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História da Sociologia no

Brasil
• A Sociologia no Brasil, ou Sociologia Brasileira, se iniciou nas décadas de 1920
e 1930.
• Os intelectuais da área estabeleceram que iriam se dedicar a
realizar pesquisas que procuravam construir uma compreensão a respeito
da formação da sociedade brasileira. Inúmeros aspectos fundamentais para
essa compreensão estavam em pauta para que fossem analisados. Tais como:
• A escravatura e a abolição;
• Índios e negros, bem como o êxodo dessas populações;
• O processo de colonização;
• O catolicismo;
Florestan Fernandes
• Florestan Fernandes foi extremamente importante para o
desenvolvimento do estudo sociológico no Brasil. Ele sempre se
manteve muito comprometido com os estudos de perspectivas
teórico-metodológicas, se empenhando na fundamentação
da Sociologia enquanto ciência.

lorestan foi fundamental na atuação, no desenvolvimento e na orientação de pesquisas do processo


de industrialização e mudanças sociais no Brasil.
“Afirmo que iniciei a minha aprendizagem sociológica aos seis anos, quando precisei ganhar a vida como se fosse um adulto e penetrei, pelas
vias da experiência concreta, no conhecimento do que é a convivência humana e a sociedade“ —  Florestan Fernandes
Darcy Ribeiro
• Darcy Ribeiro foi um antropólogo, escritor e político brasileiro que
desenvolveu trabalhos fundamentalmente nas áreas de educação,
sociologia e antropologia.
• Sua principal obra, “O Povo Brasileiro”, traz as características da
população brasileira, dando ênfase em sua formação e organização
social.
• Darcy Ribeiro também é conhecido pelas pesquisas desenvolvidas a
partir dos aspectos relacionados aos indígenas, com grandes e ricas
observações e relatos antropológicos.
O Povo Brasileiro
• O livro é uma análise da formação étnica e cultural do povo brasileiro,
desde os povos indígenas que habitavam o país antes da chegada dos
portugueses até os dias atuais.
• Ribeiro mostra como a mistura de diferentes povos, como índios,
europeus e africanos, deu origem a uma cultura única no Brasil. Ele
argumenta que essa cultura é caracterizada por uma grande diversidade e
por uma tendência à miscigenação.
• O autor também destaca a importância dos povos indígenas na formação
da cultura brasileira e critica a forma como eles foram tratados ao longo
da história. Ele aborda ainda a escravidão africana e sua influência na
cultura brasileira.
O Povo Brasileiro: O Processo de
Colonização
• Formação étnica e relação com os indígenas nativos (processo de penetração no território;
miscigenação (razões); depois, foi trazido o escravo africano e, novamente, houve miscigenação;
• Por fim, a sociedade brasileira, neste período, passa a ser apenas um “conglomerado de gentes”,
como diz o autor, com miscigenação de negros, índios e brancos caracterizados pela
descaracterização cultural desses povos e poucos portugueses que, então, representavam a elite. 
• Nesse caldeirão emerge uma nova cultura popular no seio dos mamelucos e caboclos que vai
rapidamente se integrar também como brasileiros as grandes levas de imigrantes europeus que
chegam no século XIX e XX, notadamente italianos, portugueses, árabes, espanhóis e alemães –
em menor grau de assimilação cultural, segundo o autor, estariam as comunidades japonesas que
resistiram um pouco mais devido à sua diferenciação fenotípica. 
• Portanto, pode-se dizer que as entre características da formação do povo brasileiro estão: a
miscigenação, o conflito, a escravidão de negros e índios, a catequização (quando a igreja católica
passa a converter índios e negros para o cristianismo), a profunda desigualdade social, entre
outros. 
O Povo Brasileiro: O Plantio de Cana de Açúcar

• A introdução do plantio de cana de açúcar no nordeste brasileiro foi


caracterizada pela destruição da estrutura tribal dos povos indígenas
que ali viviam e a introdução da escravidão indígena e posteriormente
o trabalho forçado via tráfego de escravos africanos.
• Em pouco tempo a economia relacionada à cana de açúcar
ultrapassou a extração de pau brasil como fonte primária de recursos,
e, assim, foi se desenhando uma sociedade escravocrata.
• Também neste período iniciou-se a difusão do português em
supressão às linguagens indígenas e também a difusão da igreja
católica entre as populações locais. 
O povo brasileiro
• Em consequência desse processo histórico, criou-se uma estrutura
fundiária que ainda prevalece no Nordeste, com forte concentração
fundiária e grande influência de famílias poderosas, conhecidas na
cultura popular como “Coronéis”. 
• Além das figuras da elite e dos escravos, surge a figura do mameluco,
a primeira onda de miscigenação que ocorre no Brasil, provenientes
(em geral) da mistura entre homens brancos e mulheres indígenas.
• Esses mamelucos passam a ter que buscar sua identidade como povo,
já que eram rejeitados pelos povos indígenas e também pelas classes
dominantes. 
O Brasil Sulino
• O autor demonstra que o Sul difere-se não só do restante do Brasil, como também
entre si, formando três principais grupos culturais – o matuto, o gaúcho e o gringo.
Segundo o autor, o matuto seria de origem açoriana, trazido inicialmente para
ocupar as regiões litorâneas, notadamente no Paraná. 
• O Sul deve a sua exploração inicial aos Jesuítas. A Metrópole queria estender sua
presença até o Rio da Prata e começa a tentar atrair os colonos dali que estavam
em zona de influência espanhola.
• Em um segundo momento, os jesuítas trazem das bandas orientais o gado e os
povos miscigenados que ali estavam passam a enxergar os pampas como ótimo
local para criação de gado para alimentação e equinos para transporte – tais
animais seriam negociados com os povos que estavam nas Minas Gerais. 
O Brasil Sulino
• Com técnicas nordestinas, os gaúchos passam a produzir charque, o
que dá um novo boom à economia local. Assim, aos poucos a economia
do atual estado do Rio Grande do Sul vai se conectando cada vez mais à
restante do país, mudando a orbita de influência para a América
Portuguesa (Posteriormente o charque, que era tão importante para a
economia local, chega a ser ameaçado por um aumento de tributos
imposto pelo governo central, inclusive o aumento do imposto sobre
charque um dos estopins para a Revolta dos Farrapos).
• No contexto do Rio Grande do Sul nascem as estâncias – que
reproduzem a mesma lógica de concentração de terra. 
O Brasil Sulino
• Posteriormente uma imensa massa de imigrantes europeus (notadamente
italianos e alemães, mas também de outras nacionalidades, que vão se instalar no
interior do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina) traz junto consigo o modo
de produção granjeiro que era comum em seus países, criando núcleos familiares
em pequenas propriedades que não serviam apenas para a subsistência, mas
também geravam excedente e que acabava conectando as regiões que eles
ocuparam às mais densamente ocupadas do sudeste e nordeste brasileiro.
• Esses povos também trazem consigo o espírito industrializador, já que a Itália e
Alemanha passaram por sua industrialização ao longo do século XIX. Deste fluxo de
imigrantes resultou-se uma menor concentração de renda e terras, resultando em
indicadores sociais levemente melhores que em outras regiões do país. 

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