Durante muitos séculos o racismo foi entendido apenas como uma ideologia
na racialização e hierarquização das raças humanas, que impulsionava
condutas de discriminação e exclusão de determinados grupos humanos.
Entretanto, estudos genéticos realizados com base no Projeto Genoma
Humano, concluiram pela inexistência de raças humanas biológicos, mas
ainda assim o racismo persiste e se insere na dinâmica do século XXI.
Neste sentido, Octavio Ianni afirma que:
A questão racial parece um desafio do presente, mas trata-se de algo que
existe desde há muito tempo. Modifica-se ao acaso das situações, das
formas de sociabilidade e dos jogos das forças sociais, mas reitera-se
continuamente, modificada, mas persistente. Esse é o enigma com o qual se
defrontam uns e outros, intolerantes e tolerantes, discriminados e
preconceituoso, segregados e arrogantes, subordinados e dominantes, em
todo o mundo. Mais do que tudo isso, a questão racial revela, de forma
particularmente evidente, como funciona a fábrica da sociedade,
compreendendo identidade e alteridade, diversidade e desigualdade,
cooperação e hierarquização, dominação e alienação (IANNI apud MOORE,
2007, p.288).