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O NEGRO NA

CONSTRUÇÃO DA
NAÇÃO BRASILEIRA
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O NEGRO E O ATRASO
DA NAÇÃO: racismo
cientifico e os homens de
ciência
⊙ Abolição da escravidão (1888)
O negro e os males
⊙ Instituição que permeia as relações sociais;
da nação ⊙ Segundo Carlos Moore, 70% da população
brasileira era negra pós-abolição;
⊙ Branqueamento como missão civilizatória
(1910-193-)
⊙ Branquear, caldear como viabilização da nação
⊙ Sur les metis (1911), João Batista Lacerda
⊙ Imigração europeia
⊙ Nina Rodrigues (1882-1906)

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Conde Buffon (1707- Arthur Gobineau Cesare Lombroso
1788) (1816-1882) (1835-1909)
⊙ Naturalista francês; ⊙ Teorias sobre o ⊙ Médico
⊙ Precursor das racismo e criminalista
teorias eugenia ⊙ Teoria do
evolucionistas; ⊙ Miscigenação criminoso nato
⊙ Continente europeu e =degeneração ⊙ Determina,
o homem europeu ⊙ Visitou o Brasil através de
como parâmetro de em 1869 características
Dica comparação; ⊙ Propôs uma físicas, quem era
Documentário- ⊙ Europa > África/Ásia solução para o “homem
Menino 23 > América nossa questão delinquente”
Disponível no
Youtube

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Podemos também citar Euclides da Cunha, Silvio Romero, Oliveira Vianna,
entre outros como exemplos de intelectuais que se debruçaram sobre o tema do
clareamento racial. Esse enfoque predomina até meados da década de 1920. O
futuro do Brasil via eugenia – ou seja, “melhoramento” da raça – foi pensado
dentro das instituições, especialmente faculdades de direito e de medicina. Esses
lugares deram eco e atuaram fortemente na divulgação desses pensamentos, ou
seja, houve uma institucionalização desse debate, como bem mostrado por Lilia
Schwarz (2005) e Mariza Correia (2003). Argumentos evolucionistas permitiram
explicar cientificamente as diferenças, classificar as espécies, localizar os pontos
de atraso e implantar políticas públicas racistas no Brasil. Como afirma Schwarz,
essas teorias foram justificativas “para expulsar a 'parte gangrenada' da população,
sem deixar de garantir que o futuro seria branco e ocidental” (2005, p. 178).

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CALDEAR, MISTURAR
E EXOTIZAR:
a fórmula perfeita
• Ao perceber a inviabilidade do desaparecimento do negro, o enfoque dos
discursos oficiais passa de negativa, tentando superar degeneração da raça,
para positiva, exaltando a cultura miscigenada. O mestiço ganha espaço e vira
símbolo nacional. Nota-se que no discurso nacionalista o negro desaparece,
Dica- vira mestiço, e o fato de o Brasil ser um país mestiço vira sinônimo de
Documentário: igualdade racial, cristalizado na ideia de democracia racial. Nesse modelo
pautado pela versão oficial, a desigualdade e a violência são desprezadas em
Você já foi à nome de um ideal de uma nova brasilidade.
Bahia? (1944) • Estado Novo- Getúlio Vargas.
https://www.youtub • Gilberto Freyre (1900-1987)- democracia racial.
e.com/watch?
• Literatura, artes, festejando a mestiçagem nacional.
v=Cafw6T_RYe0
• No Congresso da Unesco de 1949, o Brasil de Arthur Ramos e Gilberto
Freyre se transformaria em exemplo para um mundo do pós-guerra, um
modelo de paz e concórdia.
• Conciliação, apagamento das diferenças.
• Leis discriminatórias: : decreto de Lei n° 3688 (1942): “Lei da vadiagem”
que considera a ociosidade um crime passível de punição: 15 dias a 3
meses. ”Lei de cotas” (1934) que limitava o acesso a estrangeiros no país.

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PELO RECONHECIMENTO
DA DIVERSIDADE:
negritude como potência
No fim da década de 1940, o Brasil se apresenta como solução para o problema das
raças no mundo. A Organização das Nações Unidas financiou uma série de
pesquisas sobre as relações raciais no país, pois havia uma crença de que éramos o
“laboratório de civilização”, uma vez que teria oferecido, segundo seu idealizador,
Arthur Ramos, “a solução mais científica e mais humana para o problema, tão
agudo entre outros povos, da mistura de raças e de culturas” (1943, p. 9). Em
linhas gerais, o resultado do conhecido como projeto Unesco, que perdurou até a
década de 1960, foi a constatação da existência do preconceito racial no Brasil,
uma das suas mais importantes descobertas, desfazendo assim, pelo menos no
âmbito do discurso científico, o mito da democracia racial.

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• Podemos colocar o renascimento do movimento negro organizado no contexto de surgimento e
estabelecimento do projeto Unesco, pois mesmo não tendo recebido seu financiamento, seus
principais intelectuais – Abdias do Nascimento, Édison Carneiro e Guerreiro Ramos –
influenciaram, ainda que indiretamente, o desenho do projeto, sua realização no Rio de Janeiro e
como tais estudos foram recebidos e divulgados. Como também pesquisadores ligados ao projeto de
pesquisa da ONU apontam a influência que o TEN teria exercido nas suas pesquisas, a exemplo de
Charles Wagley, Roger Bastide, Costa Pinto, os quais, inclusive, participaram do Congresso do
Negro Brasileiro apresentando teses ou dando pareceres. Outra observação válida é que os trabalhos
de intelectuais como Roger Bastide e Florestan Fernandes, que buscavam por meio de seus estudos
elucidar o preconceito racial no Brasil, descreviam nos seus textos teóricos o que os militantes do
movimento negro já tentavam superar na prática.

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• Segundo Guimarães (2002), este termo teria sido forjado por um crítico das
formulações freyreanas, Florestan “O movimento negro organizado ‘africanizou-
se’. A partir daquele instante, as lideres contra o racismo tinham como uma das
premissas a promoção de uma identidade étnica específica do negro. O discurso
tanto da negritude quanto do resgate das raízes ancestrais norteou o
comportamento da militância. Houve a incorporação do padrão de beleza, da
indumentária e da culinária africana” (DOMINGUES, 2007, p. 116).
• Década de 1970- Influenciado pelo movimento negro internacional, especialmente
o négritude que tinha como proposta negar a política de assimilação à cultura
europeia que os povos negros vinham sofrendo valorizando o orgulho racial e as
raízes africanas que tinha como referencias intelectuais como: Aimé Césaire, Léon
Damas e Léopold Sédar Senghor. O movimento se opunha a ideologia oficial do
Estado brasileiro que visava a assimilação, a democracia racial e o
lusotropicalismo.

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CONCLUSÃO
Mas todo mundo pensava
assim naquela época...
• Juliano Moreira (1873-1933, o médico que revolucionou a psiquiatria no Brasil.
Um aspecto marcante na obra de Juliano Moreira foi sua explícita discordância
quanto à atribuição da degeneração do povo brasileiro à mestiçagem,
especialmente a uma suposta contribuição negativa dos negros na miscigenação. A
posição de Moreira era minoritária entre os médicos, na primeira década do século
XX, época em que ele mais diretamente se referiu a esta divergência, polemizando
com o médico maranhense Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906). Também
desafiava outro pressuposto comum à época, de que existiriam doenças mentais
próprias dos climas tropicais.
• Manuel Querino (1851-1923) um dos mais destacados intelectuais baianos, é
considerado pelo professor Jeferson Bacelar (UFBA) como um dos fundadores da
Antropologia brasileira. Em sua obra registra a importância de tantas pessoas,
negras e mestiças, que contribuíram para o enriquecido da cultura brasileira,
Manuel Querino dedicou verbetes biográficos a algumas delas no livro “Artistas
bahianos: indicações biográficas” que reuniu 216 registros de escultores, pintores,
músicos, entalhadores, marmoristas, agrimensores e arquitetos .
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Dica- Podcast:
Vidas negras
• Abdias do Nascimento (1914-2011) poeta,
Terra de cientistas
escritor, dramaturgo, artista plástico e ativista
https://open.spotif
y.com/episode/0M
pan-africanista, fundou o Teatro Experimental
bq5SKFzkTISUkq
5uQP35?si=ab41a
do Negro e o projeto Museu de Arte Negra. Suas
80c78264fce pinturas, largamente exibidas dentro e fora do
Brasil exploram o legado cultural africano no
Uma estética
negra: contexto do combate ao racismo. Professor
https://open.spotif
y.com/episode/6b
Emérito da Universidade do Estado de Nova
uZCPRR8T4JHNE York, ele foi deputado federal, senador da
A7B8Ad9?
si=d0ee5a70e7174 República e secretário do governo do Estado do
480
Rio de Janeiro.

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