Você está na página 1de 26

Geografia Cultural

Material Teórico
Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dra.Vivian Fiori

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Territorialidade e diversidade étnica
no Brasil

• Territorialidade e diversidade étnica no Brasil


• Conceituando os termos: etnia e territorialidade
• Territorialidades indígenas
• Territorialidades negras e quilombolas
• Os imigrantes no Brasil e as territorialidades

·· Tratar das diversas territorialidades existentes no Brasil do ponto de vista étnico-cultural.


Enfatizar a questão das territorialidades indígenas, quilombolas e de imigrantes.

Nesta unidade, é fundamental a leitura do texto teórico e do desenvolvimento das atividades


propostas para o máximo de aproveitamento das aulas. Também é importante atenção aos
exemplos práticos trazidos ao longo do material, bem como na atividade de aprofundamento.
Observe que há conceitos importantes para serem compreendidos nesta unidade, entre eles
destacamos: etnia, território e territorialidade.
É fundamental conhecer algumas territorialidades existentes no Brasil, suas características
e os processos de sua formação, entre as quais os quilombolas, os territórios indígenas, entre
outras.
Bom estudo!

5
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Contextualização

O Brasil é um país onde existem muitas raças e culturas, no qual houve também grande
processo de miscigenação, ou seja, os diversos grupos que vieram para o Brasil, em menor
ou maior grau foram se mesclando, num processo de relações inter-raciais e culturais entre
homens e mulheres, que ocasionaram diferentes características físicas e culturais ao povo
brasileiro.
Contudo, tais processos nem sempre foram ocasionados pelo respeito ao próximo e a outra
cultura, mas também pela coerção a que foram submetidos os escravos, por exemplo. Desse
processo de miscigenação, derivam palavras como mulato, cafuzo e caboclo.
Quando os colonizadores portugueses chegaram ao que hoje chamamos de território do
Brasil, havia inúmeros povos que passamos a denominar de indígenas, embora alguns ainda
os chamem de índios, termo que é genérico demais para expressar as diferenças culturais
existentes entre eles.
Depois vieram também diversos grupos oriundos da África, tornados escravos, e igualmente
diversos em relação às crenças e aos modos de vida e cultura que tinham.
Por fim, vários grupos de imigrantes ao longo da história brasileira aqui aportaram legal
ou ilegalmente, formados principalmente pelos europeus, mas não exclusivamente. Além de
alemães, italianos, espanhóis, portugueses, ucranianos e poloneses, europeus que vieram em
maior número, houve também imigração de judeus, árabes (sírio-libaneses principalmente),
japoneses, chineses, coreanos, bolivianos, entre tantos outros.
Assim, existem diversos grupos e territorialidades no Brasil, vivendo de formas variadas em
diferentes condições no território brasileiro, sob as leis do marco jurídico-político do Brasil.
Há também, sobretudo nas metrópoles do Brasil, diferentes territorialidades socioculturais
urbanas, caso da territorialidade dos jovens da periferia do funk, ou dos góticos e dos roqueiros
etc. Desse modo, podemos vincular a concepção de territorialidade a um gosto musical, a um
modo de vida em comum, entre outros aspectos relacionados à cultura.
Leia o texto teórico, para aprofundar algumas das territorialidades existentes no Brasil.

6
Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Nesta unidade, trataremos da diversidade dos grupos socioculturais e étnicos no Brasil,


enfatizando as territorialidades de alguns desses grupos, principalmente dos grupos indígenas,
dos quilombolas e de alguns espaços de antiga imigração no Brasil.

Conceituando os termos: etnia e territorialidade

Ao iniciar a discussão da diversidade étnico-cultural no Brasil e suas territorialidades, é


fundamental conceituar o que significa etnia, território e territorialidade.
Etnia é um termo que deriva de ethos, palavra grega, e pode ser definido como um grupo
biológico e culturalmente mais homogêneo, que tem o mesmo ethos, ou seja, costumes,
religião, crenças, língua, hábitos etc., partilhando alguns costumes, tradições, técnicas,
comportamentos em comum.
Tal termo não pode ser confundido com raça, já que raça é relacionada exclusivamente ao
sentido biológico.
A concepção de territorialidade deriva de território. Para Marcelo Lopes de Souza (1995,
p. 86) territorialidade é:

Um campo de forças, uma teia ou rede de relações sociais que,


a par de sua complexidade interna, define [...] a diferença entre
‘nós’ (o grupo, os membros da coletividade ou ‘comunidade’, os
insiders) e os ‘outros’ (os de fora, os estranhos, os outsiders)”.

Nesse sentido, o território não é somente aquele oriundo da escala nacional, do Estado-
Nação, do país, com delimitação formal, legal, definido como o território de um país.
Pode haver vários territórios dentro do Brasil, conforme as diferentes apropriações do
espaço e com diversas territorialidades. Conforme explica o geógrafo Rogério Haesbaert
sobre território:

Além de incorporar uma dimensão estritamente política, diz


respeito também às relações econômicas e culturais, pois está
intimamente ligada ao modo como as pessoas utilizam a terra,
como elas próprias se organizam no espaço e como elas dão
significados ao lugar
(HAESBAERT, 2005, p. 6776).

Logo, a territorialidade do ponto de vista cultural é a expressão de um determinado grupo


no território, que cria uma identidade territorial.

7
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

As expressões sociocultural e identidade têm componentes materiais e imateriais, que


podem ser compreendidos, por exemplo, por meio das danças, dos modos de vida, da língua,
das formas de se expressar, dos rituais e também dos espaços materializados, tais como as
formas religiosas (igrejas, terreiros etc.), as formas de moradia, entre outras.
No Brasil existem inúmeras territorialidades socioculturais, incluindo-se aí as urbanas, das
metrópoles, com os diversos grupos socioculturais.
No entanto, dado à grande diversidade de situações no Brasil, optamos por tratar de algumas
destas. São elas: as dos grupos indígenas, das áreas remanescentes de quilombolas, e, por fim,
alguns aspectos das antigas migrações no Brasil e seus atuais processos de existência.

Territorialidades indígenas

A história dos diversos grupos indígenas no Brasil é uma história de lutas e de perdas
territoriais e de transformações significativas. Embora não se tenha ideia ao certo de quantos
grupos indígenas havia no Brasil quando se iniciou a colonização portuguesa.
Conforme afirma o pesquisador Ronaldo Vainfas:

Embora pouco se saiba, ao certo, quanto às cifras da população


que habitava o atual território brasileiro em 1500. Se Ángel
Rosenblat a estimou em cerca de 1 milhão de pessoas, houve
quem calculasse em 6,8 milhões a população da Amazônia, Brasil
central e costa nordeste. De todo modo, a população nativa, que
se contava na casa dos milhões de pessoas no limiar do Século
XVI, mal ultrapassa hoje os 300 mil indivíduos. De população,
portanto, ou despovoamento, eis o primeiro grande traço da
história indígena no Brasil, como de resto ocorreu nas Américas
em proporções gigantescas
(VAINFAS, 2007, p. 39).

O próprio processo de catequização, empreendido pelos jesuítas, procurava torná-los cristãos


e de alguma forma tinha a intenção de criar certa homogeneização dos diversos grupos indígenas
existentes, buscando moldá-los ao modo de vida branco e cristão, ocidentalizando-os.
Durante vários séculos, muitos foram massacrados, outros tantos morreram devido a doenças,
para as quais não tinham anticorpos, outros tantos resistiram e lutaram por sua identidade.
No século XX, a maioria dos grupos indígenas no território brasileiro estava situada
principalmente na Amazônia, região cuja ocupação ainda era menor do que outras existentes
no Brasil. Grupos indígenas também estavam distribuídos em pequenos territórios em outras
partes do Brasil, alguns mais isolados, outros mais integrados ao modo de vida social e cultural
das regiões brasileiras.
Com os projetos existentes principalmente pós anos 1950, de integração nacional, com
a construção de rodovias, projetos agropecuários e minerais, iniciam-se novas tensões na
Amazônia e Centro-Oeste brasileiros, tornando novamente a questão indígena em voga.

8
Em 1961, foi criado o Parque Nacional do Xingu, situado no Norte do Mato Grosso,
reunindo algumas etnias indígenas, entre elas: Kamayurás, Yawalapitís, Waurás,
Kalapalos, Awetis e Ikpengs, sendo o primeiro território indígena constituído
formalmente no Brasil, por lei.
Em 1967, no período dos governos militares, é criada a Fundação Nacional do Índio
(FUNAI), mantendo a tutela dos grupos indígenas pelo Estado e suas terras também, cuja
política era principalmente de assimilação do indígena ao modo de vida do “branco”,
desconsiderando sua diversidade.
Em relação ao período pós 1950, a demarcação de terras indígenas

Avançou, porém, o sistema de demarcação de terras de alguma


forma articulada ao conceito de etnias, resultado dos maiores
conhecimentos antropológicos adquiridos sobre os índios nas
décadas de 1950 em diante. Os trabalhos dos Villas-Boas, de
Claude Levi-Strauss, de Darcy Ribeiro e tantos outros jogaram
papel decisivo na repercussão política de conceitos mais ligados à
“etnicidade” dos grupos indígenas, superando-se pouco a pouco
a noção genérica de índio, via de regra estereotipada. Inúmeros
processos de legalização e demarcação de terras indígenas foram
levados a cabo, no norte, nordeste, centro-oeste, sobretudo a partir
do final da década de 1970. A Constituição de 1988 reconheceu
a organização social, as crenças, línguas e tradições dos grupos
indígenas, garantindo-lhes a posse das terras tradicionalmente
ocupadas. Pode-se dizer que triunfaram, politicamente, os
conceitos ligados à “etnicidade” e o reconhecimento das
alteridades sobre as noções de “aculturação” ou “civilização” -
que pressupunham, na ação política, a eliminação dos índios, ao
menos do ponto de vista cultural
(VAINFAS, 2007, p. 57).

Com a Constituição Federal de 1988, passou a existir um tratamento da questão indígena


novo, garantindo o usufruto exclusivo de seus territórios que foram tradicionalmente ocupados
mediante seus costumes e tradições.
O Estado descentralizou um pouco mais a tutela que tinha anteriormente. A União (governo
federal) ficou como a instância privilegiada na relação entre os grupos indígenas e as demais
instâncias políticas, bem como se criaram canais diretos de comunicação entre os grupos
indígenas e o Ministério Público.
A palavra índio é muito genérica para expressar as diferentes etnias existentes no Brasil,
seus territórios e modos de vida. Tampouco a concepção de “índio aculturado” tem sentido,
pois o fato de alguns grupos indígenas terem sofrido modificações em sua cultura “original”
não significa que deixaram de ter uma cultura.

9
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Figura 1: Terras Indigenas no Brasil

Fonte: Adaptado de funai.gov.br

Conforme se observa no mapa (Figura 1), existem diferentes tipos de terras indígenas no
Brasil e em diferentes situações. A maioria absoluta desses territórios delimitados, tanto em
maior número quanto em área, situa-se na Amazônia brasileira e possui grande diversidade
étnico-linguística.
Apesar dos inúmeros conflitos existentes e com perdas territoriais de diversos grupos
indígenas no Brasil, há alguns aspectos positivos ocorridos nas últimas décadas.
Um deles refere-se à legislação da educação brasileira, que a partir da Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional (LDBEN) n. 9394/1996 e das Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Escolar Indígena (1999), instituiu especificidades na educação escolar indígena,
entre elas: a educação poderá ser em português e também na língua nativa de cada povo,
tornando-se uma educação bilíngue; uma educação que fortaleça a memória e a cultura dos
povos indígenas.
Tal tarefa não é simples, pois há situações bastante variadas de crianças indígenas que são
monolíngues (falam uma só língua), mas não falam a língua portuguesa, ou também o caso contrário.

10
Além disso, há outras questões em relação de como se dá concretamente a produção de
uma educação indígena. Em que essa educação deve ser diferenciada e específica em relação
à educação escolar comum? Como será o material didático? Quem será o professor? Como
introduzir conhecimentos novos e, ao mesmo tempo, contribuir para a preservação cultural de
uma determinada etnia indígena?

Saiba Mais

Educação indígena
Cerca de 600 delegados indígenas de 210 povos se reuniram nesta terça-feira, 17,
em Luziânia (GO), para discutir educação escolar, territorialidade e autonomia. As
discussões fazem parte da programação da 1ª Conferência Nacional de Educação
Escolar Indígena, que ocorre até sexta-feira, dia 20.
Um dos delegados do Amazonas, Marivaldo Bosco, acredita que os debates são
importantes para que antigas reivindicações de diferentes povos sejam ouvidas.
“Nós, do povo parintintin, sempre defendemos que os livros didáticos mostrem
traços mais específicos de cada povo”, disse.
Na opinião dele, os atuais livros trazem conteúdos muito amplos e não conseguem
dar conta da diversidade de etnias. “Os livros do nosso povo poderiam ter
atividades com as nossas principais festas, como a do guerreiro, no mês de
agosto”, exemplifica. Reunidos em dez grupos de discussão sobre os temas, os
indígenas terão a oportunidade de propor ideias como a defendida por Marivaldo.
Na opinião do coordenador de educação indígena da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secadi), Gersem Baniwa, o encontro
também é importante para que estados, municípios e o governo federal aperfeiçoem
o sistema de colaboração por meio da articulação de políticas educacionais que
privilegiem as características dos povos.
“Hoje, a oferta da educação leva em consideração o espaço geográfico delimitado
por estados e municípios”, disse. “Ao ouvir as demandas dos indígenas, os governos
poderão mudar isso, de maneira que a oferta da educação passe a valorizar as
características de povos que se reconheçam semelhantes”, explicou.
Na região onde mora Marivaldo, há oito etnias distintas, mas que guardam
semelhanças relevantes, como a língua. “Nós falamos o tupi-guarani e temos festas
parecidas. Poderíamos ter livros didáticos parecidos também”. Ele mora na aldeia
Traíra, onde vivem 185 pessoas na BR 230, a cerca de 40 quilômetros da cidade
de Humaitá (AM). “Na região há mais ou menos 3 mil indígenas das oito etnias”.
Fonte: Extraído de: MACHADO, Maria Clara. Para indígenas, livro didático precisa refletir diversidade.
Notícia. Brasília: Ministério da Educação, 17/09/2009.
Disponível em: http://goo.gl/A1rWKt.
Acesso em: 21 mai. 2015.

Apesar das dificuldades e desafios, é necessário reconhecer os avanços em considerar as


territorialidades e uma educação escolar indígena, levando em conta as características étnicas
dos diversos povos indígenas no Brasil.

11
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Territorialidades negras e quilombolas

Na história brasileira, originalmente a palavra quilombo referia-se aos espaços apropriados


por escravos que fugiam e resistiam à escravidão e a partir dos quais constituam espaços e
modos de vida próprios.
Muitas vezes eram territórios móveis, pois à medida que tais espaços eram descobertos,
buscavam novos locais para viverem. O mais conhecido desses quilombos no Brasil foi o de
Palmares, situado na região de Alagoas.
Contudo, o termo “quilombola”, expressão usada para terras onde negros oriundos de
antigas famílias de escravos ainda vivem atualmente, não tem relação direta somente com as
antigas localidades de fugas de escravos do passado.
Há também casos de terras onde estes se situam que foram desapropriadas dos antigos
jesuítas, por doação ou concessão de terras de antigos proprietários rurais, e até mesmo
atividades que ficaram enfraquecidas num determinado período e cujos proprietários a
abandonaram parcialmente; situações comuns, por exemplo, com a produção do algodão no
sertão nordestino (CARVALHO; LIMA, 2013).
Assim, as situações são as mais variadas, incluindo-se casos de áreas ocupadas próximas à
própria casa grande, dos antigos engenhos de cana-de-açúcar.
Logo, tais terras, em diferentes condições de formas de ocupação ao longo da história
brasileira, constituíram-se em territórios quilombolas, conforme explicam os pesquisadores:

É visto que a identidade quilombola apresenta-se estreitamente


vinculada às formas como esses grupos relacionam-se com seu
território, assim como com sua ancestralidade, tradições e práticas
culturais, numa relação em que território e identidade seriam
indissociáveis. A presença de uma territorialidade específica
desses grupos relaciona-se à ocupação da terra baseada no
uso comum e vem sendo construída em face de trajetórias de
afirmação étnica e política
(CARVALHO; LIMA, 2013, p. 321).

Há diversas territorialidades quilombolas, em condições muito distintas, social e culturalmente,


o que nos permite afirmar que se trata de uma multiterritorialidade quilombola no Brasil, pois
o que as define são o fato de serem espaços de antigos escravos, mas culturalmente podem
ser muito distintos.
Com o período de redemocratização do Brasil, com o final da ditadura militar, houve novos
eventos normativos, novas legislações e políticas públicas relacionadas com a questão dos
territórios remanescentes dos quilombolas no Brasil. Não sendo consideradas apenas aquelas
terras que foram antigos quilombos (áreas onde os negros se refugiavam), mas também as
diferentes formas de ocupação existentes nas diversas regiões brasileiras.

12
Em geral, não se caracterizam por uma ocupação por lotes individuais, mas de uso comum,
obedecendo às características existentes nas formas e modos de vida e produção, seja agrícola,
extrativista ou outra forma de sobrevivência. O modo de vida e as relações socioculturais
baseiam-se principalmente em laços de vizinhança e parentesco.
Segundo o Decreto n. 4887/2003, a definição de comunidades remanescentes de quilombos
e a demarcação de suas terras:

Art. 2o Consideram-se remanescentes das comunidades dos quilombos,


para os fins deste Decreto, os grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a
resistência à opressão histórica sofrida.
§  1o Para os fins deste Decreto, a caracterização dos remanescentes das
comunidades dos quilombos será atestada mediante autodefinição da própria
comunidade.
§ 2o São terras ocupadas por remanescentes das comunidades dos quilombos as
utilizadas para a garantia de sua reprodução física, social, econômica e cultural.
§ 3o Para a medição e demarcação das terras, serão levados em consideração
critérios de territorialidade indicados pelos remanescentes das comunidades
dos quilombos, sendo facultado à comunidade interessada apresentar as peças
técnicas para a instrução procedimental (BRASIL, 2003).

Conforme afirma o texto do Decreto, a definição de áreas remanescentes de quilombolas


inicia-se pela própria definição do grupo, se autoafirmando como comunidade quilombola e
depois de um processo que deverá ser institucionalizado.
Cabe ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), do governo federal,
identificar, reconhecer, delimitar, demarcar e dar o título de terras quilombolas no Brasil,
cabendo aos interessados buscar evidenciar suas situações.
Como exemplos, citamos dois casos de processos de reivindicação de quilombolas, ocorridos
no Brasil, evidenciando as situações existentes:

• Caso 1: A Comunidade de Martimianos, no município de Restinga Seca, no Rio Grande


do Sul, onde um ancestral negro e sua família fundou uma comunidade. Tal comunidade,
posteriormente, foi sendo expurgada de parte das terras, de modo que parte das terras
foi sendo tomada por “supostos” donos, como afirma a pesquisadora Borja (2008). A
reivindicação desse grupo de negros pela regularização de suas terras como área de quilombola,
incluindo-se as terras que foram perdidas posteriormente, ocasionou desavenças e colocou
as territorialidades dos quilombolas e as outras existentes em seu entorno em tensão.

• Caso 2: O Quilombola Santa Rosa dos Pretos, no município de Itaperuco Mirim Barro,
no Maranhão, conhecida como Santa Rosa do Barão, já que um antigo barão dono de
terras na região deixou as terras para os descendentes de escravos que trabalharam para
ele. Nele situam-se cerca de 700 famílias que vivem da pesca e da agricultura e que têm
problemas com suas terras devido a ocupações de fazendeiros e também por conta de
obras de uma ferrovia.

13
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Saiba Mais

Quilombola da Comunidade Martimianos – RS.


Recentemente, a comunidade Martimianos autoidentificou-se como quilombola e
deu início ao processo de regularização fundiária ao INCRA, requerendo a titulação
de 96 ha. de terra. A comunidade aqui estudada tem sua constituição como tal a
partir da chegada de um ancestral fundador (e sua família) ao hoje município de
Restinga Seca, no início do século XX. Martimiano Rezende de Souza estabeleceu
sua morada naquela região, adquirindo terras onde até o momento está situado
o grupo negro. Assim, a família do fundador passou, desde então, a viver na
localidade e a reproduzir seu modo de vida naquele espaço. Ao longo das décadas
seguintes, as gerações subsequentes continuaram a conviver comunalmente,
erigindo uma trama de relações peculiares.
O grupo étnico, ao longo de sua história, resistiu (e anda resiste) a uma série de
pressões advindas, sobretudo, do comportamento racista de alguns setores da
região. As narrativas sobre os bailes racialmente separados são apenas uma das
inúmeras estratégias de exclusão sofridas pela população negra do município
- a biografia de Martimianos é repleta delas. Incrustadas em meio à imigração
alemã, italiana e portuguesa, as comunidades negras de São Miguel e Rincão
dos Martimianos viram-se premidas a opor força contra as inúmeras incursões
de lindeiros, erigindo formas de proteção contra a invasão de seus territórios.
Entretanto, tais mecanismos protetivos nem sempre foram suficientes para
refrear a grilagem das terras.
Fonte: BORJA, Carolina dos Anjos. Territorialidade quilombola: o direito étnico sobre a terra na comunidade de Rincão dos
Martimianos – RS. Porto Alegre, Dissertação (Mestrado), UFRGS, 2008, p. 29.

Como já afirmamos anteriormente, o Ministério da Educação (MEC) vem após a nova


Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) de 1996, tratando da questão da
diversidade cultural, que considere os povos indígenas e quilombolas, com educação especial
para esses grupos.
No caso dos quilombolas, o MEC criou, por exemplo, cartilhas sobre essa temática, como
material didático, que pode ser usado em sala de aula.

14
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação (Parecer CNE/CEB 07/2010 e a
Resolução CNE/CEB 04/2010) definem:

A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades


educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo
pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural
de cada comunidade e formação específica de seu quadro
docente, observados os princípios constitucionais, a base
nacional comum e os princípios que orientam a Educação
Básica brasileira. [...] Na estruturação e no funcionamento das
escolas quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida
e valorizada a diversidade cultural
(BRASIL, 2010).

Desse modo, as políticas públicas federais vêm buscando tratar da diversidade existente no
Brasil, estimulando o respeito para a pluralidade cultural no Brasil.

Reflita

Territorialidades culturais no Brasil


Observe no município e região onde mora ou trabalha: há territórios indígenas
nele? E áreas remanescentes de quilombolas? Eles são formalmente constituídos?
Que grupos formam esses territórios? Como foram construídos? Há problemas de
disputas territoriais? Em sua cidade há imigrantes de outros países? Eles constituem
uma territorialidade específica? Um bairro de imigrantes? Observe, reflita e use
essas ideias quando tornar-se professor de Geografia para desenvolver atividades
em sala de aula.

15
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Os imigrantes no Brasil e as territorialidades

O processo de imigração no Brasil ocorreu principalmente pós 1850, quando foi criada a
Lei de Terras no Brasil. Ocorre o fim do tráfico de escravos e tanto o governo provincial quanto
alguns empresários do café e de outros empreendimentos começam a realizar propagandas no
exterior para trazer os imigrantes principalmente para a lavoura, mas também para trabalharem
em obras de infraestrutura, caso das ferrovias.
No sul do Brasil, devido às disputas territoriais que houve no século XIX com os países
vizinhos, o governo brasileiro procurou criar colônias de povoamento, em lugares cuja
ocupação era menos densa, iniciada, por exemplo, com alemães, em São Leopoldo, no Rio
Grande do Sul, em 1824.
Na maioria dos casos no sul do Brasil, os imigrantes ganhavam pequenos lotes de terra
no campo, e também criavam cidades que ganhavam características culturais e a paisagem
desses imigrantes, formando em alguns casos típicas territorialidades de imigrantes europeus,
encravados no sul do Brasil.
Esses foram os casos dos alemães no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em cidades de
Brusque, Blumenau e Joinville, e também em São Leopoldo e Novo Hamburgo, no Rio
Grande do Sul.
Outro grupo bastante comum em São Paulo e no sul foram os italianos. Em São Paulo
vieram para trabalhar na produção do café, e no sul tornaram-se colonos, por exemplo, na
Serra Gaúcha, em cidades como Flores da Cunha, Caxias do Sul e Bento Gonçalves.
Para os italianos e seus descendentes, a construção de sua territorialidade no sul do Brasil
se fez principalmente pelas construções, pela inserção de alimentos e pratos que eram comuns
na Itália (ainda que adaptados à realidade brasileira) e também pela religiosidade católica.
Como explica a pesquisadora sobre os imigrantes do Rio Grande do Sul:

Um dos aspectos mais fortes e marcantes que está vinculado à


noção de pertencimento “italiano” na região central do estado
é a demarcação do que denominaria de “territórios religiosos”
ou espaços de vivência do sagrado, tais como capitéis, Igrejas,
capelas, cemitérios e outras edificações. Essa característica se
observa não somente nessa parte do estado, mas em todas as
regiões em que houve colonização italiana. [...] o catolicismo foi,
nos primeiros tempos do processo migratório, um forte elemento
de identificação cultural, promovendo uma coesão e linguagem
comum. Nesse sentido, observo o valor da religião e seu papel
de mantenedora de uma determinada ordem e coesão, sejam do
ponto de vista social ou individual
(ZANINI, 2008, p. 155).

16
Em relação aos imigrantes alemães, estes vinham de diferentes territórios do que viria
a ser a Alemanha (unificada em 1871) e também de outras localidades. Diferentemente
dos italianos, cuja língua é oriunda do latim, assim como a língua portuguesa, e que
são católicos, os alemães tinham uma diversidade maior e principalmente a língua muito
distinta da falada no Brasil.
Os alemães, além dos grupos que foram para o sul do Brasil e para o estado de São Paulo,
formaram territórios mais isolados em Santa Isabel e Santa Leopoldina (ES); Nova Friburgo e
Petrópolis (RJ); Teófilo Otoni e Juiz de Fora (MG) e São Jorge dos Ilhéus (BA).

Saiba Mais

Imigração alemã
A composição dos grupos de imigrantes e os seus destinos dependiam de agentes
na Alemanha, que os arrebanhavam, e de receptores brasileiros, que os distribuíam,
considerando habilidades, interesses (geo)políticos e econômicos. A entrada dos
alemães no Brasil, durante o Primeiro Reinado, ocorria pela Praia da Armação em
Niterói, a partir da qual eram distribuídos aos seus locais de destino. Depois, foram
utilizados outros portos, como o de Santos, Itajaí e de Rio Grande. As colônias,
depois de criadas, iam recebendo colonos de diferentes origens.
Desta forma, as colônias eram compostas por alemães oriundos de diversas
localidades da Europa. A região do Hunsrück forneceu o maior contingente de
imigrantes camponeses para as colônias da Região Sul, os quais, majoritariamente,
eram católicos e falavam o dialeto alemão hunsrück.
Nem todos os imigrantes alemães que vieram para o Brasil foram ou tornaram-
se proprietários de terras por ocasião da chegada. Muitos deles eram artesãos,
industriais, comerciantes e profissionais do meio urbano, bem como religiosos
e professores. Alguns deles permaneceram ou foram para as cidades, quer pela
falta de infraestrutura nas colônias, quer pela não adaptação às condições da
vida rural e do trabalho agrícola no Brasil ou até mesmo por não ter tido a
experiência das lidas do campo.
Nos processos de imigração e colonização européia, a heterogeneidade e a
pluralidade de nacionalidades, representadas no Brasil por fluxos quase que contínuos
até 1940, é uma das características específicas dos Estados do Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e Paraná, uma vez que a presença de europeus não portugueses
fez com que se formassem núcleos com grupos étnicos com identidades próprias e
culturalmente distintos. Outra característica importante é a diversidade de objetivos e
de formas de colonizar a porção meridional do Brasil. Aquela região estava destinada
ao povoamento com colonos, pequenos agricultores que produzissem alimentos
básicos em lotes de sua propriedade, objetivo diverso da política imigratória adotada
na província de São Paulo, destinada a solucionar a carência de mão-de-obra nas
propriedades de café. No Sul, interessava povoar áreas de florestas próximas a vales
de rios, destacando-se os do Jacuí e Itajaí, fazendo do povoamento e da colonização
mecanismos de conquista e de manutenção de domínio territorial.
Fonte: Texto literal extraído de GREGORY, Valdir. Imigração alemã: formação de uma comunidade teuto-brasileira. In:
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil: 500 anos de povoamento. Centro de Documentação e
Disseminação de Informações. Rio de Janeiro: IBGE, 2007, p. 145 - 146.
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf.
Acesso em: 20 mai. 2015.

17
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Atualmente, muitas dessas territorialidades alemãs e italianas no sul do Brasil situam-se


em lugares turistificados, caso das cidades do circuito das Serras Gaúchas, onde encontramos
Gramado, Caxias do Sul e Bento Gonçalves, cidades conhecidas pelas vinícolas, produção de
uva e vinho, além da culinária, principalmente italiana.
Já no Vale do Itajaí, em Santa Catarina, em Blumenau e Joinville prevalece a ocupação
dos descendentes de alemães, com as casas e construções que se remetem às antigas
construções aos moldes alemães, bem como à festa Oktoberfest, que se tornou conhecida
nacionalmente.

Figura 2: Vista da cidade de Blumenau –Santa Catarina

Fonte: Diegocadorin/Wikimedia Commons

Há casos mais comuns no oeste de Santa Catarina e no Paraná, onde existem


comunidades inteiras falando dialetos típicos europeus e estudando em outras línguas na
escola, além do português.

18
Sobre esta questão os geógrafos Marcos Saquet e Michele Briskievicz explicam:

No Oeste de Santa Catarina e no Sudoeste do Paraná, por exemplo,


conseguimos identificar traços importantes da reprodução cultural
e identitária dos migrantes gaúchos descendentes de alemães e
italianos, juntamente com características dos descendentes de
poloneses mencionados anteriormente, como segue: a) muitas
famílias falam alguns dialetos, principalmente os descendentes de
alemães; b) alimentação: é o que mais se destaca, acima de tudo,
entre os descendentes de italianos: polenta, salames, vinhos...; c)
músicas; d) danças (através de grupos com professores específicos
para tal); e) religião católica e protestante; f) leitura de livros e revistas;
g) experiências associativas/cooperativas; h) algumas práticas
agrícolas (videiras); i) ideologia do trabalho; j) produção artesanal:
queijos, salames, massas, serrarias, vinhos, moinhos, ferrarias etc.
São componentes e processos identitários reproduzidos como um
patrimônio centrado na religiosidade e no trabalho, sem considerar,
geralmente, o caráter exploratório e de submissão envolvido na
atuação das igrejas e concretizado nas relações de trabalho
(SAQUET, BRISKIEVICZ, 2009, p. 12).

A identidade desses grupos se evidencia pelos modos de vida e cultura, caso dos poloneses
no sudoeste do Paraná e também dos alemães no oeste de Santa Catarina.
Alguns denominam suas comunidades com nomes de cidades europeias e tais nomes
posteriormente viraram nomes de cidades brasileiras, tais como Nova Trento, Novo Hamburgo etc.
Contudo, os processos de vida capitalistas também têm alterado os modos de vida nesses
núcleos de imigrantes europeus no sul do Brasil, sobretudo os que permanecem no campo.
Os mais jovens migram para as grandes cidades e abandonam a vida no campo, assim como
a lógica da produção que era o trabalho familiar fica cada vez mais inserida na lógica da
produção para as grandes empresas.
Outros grupos de imigrantes que criaram algumas territorialidades no Brasil foram os
poloneses, principalmente no Paraná; os árabes e judeus na cidade de São Paulo; os coreanos
em São Paulo; os japoneses em São Paulo (capital e oeste do Estado), no Norte do Paraná e
na Amazônia, entre tantos outros.
Em São Paulo, tem havido novos processos de imigrantes oriundos da Bolívia, de alguns
países africanos (Congo, Nigéria etc.) e também do Haiti. No caso dos bolivianos, estes
possuem territorialidades específicas em alguns bairros próximos do centro expandido, onde
trabalham nas confecções de roupas. Além de morarem na região, existem atividades de
serviços voltadas para esse grupo especificamente.
Finalizando esta unidade, observamos que existem diferentes territorialidades culturais no
Brasil, incluindo-se etnias com línguas próprias. É fundamental reconhecê-las e respeitarmos
a pluralidade cultural existente no Brasil, sob diversos pontos de vista.

19
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

Material Complementar

Vídeos:
HAMBURGER, Cao (Diretor). Xingu. Filme, 2011.
Disponível em: http://www.filmesonlinegratis.net/assistir-xingu-nacional-online.html.
Acesso em: 19 mai. 2015.
SALDANHA, Paula. Parque do Xingu. Documentário. Série Expedições.
Produção RW Cine, 25 min. 28.
Disponível em: http://tvbrasil.ebc.com.br/expedicoes/episodio/parque-nacional-do-xingu.
Acesso em: 19 mai. 2015.

Livros:
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO (CNE). Diretrizes curriculares nacionais
para a educação escolar quilombola: algumas informações. Brasília, MEC, 2011.
Disponível em: http://www.defensoria.sp.gov.br/dpesp/repositorio/39/Cartilha%20Quilombola-screen.pdf.
Acesso em: 16 mai. 2015.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil: 500
anos de povoamento. IBGE, Centro de Documentação e Disseminação de Informações.
Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
Disponível em: http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf.
Acesso em 06 mai. 2015.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Quilombos: espaço de resistência de homens e
mulheres negros. Brasília: Rede de Desenvolvimento Humano/UNESCO/MEC, 2005.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/me002193.pdf.
Acesso em: 16 mai. 2015.

20
Referências

BOMTEMPO, Denise Cristina; SPOSITO, Eliseu Savério. Lugar, sonhos e migração: uma
leitura dos movimento migratórios entre Japão e Brasil. In: SPOSITO, Eliseu Savério et
alli (orgs.). Geografia e migração: movimentos, territórios e territorialidades. São Paulo:
Expressão Popular, 2010, p. 59 - 84.

BORJA, Carolina dos Anjos. Territorialidade quilombola: o direito étnico sobre a terra
na comunidade de Rincão dos Martimianos – RS. Porto Alegre, Dissertação (Mestrado),
UFRGS, 2008.

BRASIL. Decreto nº 4.887, de 20 de novembro de 2003. Brasília, 2003. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2003/d4887.htm>. Acesso em: 07 mai. 2015.

BRASIL. Diretrizes curriculares gerais para educação básica. Brasília, MEC, 2010.

CARVALHO, Roberta Monique Amâncio; LIMA, Gustavo Ferreira da Costa. Comunidades


quilombolas, territorialidade e a legislação no Brasil: uma análise histórica. Política &
Trabalho, Revista de Ciências Sociais, n. 39, Outubro de 2013, p. 329 - 346.

GAZZINELLI, Cibele M. Diniz Figueiredo. A imigração alemã no Vale do Mucuri: territorialidade


e identidade. Revista Águia, 2012. Disponível em: <http://www.fenord.edu.br/revistaaguia/
revista2012/textos/artigo_04.pdf>. Acesso em: 19 mai. 2015.

GREGORY, Valdir. Imigração alemã: formação de uma comunidade teuto-brasileira. In: INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil: 500 anos de povoamento.
Centro de Documentação e Disseminação de Informações. Rio de Janeiro: IBGE, 2007,
p.141 - 158. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf>.
Acesso em: 19 mai. 2015.

HAESBAERT, Rogério. Da desterritorialização à multiterritorialidade. In: Encontro de


Geógrafos da América Latina -EGAL, 10, 2005, São Paulo. CD- Anais do EGAL 2005.
São Paulo: Universidade de São Paulo-USP, 2005, p. 6774 - 6792.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil: 500 anos de


povoamento. IBGE, Centro de Documentação e Disseminação de Informações. Rio de Janeiro:
IBGE, 2007. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf>.
Acesso em: 06 mai. 2015.

SAQUET, Marcos; BRISKIEVICZ, Michele. Territorialidade e identidade: um patrimônio no


desenvolvimento territorial. Presidente Prudente, Caderno Prudentino de Geografia, nº
31, vol. 1, 2009, p. 3 - 16. Disponível em: <http://www.agbpp.dominiotemporario.com/
doc/CPG31A-3.pdf>. Acesso em: 07 mai. 2015.

21
Unidade: Territorialidade e diversidade étnica no Brasil

SOUZA, Marcelo Lopes. de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento.
In: CORRÊA, Roberto Lobato (Org.). Geografia: conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 1995, pp.77 - 116.

VAINFAS, Ronaldo. História indígena: 500 anos de despovoamento. In: INSTITUTO


BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil: 500 anos de povoamento.
Centro de documentação e disseminação de informações. Rio de Janeiro: IBGE, 2007,
p.35-60. Disponível em: <http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv6687.pdf>.
Acesso em: 19 mai. 2015.

ZANINI, Maria Catarina Chitolina. Pertencimento étnico e territorialidade: italianos na


região central do Rio Grande do Sul (Brasil). REDES, Santa Cruz do Sul, v. 13, n. 3, set/
dez. 2008, p. 140 - 163.

22
Anotações

23

Você também pode gostar