A questão racial no Brasil enfrenta desafios devido à dificuldade histórica de reconhecê-la. Governos positivistas e racistas promoveram o branqueamento para criar uma identidade nacional, ignorando a população negra. Mais tarde, Getúlio Vargas usou o mito das três raças para promover a harmonia entre as raças e negar o racismo, mas a identidade envolve fatores mais complexos do que a genética.
A questão racial no Brasil enfrenta desafios devido à dificuldade histórica de reconhecê-la. Governos positivistas e racistas promoveram o branqueamento para criar uma identidade nacional, ignorando a população negra. Mais tarde, Getúlio Vargas usou o mito das três raças para promover a harmonia entre as raças e negar o racismo, mas a identidade envolve fatores mais complexos do que a genética.
A questão racial no Brasil enfrenta desafios devido à dificuldade histórica de reconhecê-la. Governos positivistas e racistas promoveram o branqueamento para criar uma identidade nacional, ignorando a população negra. Mais tarde, Getúlio Vargas usou o mito das três raças para promover a harmonia entre as raças e negar o racismo, mas a identidade envolve fatores mais complexos do que a genética.
A partir da dificuldade histórica em se afirmar a existência de uma “questão racial” no Brasil, discorra sobre quais os motivos e desafios desse fato, fazendo relação com o conceito de IDENTIDADE trabalhado em textos e nas aulas das partes II e III da disciplina.
A questão racial no Brasil está diretamente relacionada com o uso da história e da
biologia na criação de uma identidade nacional por governos com ideais positivistas e racistas. Ao trazermos a memória a Proclamação da República, um golpe militar que derrubou a coroa portuguesa enquanto nas palavras do historiador José Murilo de Carvalho a população "assistia a tudo bestializada". Nesse contexto, o país havia recentemente abolido a escravatura sem contudo dar à população negra nenhuma forma de inserção social e econômica a relegando ao abandono. Diante de diversos movimentos separatistas que não partilhavam dos interesses dos milhares, era para a nova elite urgente a criação de uma identidade nacional, essa identidade é essencial para sustentar qualquer projeto de estado-nação. Havia porém no Brasil uma questão que o tornava inadequado aos projetos nacionais positivistas seguidos pelos militares, o Brasil era composto por uma grande variedade étnica e mais do que isso, a maior parte da população era negra. Assim, surgiram diversos projetos de branqueamento que incluíram principalmente a vinda de imigrantes europeus para branquear o país. Já no século XX, diante de grandes tensões internas por parte de diversos movimentos sociais e externas com as guerra contra governos genocidas europeus, Getúlio Vargas em seu projeto fascista fez uso da antropologia para criar um novo mito fundador que desse estabilidade as tensões raciais : o mito das três raças. Este mito recontava a história brasileira apartir da perspectiva de uma harmonia entre brancos, negros e índios os quais por meio da miscigenação criaram a nação brasileira, assim não haveria como se falar em racismo nem em questões de raças pois todos seríamos de alguma forma msicigenados. É interessante notar que este tipo de argumentação faz uso da biologia, especialmente a genética, para definir o que seria raça. Porém, é preciso estar atento à discussão atual de identidade como um conceito muito mais amplo e dentro dele a noção de raça. A identidade pode ser entendida de diversas formas, porém ela não se sustenta em apenas um aspecto como o genético. Este conceito envolve fatores internos, que incluem a personalidade, visão de mundo, corporeidade ou externos, que levam em consideração a história, contexto social, política etc… a identidade não pode ser reduzida a um aspecto interno, o que pode resultar em invisibilidade ou ignorância a respeito de realidades identitárias como o racismo, tampouco a aspectos externos que pode resultar em estigmas, preconceitos e ao próprio racismo. Um conceito mais aberto de identidade, que busque estar atento ao indivíduo como um todo, respeitando as diferenças como parte do que nos forma e enfrentando qualquer forma de discriminação nos permite ir mais fundo nesse universo que é ser humano.