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LICENCIATURA EM

PEDAGOGIA

Disciplina: (D44): EDUCAÇÃO, DIVERSIDADE E DIREITOS


HUMANOS
Prof. Maria Ângela Costa Mota
A DIVERSIDADE SOCIAL E AS DESIGUALDADES
ECONÔMICAS;
DEMOCRACIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS.
AULA 03

Dra. Maria Ângela Costa Mota/UFMG


OBJETIVO

Refletir sobre a diversidade social e as desigualdades


econômicas; Democracia, Cidadania e Direitos Humanos.

Dra. Maria Ângela Costa


Mota/UFMG
CIDADANIA
es do Estado ômicas; Democracia, Cidadania e Direitos Humanos;

Ser cidadão é ter garantias na Constituição de direitos


e deveres e de participar como cidadão das decisões
do Estado.isões do Estado.

Dra. Maria Ângela Costa


Etnia = Povo
Conjunto de pessoas que compartilham a cultura,
semelhanças físicas, idioma, história e valores.

Dra. Maria Ângela Costa


A cultura brasileira é diversificada, o que não exclui a
evidente desigualdade social, que é uma característica marcante de
nosso país e é atestada pela evidente hegemonia de uma classe social
nos processos de divisão social do trabalho e de divisão da renda,
além de fatores como o acesso à saúde, educação, saneamento e
segurança.

Apesar de vasta e ampla, a cultura brasileira torna-se símbolo de


status para as elites, que selecionam arbitrariamente aquilo que deve
ou não ser consumido, relegando o que não foi selecionado para o
limbo da produção cultural. Ademais, a nossa rica cultura popular faz
contraste ao nosso povo, desprovido, muitas vezes, de insumos
básicos para a sobrevivência.

Dra. Maria Ângela Costa


Ao longo do tempo decorrido, desde o início da república, o Brasil recebeu
imigrantes italianos, japoneses, alemães e de outros países sul-
americanos. Isso somente atesta que, tomando o significado de cultura por
uma concepção geral que envolve os hábitos, costumes, a culinária, as
crenças e o modo de vida geral de um povo, o Brasil é realmente vasto.

Porém, essa concepção diversa da cultura brasileira pode resultar em


um olhar equivocado quanto à não existência de mazelas sociais, como
a desigualdade social, o elitismo cultural e o racismo.

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O elitismo cultural (que, apesar de toda a vastidão cultural
brasileira, existe por aqui) também é fator estruturante para
a manutenção das desigualdades sociais que privilegiam
etnias, classes sociais e regiões.

Durante muito tempo, a Antropologia formulou teorias que


tentaram justificar a existência de culturas superiores e
inferiores, de acordo com o desenvolvimento fenotípico dos
povos que criaram essas culturas. Uma dessas teorias é
o darwinismo social, que passou a ser questionado por
Franz Boas, no fim do século XIX, e somente caiu de vez a
partir do estruturalismo de Claude Lévi-Strauss.
Dra. Maria Ângela Costa
Dra. Maria Ângela Costa
O território brasileiro era habitado, até 1500, pelos povos nativos, chamados pelos
europeus de índios. Porém, não havia apenas uma tribo ou uma vertente cultural
indígena nas terras que os povos Tupi chamavam de Pindorama: eram quatro
agrupamentos linguísticos diferentes (Tupi-Guarani, Jê, Caribe e Aruaque). Esses grupos
étnicos eram divididos em milhares de tribos, essas divididas em aldeias. Cada tribo
possuía seus costumes.

Com a captura e escravização dos povos africanos, pudemos observar uma vastidão
cultural semelhante à dos povos indígenas, pois não havia uma só tribo de onde os
portugueses capturavam os africanos ou uma só cultura africana. Os povos africanos
eram vastos, divididos em várias tribos e de várias origens étnicas diferentes, o que
conferiu à formação cultural afro-brasileira uma vastidão e amplitude tão diversa quanto à
indígena.

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A vinda de povos brancos, de origem europeia, para o Brasil,
tanto portugueses (que por si só já tinham uma origem
poliétnica) como a vinda de italianos e alemães, contribuiu
para a miscigenação de nosso povo. No Brasil, surgiu uma
cultura ímpar, fruto da forte miscigenação, que resultou em
produtos culturais populares sem igual no mundo.

Há também em nossa terra e na formação de nosso povo


o sincretismo religioso devido à mistura de crenças, o que
resultou, por exemplo, no surgimento de uma religião
genuinamente brasileira: a umbanda, que mistura elementos
do candomblé e do kardecismo.
Dra. Maria Ângela Costa
DIFERENÇA ENTRE DIVERSIDADE CULTURAL E
DESIGUALDADE SOCIAL

Dra. Maria Ângela Costa


Em termos de estrita interpretação, diversidade cultural e
desigualdade social são completamente diferentes. Desigualdade
social faz referência à diferença entre as classes sociais e aos
rendimentos de cada classe. Diversidade cultural faz referência
à vasta quantidade de culturas diferentes existentes em um nosso
território.

No Brasil, a associação entre os termos “desigualdade social” e


“diversidade cultural” é possível, pois apesar de nossa diversa
formação cultural, a exclusão social apresenta-se como um fator de
exclusão que se manifesta, majoritariamente, por meio da diferença
entre as diversas culturas que formam a população brasileira.

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DIREITOS HUMANOS

Os Direitos Humanos são frutos da luta pelo


reconhecimento, realização e universalização da
dignidade humana, histórica e socialmente construídos.

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DIREITOS HUMANOS
São os direitos básicos de todos os seres humanos. São direitos civis e
políticos (exemplos: direitos à vida, à propriedade privada, à língua
materna, liberdade de pensamento, de expressão, de crença, igualdade
formal, ou seja, de todos perante a lei, direitos à nacionalidade, de
participar do governo do seu Estado, podendo votar e ser votado, entre
outros, fundamentados no valor liberdade); direitos econômicos, sociais e
culturais (exemplos: direitos ao trabalho, à educação, à saúde, à
previdência social, à moradia, à distribuição de renda, entre outros,
fundamentados no valor igualdade de oportunidades); direitos difusos
e coletivos (exemplos: direito à paz, direito ao progresso,
autodeterminação dos povos, direito ambiental, direitos do
consumidor, inclusão digital, entre outros, fundamentados no valor
Dra. Maria Ângela Costa Mota/UFMG
fraternidade).
A ideia de Direitos Humanos diz respeito a um conjunto
de direitos internacionalmente reconhecidos, como os
direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais e
ambientais, sejam eles individuais, coletivos,
transindividuais ou difusos, que se referem à
necessidade de igualdade e de defesa da dignidade
humana. Direitos Humanos têm se convertido em
formas de luta contra as situações de desigualdades
sócio-econômicas, as discriminações sobre as
diversidades de gênero, de etnia, de raça, de orientação
sexual, de deficiências, e contra outras formas de
opressões vinculadas ao controle do poder por minorias
sociais. Dra. Maria Ângela Costa
Cultura de Direitos, inicia-se ainda no bojo dos movimentos
contrários ao Antigo Regime.

•O Bill of Rights das Revoluções Inglesas

•(1640 e 1688-89);

•A Declaração de Virgínia (1776);

•A Declaração do Homem e do Cidadão (1791), no âmbito da


Revolução Francesa.

Dra. Maria Ângela Costa


Mota/UFMG
Do século XIX até a primeira metade do século XX, com
os movimentos socialistas, a chamada Cultura de
Direitos incorporou dimensões econômicas e sociais por
meio das quais se passou a combater as desigualdades
e as opressões sócio-econômicas.
Século XX. O impacto das duas grandes guerras
impulsionou a criação da ONU (1945) como um
organismo regulador da ordem internacional, bem como
a elaboração da Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948).
Dra. Maria Ângela Costa
Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948)
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos.
São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade.
Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades
estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja
de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza,
origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política,
jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa,
quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo
próprio, quer sujeito a qualquer outra Ângela
Dra. Maria limitação
Costade soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o
tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel,
desumano ou degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido
como pessoa perante a lei.

Dra. Maria Ângela Costa


Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e
religião; esse direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e
a liberdade de manifestar essa religião ou crença pelo ensino, pela
prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão;
esse direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de
procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer
meios e independentemente de fronteiras.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada
como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do
direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato
Dra. Maria Ângela Costa
destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui
Em palestra proferida em 18 de abril de 1965, Theodor
Adorno (2020), pensador da Escola de Frankfurt, afirmou
que qualquer debate sobre metas educacionais não tem
sentido frente à importância de um objetivo anterior e
fundamental: que Auschwitz não se repita – um perigo
sempre presente enquanto existirem condições para que
tal barbárie aconteça novamente.

Dra. Maria Ângela Costa


Ainda de acordo com Adorno (2020), Auschwitz não se
repetir deve ser a exigência máxima para qualquer projeto
educacional e o próprio fato de isso não parecer óbvio, ou
que seja necessário justificar tal exigência de alguma
forma, já mostra que tal monstruosidade não impacta as
pessoas como deveria e, por isso mesmo, por essa falta
de consciência acerca desse acontecimento histórico, é
que algo tão hediondo pode se repetir.

Dra. Maria Ângela Costa


CONCLUSÃO
As profundas contradições que marcam a sociedade
brasileira indicam a existência de graves violações dos
Direitos Humanos em consequência da exclusão social,
econômica, política e cultural que promovem a pobreza, as
desigualdades, as discriminações, os autoritarismos, enfim,
as múltiplas formas de violências contra a pessoa humana.

Dra. Maria Ângela Costa


A Educação em Direitos Humanos está comprometida
com a formação de sujeitos de direitos e de
responsabilidades para influenciar na construção e na
consolidação da democracia como umprocesso para o
fortalecimento de comunidades e grupos
tradicionalmente excluídos dos seus direitos.

Dra. Maria Ângela Costa


No dia 10 de dezembro de
FÓRUM 03
2018, assinalaram-se os 70 Anos da Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH). Um marco histórico para todos os que
respeitam e defendem a dignidade humana, uma vez que este foi e continua a ser,
um instrumento de referência na defesa dos direitos humanos de todos.
Após a aula 03 e a leitura dos textos de referência, discuta as questões:
A cultura brasileira torna-se símbolo de status para as elites;
a)

b) Diversidade cultural e desigualdade social são completamente diferentes;


Cite um artigo da DUDH e comente sobre ele:
c)

As profundas contradições que marcam a sociedade brasileira indicam a


d)

existência de graves violações dos Direitos Humanos. Comente:

Dra. Maria Ângela Costa


AC 02
30 artigos da DUDH- FORMA DE APRESENTAÇÃO

Grupo 01 – Dramatização;
Grupo 02 – Perguntas e respostas;
Grupo 03 – Desenho;
Grupo 04 – Parodia;
Grupo 05 – Acróstico;
Grupo 06 – Dramatização.

Dra. Maria Ângela Costa


REFERÊNCIAS
PORFÍRIO, Francisco. Cultura Brasileira: da Diversidade À Desigualdade. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/cultura-brasileira-diversidade-desigualdade.htm.
Acesso em: 11/03/2024.
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Disponível em:
https://www.tjsp.jus.br/Download/Portal/Neddif/AtosNormativos/DeclaracaoUniversalDireito
sHumanos.pdf. Acesso em: 11/03/2024.

.och.).

Dra. Maria Ângela Costa


ATÉ A PRÓXIMA !

Dra. Maria Ângela Costa

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