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Material Teórico
A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Revisão Técnica:
Profa. Dra. Vivian Fiori
Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
A Globalização e as Transformações
da Agropecuária Brasileira
• Introdução
• A Agricultura Científica Globalizada
• Os Circuitos de Produção
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Analisar o processo de globalização e as transformações empreendidas
no campo.
· Mostrar as transformações pelas quais vem passando a produção da
agricultura brasileira.
· Evidenciar os circuitos produtivos na agricultura no Brasil.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Introdução
Nesta unidade, discutiremos questões associadas às novas dinâmicas da produção
agrícola no período da globalização.
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Quando se acrescenta o termo “espacial” à ideia de circuito, busca-se enfatizar
que os processos de produção, distribuição e consumo se realizam em lugares e
regiões diferentes, muitas vezes em países distintos e muito distantes entre si.
Figura 1
Fonte: iStock/Getty Images
Basta lembrar que boa parte das commodities agrícolas e minerais produzidas
no país é exportada para a América do Norte, a Europa Ocidental e a Ásia, servindo
de matéria-prima para atividades industriais nesses países.
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UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Isto quer dizer que as características distintivas que permitem que um determinado
produto regional seja competitivo nos mercados estão incorporadas às formas
espaciais e ao conteúdo social dos lugares e das regiões.
Os Circuitos de Produção
A especialização regional produtiva tem como consequência o aumento da cir-
culação, que se torna imprescindível para garantir a unidade dos circuitos espaciais
produtivos que têm suas etapas dispersas geograficamente. Por este motivo, a logís-
tica se torna uma das principais variáveis do atual período histórico: para garantir a
competitividade dos produtos de uma determinada região, é necessário que haja um
conjunto de infraestruturas e normas que garantam fluidez a essa produção.
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A dispersão geográfica das diversas etapas dos circuitos espaciais produtivos
é acompanhada pela constituição de centros de comando e decisão de alcance
internacional, que articulam os diversos momentos da produção material por meio
de fluxos de informações e capitais.
Esse papel é cada vez mais desempenhado pelas metrópoles, que se tornam as
sedes das principais instituições da regulação da produção capitalista no mundo
contemporâneo. Para dar conta dessa dimensão do processo, Milton Santos
(2006) propõe que se utilize o conceito de círculos de cooperação no espaço
concomitantemente aos circuitos espaciais produtivos.
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UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Figura 2
Fonte: Wikimedia Commons
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Queremos dizer, com isso, que a integração do Brasil à globalização vem sendo
feita sem a mediação de um verdadeiro projeto nacional, que oriente a forma como
o país se colocará nos mercados internacionais.
Seria necessário partir de uma estratégia interna clara de articulação aos circuitos
espaciais produtivos globalizados, que permitisse que as dinâmicas econômicas e
territoriais do país pudessem ser preservadas em caso de oscilações bruscas ou
crises mais profundas nos mercados internacionais.
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UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Figura 3
Fonte: Unicamp, IBGE e CTC
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A história do setor sucroenergético é caracterizada, por outro lado, por crises
cíclicas, que trazem grandes prejuízos às regiões produtoras. Como a especialização
produtiva é muito prenunciada nessas áreas, a falta de outras alternativas para
dinamizar as economias locais e regionais faz com que qualquer variação mais
significativa na produção de açúcar e etanol tragam problemas graves às regiões.
Esse é o contexto dos últimos anos dos municípios do interior do estado de São
Paulo, extremamente dependentes do setor sucroenergético. No segundo mandato
de Luiz Inácio Lula da Silva, criou-se uma grande expectativa sobre o crescimento
da produção de etanol no Brasil. Acreditava-se que o etanol se tornaria uma com-
modity, como o é o açúcar, e espessos fluxos de investimentos internacionais foram
direcionados, sobretudo aos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Goiás, para
a criação de usinas e a expansão da produção (veja mapa da cana-de-açúcar).
Figura 4
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
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UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
produzido a partir de gorduras animais e espécies vegetais como soja, palma, girassol, ba-
baçu, amendoim, mamona e pinhão-manso. No Brasil, a soja é a principal matéria-prima
utilizada. O produto final (Biodiesel B100) deve cumprir as especificações físico-químicas
determinadas pela ANP para que possa substituir total ou parcialmente o óleo diesel de
petróleo em motores ciclodiesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas, au-
tomóveis, etc.). No Brasil, o biodiesel puro (B100) é adicionado obrigatoriamente ao diesel
de petróleo em proporções de acordo com a legislação em vigor. Nos últimos 20 anos surgi-
ram preocupações em relação à poluição ambiental e ao aquecimento global, fortalecendo
a busca por soluções alternativas ao consumo do petróleo. Acompanhando essa tendência
mundial, o biodiesel foi introduzido na matriz energética brasileira por meio do Programa
Nacional de Produção e Uso de Biodiesel (PNPB), um programa interministerial do Governo
Federal cujo objetivo era a implementação da produção e do uso do biodiesel de forma sus-
tentável, com enfoque na inclusão social e no desenvolvimento regional, visando também
diminuir a dependência de importação do derivado fóssil, o diesel.
Biodiesel
Figura 5
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Podemos concluir, portanto, que a defesa da especialização produtiva e o
aumento dos atributos de competitividade das regiões com o intuito de participar
dos mercados internacionais podem trazer efeitos econômicos, sociais e territoriais
muito perversos.
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UNIDADE A Globalização e as Transformações da Agropecuária Brasileira
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Agricultura Científica Globalizada e Fronteira Agrícola Moderna no Brasil
FREDERICO, Samuel. Agricultura científica globalizada e fronteira agrícola moderna
no Brasil. Confins, nº. 17, 2013.
https://goo.gl/AB2oPG
Embrapa
https://goo.gl/95RCVK
Vídeos
Ano internacional da Agricultura Familiar
2min40, FAO, ONU, 2014. Sobre agricultura familiar.
https://youtu.be/wDB2wgB2tr8
Filmes
The Corporation
The Corporation (Canadá, 2003). Este documentário investiga o comportamento das
corporações, examinando esse modelo de organização em vários casos.
Leitura
Intoxicação e Morte por Agrotóxicos no Brasil
BOMBARDI, Larissa Mies. Intoxicação e morte por agrotóxicos no Brasil: a nova
versão do capitalismo oligopolizado. Boletim Dataluta – Artigo do mês: set., 2011,
p. 1-21.
https://goo.gl/m2bMFb
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Referências
CASTILLO, Ricardo. A expansão do setor sucroenergético no Brasil. In:
BERNARDES, Julia; SILVA, Catia; ARRUZZO, Roberta. Espaço e energia:
mudanças no paradigma sucroenergético. Rio de Janeiro: Lamparina, 2013.
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