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PEDAGOGIA

Educação das Relações Étnico-


Raciais
Sumário

INTRODUÇÃO............................................................................................................................ 3

UNIDADE I - As Relações Étnico – Raciais - Uma Breve Introdução ......................... 4

UNIDADE II - As Relações Étnico-Raciais No Âmbito Da Escola .............................. 17

BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ 28
INTRODUÇÃO

Ementa da Disciplina:
Educação Das Relações Étnico-Raciais: A construção da Identidade Étnica;
Etnia e o processo escolar; a escola e a diversidade; relações raciais na escola
e respeito à pluralidade. Os Direitos Humanos.

Sejam bem-vindos (as) ao estudo da disciplina Educação Das Relações


Étnico-Raciais. Essa disciplina está dividida em duas unidades. Primeiramente
será exposto o cenário no qual a sociedade brasileira foi constituída e
apresentado algumas teorias raciais que subsidiaram esse processo e a
definição de alguns termos comuns utilizados nesse contexto. Na segunda
unidade apontaremos de que forma a história e seus desdobramentos
permeiam as práticas escolares e a necessidade de dar cada vez mais
visibilidade a temática racial nesse espaço. Apresentaremos também as
políticas afirmativas e a Declaração Universal dos Direitos Humanos como
ferramentas potentes de combate ao racismo e todas as formas de
discriminação e preconceito.

Então, mãos à obra e bons estudos!

Professora Mestre Ludmila Costa Meira1

1 Mestre em Educação pela Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP; especialista em Coordenação Pedagógica
pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP; especialista em Psicologia da Educação com Ênfase em
Psicopedagogia, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC/ Minas, graduada em Normal Superior e
Pedagogia pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC. Pedagoga Escolar do Município de Governador Valadares.

UNIDADE I - As Relações Étnico – Raciais -


Uma Breve Introdução

Atualmente o estudo da relações étnico-raciais tem


ganhado amplo espaço nos debates acadêmicos,
desvelando o conhecimento sobre a constituição racial do
povo brasileiro, destacando os aspectos políticos,
econômicos e sociais que permeavam o contexto desde então.

Pesquisas atuais destacam o recorte racial no tocante a várias


temáticas presentes nas discussões de âmbito social e escolar. Silva,
2018, apresenta em um artigo publicado pela revista “Educar em
Revista”, a reunião de vários trabalhos que apontam a questão racial em
contextos diversos com foco no racismo, etnocentrismo e outras
discriminações, tendo como principal referência o Parecer CNE/CP
3/2004 e a Resolução CNE/CP 1/2004, que tratam da educação das
relações étnico-raciais e do ensino de história e cultura afro-brasileira e
africana, nos sistemas e estabelecimentos de ensino brasileiros.

Racismo Institucional, Teoria do branqueamento, Estereótipos


Raciais, O Silenciamento, Etnocentrismo Curricular, Conceitos de Raça e
Racismo, Educação Antirracista, são temas presentes nos artigos que
compõem a pesquisa de Silva (2018) que estão sempre como pano de
fundo quando se discute as relações étnico-raciais. Contudo, para que
compreendamos minimamente do que se trata esse ensino, faz se
necessário que compreendamos o fenômeno da “Miscigenação”, ocorrido
na gestação étnica do povo brasileiro, que se percorrermos a história vai
muito além do cruzamento de índios, negros e portugueses.

A miscigenação no Brasil produziu um discurso que segundo


Santos (2011), repercute fortemente não só no âmbito escolar mas, em
toda sociedade provocando um silenciamento cultural da cultura africana,
divulgado por muitos intelectuais como mestiçagem.1
1 - A mestiçagem, por exemplo, é uma dessas categorias em que suas diferentes abordagens, coincidentemente,
apagam na teoria as expressões da diversidade na vida dos povos e culturas.

Assim, ainda segundo Santos (2011), a nação brasileira foi se


constituindo a partir de narrativas que desconsideravam de alguma
forma a contribuição cultural do negro.

No contexto do debate sobre a mestiçagem, ao final do


século XIX, Capistrano de Abreu, ressaltando o papel dos
índios, afirmava que a contribuição do negro fora
insignificante para a formação do Brasil e que “o brasileiro
era figurado no caboclo e nunca no negro ou no mulato”.
(ABREU, 1969, p.107). Na mesma época, Silvio Romero,
embora defendesse a mestiçagem, considerava as raças
negras e indígenas como inferiores. (SCHNEIDER, 2005, p.
76). No início do século XX, Euclides da Cunha, o escritor
dos Sertões, também considerava o mestiço um
desequilibrado (MUNANGA, 2008, p.57). (SANTOS,2011,
p.10)

A miscigenação não era um acontecimento visto com bons


olhos no cenário internacional pois, o conceito científico que
rechaçava a existência de raça2 superior e inferior, mesmo depois de
desconstruído “cientificamente”3, ficou impregnado no consciente
imaginário da sociedade.

Dessa forma, um país miscigenado, majoritariamente povoado


por negros, não provocava na comunidade internacional expectativa
de desenvolvimento e prosperidade pois, predominava a raça
considerada inferior causando determinado medo do qual se originava
o ideal de “branqueamento”.

Esse medo do negro que compunha o contingente


populacional majoritário no país gerou uma política de
imigração europeia por parte do Estado brasileiro, cuja
consequência foi trazer para o Brasil 3,99 milhões de
imigrantes europeus, em trinta anos, um número equivalente
ao de africanos (4 milhões) que haviam sido trazidos ao
longo de três séculos. (BENTO, 2003, p.07).
2 - „Raça‟ é um conceito que não corresponde a nenhuma realidade natural. Trata-se, ao contrário, de um conceito que
se denota tão-somente uma forma de classificação social, baseada numa atitude negativa frente a certos grupos sociais,
e informada por uma noção específica de natureza, como algo endodeterminado. A realidade das raças limita-se,
portanto, ao mundo social. Mas, por mais que nos repugne a empulhação que o conceito de „raça‟ permite – ou seja,
fazer passar por realidade natural preconceitos, interesses e valores sociais negativos e nefastos –, tal conceito tem uma
realidade social plena, e o combate ao comportamento social que ele enseja é impossível de ser travado sem que se lhe
reconheça a realidade social que só o ato de nomear permite (GUIMARÃES, 1999: 9 apud GOMES, p.10)

3- Alguns biólogos antirracistas chegaram até sugerir que o conceito de raça fosse banido dos dicionários e dos textos
científicos. No entanto, o conceito persiste tanto no uso popular como em trabalhos e estudos produzidos na área das
ciências sociais. Estes, embora concordem com as conclusões da atual Biologia Humana sobre a inexistência científica
da raça e a inoperacionalidade do próprio conceito, eles justificam o uso do conceito como realidade social e política,
considerando a raça como uma construção sociológica e uma categoria social de dominação e de exclusão. (Munanga,
2003, p.06).
Segundo Fanon (1980) o negro foi considerado pela civilização
europeia como princípio de todo mal, como algo das profundezas de
abismos das trevas principalmente por causa de sua sexualidade,
tema que era amplamente condenado e tratado com rigorosidade pela
igreja.

Havia grande expectativa entre os cientistas sociais da época


de que em algum tempo, com a imigração europeia em massa negros
e índios desapareceriam em detrimento da dominação da raça
superior.

Pela seleção natural, todavia, depois de prestado o auxílio


de que necessita, o tipo branco irá tomando a preponderância até
mostrar-se puro e belo como no velho mundo. Será quando já
estiver de todo aclimatado no continente. Dois fatos contribuirão
largamente para tal resultado: de um lado a extinção do tráfico
africano e o desaparecimento constante dos índios, e de outro a
imigração europeia! (AZEVEDO, 1987, p. 90-91).

Lilia Moritz Schwarcz também enfoca este período em O


espetáculo das raças (1993). Segundo ela, nossos cientistas sociais
de então tinham um sério problema a resolver, ou seja, como contar
a história de um país majoritariamente negro e mestiço, nascido e
prosperado sob a égide da escravidão negra e, ao mesmo tempo,
manter-se próximo aos moldes europeus de civilização que
consideravam negros e mestiços não civilizados e não civilizáveis.
(BENTO,2003, P.13)

Schwarcz evidencia que, por meio de diferentes maneiras, o


país era descrito como uma nação composta por raças
miscigenadas, porém em transição. Essas raças passariam por um
processo acelerado de cruzamento e seriam depuradas mediante
uma seleção natural (ou talvez milagrosa), levando a supor que o
Brasil seria algum dia branco. Ou seja, os negros seriam assimilados
pelos brancos. (BENTO,2003, P.13)

Assim, a partir da ideia de superioridade racial branca e o


anseio pela extinção da população não branca, nasceu a construção
sócio-histórica do Branqueamento, que consistia em incutir no
pensamento da população o ideário de que para ser um homem
civilizado, deveriam se assimilar ao homem branco em sua aparência,
costumes e cultura. De tal modo que se não fosse possível, pelas
teorias da miscigenação, branquear a pele, branqueia-se a alma.

Autores apontam como a pior perversidade dessa teoria racial,


o fato de impor ao negro determinadas mudanças e negações de
costumes e valores para ser considerado civilizado e depois erigir um
discurso de que o próprio negro não se aceita, por isso faz de tudo
para se assimilar ao branco ou europeu.

Esse ideário foi incutido no imaginário popular de tal forma que


atualmente a população tem dificuldade de fazer sua identificação
racial e até mesmo do próprio negro se perceber e aceitar como tal.
Porque muitas vezes, dependendo do nível de consciência racial se
aceitar negro é também concordar ou assimilar–se a toda a imagem
desfavorável que foi construída em relação a esse povo.
Fonte:https://racismo-cientifico.weebly.com/branqueamento-no-brasil.html

Fonte: http://marcosnogueira-2.blogspot.com/2011/03/imagens-do-brasil-
imperial.htmlImportante funcionário público seguindo para a missa, acompanhado de sua
família e serviçais escravos.

Mas esse pode ser considerado apenas o fio do novelo que


segue a se desenrolar. Não chegando à “purificação da nação”, algo
precisa ser feito em relação a identidade racial do país, foi quando
Gilberto Freyre (1984), se apresenta como um dos principais
representantes do que ficou conhecido como “Mito da Democracia
Racial”, abordando a mestiçagem como a resolução para a questão
racial que se colocava como um problema no período de formação da
nação brasileira.

O estabelecimento da narrativa ideológica apresentada como


Mito da Democracia Racial, exaltava a miscigenação como aspecto de
grande contribuição para a formação de uma sociedade pois, nesse
contexto as raças conviviam em grande harmonia. Provocando com
isso, uma falsa democracia racial por mascarar os problemas sociais,
políticos, econômicos e culturais que negros e índios sofriam com a
hierarquização das raças.

O mito da democracia racial pode ser compreendido, então,


como uma corrente ideológica que pretende negar a
desigualdade racial entre brancos e negros no Brasil como
fruto do racismo, afirmando que existe entre estes dois
grupos raciais uma situação de igualdade de oportunidade e
de tratamento. Esse mito pretende, de um lado, negar a
discriminação racial contra os negros no Brasil, e, de outro
lado, perpetuar estereótipos, preconceitos e discriminações
construídos sobre esse grupo racial. Se seguirmos a lógica
desse mito, ou seja, de que todas as raças e/ou etnias
existentes no Brasil estão em pé de igualdade sócio racial e
que tiveram as mesmas oportunidades desde o início da
formação do Brasil, poderemos ser levados a pensar que as
desiguais posições hierárquicas existentes entre elas se
devem a uma incapacidade inerente aos grupos raciais que
estão em desvantagem, como os negros e os indígenas.
Dessa forma, o mito da democracia racial atua como um
campo fértil para a perpetuação de estereótipos sobre
os negros, negando o racismo no Brasil, mas,
simultaneamente, reforçando as discriminações e
desigualdades raciais. (GOMES,2007, p.57. Grifos
nossos).
A perversidade dessa ideologia é tão profunda que se reverbera
até mesmo nos dias atuais, alterando suas formas de representação
de acordo com o contexto social, justificando e muitas vezes negando
situações de discriminação e racismo que podem ser ilustradas com
frases do tipo: “Nossa, foi só uma brincadeira.” Ou “Eu não sou racista
pois, tenho amigos negros”, sem observar o nível da relação que
estabelecem com eles.

A imagem de um país onde as raças conviviam em harmonia, a


exaltação de elementos nacionais como as riquezas minerais e
diversidade da fauna e da flora, bem como o destaque de alguns
símbolos da cultura negra e indígena como o samba e a beleza das
índias, geraram uma conotação positiva, provocando prestígio
nacional e internacional pois, os que aqui moravam também
começaram a crer nesse novo discurso.

https://abadafronteira.blogspot.com/2009/08/samba-de-roda.html

Com o Mito da Democracia Racial se mascarou a desigualdade


racial existente no Brasil e afastou-se a discussão dos debates
políticos, econômicos e culturais, garantindo assim a manutenção do
“status quo”. As posições sociais eram em todo momento reforçadas
pelas novelas, romances literários, músicas e ausência de políticas
públicas para auxiliar uma possível alteração de condição social do
negro ex. escravizado e seus descendentes.
Essa ideologia, embora se tenha fundamentado nos primórdios da
colonização e tenha servido para proporcionar a toda a sociedade
brasileira o orgulho de ser vista no mundo inteiro como sociedade
pacífica, persiste fortemente na atualidade, mantendo os conflitos
étnicos fora do palco das discussões. Embora ainda exerça muita
influência na sociedade, pouco contribui para melhorar
concretamente a situação dos negros. Representa uma falácia que
serve para encobrir as práticas racistas existentes no território
nacional e isentar o grupo branco de uma reflexão sobre si mesmo.
(CAVALLEIRO, 2000, p. 28-29)

Outros autores corroboram com a eficiência dessa ideologia, que a


imagem do homem nacional brasileiro, conduziu o convívio de toda
sociedade com a harmoniosa democracia racial. Segundo Munanga
(2008, p. 77),

[...] o mito da democracia racial, baseado na dupla mestiçagem


biológica e cultural entre as três raças originárias, tem uma
penetração muito profunda na sociedade brasileira: exalta a ideia de
convivência harmoniosa entre os indivíduos de todas as camadas
sociais e grupos étnicos, permitindo às elites dominantes dissimular
as desigualdades e impedindo os membros das comunidades não-
brancas de terem consciência dos sutis mecanismos de exclusão da
qual são vítimas na sociedade.

O Mito da Democracia Racial explica porque muitos brasileiros


negam a existência do racismo numa completa ausência da construção
de um processo de conscientização crítica sobre essas práticas. “O
silêncio, o implícito, a sutileza, o velado, o paternalismo, são alguns
aspectos dessa ideologia” (MUNANGA, 1996, p. 215).

As teorias raciais vivenciadas no Brasil provocaram além de


estruturas sólidas para as práticas de racismo, um problema identitário,
ou seja, uma confusão entre a população nacional em se identificar como
pertencente a determinado grupo racial.
A identidade não é algo inato. Ela se refere a um
modo de ser no mundo e com os outros. É um fator
importante na criação das redes de relações e de
referências culturais dos grupos sociais. Indica traços
culturais que se expressam através de práticas linguísticas,
festivas, rituais, comportamentos alimentares e tradições
populares referências civilizatórias que marcam a condição
humana. (GOMES,2005, p.03)

Portanto, a identidade não se prende apenas ao


nível da cultura. Ela envolve, também, os níveis sociopolítico
e histórico em cada sociedade. Assim, a identidade vista de
uma forma mais ampla e genérica é invocada quando “um
grupo reivindica uma maior visibilidade social face ao
apagamento a que foi, historicamente, submetido”
(NOVAES,1993: 25 apud GOMES,2005, p.03).

Ao deparar com alguns conceitos de identidade


percebemos o quanto é importante que as referências
sejam específicas para que a mesma possa se
construir e se consolidar, referências essas que
marcam a condição humana. Invisibilizar
historicamente os modos de vida de um povo,
certamente interfere drasticamente nesse processo.

A trajetória do povo negro no Brasil já inicia com o


apagamento de sua condição de ser humano pois, foi
trazido no contexto da escravidão, como objeto de troca ou animal em
circunstâncias sub-humanas. Protagonizaram com dor, sangue e muito
sofrimento os mais de 350 anos do conhecido
“Tráfico Negreiro”1, onde milhares de vidas de
africanos escravizados se perderam para a morte
ou para a escravidão.

Em 1831 a Lei Feijó e posteriormente em 1850 a


promulgação da Lei Euzébio Queiroz, frente a
grande pressão internacional da Inglaterra, o
tráfico negreiro foi legalmente extinto. Esse fato

5
O tráfico negreiro e a escravização do povo negro têm sido considerados, como o mais perverso e
hediondo crime realizado contra a humanidade. Em sua amplitude, com a estimativa de 1.891.400
africanos desembarcados nos portos coloniais entre 1701 e 1810, e por sua duração, pois foram mais de
350 anos em que homens e mulheres negros(as) viveram sob o regime escravista.
reduziu a importação de africanos escravizados mas não acabou,
permanecendo essa prática na clandestinidade por um período de tempo.

Do descumprimento das referidas legislações surgiu a


conhecida expressão “Para inglês ver”, pois acabar com o tráfico
negreiro implicava num passo importante rumo a abolição da
escravidão, que sustentava toda estrutura social, econômica e política
no Brasil.

As ideias abolicionistas já se faziam presentes na sociedade


europeia e cada vez mais conquistavam adeptos desse pensamento
no Brasil. Esse cenário ameaçava a estrutura da sociedade brasileira
e também a permanência da monarquia. Num contexto de muita
negociação até os dias atuais a liberdade efetiva desse povo vem
sendo alcançada gradativamente em relação a direitos e políticas
públicas.

Fonte:@alexandraloras

Muitos desconhecem que mesmo após a abolição da


escravidão a população negra continuou a viver uma condição de
privação pois, a alforria não deu terras, moradia e nem trabalho. Difícil
saber quem é, conservar valores e crenças num cenário em que a
principal preocupação seria a sobrevivência.

O tema da construção da identidade nos transporta para o


âmbito escolar, espaço onde se reúnem os mais variados tipos de
sujeitos, com seus costumes e crenças em busca de conhecimento e
formação pessoal, tornando esse o maior desafio da escola,
administrar os processos de construção do conhecimento contemplando
a todos. “[...] o cotidiano da escola é palco de diferentes relações sociais e
reflete a diversidade cultural presente na sociedade [...]”. Candau (2003, p.
24)

Mas ao contrário do que imaginamos o sistema de educação


escolar, foi uma das ferramentas utilizadas para reforçar as estruturas
existentes, classificando os grupos, garantindo a ideia de hierarquia
racial e marcando as posições sociais dos mesmos.

O sistema da educação pública foi uma das


principais áreas de ação social para aqueles que mais
ativamente estudavam a importância da raça na sociedade
brasileira e mais se empenhavam na busca de uma nação
social e culturalmente branca. Dávila (2006, p. 36)

Importante então problematizar o papel da escola a partir de


uma reflexão crítica que tem como principal função a de educar. “[...] o
olhar lançado sobre o negro e sua cultura, no interior da escola, tanto
pode valorizar identidades e diferenças quanto pode estigmatizá-las,
discriminá-las, segregá-las e até mesmo negá-las”. Nilma Gomes
(2002, p. 39)

Voltar o olhar para o âmbito escolar no tocante ao recorte racial


descortina alguns conceitos encontrados na pesquisa citada no início
de nosso trabalho. Silva (2018), como silenciamento, etnocentrismo,
educação antirracista e estereótipos raciais.

A presença dessas práticas racistas no ambiente escolar,


desdobradas em ações ou utilização de materiais que as concretizam
se tornam potentes ferramentas para a manutenção de uma
sociedade que tende a segregar as diferenças.
SAIBA MAIS!

Aprofunde seu aprendizado!

Assista aos vídeos!

A Rota do Escravo - a alma da resistência

https://www.youtube.com/watch?v=HbreAbZhN4Q

Leia no AVA:

Hierarquização e racialização das crianças negras na


educação infantil

Uma Abordagem Conceitual das Noções de Raça, Racismo,


Identidade e Etnia.
UNIDADE II - As Relações Étnico-Raciais No Âmbito Da Escola
A discussão da temática racial chega ao palco das escolas através da
Lei 10.639/03 como obrigatoriedade, embora já se fizesse presente nesse
espaço, pois, onde existe relações humanas, essas, as raciais estarão
presentes, principalmente no que diz respeito a sociedade brasileira e sua
constituição histórica, como relembramos.

“É preciso ter clareza que o Art.2ª acrescido à Lei 9.394/1996


provoca bem mais do que a inclusão de novos conteúdos,
exige que se repensem relações étnico-raciais, sociais,
pedagógicas, procedimentos, de ensino, condições oferecidas
para aprendizagem, objetivos tácitos e explícitos da educação
oferecida pelas escolas”. (BRASIL, 2004, p.17)

A lei 10.639/03 provoca uma alteração no sentido e na concepção da


escola vigente, para Gomes (2007, p.106), ela projeta uma “ação específica
voltada para um segmento da população brasileira com um comprovado
histórico de exclusão, de desigualdades de oportunidades educacionais e que
luta pelo respeito à diferença”.

Repensar as relações em todas as esferas nos transporta em primeiro


lugar a rever a organização curricular que está colocada. O currículo como
expressão de dominação e poder, não se trata de um espaço neutro que
sempre foi organizado de forma etnocêntrica6 , favorecendo dessa forma a
manutenção do “status quo”. Para Silva (2010, p.35) “o currículo da escola está
baseado na cultura dominante: ele se expressa na linguagem dominante, ele é
transmitido através do código cultural dominante.” Se apresentando como
ferramenta de atualização e naturalização das ideias disseminadas pelas
teorias raciais, onde se praticava a hierarquização das raças num contexto de
convivência democrática entre si.

“Para serem favorecidos os mais favorecidos, e desfavorecidos


os mais desfavorecidos é necessário e suficiente que a escola ignore,
no âmbito dos conteúdos que transmite, dos métodos e técnicas de
transmissão e dos critérios de avaliação, as desigualdades culturais,
entre as crianças de diferentes camadas sociais.

6 - Etnocentrismo é característica de quem considera o seu grupo étnico, nação ou nacionalidade socialmente mais
importante do que os demais.
Em outras palavras, tratando todos os educandos por,
mais desiguais que sejam de fato, como iguais em direitos e
deveres, o sistema escolar é levado a dar sua sanção às
desigualdades iniciais diante da cultura.” (NOGUEIRA E
CATANI, 2013 p.59).

Fonte: http://ojoacromatico.blogspot.mx/2012/06/sebastiao-salgado-africa.html

A escola como o grande palco, reúne a ampla diversidade presente na


população brasileira e se torna o cenário perfeito para invisibilizar e silenciar
outras culturas em detrimento da busca da civilização perfeita, do homem ideal
e da nação próspera.

Ao discutir as relações étnico-raciais na educação, Munganga (1994)


argumenta sobre a necessidade do reconhecimento oficial e público das
diversidades formadoras da cultura brasileira e a presença da mesma no
sistema educacional, sendo trabalhadas no mesmo nível de igualdade.

Na mesma linha de pensamento, Gomes (2008) recorda o mito da


“democracia racial” e o coloca como responsável pela naturalização e ausência
das desigualdades sociais no currículo, principalmente no tocante ao currículo
das universidades e chama a atenção para necessidade de reeducação do
olhar docente possibilitando assim novas práticas.
Mesmo não sendo citada no caput da Lei 10.639/03, a Educação infantil
também está incluída nas discussões sobre a educação para as relações
étnico-raciais. Primeiro porque são sujeitos ativos e de direitos e também
porque a construção da identidade se inicia desde a mais tenra infância.

As Diretrizes Curriculares da Educação Infantil, ordenamento legal do


ano de 2010, elaborado a partir da resolução n° 05, de 17 de dezembro de
2019, já apresentava de forma explícita a orientação para que a temática racial
estivesse presente nas práticas realizadas nos estabelecimentos de ensino
desse segmento.

A concepção de currículo apresentada no documento em seu Art.3°


consente o mesmo como um instrumento imbuído de saberes que provém do
lugar de pertencimento da criança.

“... conjunto de práticas que buscam articular as experiências e


os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem
parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e
tecnológico de modo a promover o desenvolvimento integral da
criança de 0 a 5 anos de idade”. (BRASIL,2010)

O art.4° da resolução das diretrizes trata da proposta pedagógica


afirmando a condição da criança como produtora de cultura, ou seja, ela não
está alheia aos acontecimentos que a rodeiam e contribuem de alguma forma
incorporando e produzindo algo.

Deverá considerar que a criança, centro do planejamento


curricular, é sujeito histórico e de direitos, que nas interações,
relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja,
aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói
sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.
(BRASIL, 2009).

O art. 7, inciso V, das Diretrizes Curriculares da Educação Infantil, prevê


“o reconhecimento, a valorização, o respeito e a interação das crianças com as
histórias e as culturas africanas, afro-brasileiras, bem como o combate ao
racismo e à discriminação” (DCNEIS, 2010).

Como é perceptível o documento contempla amplamente a diversidade e


destaca a questão da identidade racial no currículo, quando orienta o
rompimento das relações de dominação étnico racial, evidenciando uma
atenção especial à temática buscando valorizar a cultura, a identidade racial.
A promulgação da Lei e as inúmeras ações para sua implementação não
são suficientes para que as práticas em prol do conhecimento e valorização
das relações étnico-raciais sejam vivenciadas nas escolas, o que torna o papel
do professor um dos principais atores para a mudança esperada.

Oliveira (2014), afirma que em seu estudo sobre a vivência da temática


racial no atendimento a crianças os profissionais,

“[...] não incorporaram em seu trabalho cotidiano o discurso das


diferenças não como desvio, mas como algo enriquecedor de
sua prática e das relações entre as crianças possibilitando
desde cedo o enfrentamento do rancíssimo e a construção de
posturas mais abertas às diferenças...” (2014, p.97)

Esse tipo de ação só se faz presente no cotidiano escolar quando o


professor é preparado, formado, devidamente instruído para vivência de tal
realidade com a consciência dessa importância.

https://www.babycenter.com/child/learning-and-education/how-to-build-a-good-relationship-with-your

Ações Afirmativas e Direitos Humanos na Trilha da Igualdade

Os movimentos conhecidos como sociais ou indenitários ao promover


ações e conseguir dessa formar dar volume às questões problematizadas, no
começo dos anos 80 provocaram a criação de políticas afirmativas 7 como
políticas públicas8 sob administração do Estado.

Várias definições para políticas afirmativas são encontradas ao longo da


literatura disponível, importante pensar que o objetivo principal das mesmas é
reparar e evitar o acento ou acontecimento de desigualdades.
Para Verucci,

... as ações afirmativas devem emergir como a


construção da igualdade posta em movimento, e têm por
objetivo um equilíbrio que efetive a igualdade de oportunidades,
9
nunca em desfavor das minorias , mas sempre com a
preocupação de limites garantidores da participação das
minorias, do rompimento dos preconceitos, e não da criação de
novos (1998, p.1).

Segundo Santos, num conceito mais expandido apresenta as ações afirmativas


como:

Todas as práticas positivas, com vistas a promover a proteção


dos excluídos e dos desamparados, as mudanças
comportamentais, bem como os demais direitos inscritos na
Constituição de 1988, cuja efetividade destas ações será
realizada pelo Estado em parceria com a sociedade civil (1998,
p.44).

A definição que se destaca é a apresentada por Joaquim Barbosa Gomes, ex.


ministro do Supremo Tribunal ao enunciar o anseio de que as ações afirmativas
possam garantir a prática efetiva de igualdade de oportunidades nas áreas da
educação e também no mercado de trabalho. Áreas que são consideradas
pilares para que o indivíduo melhore sua condição de vida.

________
7 Políticas afirmativas se constituem em mecanismos de diminuição de desigualdades historicamente construídas ou
destinam-se a prevenir que novas desigualdades se estabeleçam no tecido social, tendo como base condições de
gênero, raça, orientação sexual, participação política e religiosa.

8 Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou
municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar determinado
direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou
econômico. Ou seja, correspondem a direitos assegurados na Constituição. Fonte: https://www.politize.com.br/politicas-
publicas.

9 O termo minoria refere-se, na sociologia, a grupos sociais historicamente excluídos do processo de garantia dos
direitos básicos por questões étnicas, de origem, por questões financeiras e por questões de gênero e sexualidade.
https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/minorias.htm.
Biografia de Joaquim Barbosa

Joaquim Barbosa (1954) é um advogado brasileiro. Foi Procurador da República. Foi Ministro do Supremo Tribunal
Federal, do qual assumiu a presidência entre os anos de 2012 e 2014. Foi o relator do processo do mensalão. Foi
professor de Direito Processual Civil da Universidade do Estado do Rio de janeiro.

Joaquim Barbosa (1954) nasceu em Paracatu, em Minas Gerais, no dia 7 de outubro de 1954. Filho de um pedreiro e
uma dona de casa é o mais velho de oito irmãos. Estudou no Colégio Estadual Antônio Carlos, na sua cidade natal.
Desde criança ajudava o pai fazendo tijolos e entregando lenha num caminhão da família. Joaquim Barbosa tinha o
hábito de ler tudo que encontrava, escrevia no ar e cantava em outros idiomas, diz o seu tio José Barbosa. Em 1971, a
família foi tentar a vida em Brasília. Joaquim empregou-se na gráfica do Correio Brasiliense.

Continuou seus estudos em colégio público, onde completou o segundo grau. Ingressou na Universidade de Brasília,
formou-se em Direito, obteve em seguida o mestrado em Direito de Estado. Tinha facilidade para línguas, dominava o
inglês, alemão, italiano e francês.

Foi aprovado no concurso para oficial de chancelaria do Ministério das Relações Exteriores. Entre os anos de 1976 e
1979 serviu na Embaixada do Brasil em Helsinki, na Finlândia. Entre 1979 e 1984 foi advogado do Serviço Federal de
Processamento de Dados (SERPRO). Foi aprovado no concurso para procurador da República. Licenciou-se do cargo
e passou quatro anos estudando na França, na Universidade de Sorbonne. Obteve o mestrado e doutorado em Direito
Público.

É muito importante pensar de que forma as políticas de governo podem


e devem alterar as condições de desigualdades e exclusão dos seres humanos
com vistas a promover o desenvolvimento comum de todos os cidadãos. No
entanto o Brasil mesmo com tantas riquezas e políticas praticadas, ainda é alvo
de muitas críticas de âmbito nacional e internacional.

A desigualdade e a exclusão têm na modernidade


ocidental um significado totalmente distinto do que tiveram nas
sociedades do antigo regime. Pela primeira vez na história, a
igualdade, a liberdade e a cidadania são reconhecidas como
princípios emancipatórios da vida social. A desigualdade e a
exclusão têm, pois, de ser justificadas com exceções ou
incidentes de um processo social que não lhes reconhece
legitimidade, em princípio. E, perante elas, a única política
social legitima é a que define os meios para minimizar uma e
outra (Santos,2006, p.279)

Faz – se necessário lembrar que as lutas e conquistas, novos ideários e


forma de ver e pensar o mundo, o lugar do indivíduo na sociedade foram
impulsionadas por um documento muito importante aprovado pela Organização
das Nações Unidas (ONU), a Declaração Universal dos Direitos Humanos, em
10 de dezembro, de 1948.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um documento com 30


artigos que coloca a igualdade como princípio democrático. A partir de sua
publicação em 1948, muitos outros documentos importantes foram produzidos
com base em seus artigos, ainda que isso não funcionasse, de forma imediata,
no cumprimento dos mesmos.

Em relação ao Brasil podemos destacar que mesmo com a vigência de


um documento tão profundo e sendo signatário 10 do mesmo, no período de
1964 a 1985 vivenciou-se o período da Ditadura Militar, considerado um Estado
de Exceção11, em contrapartida percebe-se a forte presença desse princípio na
Constituição de 1988.
Abaixo alguns artigos que compõem o texto da DUDH e suas aspirações em
relação a igualdade:

Artigo I – Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e


direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos
outros com espírito de fraternidade.

Artigo II - Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as


liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie,
seja de raça, de cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra
natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra
condição.

Mesmo atraindo críticas de reconhecimento tardio, no artigo 4° a escravidão de


seres humanos é condenada: “Ninguém será mantido em escravidão ou
servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão punidos em todas as suas
formas”.

10 Que assina ou escreve o próprio nome num documento qualquer (um texto, uma carta, um manifesto etc.). Indivíduo que
assina ou subscreve com o próprio nome um documento qualquer: o signatário da carta. Fonte:
https://www.dicio.com.br/signatario.

11 Estado de exceção consiste numa medida temporária usada em situações emergenciais pelo Governo. Nestes casos, por
norma, alguns direitos individuais dos cidadãos podem ser suprimidos, visando o estabelecimento da ordem e paz social. O estado
de exceção representa a suspensão do Estado de Direito através do próprio direito, ou seja, por meio de leis constitucionais que
preveem esta medida. Em suma, o estado de exceção é válido em casos extremos, quando os cidadãos e instituições não podem
depender da legislação para se defenderem. Entre alguns dos direitos que costumam ser suprimidos pelas autoridades nestes
casos, está: Restrição ao direito de circulação e residência; Toques de recolher; grampear comunicações telefônicas; limitar o
direito à reunião e manifestação; efetuar prisões sem ordem judicial. Fonte: https://www.significados.com.br/estado-de-excecao.

Segundo Comparato (1999, p.14) A DUDH “constitui um sistema objetivo


de valores, formando a base ética da sociedade”, sendo utilizada como
parâmetro na construção de muitos documentos nacionais e internacionais.

No tocante a educação e a ampla divulgação desse texto universal,


várias publicações foram editadas para todas as idades no esforço de incutir no
inconsciente imaginário da população mundial esse jeito de viver com foco na
igualdade de direitos e valorização do ser humano.
SAIBA MAIS!

Aprofunde seu aprendizado!

Assista aos vídeos:

LEANDRO KARNAL - Declaração Universal dos Direitos


Humanos (DUDH)

https://www.youtube.com/watch?v=JjZxODEOn3w&t=112s

O que são políticas públicas?

https://www.youtube.com/watch?v=406y7gDN-ZE

Leia os artigos no AVA

Educação Infantil E Relações Étnico-Raciais: A Lei No Papel, A


Lei Na Escola

https://www.anped.org.br/sites/default/files/poster-gt21-4228.pdf

Relações Étnico-raciais, História, Cultura Africana E


Afrobrasileira Na Educação Pública: Da Legalidade À Realidade

http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/producoes_
pde/artigo_elvira_maria_isabel_jaroskevicz.pdf
BIBLIOGRAFIA

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CANDAU, Vera Maria Ferrão. Direitos humanos, educação e interculturalidade:


as tensões entre igualdade e diferença. Revista Brasileira de Educação, v. 13,
p. 45-56, 2008.

RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São


Paulo: Companhia das Letras, 2008.

SILVA, Tomaz Tadeu Da Silva,(org). Alienígenas na sala de aula: uma


introdução aos estudos culturais em educação. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e


bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, DF, 23 dez.,
1996.

BRASIL. Resolução No. 1, de 17 de junho de 2004, do CNE/MEC, que “institui


Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
e para o Ensino de História e Cultura Afro- Brasileira e Africana”.

BRASIL. MEC. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das


Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana, Brasília, SEPPIR/SECAD/INEP, junho de 2005.

GOUVÊA, Maria C. S. de. Imagens do negro na literatura infantil brasileira:


análise historiográfica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 77-89,
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REFERÊNCIAS

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e relações raciais: conquistas e desafios. Campo Grande: UFMS -
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Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
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