
funcional
CIA
The Clinical Impairment Assessment Questionnaire (CIA)

 Desenvolvido para avaliar o comprometimento psicossocial às características do


TA, o CIA é uma medida de autorrelato de 16 itens, que cobre os últimos 28 dias.
Foi projetado para medir o comprometimento geral em três domínios específicos
(pessoal, cognitivo e social).

(MOSER et al., 2020; BOHN et al., 2008)


The Clinical Impairment Assessment Questionnaire (CIA)

 Criado em 2008, o objetivo do teste foi desenvolver uma medida clinicamente útil
do comprometimento psicossocial resultante das características do transtorno
alimentar.

 Algumas propriedades do instrumento foram criadas para garantir que o teste


funcionaria como uma medida fácil de usar, como ser um questionário
autorrelatado, ser compatível com uma medida do estado atual das
características do transtorno alimentar, ser relativamente breve e gerar uma
pontuação única e prontamente calculada.

(BOHN et al., 2008)


The Clinical Impairment Assessment Questionnaire (CIA)

 Ele é projetado para ser aplicado em seguida do teste EDE-Q ou outra medida
atual dos recursos para transtornos alimentares.

 Foi projetado para ter o mesmo formato de resposta estilo Likert do EDE-Q, que
são somados para produzir uma pontuação global única que indica a gravidade
do comprometimento secundário, desde que 12 dos itens tenham resposta, pelo
menos.

(MOSER et al., 2020)


The Clinical Impairment Assessment Questionnaire (CIA)

 Os resultados do CIA apoiaram consistentemente a utilidade do instrumento


mostrando altos níveis de consistência interna, validade de construto e
discriminante, confiabilidade teste-reteste e sensibilidade à mudança.

 Outros estudos apoiaram a utilização do instrumento original como método de


avaliação.

(BOHN et al., 2008; MARTÍN et al., 2015 )


(MOSER et al., 2020)
DASS
Depression, anxiety and stress scale - DASS

 A base conceitual do DASS foi fundamentada no modelo tripartido de ansiedade


e depressão, que indica um “continuum” entre depressão, ansiedade e estresse.

 A relação entre ansiedade e depressão tem sido complexa, porém, podem ser
considerados pontos diferentes no mesmo “continuum”, ou seja, nos mesmos
transtornos de humor/afetivos ou transtornos distintos.

 Por outro lado, o estresse está intimamente relacionado com a depressão e


ansiedade e pode levar ao aparecimento de um ou ambos os transtornos.

(VIGNOLA, TUCCI, 2014)


Depression, anxiety and stress scale - DASS

 O TCA está associado a emoções e sentimentos, principalmente de caráter


negativo, ou seja, pessoas que têm TCA não conseguem controlar suas emoções,
assim, usam o alimento como forma de alívio.

 O TCA também está ligado a transtornos psicológicos, dentre eles, ansiedade e


depressão.

(FREITAS et al., 2002)


Depression, anxiety and stress scale - DASS

 O DASS-21 foi traduzido para português de Portugal. Porém, o português


brasileiro possui diferenças para o português de Portugal, além do contexto
sociocultural ser bem diferente entre ambos os países.

 Um estudo adaptou e validou o DASS-21 para o português brasileiro, com


achados que apoiam a validade da versão português brasileiro, que aumentam a
evidência e capacidade da escala avaliar estados emocionais separadamente, e
dispensa o uso de diferentes instrumentos para avaliar esses estados.

(APÓSTOLO et. al., 2006; VIGNOLA, TUCCI, 2014)


(MARTINS et al., 2019)
OBRIGADO!

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