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A título de introdução se faz necessário explicar que em meados do século XIX (1853) o Conde francês Joseph
Arthur de Gobineau publicou seu "Essai sur l'inégalité des races humaines" (Ensaio Sobre a Desigualdade das
Raças Humanas) que é tido como a Bíblia do racismo moderno, e que deflagrou a era do chamado RACISMO
CIENTÍFICO, cujas ideias culminaram com a eugenia e a tese nazista-fascista da superioridade ariana, acontece
que GOBINEAU foi Ministro da França no Brasil e "conselheiro" de D. Pedro II, Gobineau via o Brasil como um
país "sem futuro" devido a grandes quantidades de pretos e miscigenados, defendia que o país precisava
"branquear" (se livrar dos negros), as ideias racistas de Gobineau fizeram escola mundo afora e aqui
influenciaram a vários autores e a intelectualidade de fins do séc. XIX início do XX, entre eles Artur Ramos, Nina-
Rodrigues, como destaques e atingindo inclusive escritores renomados com Euclides da Cunha e Monteiro
Lobato.
Todo este movimento de intelectuais racistas aliados a políticos idem em fins do séc. XIX conduziram à POLÍTICA
NACIONAL DE EMBRANQUECIMENTO, com a imigração europeia (e secundariamente japonesa) massiva e uma
abolição da escravidão feita de forma a empurrar os negros para as margens da sociedade, mantendo-os em
condições de extrema pobreza até que se extinguissem devido à mortalidade infantil, desnutrição, doenças,
mazelas sociais e também através das sucessivas miscigenações, ou seja, até que os negros desaparecessem por
completo do cenário nacional..., não deu certo..., alguns autores chegaram a prever que em 70 anos não haveria
mais negros no Brasil, o racismo científico manteve-se hegemônico até os anos 30, mas o reflexo e tais ideias
racistas continuaram influenciando políticas oficiais discriminatórias por um bom tempo.
"A tese do branqueamento” - escreveu Skidmore - “baseava-se na presunção da superioridade
branca, às vezes, pelo uso dos eufemismos raças 'mais adiantadas' e 'menos adiantadas' e pelo
fato de ficar em aberto a questão de ser a inferioridade inata. À suposição inicial, juntavam-se
mais duas. Primeiro - a população negra diminuía progressivamente em relação à branca por
motivos que incluíam a suposta taxa de natalidade mais baixa, a maior incidência de doenças e
a desorganização social. Segundo - a miscigenação produzia 'naturalmente' uma população
mais clara, em parte porque o gene branco era mais forte e em parte porque as pessoas
procurassem parceiros mais claros do que elas (a imigração
branca reforçaria a resultante predominância branca.)." (Op. Cit., p. 81).
Essa ideologia foi disseminada na mentalidade nacional. De uma forma ou de outra, noticia
esse autor, o ideal do branqueamento (com seus pressupostos notadamente racistas) foi
compartilhado pela intelectualidade nacional, presente na obra de inúmeros e influentes
pensadores, juristas, políticos e escritores brasileiros [1] (são citados, dentre outros, Euclides
da Cunha, Afrânio Peixoto, Clóvis Bevilácqua, Monteiro Lobato, Gilberto Freire, Oliveira
Vianna, Paulo Padro).
http://globotv.globo.com/rede-globo/memoria-globo/v/lado-a-lado-o-bota-abaixo/2925594/
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