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Vivemos em uma sociedade complexa, composta por diversos grupos que

possuem características e identidades diferentes, como o grupo LGBT+, os grupos


religioso, os indígenas, os negros, os ciganos, os brancos, entre outros.

Com a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948,


todos esses grupos, incluindo os grupos étnico-raciais (grupos que possuem a mesma
descendência e a mesma identificação cultural), passaram a ter seus direitos e
dignidades reafirmados.

Contudo, muitos desses grupos viveram e vivem em uma situação de


vulnerabilidade. Assim, surge a necessidade da elaboração de direitos específicos para
lidar com as necessidades de cada grupo, como os direitos étnico-raciais.

A diferença entre raça e etnia

Para entendermos os direitos étnico-raciais, antes de mais nada, precisamos ter


noção de alguns conceitos básicos, como o significado de raça e de etnia. Existe certa
confusão entre os termos, que muitas vezes são tidos como a mesma coisa. Mas apesar
de possuírem semelhanças, ambos referem-se a diferentes características entre
grupos sociais.
O que é raça?

O conceito de raça está principalmente ligado a questões de aparência física e


características ligadas ao corpo (morfológicas). Dessa forma, quando falamos
de raça, estamos falando de características como cor da pele, forma do corpo, cor do
cabelo, forma facial, entre outros.

Conforme Nildo Viana, sociólogo brasileiro, o conceito de raça pode ser definido
como uma população que possui uma série de características físicas e hereditárias
em comum. Entretanto, é importante ressaltar que para os estudos genéticos e para a
comunidade científica, a espécie humana possui apenas uma raça.
Pois, biologicamente, o DNA (material genético) entre diferentes pessoas com
diferentes características físicas possui uma variação considerada insignificante.

Nesse sentido, a compreensão do termo raça está ligada a discussões


sociológicas e políticas sobre o processo histórico e social dos seres humanos, como
em questões que envolvem a desigualdade social, a discriminação e o racismo, e não
a partir da categorização científica de diferentes raças humanas.

E o que é etnia?

Quando falamos em etnia, falamos não só de questões morfológicas, mas


também de características sociais e culturais de uma população. A etnia está
ligada aos costumes, práticas sociais, língua, tradições, religião, entre outros.

Nesse sentido, segundo o sociólogo Nildo Viana, a etnia pode ser definida
como um grupo de indivíduos de um mesmo território que possuem uma
homogeneidade cultural (mesma língua, religião, crenças, valores etc.) e uma
identidade coletiva de pertencimento a esta etnia, como os povos indígenas, os judeus,
os curdos, os rohingyas, entre outros.

Como surgiram os direitos étnico-raciais?

Agora que entendemos a diferença entre os conceitos de raça e etnia, fica mais
fácil de entender os direitos étnico-raciais. Uma boa pergunta para começar é: afinal,
como eles surgiram? A promoção desses direitos pelo mundo começou após o
surgimento da Declaração Universal dos Direitos Humanos na Organização das
Nações Unidas (ONU). Foi a partir desse momento que necessidades e particularidades
de grupos vulneráveis historicamente passaram a ser levadas em consideração.

Isso ocorreu em vista do reconhecimento de que a discriminação étnica e


racial configura um problema histórico da humanidade. Durante muito tempo diversos
povos foram marginalizados e até escravizados por conta do seu grupo étnico ou
características físicas, como a cor da pele.
Devido a essa relação de dominação, por séculos os povos africanos (negros em
sua maioria) e também os povos indígenas de regiões como a América, não tiveram os
seus direitos fundamentais reconhecidos. Por esse motivo, em 1963, a ONU proclamou
a Declaração sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que
reconheceu mundialmente os direitos étnico-raciais. Nela, é afirmada a necessidade
de eliminar todas as manifestações de discriminação étnica-racial, assegurando que
a dignidade de todos os povos e grupos etnico-raciais do mundo sejam respeitadas.

Mas afinal, o que são os direitos étnicos-raciais?

O reconhecimento por parte da ONU no século XX que grupos étnico-raciais


sofriam com uma discriminação histórica foi resultado do debate sobre questões
raciais conduzido por grupos vulnerabilizados nos mais variados países, e aumentou o
alcance de discussões sobre temas como o racismo, a desigualdade racial, a inclusão
racial, entre outros. Isso fez com que a comunidade internacional começasse a
problematizar as relações étnicas-raciais existentes em alguns países.
Dois grandes exemplos desse período são o apartheid, na África do Sul, e o movimento
por direitos civis dos negros nos Estados Unidos, liderado por Martin Luther King Jr.

O que foi o apartheid?

O apartheid representava um sistema legal de segregação, iniciado em 1948, em


que pessoas não-brancas eram obrigadas a viver em áreas separadas e não possuíam
os mesmos direitos das pessoas brancas, não podendo, por exemplo, frequentar os
mesmos espaços públicos.

Na década de 60, muitas lutas por parte de movimentos sociais foram feitas no
país, resultando na prisão de um de seus líderes, Nelson Mandela. Mesmo assim, o
sistema só foi destituído legalmente em 1994.

O que foi o movimento pelos direitos civis nos EUA?

O movimento representava a luta dos negros por direitos civis, como o direito à
educação, saúde e transporte. Eles também viviam em um regime de segregação, no
qual não podiam ocupar os mesmos locais que pessoas brancas, como escolas,
restaurantes, transporte, hospitais, entre outros.

Diante disso, entre várias iniciativas e formas de organização política, em 1963


ocorreu a Marcha Sobre Washington, que reuniu cerca de 250 mil pessoas, lideradas
por Martin Luther King Jr. O movimento foi um dos responsáveis para que em 1964 fosse
aprovada a Lei dos Direitos Civis, encerrando legalmente a segregação racial nos EUA.
Esses dois exemplos ilustram o que os direitos étnico-raciais significam. São
um conjunto de normas e princípios que visam proteger grupos étnico-raciais que
sofrem com a exclusão, a discriminação e a desigualdade. Eles buscam garantir que
todos os direitos humanos fundamentais, como o direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à justiça e ao trabalho sejam respeitados também a esses grupos.

A importância dos direitos étnico-raciais

Pegando o Brasil como exemplo, a chance de um homem negro ser assassinado


é 74% maior em relação a não negros, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança
Pública. Além disso, em 2019, 66,7% das pessoas privadas de liberdade no sistema
prisional do país eram negras.
Isso significa que mulheres e homens negros apresentam os maiores percentuais de
indicadores considerados negativos no país, como consequência das desvantagens
socioeconômicas históricas às quais esse grupo esteve exposto.

Essa desigualdade pode ser observada em questões de violência racial, no


acesso ao mercado de trabalho, à renda, à educação, à saúde, entre outros. Temos
textos tratando sobre a violência racial no Brasil e a discriminação racial no mercado
de trabalho, vale a pena conferir.
Além disso, no país outros grupos que vivem em situação de vulnerabilidade são
os indígenas e os quilombolas. De acordo com o Conselho Indígenista Missionário, as
invasões de terras indígenas e a exploração ilegal de recursos naturais aumentou de
109 casos em 2018 para 256 casos em 2019.
E, segundo a Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras
Rurais Quilombolas (Conaq), houve um aumento de 350% no número de quilombolas
assassinados entre 2016 e 2017. Você pode entender melhor sobre esses povos nos
nossos textos sobre os direitos indígenas e os direitos quilombolas no Brasil.
De maneira geral, os direitos étnico-raciais, como as ações afirmativas e o Estatuto do
Índio, visam criar medidas de equiparação (dar o mesmo valor e condição à todos) e
justiça entre diferentes grupos sociais.
No infográfico abaixo podemos ter uma melhor noção da importância e da situação
atual dos direitos étnico-raciais.
Conclusão

Imagine uma corrida em que para alguns indivíduos são colocados obstáculos
na pista, enquanto para outros não. É certo que os indivíduos que podem correr
livremente na pista terão grandes vantagens para vencer a corrida, não é mesmo? Essa
é a situação de acesso a direitos e oportunidades entre os grupos étnico-raciais
atualmente. Em vista das discriminações sofridas e a exclusão social que vivenciam,
esses grupos possuem grandes dificuldades para viverem uma vida digna na
sociedade.

É por isso que os direitos étnico-raciais existem. Para tentar promover a justiça
social para esses grupos vulneráveis, que acabam sendo as principais vítimas de
mazelas como a violência e a desigualdade. No caso do Brasil, a defesa dos direitos
fundamentais das pessoas pretas, pardas e indígenas é também a defesa da
democracia. Como foi dito no início do texto, a população negra representa a maioria
da população brasileira. Entretanto, é essa mesma população que mais sofre com a
pobreza no país.

Dessa forma, nós enquanto sociedade devemos lutar para que os direitos de
todos sejam respeitados. Especialmente daqueles que por muito tempo não tiveram os
seus direitos reconhecidos. Pois, apesar da previsão de defesa e garantia de direitos
humanos, alguns grupos permanecem em situação desigual, sendo necessária a
previsão de direitos e políticas específicas, como no caso dos direitos étnico-raciais, os
quais foram e continuam sendo reivindicados ao longo do processo de lutas e esforços
coletivos.

Texto retirado: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/historia-dos-direitos-


etnico-raciais/
Quando pensamos em humanidade, normalmente nos referimos a uma espécie:
o ser humano, não é mesmo? Mas essa humanidade, apesar de única, é variada e
plural. A diversidade se faz presente na sociedade e são muitos os grupos que a
compõem, com diferentes crenças, culturas, valores, gêneros, etnias, origem, etc.

Contudo, ao longo da história, muitos desses grupos sofreram opressões e por


muito tempo não tiveram os seus direitos fundamentais reconhecidos.
Quer entender um pouco mais dessa história? Neste texto vamos falar sobre isso,
explicando tanto quais foram os acontecimentos, quanto os seus efeitos e
consequências até os dias de hoje.

Os grupos étnico-raciais em tempos antigos

Primeiramente, é interessante entendermos a situação de grupos étnico-raciais


em sociedades e períodos passados, para termos uma melhor noção sobre as suas
condições na história. Por isso, vamos olhar para essa situação em sociedades
europeias clássicas como a grega e a mesopotâmica, bem como no período medieval.

Grécia
A Grécia antiga era composta por povos indo-europeus, como os aqueus, jônios,
eólios e dórios. Apesar dessa variedade de povos, não havia perseguição e segregação
entre eles, que conservavam as suas características culturais próprias. Para a
sociedade grega, o sentimento de pertencimento coletivo fazia com que os povos
fossem vistos apenas como gregos e não-gregos. Os não-gregos , em sua maioria,
eram os estrangeiros e os prisioneiros de guerra, que eram vistos como povos bárbaros
e eram escravizados pelos gregos.

Mesopotâmia
Outro caso marcante é da Mesopotâmia antiga. Muitos povos também
pertenciam à região, como os sumérios, acádios, hebreus, amoritas, caldeus e hititas.
Mas mesmo assim, também não havia perseguições contra um grupo específico.
A escravidão era permitida legalmente, por meio do Código de Hamurabi, mas a
maioria dos escravos também eram compostos de estrangeiros e prisioneiros de
guerra. Nesse sentido, a discriminação ocorria contra os povos do exterior, que não
possuíam nenhum direito reconhecido.

Período medieval
Dessa forma, na história dos direitos étnico-raciais nas sociedades africanas e
americanas, a perseguição e dominação direcionada especificamente a um grupo
racial e justificada por esse pertencimento teve início após o fim da Idade Média (476 –
1453), quando o processo de colonização europeia se iniciou.
Os colonizadores não apenas exploravam os recursos dos territórios colonizados (da
América Latina e África em sua maioria), mas também implementaram a sua cultura e
moral sobre os povos colonizados. Os costumes, valores e as tradições culturais dos
colonizadores foram impostos de forma violenta.

Isto é, os colonizadores se consideravam superiores e estabeleceram uma


estrutura de dominação contra os povos negros e indígenas dos países colonizados,
escravizando-os e explorando-os. Como foi no caso brasileiro, em que os europeus
utilizaram os povos nativos que aqui viviam e os africanos que eram trazidos à força
como mão de obra escrava na extração de recursos e em atividades produtivas.

As origens dos direitos étnico-raciais

O violento processo de submissão e escravização colonial durou séculos, até


encerrar no século XIX. No Brasil, o sistema escravista foi baseado primeiramente na
exploração dos nativos da terra, os indígenas. Depois, no tráfico de africanos para a
região. Esse tráfico se dava por meio do transporte de pessoas como mercadoria,
atravessando o oceano Atlântico nos chamados navios negreiros, em que os africanos
eram submetidos a condições desumanas durante a viagem, para depois serem
escravizados quando chegassem à terra.
A escravidão fazia parte da própria lógica de funcionamento da sociedade e era
fundamentada na visão de que os negros e indígenas eram coisas, e não humanos. E
havia também uma concepção religiosa que enxergava que era necessário “educar”
esses povos, tornando-os civilizados a partir do referencial e das crenças da Europa. Ao
não adotar essas crenças, esses povos eram vistos como “pecadores”, o que
compunha a justificativa da escravidão.

Muitas estratégias de resistência contra a escravidão foram feitas,. A principal


delas foram os quilombos. Eles consistiam em organizações sociais e políticas de
escravos fugidos que se reuniam e ocupavam terras para sua proteção, resistência e
desenvolvimento. Utilizando-se de modelos de organização baseados em práticas de
sua terra natal. O mais conhecido quilombo brasileiro foi o de Palmares, uma
organização complexa que teve como uma de suas lideranças Zumbi.
Entretanto, foi somente em 1757 que o ordenamento jurídico brasileiro passou a
considerar direitos a esses grupos populacionais, ainda de forma violadora e
desrespeitosa de sua identidade. Isso ocorreu com o estabelecimento do Diretório dos
Índios, assegurando a liberdade dos indígenas, contanto que seguissem os padrões de
vida europeus. Os negros continuaram escravizados, sendo que o Brasil foi o último país
das Américas a abolir a escravidão, em 1888, com a Lei Áurea, representando uma das
primeiras conquistas na história dos direitos étnico-raciais.

Vale lembrar que, muito influenciado pela Revolução Francesa, o primeiro país
das Américas a abolir a escravidão foi o Haiti, 95 anos antes do Brasil, em 1793, se
tornando independente em 1804.

As conquistas dos direitos étnico-raciais ao longo do


tempo

Apesar do fim da escravidão, os negros, especialmente nos países ocidentais que


passaram por um processo de colonização, ainda não tinham muitos direitos
reconhecidos. Em países como os Estados Unidos e o Brasil, eles não
possuíam cidadania, isto é, seus direitos políticos e civis eram inexistentes. Isso significa
que eles não podiam votar, não tinham acesso à saúde pública, à educação, ao
direito à igualdade, entre outros. Isso significa que, na história dos direitos étnico-
raciais, o fim da escravatura não representou a inclusão imediata desses povos na
sociedade.

Foram muitas as dificuldades para a inserção socioeconômica dos negros, que


tinham que enfrentar não só uma estrutura política e legal desfavorável, mas também
um ambiente social de discriminação racial e preconceito, marcas características
do racismo. Uma forma de manifestação do racismo podia ser observada em editoriais
de jornais da época, como no caso do Correia Paulistano, em 1892, que expressou que:
“o negro só sabia ser sensual, idiota, sem a menor ideia de religião, de outra vida moral
e nem sequer de justiça humana”.
Dessa forma, muita luta e esforços foram exigidos dos movimentos sociais negros
para que a sua existência como cidadãos e cidadãs fosse reconhecida. No Brasil,
o movimento negro organizou diversas associações de luta por igualdade e direitos.
Estima-se que somente em São Paulo entre os anos 1907 e 1937, 123 associações negras
foram criadas. A força do movimento resultou na conquista do direito ao voto para
negros, por meio da promulgação da Constituição de 1934.

E, mais tarde, em 1951, na determinação de racismo como crime, por meio da


promulgação da Lei Afonso Arinos (Lei nº 1.390/1951). Nos EUA, a segregação racial se
deu de maneira diferente. Cinco anos depois da abolição da escravatura no país, em
1870, os estados do sul do país adotaram um conjunto de leis que oficializou a
marginalização racial.
Dessa forma, os negros não podiam frequentar os mesmos lugares que os
brancos, não tinham acesso aos mesmos direitos e eram discriminados em previsões
legais explícitas. Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, por não ceder o seu lugar no
banco do ônibus a um passageiro branco, foi presa e libertada apenas após pagar
fiança. A partir desse momento, ela se uniu ao movimento negro do país que lutava
pelos direitos civis dos negros nos EUA, que tinha como uma das lideranças Martin
Luther King Jr. Juntos, organizaram boicotes ao sistema de ônibus do país e
conseguiram, um ano depois, que a Suprema Corte declarasse inconstitucional a
segregação racial em transportes públicos.

Contudo, foi apenas na década seguinte, em 1963, após a Marcha sobre


Washington, que reuniu aproximadamente 250 mil pessoas, que as suas reivindicações
foram reconhecidas. Assim, em 1964 foi promulgada a Lei dos Direitos Civis, encerrando
a segregação racial no país e garantindo direitos fundamentais aos negros, como
direito à igualdade, justiça e liberdade, uma grande vitória na história dos direitos
étnico-raciais.
Os direitos étnico-raciais em nível mundial

As décadas de 50 e 60 podem ser vistas como um marco para a história dos


direitos étnico-raciais. Foi nesse período que esses direitos ganharam um
reconhecimento global, sendo reafirmados para todos os povos e grupos do mundo.
Isso ocorreu, entre outros motivos, graças à fundação da Organização das Nações
Unidas (ONU), em 1945, que já no seu documento inicial, a Carta das Nações Unidas,
prevê a liberdade para todos, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.

Esses valores são reforçados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de


1948, em que pela primeira vez na história é estabelecido que todos os seres humanos,
sem exceção, devem ter a sua dignidade e os seus direitos fundamentais garantidos.
Esse reconhecimento internacional colabora para a promoção dos direitos civis e
políticos de grupos vulneráveis historicamente, que sofrem com a discriminação e a
segregação, como os grupos étnico-raciais minoritários.

Com isso, em 1957 é elaborada pela ONU a Convenção sobre os Povos Indígenas
e Tribais (Convenção OIT nº 107). O documento reconhece que esses povos precisam
de uma proteção legal especial, por conta das suas condições sociais e econômicas.
Dessa forma, prevê que os Estados signatários devem tomar providências para
assegurar a proteção das populações indígenas, tribais e semi tribais (pessoas que
apesar de já não terem todas as características do grupo étnico, não se identificam
com a comunidade nacional).
Mais tarde, em 1963, a ONU promulga a Declaração sobre a Eliminação de Todas
as Formas de Discriminação Racial, visando acabar com toda e qualquer discriminação
com base em raça do mundo. Os dispositivos e garantias do documento foram
reafirmados em 1965, com a elaboração da Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, principal documento
atualmente dos direitos étnico-raciais no mundo.

Conclusão

A distinção entre povos com diferentes culturas e modos de vida é algo presente
na história dos direitos étnico-raciais. Ao longo da história, essas diferenças foram
exploradas de maneiras distintas, levando a situações extremas como a submissão de
estrangeiros e prisioneiros de guerra à escravização nas civilizações antigas, e
posteriormente a escravização de povos e grupos étnicos, apenas por apresentarem
características físicas e costumes distintos.

Como consequência, principalmente nas sociedades ocidentais, os negros e


indígenas tiveram grande dificuldade para serem inseridos socialmente, sofrendo
todos os tipos de discriminação e preconceitos.
Assim, muitos anos de lutas foram exigidos para que os direitos étnico-raciais
fossem reconhecidos, sendo uma conquista recente, em que a sua garantia
internacional foi afirmada apenas no século XX. A ONU foi uma das responsáveis por
essa conquista. Mas será que você sabe sobre o papel da organização e qual o seu
impacto nas questões étnicas-raciais ao redor do mundo? Então confira o nosso
próximo texto aqui do Equidade, em que vamos falar sobre a ONU e a questão racial.

Texto retirado: https://www.politize.com.br/equidade/blogpost/direitos-etnico-raciais-


o-que-sao/

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