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HISTÓRIA

8º ANO
SEMANA 24

Olá, estudante!
Esta semana vamos continuar estudando na Aula Paraná de História sobre o Segundo Reinado. Para
isso vamos analisar as dinâmicas sociais e políticas sobre o contexto de imigração de vários povos e etnias
para o Brasil, bem como para o Paraná. Analisaremos o contexto e as políticas migratórias, as teorias
raciais presentes no período e algumas das etnias que passaram a ocupar o nosso estado de forma mais
massiva a partir do século XIX. Para ajudar em seus estudos, você está recebendo o resumo dos
conteúdos. Relembrando que teremos 03 aulas e vamos tratar sobre:

ABOLIÇÃO, IMIGRAÇÃO E INDIGENISMO NO IMPÉRIO:


AULA: 67 CONTEXTO E INÍCIO DA IMIGRAÇÃO NO BRASIL
ABOLIÇÃO, IMIGRAÇÃO E INDIGENISMO NO IMPÉRIO -
AULA: 68 TEORIAS RACIAIS DO FINAL DO SÉCULO XIX
ABOLIÇÃO, IMIGRAÇÃO E INDIGENISMO NO IMPÉRIO -
AULA: 69 IMIGRAÇÃO NO PARANÁ I

Na história brasileira, vários povos foram imigrantes e a partir de agora vamos conhecer mais
sobre essas histórias e tais povos. O contexto de imigração com estímulos e políticas que
favoreciam a ocupação do território pode ser analisado a partir da Lei Eusébio de Queirós (1850),
a mesma que proibiu a compra de escravizados africanos. O fato que levou a necessidade da
ampliação da força de trabalho, sobretudo nas plantações de café. Na história do Brasil ocorreram
fluxos migratórios, ou seja, pessoas de diversas nacionalidades e etnias vieram para o país. A partir
de 1850, muitos imigrantes europeus vieram para o Brasil, incentivados pela propaganda
brasileira, e pelas dificuldades políticas e econômicas que enfrentavam em seus países de origem.
O governo brasileiro na época, por sua vez, entendia que o branqueamento era um aspecto
positivo para o país. Entre os imigrantes, destacam-se em quantidade, portugueses, italianos,
alemães, poloneses, ucranianos entre outros.

O sonho do enriquecimento e de um recomeço em uma nova terra logo foi se transformando com a
realidade da vida no Brasil. Uma vez instalados no país, os imigrantes não tinham dinheiro para custear
despesas básicas, como roupas, comida e remédios. Para isso foram adotadas várias políticas e o sistema
de parceria, no qual o imigrante era obrigando a pegar o que precisava para pagar depois com a produção
e, com isso, acabava por endividar-se.
O trabalho era muito cansativo e ocorriam maus tratos, o que tornou a vida dos imigrantes na
fazenda muito difícil. Tais condições levaram alguns grupos e colônia de imigrantes a revoltarem-se. Um
exemplo de revolta por melhores condições de vida foi a Revolta em Ibicaba (SP). Em 1857, os imigrantes
que trabalhavam na fazenda se revoltaram contra aquela situação. A revolta foi reprimida, todavia, um dos
integrantes, Thomas Davatz escreve o livro Memórias de um colono no Brasil, descrevendo a exploração
sofrida pelos imigrantes:

Memórias de um colono no Brasil”, de Thomas Davatz (1858)


Os colonos que emigram, recebendo dinheiro adiantado tornam-se, pois, desde o comêço, uma
simples propriedade de Vergueiro & Cia. Em virtude do espírito de ganância, para não dizer mais, (…) só lhes
resta conformarem-se com a ideia de que são tratados como simples mercadorias, ou como escravos.

Disponível em: <https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/5-olimpiada/documentos/documento/96>


Acesso em: 31 Ago. 2020.

VOCÊ JÁ CONHECE A EXPRESSÃO CONTATO INTERÉTNICO?

O contato interétnico ocorre quando pessoas de etnias diferentes geram filhos (as) e estes
apresentam características de ambas as etnias. Muitos brasileiros têm na sua genética e na sua cultura
origem étnicas diferentes. Na aula de hoje vamos estudar um período da história brasileira no qual ter essa
característica era questionável por significativa parcela da elite política e econômica nacional.

INTELECTUAIS E TEORIAS RACIAIS DO SÉCULO XIX

Algumas teorias raciais elaboradas na Europa durante o século XIX influenciaram os intelectuais
brasileiros e impactaram em âmbito sociopolítico no contexto das políticas migratórias. Entre as teorias,
menciona-se o Monogenismo, fundamentada em estudos bíblicos, afirmava que o ser humano originava-
se de uma mesma fonte, mas com o passar do tempo a miscigenação levou a um processo degenerativo da
raça humana.
Raimundo Nina Rodrigues (1862-1906) foi um médico brasileiro e um dos defensores do monogenismo.
Nina Rodrigues também era eugenista, ou seja, acreditava que haviam pessoas biologicamente melhores
que as outras quanto a reprodução. Outra teoria racial presente no Brasil é denominada Poligenismo, que
se posicionava contra os pressupostos bíblicos do monogenismo, sustentando-se em princípios biológicos
e naturais.
O poligenismo defendia a existência de várias raças humanas, considerando a raça branca superior,
e também criticava a mestiçagem. Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851-1914) foi um
advogado e político brasileiro e era um defensor do poligenismo. Sílvio Romero acreditava que a
diversidade racial brasileira terminaria por meio de um longo processo de branqueamento derivado da
mestiçagem entre as raças brasileiras. Tal branqueamento seria consequência da superioridade biológica
da raça branca.
Charles Darwin

O cientista Charles Darwin publicou em 1859 o livro A


origem das espécies, no qual abordou conceitos como evolução
e seleção natural, afirmando que o ser humano como existe
hoje foi o resultado de um lento processo evolutivo, e seu
processo mais evoluído resultava no ser humano tipicamente
europeu. Com base nos escritos de Darwin, o filósofo Herbert
Spencer aplicou os pressupostos darwinistas em âmbito social,
sendo dele a expressão “sobrevivência do mais apto”, foi lhe
atribuído o título de “Pai do Darwinismo social. ”

DARWINISMO SOCIAL NO BRASIL


Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/
Uma parcela significativa dos intelectuais e políticos commons/2/2e/Charles_Darwin_seated_c
brasileiros reconheceram no darwinismo científico e social um rop.jpg> Acesso em: 10 Set. 2020.
elemento para justificar e promover a imigração de europeus
ao invés de criar políticas públicas para integrar como cidadãos plenos a força de trabalho mestiça,
indígena e afro-brasileira presente no país. O Darwinismo Social defendia que entre os seres humanos
havia aquelas etnias mais aptas que outras, e esse pensamento elaborado pelo cientista social Herbert
Spencer teve significativa recepção no Brasil. Com base nos pressupostos científicos da época que
afirmavam que o homem branco era o mais evoluído, justificando-se assim o estímulo à imigração de
etnias europeias para o Brasil.

IMIGRAÇÃO NO PARANÁ - PARTE I

O Paraná possui uma rica diversidade étnica e cultural! Iniciando-se com os indígenas, passando
pelos povos ibéricos e africanos, a chegada dos imigrantes durante o século XIX aumentou a riqueza
cultural paranaense. Nessa trilha e na próxima, vamos aprofundar nossos conhecimentos sobre a
imigração, dessa vez no Paraná. Nosso estado recebeu diversos povos imigrantes durante o final do
século XIX e início do século XX. Vieram, naquele período, etnias da Europa e da Ásia. As situações
favoráveis que o Brasil. Vamos analisar o contexto da chegada dos imigrantes alemães, poloneses e
árabes em solo paranaense durante o século XIX.

Alemães: Os alemães foram os primeiros imigrantes que se estabeleceram no Paraná em 1829 onde
atualmente fica a cidade de Rio Negro. O processo de industrialização e a dificuldade da produção
agrícola em pequenas propriedades estimularam a vinda para o Brasil. Em 1853 o Paraná
desmembrou-se de São Paulo e foi elevado à categoria de Província do Império Brasileiro. A Província
do Paraná, um território com certa autonomia política continuou a receber povos imigrantes.

Poloneses: Entre 1873-1876 estabeleceram próximos de Curitiba colônias polonesas com cerca de 4
mil pessoas. No final do século XIX, os poloneses existiam enquanto nação, mas estavam sendo
dominados politicamente por países vizinhos. E nesse período a imigração igualmente era motivada
pela possibilidade de terem suas próprias terras. Nas décadas seguintes, outros grupos de poloneses,
estabeleceram-se no Paraná, em cidades como Palmeira, Rio Claro, Irati, São José dos Pinhais, entre
outras cidades contribuindo nas atividades agrícolas e pecuárias.

Árabes: Em 1887 os primeiros imigrantes árabes chegaram e se instalaram em Paranaguá. Oriundos


principalmente da Síria e do Líbano, por falta de terras e influenciada pelas visitas de D. Pedro II ao
Oriente Médio, a imigração árabe no Paraná prosseguiu por vários períodos durante o século XX.
Muitos dos árabes imigrantes trabalhavam como mascates e parcela significativa professavam a fé
no Islamismo.

Nas trilhas de hoje vimos:

 O contexto que levou ao incentivo da entrada dos imigrantes europeus no Brasil


durante o século XIX, bem como, as condições do estabelecimento iniciais de tais
pessoas.
 Estudamos sobre algumas teorias raciais do século XIX que influenciaram a sociedade e a
política no Brasil;
 Essas teorias tiveram significativa influência para o processo de imigração europeia que
ocorreu no Brasil na segunda metade do século XIX.
 Na aula de hoje estudamos sobre o contexto da chegada dos imigrantes alemães,
poloneses e árabes em solo paranaense durante o século XIX, bem como, algumas das
cidades em que se instalaram;
Escola/Colégio:
Disciplina: Ano/Série:
Estudante:

 Aula 67
1. Em relação ao processo de imigração no Brasil a c) negativo, pois acreditava-se que os afro-
partir de 1850, assinale a alternativa correta: brasileiros eram superiores aos brancos e indígenas
d) normal, pois desde a colonização brasileira
a) vieram para o Brasil com a intenção única de ocorria relacionamentos entre etnias diferentes;
evangelizar nativos e afro-brasileiros;
b) eram de vários lugares e muitos foram trabalhar nas
fazendas de café;  Aula 69
c) foram forçados a vir para o Brasil por meio do
sequestro em navios de escravizados; 5. Os alemães foram os primeiros a se
d) receberam notícias da descoberta de minas de ouro estabelecerem no Paraná durante o século XIX.
em todo o território; Assinale um dos motivos que levaram essa etnia a
sair da Europa e se estabelecer em solo brasileiro:
2. A Revolta de Ibicaba, ocorrida numa fazenda de São
Paulo, esteve relacionada: a) O fato de a Alemanha naquele período estar sob
o comando de Napoleão Bonaparte,
a) aos maus tratos aplicados aos imigrantes e a b) A invasão do exército polonês sobre o território
exploração do trabalho imigrante; alemão e a necessidade de abrigo;
b) ao fato dos imigrantes se recusarem a trabalhar na c) o aumento de empregos e a geração de riqueza
agricultura; em toda a Alemanha;
c) a proibição dos imigrantes em praticarem suas d) o processo de industrialização na Alemanha e a
crenças religiosas; dificuldade para a produção agrícola;
d) ao fato de os imigrantes não poderem se casar e
viverem na fazenda;
6. Sobre a imigração árabe no Paraná que remonta
a 1887, assinale a alternativa que corresponde a
 Aula 68 uma das primeiras atividades econômicas
3. Em relação ao processo de imigração no Brasil, estabelecidas pelos imigrantes árabes:
assinale a alternativa que corresponde a teoria
científica utilizada para justificar a preferência por a) eram agricultores, destacando-se o cultivo do
imigrantes europeus no Brasil durante o século XIX: trigo, arroz e feijão;
b) forma produtores de verduras que eram
a) Direitos Inalienáveis, distribuídas por todo o território paranaense;
b) Darwinismo Social c) trabalhavam como mascates, um termo que
c) Fisiocracia designava comerciantes (vendedores ambulantes);
d) Contrato Social d) criavam rebanhos bovinos e suínos no sul do
Paraná;
4. Para parcela significativa da elite brasileira durante
o século XIX o contato interétnico era algo:

a) negativo, e daí a necessidade de uma política de


branqueamento a médio e longo prazo.
b) positivo, uma vez que as diferenças entre as etnias
levariam o país a uma riqueza cultural,

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