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Racismo científico: teorias

que excluem (parte 1)


1ª série do Ensino Médio
Sociologia
Professoras Jenifer Souza e Fabiana Wharton
Habilidades e objetos de conhecimento

Habilidade:
(EM13CHS102) Identificar, analisar e discutir as circunstâncias
históricas, geográficas, políticas, econômicas, sociais, ambientais
e culturais de matrizes conceituais (etnocentrismo, racismo,
evolução, modernidade, cooperativismo, desenvolvimento etc.),
avaliando criticamente seu significado histórico e comparando-
as às narrativas que contemplem outros agentes e discursos.
Objeto de conhecimento:
Discursos racistas, etnocentristas e evolucionistas e sua
contraparte nas sociedades contemporâneas: a eugenia, o
arianismo, o colonialismo, o relativismo cultural e o
multiculturalismo.
Nosso ponto de partida

Indivíduo X Sociedade
• Todo indivíduo possui uma • As relações sociais são a base da vida
história e vive em sociedade; em sociedade: a família, a escola, os
amigos, o trabalho etc;
• Ele aprende a conviver em © Gettyimages
grupo a partir de processos de • Toda sociedade possui uma cultura -
socialização; as formas de pensar e agir de um
povo – e suas respectivas construções
• Os pensamentos da sua históricas e sociais;
cultura são ensinados como se
fossem naturais, entretanto, • É necessário conhecer a história de
são construções históricas; um povo para compreender os
comportamentos dos indivíduos;
• Por exemplo, o racismo não é
natural, é uma construção • É necessário conhecer os impactos
social. do passado no presente;
Elaborado especialmente para o CMSP
Leitura de imagem

1 min.

Tela de Jean Baptiste Depret, O jantar, 1835.


Analise a pintura. Existe alguma ideia de superioridade presente nessa
cena? Se sim, de onde vem a ideia de hierarquia entre as raças?
Jean-Baptiste Debret. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:A_
Brazilian_family_in_Rio_de_Janeiro_by_Jean-Baptiste_Debret_1839.jpg. Acesso em: 23 fev. 2021.
Reflita!

Quais eram as justificativas para a colonização?


1 min.

© Gettyimages
Colonialismo

O termo colonialismo refere-se ao domínio


político, econômico, administrativo e cultural de
um povo sobre o outro. Existem diferentes formas
de colonização, mas, em geral, o colonialismo se
configura na exploração máxima do colonizado
pelo colonizador, com este perecendo e muitas
vezes sendo dizimado.

No caso do Brasil, conhecer os impactos da


colonização nos ajuda a entender como os povos
indígenas e as etnias africanas foram
inferiorizados.

Conhecer os discursos racistas do passado, nessa


aula do século XIX, ajuda a compreender o
presente e seus desdobramentos na forma de
preconceitos. Imagens © Gettyimages
Elaborado especialmente para o CMSP
A presença do passado
Elaborado especialmente para o CMSP

ESCRAVIDÃO X ABOLIÇÃO
350 ANOS 132 anos
• O Brasil foi o país que importou • A abolição foi resultado da
mais escravizados africanos; resistência da população
© Gettyimages
negra ao longo de séculos
• Entre os séculos XVI e XIX, foram (fugas/quilombos);
trazidas mais de 4 milhões de
pessoas escravizadas da África; • Não houve inserção social,
oportunidades de empregos,
• Isso é equivalente a mais de um direito a educação, entre
terço de todo o comércio outros, para as pessoas
negreiro; negras após a abolição;
• O Brasil foi o último país da • Pós-abolição, no século XIX,
América que aboliu a surgiram teorias racistas e
escravidão. políticas de branqueamentos.
Apresentação do vídeo sobre diversidade e etnia:
https://www.youtube.com/watch?v=_S7BGkp2cSw

Rede Anísio Teixeira. Série Diversidades. Diversidade Étnico-racial. Licença Creative Commons.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_S7BGkp2cSw. Acesso em: 23 fev. 2021.
O conceito de raça

A palavra “raça” tem origem no latim ratio, que significa “categoria”,


“espécie”.

Foi no século XVII, em 1684, que o francês François Bernier emprega pela
primeira vez o termo raça para classificar a diversidade humana em
grupos fisicamente contrastados, denominados “raças humanas”.

O regime colonialista teve como respaldo os


interesses comerciais e os discursos
“civilizatórios”.

Foi no século XIX que os discursos aos quais


chamamos de racismo científico ou racismo
biológico tomaram força: a
crença pseudocientífica de que existem evidências
empíricas que apoiam ou justificam
o racismo (discriminação racial) ou a inferioridade
ou superioridade racial entre grupos humanos.
Elaborado especialmente para o CMSP
Alphone Bertillon. Perfis criminais. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Bertillon_-_Criminal_profiles.jpg. Acesso em: 23 fev. 2021.
Reflita!

Quais teorias de racismo científico vocês conhecem??


1 min.

Medicina chinesa. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível


em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:ChineseMedecine.JPG
Acesso em: 23 fev. 2021.
Contexto das teorias racistas

Durante o século XIX e no início do século XX, uma série de teorias


racistas (darwinismo social, eugenia, branqueamento etc)
circulavam entre muitos meios intelectuais (acadêmicos, médicos,
jurídicos, etc.) e procuravam definir certos grupos étnicos (negros,
indígenas, asiáticos) como inferiores, defendendo/justificando que
sua condição social, econômica e moral estava atrelada às suas
características naturais/físicas e que, portanto, nada poderia ser
feito para alterar sua situação socioeconômica.

Alguns desses teóricos, que já vamos conhecer, acreditavam que a


responsabilidade do homem branco seria levar o modelo de
civilização europeia para as outras partes do mundo. Esse
movimento desconsiderava a diversidade social, política e
religiosa dos países não-europeus, procurando suprimir aspectos
culturais de outras sociedades.
Elaborado especialmente para o CMSP
Logo do Segundo Congresso Internacional de Eugenia, 1921. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Eugenics_congress_logo.png. Acesso em: 23 fev . 2021.
O discurso racista

“A grande maioria da população brasileira é mestiça e resulta


de mesclagens contraídas entre os índios, os negros e um
pequeno número de portugueses. Todos os países da
América, seja no norte ou no sul, hoje mostram,
incontestavelmente, que os mulatos de distintas matizes não
se um número limitado
de reproduzem
de gerações. A além
esterilidade nem sempre existe nos
casamentos; mas os produtos da raça
gradualmente chegam a ser tão malsãos e
inviáveis que desaparecem antes de
darem à luz, ou então deixam rebentos
que não sobrevivem.”

GOBINEAU, Arthur. “O Brasil de 1873 segundo Gobineau”.


In: READERS, Georges. O inimigo cordial: o Conde de Gobineau no Brasil. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988, p. 240-241
Arthur de Gobineau. Autor desconhecido. Domínio Público. Wikimedia Commons. Disponível em:
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Arthur_de_Gobineau.jpg. Acesso em: 23 fev. 2021
Discursos racistas XIX e XX

Hebert Spencer Arthur de


Francis Galton Cesare Lombroso
(1820-1903)
(1822-1911) Garbineau (1835-1909)
Darwinismo (1816-1882)
Eugenia Criminologia
Social Arianismo

Nina Rodrigues João Batista Lacerda Renato Khel


(1862-1906) (1846-1915) (1889-1974)
Mestiçagem Embranquecimento Eugenia no Brasil

Reveja a aula do CMSP


sobre “Imperialismo? O
discurso racista no Brasil”
Aprendizados humanos

Até hoje, algumas pessoas confundem diferença com inferioridade.


Vocês consideram que as teorias racistas do século XIX ainda
podem ser percebidas em nosso cotidiano?

© Pixabay
Reflita!

“O domínio da vida social é essencialmente o domínio da diferença.”


Marcel Mauss

© Pixabay
É necessário ser antirracista!

Racismo X Antirracismo
• Qual é a proporção de pessoas • Informe-se sobre o racismo e
negras e brancas em sua rua? questione discursos racistas;

• E como fica essa proporção no • Enxergue a negritude;


caso da sua escola?
• Responsabilize-se contra o racismo;
• Você conhece muitos médicos
e advogados negros? • Estude, consuma, reconheça e
valorize a cultura negra;
• Você já viu algum diretor de
empresa negro ou negra? • Transforme seu ambiente de
trabalho.
• Como você reage a piadas
racistas?
Elaborado especialmente para o CMSP
Avalie

E aí, como foi a aula?


Como nosso tempo aqui é curto, lembre-se de levar suas dúvidas e
seus debates para além deste espaço!
Obrigada por participar! ;D
Até a próxima!

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