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e Arqueologia da Arquitetura
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO............................................................................................... 9
CAPÍTULO 1
A EVOLUÇÃO DA RESTAURAÇÃO............................................................................................. 12
CAPÍTULO 2
RESTAURO ESTILÍSTICO............................................................................................................. 15
CAPÍTULO 3
RESTAURO HISTÓRICO............................................................................................................. 17
CAPÍTULO 4
OUTROS TIPOS DE INTERVENÇÕES........................................................................................... 19
UNIDADE II
CARTAS DE RESTAURO.......................................................................................................................... 22
CAPÍTULO 1
PRIMEIRAS CARTAS DO RESTAURO........................................................................................... 24
CAPÍTULO 2
CARTAS MODERNAS DO RESTAURO......................................................................................... 28
UNIDADE III
INTERVENÇÕES.................................................................................................................................... 31
CAPÍTULO 1
OS PRINCIPAIS TIPOS DE INTERVENÇÕES URBANÍSTICAS............................................................ 33
CAPÍTULO 2
INTERVENÇÕES NOS EDIFÍCIOS............................................................................................... 41
CAPÍTULO 3
ARQUITETURA COMO PATRIMÔNIO CULTURAL.......................................................................... 48
UNIDADE IV
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO............................................................................................................. 69
CAPÍTULO 1
INSTRUÇÕES PARA TRABALHOS DE RESTAURAÇÃO.................................................................... 69
CAPÍTULO 2
PRINCÍPIOS ÉTICOS DA RESTAURAÇÃO.................................................................................... 81
CAPÍTULO 3
PLANEJAMENTO PARA PROJETOS DE RESTAURO....................................................................... 87
UNIDADE V
ARQUEOLOGIA.................................................................................................................................... 90
CAPÍTULO 1
HISTÓRICO DA ARQUEOLOGIA................................................................................................ 90
CAPÍTULO 2
ARQUEOLOGIA DE RESTAURAÇÃO........................................................................................... 97
CAPÍTULO 3
ARQUEOLOGIA NOS PROJETOS DE RESTAURAÇÃO.................................................................. 99
CAPÍTULO 4
ETAPAS DA ARQUEOLOGIA.................................................................................................... 103
CAPÍTULO 5
PROJETO DE PESQUISA ARQUEOLÓGICA............................................................................... 109
CAPÍTULO 6
PROCEDIMENTOS MÍNIMOS.................................................................................................. 112
CAPÍTULO 7
RELATÓRIOS DAS PESQUISAS................................................................................................. 119
CAPÍTULO 8
REGULAMENTAÇÃO.............................................................................................................. 123
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 139
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
As intervenções nos patrimônios culturais e históricos se tornaram uma necessidade
real e a cada dia o assunto está mais presente na sociedade. Conhecer o passado
e conservá-lo é de suma importância para recontar a história de onde e como cada
sociedade evoluiu. É necessário aprofundar o tema de conservação e restauro para que
o estudo sobre os monumentos permita desenvolver novas técnicas e tecnologias que,
utilizadas nos patrimônios, estendam sua vida útil, recontando sua história para mais
pessoas e por mais tempo.
Essa relação com o passado foi alterada ao longo do tempo. Enquanto antes importava-
se apenas com a funcionalidade do edifício, se ele estava apto à atividade a ser realizada
ou não, hoje a preocupação envolve toda a carga histórica e cultural que ele carrega em
suas transformações, sensações, movimentos que ali ocorreram. Essa mudança ocorre
graças à passagem de vários teóricos que alteraram a visão do patrimônio em sua
época, cada um na evolução de acordo com o seu tempo, permitindo que chegassemos
na concepção histórica que hoje domina. São grandes nomes: Viollet-le-Duc, Ruskin,
Riegl, Brandi, Boito, Pane, entre outros.
Da mesma forma, é importante destacar também a importância de se inserir a
arqueologia dentro das intervenções nos patrimônios que irão tratar da conservação e
restauro. Através de ações arqueológicas se permite conhecer mais da história daquele
monumento e entender todos os processos a que ele foi submetido até chegar ao ponto
que se encontra. A arqueologia é o meio de investigação mais completo, que remonta a
história e constrói uma linha do tempo, permitindo a compreensão do que determinado
edifício significa na história da sociedade.
Objetivos
»» Conhecer conceitos de preservação de bens culturais e questões de
restauro.
»» Bordar temas referentes ao projeto arquitetônico de restauração.
»» Analisar as questões teórico-metodológicas relativas à preservação, e às
ações de manutenção, conservação e restauro de bens culturais.
»» Conhecer os princípios básicos da arqueologia.
»» Estudar a arqueologia histórica.
»» Estudar a arqueologia aplicada ao projeto de restauração do patrimônio
edificado.
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FUNDAMENTOS
TEÓRICOS DO UNIDADE I
RESTAURO
Atualmente é fácil entender o restauro dos monumentos, edifícios, obras como uma
consolidação e uma conservação da história, isso porque se adquiriu uma consciência
histórica e artística que gera toda essa movimentação.
Para reconhecer um valor artístico de um objeto, bastava-se que ele fosse produzido por
um artista, com a sua assinatura validando a autenticidade, isso valeria para quadros
ou esculturas. Contudo, como reconhecer um valor artístico de uma obra que resulta de
uma ideia e é produzida por mão de obra anônima? É o caso das obras arquitetônicas.
Esse processo se torna mais complexo que o dos demais produtos artísticos.
Já na Roma Antiga, a arte, ligada diretamente à religião, era utilizada como política de
propaganda e conquista, enquanto a preocupação com a arquitetura envolvia questões
funcionais. As esculturas assumiram então, um valor celebrativo. O importante era
manter a memória e a glória do povo romano ao longo dos tempos, nada tinha ligação
com a peça em si.
9
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
Figura 1. Pirâmides de Quéops - nota-se ainda a presença de vestígios de revestimento na pirâmide central.
Fonte: https://abrilsuperinteressante.files.wordpress.com/2018/02/pirc3a2mides.png/.
No início da era cristã, houve uma mudança e uma destruição daqueles monumentos
clássicos considerados pagãos. Alguns edifícios foram “aproveitados” e receberam uma
nova significação de utilização: os templos se transformaram em igrejas.
Fonte: http://rosepontes.files.wordpress.com/2010/04/pantheon1.jpg.
Na Idade Média, o artista deixa de ser escravo e a arte se torna uma expressão religiosa,
exaltando a divindade cristã e renegando todo o mundo antigo, pagão e politeísta.
Ainda aqui, os trabalhos de conservação atuavam apenas em manter as crenças e não
valores históricos. Essa prática continuou até o Renascimento, apenas produzindo
transformações sobre as obras do passado, com adaptações e reconstruções funcionais.
No século XIV, ouve-se a voz de Francisco Petrarca, intelectual, poeta e humanista italiano
contra o abandono dos monumentos, antecipando os românticos na compreensão da
ligação das obras – tempo – história.
10
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO │ UNIDADE I
Já em meados do século XV, o Papa Pio II proíbe a destruição dos monumentos para
realizar novas construções, assim como o reaproveitamento dos seus materiais. A partir
dessa decisão, começa-se a ter o passado como patrimônio que deve ser salvaguardado
como testemunho da história.
O período da primeira metade do século XIX até a primeira década do século XX, foi
dominado por duas vertentes de ideias opostas: Eugène Viollet-Le-Duc e John Ruskin.
Viollet-Le-Duc segue com o pensamento de que o restaurador deve entender e conhecer
a mentalidade do arquiteto original do projeto, executando os projetos com a intenção
de chegar aos resultados que, talvez, o construtor não tivesse pensado. Ele determina
que ao restaurar um edifício não se deve mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo. Esse tipo
de pensamento levou a obras de restauros arbitrárias onde seus elementos originais
foram, muitas vezes, sacrificados.
Já John Ruskin, determina que o monumento deve permanecer como está, sem
nenhuma intervenção ou toque. O monumento deve existir pelo período natural, sem
contínuas manutenções, e seu desgaste natural deve ser incorporado pela natureza. O
restauro, para ele, cria apenas um novo modelo do original, pois com a substituição dos
materiais, estará destruindo-o.
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CAPÍTULO 1
A evolução da restauração
Surge nesse meio o arquiteto italiano Camillo Boito, que estabelece alguns princípios
que até hoje são aceitos dentro dos processos de restauração, nos quais é necessário a
diferenciação entre as partes originais e as restauradas havendo o mínimo possível de
intervenção. O arquiteto propôs, também, no Congresso de Engenheiros e Arquitetos
em Roma, em 1884, os oito princípios básicos do restauro arqueológico. Alguns são:
Com isso, várias novas teorias foram surgindo e a discussão sobre a conservação do
patrimônio foi se aprofundando e gerando muitas divergências e críticas. Surgiu a
necessidade de normalizar alguns procedimentos para que os profissionais especialistas
e conservadores entrassem em acordo. Surgiram assim as “Cartas Patrimoniais”, às
quais daremos atenção nos próximos tópicos.
12
FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO │ UNIDADE I
Outro nome importante para a história do restauro foi Cesare Brandi, professor, crítico
de arte e musicólogo. Foi também o primeiro diretor do Instituto Centrale di Restauro,
fundado em Roma em 1939. Brandi dividia os objetos a serem restaurados em duas
categorias: os produtos industriais, nos quais os propósitos da restauração estariam em
trabalhar as funcionalidades do produto, e o grupo das obras de arte.
Para ele, a restauração não é apenas um objeto auxiliar da arte, mas um momento de
pesquisa em direção à compreensão de toda a história ali inserida com a intenção de
levá-la ao futuro. Sendo assim, a restauração deveria recriar o objeto de forma a eliminar
os efeitos ocasionados pelo tempo ou por outras restaurações. Deveria seguir princípios
históricos mantendo os traços da passagem de tempo e também os princípios estéticos,
removendo o que não estivesse de acordo com a originalidade do produto.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
Fonte: http://www.elbarco.es/images/conservacion-1.jpg .
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CAPÍTULO 2
Restauro estilístico
Viollet-le-Duc inovou as teorias de restauração do seu tempo, nas quais seus antecessores
não realizavam a correção das irregularidades dos edifícios, pois essas faziam parte e
caracterizavam a identidade do prédio. Ele, então, entende que “restaurar um edifício
não é mantê-lo, repará-lo ou refazê-lo; é restabelecer-lhe um estado completo que pode
nunca ter existido a dado momento” (apud KUHL, 2000 p. 46).
Para ele, o arquiteto restaurador deveria dominar todos os estilos de vários períodos da
arte e também possuir conhecimentos básicos de arqueologia, para que fosse capaz de
diferenciar o antigo do novo, eliminando os problemas que surgiram com restaurações
realizadas por profissionais sem entendimento de escolas diferentes da sua formação,
gerando trabalhos de baixo padrão.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-42SE6r0Uj2Q/UeYC4hUJd2I/AAAAAAAACpY/GbqfvvCs5XU/s1600/VIOLLET+LE+DUC.pdf+-
+Adobe+Reader.jpg.
Fonte: http://sumateologica.files.wordpress.com/2009/12/ste-marie-madeleine_de_vezelay.jpg?w=630.
16
CAPÍTULO 3
Restauro histórico
Fonte: https://www.passeidireto.com/arquivo/37046588/09-beltrami-e-giovannoni-vr.
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UNIDADE I │ FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
Foram realizadas diversas intervenções na estrutura para que se adaptasse aos usos
da época, principalmente o militar. Além de sofrer mais ataques durante a guerra de
independência italiana, houve diversos pedidos de demolição. Em 1893, Lucas Beltrami
monta um processo complexo de reconstrução baseado em documentos e desenhos
encontrados em sua pesquisa.
Fonte: http://gd-italia.sfo2.digitaloceanspaces.com/2016/01/Visita-guidata-al-Castello-Sforzesco-1-1.jpg .
18
CAPÍTULO 4
Outros tipos de intervenções
Restauro arqueológico
Essa vertente surgiu com a influência do Papa Leão XIII, com a reconstrução da
basílica de São Pedro em Roma. Com isso, as intervenções necessitavam de uma equipe
multidisciplinar, com técnicos de todas as áreas como arquitetos, arqueologistas,
engenheiros, historiadores.
19
UNIDADE I │ FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO
Fonte: http://www.esacademic.com/pictures/eswiki/83/San_Galgano2.jpg.
Tendo como principal nome Camilo Boito, o Restauro Moderno também tinha como
característica a reutilização do patrimônio com novas funções. Entendia-se que os
elementos que foram acrescentados ao longo do tempo pertenciam ao monumento assim
como suas características originais, e então, o restauro seria utilizado apenas quando
o edifício chegasse ao seu limite, e somente nesse momento os elementos acrescidos
poderiam ser retirados para garantir o valor artístico original. As interferências no
edifício deveriam ser perceptíveis, para que no futuro não houvesse a tentativa de
utilizá-las como se fossem originais.
As teorias de Boito foram utilizadas em toda a Itália e sua credibilidade gerou a primeira
lei de conservação. Suas normativas foram utilizadas e expandidas por toda a Europa.
Alguns dos pontos de seu estudo incluídos na lei são:
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FUNDAMENTOS TEÓRICOS DO RESTAURO │ UNIDADE I
Fonte: https://player.slideplayer.it/16/4955877/.
Conservação
Como exemplo, o teto da Capela Sistina foi pintado com a técnica afresco por
Michelangelo Buonarroti, obra que foi encomendada pelo Papa Júlio II (1443-1513). Por
conta do grande fluxo de visitantes e também com a ação do próprio desgaste do tempo,
algumas pinturas foram se desgastando e perdendo a cor. A mais recente intervenção
foi a realização da limpeza dos afrescos, que haviam sido afetados pelas sujeiras e fumos
das velas queimadas ao longo dos séculos, revelando então a paleta de cores vibrantes
utilizada pelo artista, antes apagada pelo foco que se dava apenas ao desenho.
Figura 10. Ao longo dos anos, foram realizadas algumas intervenções de conservação no teto da Capela Sistina
de Michelangelo.
Fonte: https://cdn.culturagenial.com/imagens/2476394326-040559cf7c-b-cke.jpg.
21
CARTAS DE UNIDADE II
RESTAURO
»» Carta de Veneza;
»» Normas de Quito;
»» Compromisso Salvador;
»» Carta do Restauro;
»» Declaração de Estocolmo;
»» Declaração de Amsterdã;
»» Manifesto Amsterdã;
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CARTAS DE RESTAURO │ UNIDADE II
»» Recomendações de Nairóbi;
»» Carta de Burra;
»» Carta de Florença;
»» Declaração de Nairóbi;
»» Declaração Tlaxcala;
»» Declaração do México;
»» Carta Petrópolis;
»» Carta de Lausanne;
»» Carta do Rio;
»» Conferência de Nara;
»» Declaração de Sofia;
»» Carta de Fortaleza;
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CAPÍTULO 1
Primeiras cartas do restauro
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CARTAS DE RESTAURO │ UNIDADE II
Quando a Itália recebe grande atenção nacional com seus monumentos e ciente da
necessidade de se aperfeiçoar nas técnicas de restauração, o Consiglio Superiore Per Le
Antichit e Belle Arti elabora estudos de normas que deverão reger o processo de restauro
dos monumentos. Esses princípios devem ser aplicados nos restauros particulares ou
nos realizados por entidades públicas. São eles:
A Carta de Veneza abre espaço para determinar o que é bem cultural, cada vez mais
abraçando os diferentes tipos de bens. Isso gerou, ao longo dos anos, a necessidade de
produzir mais documentos que aprofundassem e reinterpretasse a Carta de Veneza,
trazendo temas que não foram vencidos por ela. Algumas cartas foram elaboradas
posteriormente para preencher esses vácuos: carta de Florença (1981), carta
internacional sobre a proteção e gestão do patrimônio cultural subaquático (1996),
carta do turismo cultural (1999), carta dos itinerários culturais (2008), carta para
interpretação e apresentação de sítios culturais patrimoniais (2008), entre outras.
O tema abordado na carta é baseado nos pontos em comum acordo abrangidos nas
reuniões para o congresso, pautado principalmente na visão do restauro crítico, sendo
esse uma releitura das propostas do restauro filológico. O restauro crítico acolhe os
fundamentos do filológico, diferenciando as ações de intervenção do original, e também
traz as discussões estéticas somadas às próprias percepções a respeito do monumento.
É a inovação de se considerar as dimensões – formais e documentais – juntamente em
um mesmo processo.
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CAPÍTULO 2
Cartas modernas do restauro
»» operações preliminares;
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CARTAS DE RESTAURO │ UNIDADE II
»» reestruturação urbanística;
»» reordenamento viário;
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UNIDADE II │ CARTAS DE RESTAURO
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INTERVENÇÕES UNIDADE III
Imitações de estilos podem causar uma sensação de efeito falso, ou até mesmo de que
a tentativa de aproximação foi falha. Nas partes onde a imitação for bem sucedida,
poderá confundir o original da restauração, causando confusão nos especialistas o que
pode gerar a falsificação dos dados do monumento. As tentativas de embelezamento,
“maquiadas”, as tentativas de reconduzir ao novo, de presumir o estado primário da
obra, devem ser evitadas, pois são interferências que não estão ligadas com o real
significado da restauração. Deve haver respeito pela passagem do tempo na estrutura,
são marcas dos valores estéticos e históricos.
Figura 11. Restauração sem preocupação em resguardar a história. Fortaleza de Matrera, Espanha antes (esq.) e
depois (dir.) da restauração.
Fonte: https://files.incrivel.club/files/news/part_28/280460/9231710-882560-7-0-1500645252-1500645255-650-1-1500645255-
650-5f3bf5d6ec-1500896939.jpg.
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UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
ou pouco invasiva. O cuidado tem que ser redobrado para que se evite exageros ou
excessos, evitando os trabalhos que não sejam realmente necessários e específicos para
a conservação da obra.
Para evitar diferentes reações e fenômenos sobre os novos e antigos materiais utilizados
na obra, deve-se observar e respeitar o princípio da compatibilidade mecânica, física e
química, para que os materiais se integrem e sejam capazes de retardar o processo de
degradação ao invés de acelerá-lo. Com isso, a durabilidade desses novos materiais
inseridos juntamente com os primários precisa estar em equilíbrio para garantir a
eficiência dos trabalhos de manutenção.
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CAPÍTULO 1
Os principais tipos de intervenções
urbanísticas
Reestruturação urbanística
Tem como função verificar e corrigir as eventuais necessidades do centro histórico,
de acordo com a realidade existente com a estrutura territorial e urbana que se insere
dentro da cidade. O termo reestruturação é utilizado quando há uma mudança na
ordem ou na configuração que altera a vida social, econômica e política.
Muitas vezes, há a ideia de que as áreas históricas não estão inclusas nas alterações dos
grandes centros urbanos, fazendo com que as intervenções e consolidações do espaço
urbano e dos centros históricos sejam tratados de forma separada.
As áreas centrais históricas passam por processos de intervenção, muitas vezes por terem
atividades voltadas ao setor turístico, o que atrai as transformações de reestruturação
com a intenção de mercantilizar a cultura, adaptando esse espaço a um novo público,
novos usos e novas dinâmicas urbanas muitas vezes descaracterizando a identidade do
espaço histórico.
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UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
LEGENDA
Corredor Preferencial
Corredor Exclusivo
Centro Histórico
Unidade de Conservação
Perímetro de Intervenção
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INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
LEGENDA
Perímetro de Intervenção
Centro Histórico
Fonte: https://fernandoteixeira.arq.br/inicio/escritorio/urbanismo/revitalizacao-do-centro-historico-de-goiania-go/.
LEGENDA
Perímetro de Intervenção
Área Pública
Área Semi-Pública
Área Privada
EDIFICIOS REFERENCIAIS
1. CENTRO DE EXCELÊNCIA DO ESPORTE
2. CENTRO DE CONVENÇÕES DE GOIÂNIA
3. CAPELA NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS
4. POSTO DE SAÚDE DO SUS
5. HOSPITAL SÃO LUCAS
6. PALÁCIO DO COMÉRCIO
7. HOTEL PRESIDENTE
8. SUPERMERCADO BRETAS
9. LOJAS AMERICANAS
10. IBGE
11. CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
12. JÓQUEI CLUBE DE GOIÁS
13. TECIDOS TITA
14. EDIFICIO COMERCIAL
15. EDIFICIO RESIDENCIAL EDITE
16. TEATRO GOIANIA
17. CE PROF. JOSÉ CARLOS DE ALMEIDA
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UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
LEGENDA
Perímetro de Intervenção
USO DO SOLO
RESIDENCIAL
COMERCIAL
SERVIÇO
MISTO
INSTITUCIONAL PÚBLICO
ÁREA VERDE
EQUIPAMENTOS COMUNITARIOS
SUBUTILIZADO
Reorganização viária
Toda cidade deve permitir e disponibilizar acessibilidade aos seus espaços para todas
as pessoas, incluindo acesso físico, mobilidade e ligação entre os espaços. Para esse
fim, utilizam-se dois conceitos importantes: mobilidade e acessibilidade. A mobilidade
envolve o deslocamento de pessoas e bens ao longo do espaço urbano envolvendo as vias
de acesso e as possibilidades de transporte. Já a acessibilidade envolve a possibilidade
de alcance dos espaços por todas as pessoas, com qualquer meio de transporte.
A mobilidade urbana está inserida no tecido urbano e tem como principal função suprir
as necessidades individuais e coletivas do uso do espaço. É importante considerar todo
o processo histórico de um espaço que está sendo avaliado. Quando fala-se de centros
históricos, geralmente há condicionantes que refletirão na reestruturação desse sistema
viário, como por exemplo, as ruas estreitas que atendiam as necessidades no passado,
mas com o aumento de número de pessoas e veículos deixou de ser suficiente para
suprir o fluxo.
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INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Não é possível determinar planos prontos para serem aplicados em toda cidade que
inclui um centro histórico, pois cada uma delas tem a sua particularidade e deve ser
estudada com a finalidade de alcançar soluções voltadas às necessidades específicas de
cada cidade, adequando o passado e o presente, sem deixar de proteger a história.
Há muitos obstáculos dentro das cidades de interesse cultural para alcançar a mobilidade
e a acessibilidade de forma eficaz: a topografia com declives acentuados, espaços
e calçadas estreitas, becos, disputa entre pedestres e veículos, falta de sinalização,
calçamento com pedras não niveladas, entre outros.
A reorganização viária deve realizar uma análise das ligações e dos fluxos de tráfego
dentro do espaço histórico, com a intenção de reestruturar as funções e as necessidades
atuais compatibilizando com a estrutura do passado. Devem ser incluídos equipamentos
de serviços públicos de acordo com as exigências de utilização do local. Inclui-se
também toda a estrutura para promover a acessibilidade universal, com todos os
itens determinados na norma de acessibilidade, como: linhas guia para portadores de
necessidades visuais, rampas, sinalizações etc.
LEGENDA
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UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
LEGENDA
Perímetro de Intervenção
CORREDOR PREFERENCIAL
CORREDOR EXCLUSIVO
CENTRO HISTÓRICO
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
Mobiliário urbano
38
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
VEGETAÇÃO ESCASSA NA AVENIDA TOCANTINS FLOREIRAS IMPROVISADAS NO PASSEIO PÚBLICO CALÇADAS REDUZIDAS PARA ESTACIONAMENTO QUIOSQUE NO PASSEIO PÚBLICO
ÁRVORES CENTENÁRIAS NO PASSEIO PÚBLICO MOBILIÁRIO URBANO ESCASSO E SEM USO POSTES DE ILUMINAÇÃO NO CANTEIRO CENTRAL
POUCAS E INADEQUADAS ÁREAS VERDES PASSEIO PÚBLICO DEGRADADO ESPÉCIE ARBÓREA INADEQUADA PARADA DE ÔNIBUS NO PASSEIO PÚBLICO
Fonte: https://fernandoteixeira.arq.br/inicio/escritorio/urbanismo/revitalizacao-do-centro-historico-de-goiania-go/.
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UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
TEATRO GOIÂNIA
VILA CULTURAL
VILA CULTURAL
Fonte: https://fernandoteixeira.arq.br/inicio/escritorio/urbanismo/revitalizacao-do-centro-historico-de-goiania-go/.
Fonte: https://fernandoteixeira.arq.br/inicio/escritorio/urbanismo/revitalizacao-do-centro-historico-de-goiania-go/.
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CAPÍTULO 2
Intervenções nos edifícios
Figura 22. The Imperial Hotel, Frank Loyd Wright, construído em 1923 e demolido em 1968, apesar de ter resistido a
vários terremotos.
.
Fonte: https://media.mnn.com/assets/images/2012/09/FrankLloydWrightImperialHotelTokyo.jpg.
41
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://i.pinimg.com/originals/47/5b/2e/475b2e71b262ad10beb249afdf4c4525.jpg .
Figura 24. Museu Nacional do Rio de Janeiro, fundado há 200 anos, após incêndio em 2018.
Fonte: https://cdnbr2.img.sputniknews.com/images/1212/41/12124161.jpg.
A execução desses trabalhos deve ser realizada por pessoas especializadas, sendo um
trabalho que deverá ser continuamente observado e dirigido, permitindo qualquer
intervenção no caso de acontecimentos inesperados. Trabalhos que necessitem o uso de
martelos, devem ser meticulosos, pois podem surgir novos elementos que escaparam
do processo de investigação ou estejam ocultos sob os elementos do edifício. Também
42
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
deve ser certificada a existência de decorações ou pinturas que podem estar ocultas ou
desgastadas nas paredes.
Fonte: http://folhadejandira.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Reforma-Igreja-Matriz-FM-14-03-2017-10-1200x630.jpg.
43
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Alguns instrumentos utilizados para a realização das intervenções acima podem ser:
44
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
45
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: http://images.impresa.pt/bcbm/2013-09-04-pousada_do_crato_flor_da_rosa.jpg-2.
Fonte: https://image.shutterstock.com/image-photo/crato-portugal-october-12-2016-260nw-505196185.jpg.
46
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: https://lifecooler.com/files/registos/imagens/356131/34170.jpg.
Fonte: https://edge.media.datahc.com/HI519293338.jpg?source=Leonardo.
47
CAPÍTULO 3
Arquitetura como patrimônio cultural
Patrimônio é definido como todo o conjunto de bens, sejam materiais ou imateriais, que
carregam a história de uma civilização e todas as suas relações, tendo em si todo o legado
que recebemos de gerações passadas e levaremos ao futuro. Hoje, há uma preocupação
realista sobre a proteção desses bens, existindo leis, manuais, institutos, convenções
voltadas ao resguardo dessas obras. O patrimônio tem algumas classificações, sendo
dividido em histórico, cultural e ambiental.
48
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
da cultura de um povo. O Brasil, não sendo diferente de outros países, conta com uma
vasta lista de monumentos preservados.
A capital do País, Brasília, construída entre os anos de 1957 e 1960, a partir do Plano
Piloto, projetado por Lúcio Costa, baseada no movimento moderno, foi o primeiro
conjunto urbano do século XX reconhecido pela Unesco como Patrimônio Mundial.
Tem como características uma arquitetura inovadora e a monumentalidade, dividida
em quatro escalas: monumental, residencial, bucólica e gregária.
Figura 34. Brasília como Conjunto Urbanístico-Arquitetônico Tombado, Lucio Costa (1960).
Fonte:http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/DF_Brasilia/03_Acervo_IPHAN__Brasilia__DF_2.jpg.
49
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/GO_Cidade_de_Goias/01_GO__Marco_Antonio_Galvao__3.
jpg.
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSauyZNURBebARSAqpvS3v8NMUyECUc4Dt1tSazEpy4sluB_
tObFw.
50
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: https://belornelas.com.br/wp-content/uploads/2015/02/Igreja-da-Pampulha-2.jpg.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/MG_Pampulha/mg_pampulha_mundial_06.jpg.
51
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/MG_Pampulha/3_vista_aerea_atual__marcilio_gazzinelli.jpg.
Fonte: http://portal.iphan.gov.br/uploads/ckfinder/images/Diversas/MG_Pampulha/pampulha_2.jpg.
52
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Com o crescimento desordenado e rápido das cidades, ocorreu uma grande transformação
dos espaços urbanos, descaracterizando o patrimônio público, o que levou a uma grande
destruição de objetos que tinham um significado cultural, perdendo-se a identidade do
lugar em que vivemos.
Fonte: http://biblioo.info/wp-content/uploads/2017/09/Pa%C3%A7o-imperial-depredado-1263x500.jpg.
Catedral de Notre-Dame
53
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://beminparisblog.com/wp-content/uploads/2016/08/Notre-Dame-ilha.png.
Caracterizada pelo estilo gótico, tinha teto côncavo, arcos diagonais que permitiram a
elevação do edifício. O princípio marcado por esse estilo era: “Quanto mais alto, mais
perto de Deus”. Outra característica presente nos edifícios góticos eram os vitrais,
permitindo a entrada de luz natural e abundante. A Catedral de Notre-Dame tem sua
fachada ornamentada com estatuas que retratam cenas bíblicas.
Fonte: https://static.vix.com/pt/sites/default/files/styles/l/public/catedral-notre-dame-nave-0419-1400x800_0.jpg.
54
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: https://beminparisblog.com/wp-content/uploads/2016/08/Notre-Dame-interior-2.png.
Fonte: https://beminparisblog.com/wp-content/uploads/2016/08/Notre-Dame-Julgamento-Final.png.
Fonte: https://beminparisblog.com/wp-content/uploads/2016/08/Notre-Dame-interior-1.png.
55
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Por esse desinteresse, os soberanos escolheram esconder seu estilo original, camuflando
suas características para esconder seus pilares e aumentar a quantidade de estátuas
barrocas, deixando a desejar na harmonização com seu estilo original.
Até o século XIII, a Catedral foi utilizada para fins comemorativos, em que os reis
celebravam os grandes acontecimentos, colocando de lado o seu principal sentido.
Além disso, acreditando que os vitrais coloridos atrapalhavam a iluminação interna, os
religiosos determinaram sua substituição por cristais brancos, sobrevivendo apenas as
rosetas.
Fonte: https://beminparisblog.com/wp-content/uploads/2016/08/Notre-Dame-interior.png.
Com a Revolução Francesa, a catedral foi fechada, seus pertences roubados e ficou
subutilizada como depósito de alimentos. Uma das torres, construídas no século XIII,
foi destruída juntamente com 28 estátuas que ficavam localizadas na Galeria dos Reis,
bem como todas as grandes esculturas dos portais, restando apenas a escultura da
Virgem do Trovão. Por um tempo, a igreja ainda foi transformada em um Templo do
Culto à Razão (religião da Nova República). Todas as estátuas da Virgem Maria foram
substituídas pelas da Deusa da Liberdade e as cruzes foram removidas. Algumas peças
e sinos originais da torre foram derretidos e utilizados para a fabricação de balas de
canhão, restando apenas o sino principal – o Emmanuel. Os sinos foram substituídos no
século XIX, mas considerados desafinados, sendo trocados novamente no aniversário
de 850 anos da Catedral.
56
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-Flh_M4b3h7Y/TVl9eic4g6I/AAAAAAAAAYM/RjWzOF6o_GI/s1600/francisco1%255B1%255D.jpg.
Somente com o acordo entre a França e a Santa-Sé, a catedral voltou a ser um templo
católico sendo restaurada em 1801 e reaberta em 1804 para a coroação de Napoleão
Bonaparte.
Fonte: https://santhatela.com.br/wp-content/uploads/2019/01/david-coroacao-napoleao-d.jpg.
57
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
O edifício conta com elementos característicos, com suas gárgulas, esculturas com aspecto
animalesco que eram utilizados na Idade Média como ornamento dos desaguadouros
(canos que eram utilizados para escoamento da água da chuva). Acreditava-se que
essas esculturas protegiam o edifício contra maus espíritos. Elas eram parte do projeto
arquitetônico, mas foram removidas e só foram acrescentadas novamente à fachada na
restauração que realizada no século XIX.
Fonte: https://s5.static.brasilescola.uol.com.br/img/2019/04/gargulas-da-catedral.jpg.
58
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-zgPKC-ivE_0/ValTQksDduI/AAAAAAAAZB0/YzQBKehGyAo/s1600/
Catedral%2Bde%2BNotre%2BDame.jpg.
Em 2013, a Catedral comemorou 850 anos de sua construção, sendo comemorado por
um ano de festejos marcados com exposições e um simpósio científico. Já em 2018,
responsáveis pelo complexo lançaram uma campanha de arrecadação de fundos
para a recuperação da estrutura que passava por problemas e poderia cair. O valor
necessário seria de aproximadamente 150 milhões de euros. Eram problemas relatados
na estrutura, nos elementos decorativos, esculturas e nas pinturas, além de problemas
na estrutura da flecha (parte mais alta da igreja), que já havia passado por um processo
de emergência, sendo reforçado com uma braçadeira.
59
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://abrilexame.files.wordpress.com/2019/04/gettyimages-1137427764-594x594.jpg.
Fonte: https://cdn-istoe-ssl.akamaized.net/wp-content/uploads/sites/14/2019/04/69-4.jpg.
O monumento, que atraia cerca de 14 milhões de visitantes por ano, teve a maior parte
do telhado e seu pináculo destruídos. Os bombeiros conseguiram salvar a estrutura
principal e as torres do sino. Alguns especialistas afirmam que o trabalho de reconstrução
de uma estrutura tão importante e que foi tão afetada pelo desastre, poderá levar mais
de 10 anos.
Mesmo com a gravidade do incêndio, boa parte das peças que estavam na catedral
puderam ser resguardadas. A Coroa de Espinhos, o fragmento da Cruz do Calvário,
60
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
um dos pregos usados na crucificação de Cristo, a túnica de São Luís e o gibão usado
pelo rei Luís IX em 1239 foram salvos do fogo. Além disso, as dezesseis estátuas de
cobre inseridas no edifício na restauração do século XIX escaparam do incêndio pois
foram retiradas no dia 11 de abril para serem restauradas. As três rosáceas assinadas
por Pierre de Montreuil e Jean de Chelles, no século XIII, também não sofreram danos
catastróficos, tendo sido apenas uma delas deslocada e está inclinada, segundo as
autoridades de Paris.
Na lista de perdas se inserem alguns vitrais do século XIX, cujas peças de chumbo que
sustentavam os vidros derreteram com as altas temperaturas. Outra estrutura afetada
foi o Pináculo, estrutura de 96 metros de altura, e o campanário, localizado na parte
traseira da nave, estrutura do século XIII, construída com carvalho. Algumas pinturas
assinadas por pintores da época, como Charles Le Brun e Jacques Blanchard, sofreram
danos devido à fumaça e à àgua utilizada no combate ao incêndio.
Fonte: https://s2.glbimg.com/KUhqPIiOWUCtYd0pA2DfeC7ss-A=/0x0:3360x2436/1008x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/
v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/h/u/74Rx21To2932o6tcXfIg/ap19107654622626.jpg.
61
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://s2.glbimg.com/vCF5sbDT1qHD9wQLzVlnHDheM-k=/0x0:2000x1480/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.
s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/N/Z/dM7agQT6WNHnPoUo9aPA/
ap19107664305552.jpg.
62
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: http://lounge.obviousmag.org/arquitetura_do_sagrado/assets_c/2013/07/Bamiyan_buddha-thumb-600x464-44950.jpg.
Fonte: http://lounge.obviousmag.org/arquitetura_do_sagrado/assets_c/2013/07/the-bamian-buddhas-or-lack-thereof-thumb-
600x398-44963.jpg.
Em 2009, a Itália foi atingida por um terremoto, que afetou principalmente a região de
L’Áquila e destruiu cerca de 110 mil monumentos e edifícios com importância histórica.
Um deles foi a Basílica de Santa Maria di Collemaggio, construída no século XVI que
passou por uma restauração no século XIX.
63
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://abrilveja.files.wordpress.com/2019/04/basilica-santa-maria-di-collemaggio.jpg?quality=70&strip=info.
Fonte: http://www.culturaebeni.it/uploads/monumenti/1291058392-0181-12052009246_5_big.jpg.
Já em 2010, a cidade que sofreu com danos naturais foi Porto Príncipe no Haiti, que
além de toda a cidade ter sido destruída pelo terremoto, a parte histórica também foi
afetada. A catedral de Nossa Senhora da Assunção, construída no fim do século XIX,
teve sua estrutura abalada. O telhado e as torres laterais desabaram, além do complexo
arquidiocesano, que ficava junto à igreja.
64
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: https://mapio.net/images-p/4622406.jpg.
Fonte: http://arquivos.tribunadonorte.com.br/fotos/85298.jpg.
No Brasil, em 2015, o Museu da Língua Portuguesa em São Paulo também foi atingido
por um incêndio causado por curto-circuito que tomou conta dos três andares do
65
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
prédio. O museu havia sido inaugurado em 2006. Para a reconstrução do telhado, foi
importada uma nova estrutura do Peru.
Fonte: http://s2.glbimg.com/LgqXdzldfGGsc2NeCRAZl-VOf1A=/1200x630/filters:max_age(3600)/s04.video.glbimg.com/deo/
vi/95/08/4690895.
Fonte: https://s2.glbimg.com/g4yW3TbfSTMxCCdRQ1zRDfo6Zf4=/0x0:1920x1080/1000x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/
v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2018/X/F/ld58IoRqqsqXIVpN7oug/museu-reforma.jpg.
Desde 2015, o Estado Islâmico tem invadido e destruído as ruínas da cidade de Palmira
na Síria. O Arco do Triunfo, construído na época do Império Romano e com cerca de
2000 anos, foi explodido e destruído por jihadistas. Em 2017, o mesmo grupo destruiu
mais um teatro e uma estátua – o Leão de Alat.
66
INTERVENÇÕES │ UNIDADE III
Fonte: https://abrilveja.files.wordpress.com/2016/05/alx_2015-05-21t094753z_1491690516_gf10000102460_rtrmadp_3_mideast-
crisis-syria_original2.jpeg?quality=70&strip=info.
Fonte: http://s2.glbimg.com/W27TjraYRN1AfPkPaPfs1RQyfac=/620x465/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2016/03/28/palmira-nova1.
jpg.
67
UNIDADE III │ INTERVENÇÕES
Fonte: https://operamundi.uol.com.br/thumb/
YWMwMWE5ZGRmNGY2OGJlYjBhZjczYjEyODFiMDdkYmVfZTkxYzdkMjFmZTUxNjVkZTc3YmZkMjg4MDNmM2NlMTQuanBn.
68
O PROJETO DE UNIDADE IV
RESTAURAÇÃO
CAPÍTULO 1
Instruções para trabalhos de
restauração
Antes de garantir uma vida longa aos monumentos nos quais serão realizados os
trabalhos de manutenção e restauração, deve-se fazer um estudo com a intenção de
evitar o agravamento dos danos. Recomenda-se anteriormente realizar uma vigilância
contínua do edifício, com procedimentos preventivos para evitar intervenções de maior
escala.
As operações de restauro devem ser colocadas sob um olhar mais conservador, evitando
assim intervenções inovadoras que possam desrespeitar a natureza do monumento.
Novas adições são permitidas, desde que sejam necessárias e de forma que sejam
diferenciais aos olhos do observador.
»» aspectos tipológicos;
»» sistemas construtivos;
»» características estruturais;
69
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
70
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
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UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
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O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
73
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Prospecções
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O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
›› documentação fotográfica;
Diagnóstico
Nesta etapa inclui-se toda a consolidação das etapas anteriores, determinando todos
os interesses a respeito da utilização do edifício. Será uma análise detalhada com todas
as complementações necessárias para seguir em frente com o projeto. São parte do
diagnóstico as etapas de:
75
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Proposta de intervenção
»» estudo preliminar;
»» projeto básico; e
»» projeto executivo.
Foi realizada uma obra composta por ações de consolidação da estrutura, recuperação de
coberturas, houve reabilitação dos espaços, conservação, restauro, além de acréscimos
de novos ambientes. Envolveu todos os espaços utilizados pela igreja, também reuniu
os vestígios do convento que havia sido demolido no fim do século XIX, após uma
sucessão de saques, invasões francesas e abandono.
Fonte: http://www.gecorpa.pt/Upload/Noticias/sfrancisco.jpg.
76
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
Fonte: https://images.adsttc.com/media/images/586f/76e4/e58e/ce96/9a00/0190/slideshow/isf-castros-20160311-183609.
jpg?1483699899.
Fonte: https://images.adsttc.com/media/images/586f/770f/e58e/ce96/9a00/0191/slideshow/isf-claustro-20160308-114857.
jpg?1483699946.
77
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/803032/recuperacao-do-convento-e-igreja-de-s-francisco-e-novo-nucleo-
museologico-adalberto-dias.
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/803032/recuperacao-do-convento-e-igreja-de-s-francisco-e-novo-nucleo-museologico-
adalberto-dias.
78
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/803032/recuperacao-do-convento-e-igreja-de-s-francisco-e-novo-nucleo-museologico-
adalberto-dias.
Fachada
Nascente
Corte 1
Corte 2
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/803032/recuperacao-do-convento-e-igreja-de-s-francisco-e-novo-nucleo-museologico-
adalberto-dias.
79
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/803032/recuperacao-do-convento-e-igreja-de-s-francisco-e-novo-nucleo-museologico-
adalberto-dias.
Fonte: http://igrejadesaofrancisco.pt/igreja/wp-content/uploads/2015/10/isf-capela-ossos-20150615-155949.jpg.
80
CAPÍTULO 2
Princípios éticos da restauração
Figura 76. Revitalização da Praça Rui Barbosa em Ibitinga/SP, o chafariz foi instalado em 1917 – Antes.
Fonte: https://img.huffingtonpost.com/asset/5c378223210000850bcc5377.jpeg?ops=scalefit_630_noupscale.
81
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Figura 77. Revitalização da Praça Rui Barbosa em Ibitinga/SP, o chafariz foi instalado em 1917 – Depois.
Fonte: https://media-cdn.tripadvisor.com/media/photo-s/09/be/6b/62/praca-rui-barbosa.jpg.
82
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
O que temos hoje como procedimento foi resultado de uma combinação de teorias e
experiências com intervenções que ocorreram ao longo dos séculos passados, somando
ainda a experiência de outros países que envolvia o conceito de Eugene Viollet-le-Duc em
alcançar a obra completa, mesmo que para isso fossem necessárias várias substituições,
o conceito e teoria de John Ruskin e William Morris defendendo o prolongamento da
vida do edifício com manutenções periódicas e aceitando a perda de algum bem quando
findasse essa vida. Algumas experiências, por vezes, foram consideradas antiéticas, por
desprenderem-se da preocupação com a história.
Só no fim do século XIX finalmente surge uma ideologia, guiada principalmente por
Camillo Boito, que consolida a priorização da matéria original, dando valor à passagem
do tempo e à história ali incluída. Recomenda-se a mínima intervenção, e quando
necessária, deve ser distinguível das peças originais, para que não haja a confusão no
momento de reconhecer o original da substituição.
Já adentrando o século XX, mais um nome é destacado, Alois Riegl, que oferece meios
inovadores, envolve meios normativos e elabora análises sobre o papel dos monumentos
na sociedade. Ele tende a se distanciar das ideias anteriores considerando apenas a
história artística do monumento, mas leva em conta tudo o que o monumento causa,
como é recebido e percebido pelos observadores e usuários. Considerava ainda que as
propostas de leis a respeito dos meios de restauração deveriam ser baseadas no respeito
ao valor do monumento, respeitando todos os seus significados e avaliando de acordo
com cada situação.
83
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Fonte: https://passeiosnatoscana.com/wp-content/uploads/2016/09/10830536_830398107023306_509
2243084352084559_o.jpg.
Os textos escritos nos anos de 1940 ainda têm relevância no campo da restauração,
influenciando inclusive a Carta de Veneza em 1964. Somado a eles, houveram estudos
paralelos nos temas que tinham alguma convergência, ampliando os meios de crítica
e aprofundamento no tema. A restauração é uma metodologia de trabalho complexa e
multidisciplinar, mesmo que a ação seja executada por uma única pessoa.
DA restauração deve ser um trabalho objetivo, com metas e planos, que serão alcançados
após uma longa e complexa pesquisa e reflexão teórica. Assim, a restauração deve seguir
princípios gerais, norteando e permitindo uma metodologia condizente com cada obra
e sem se desvirtuar da história e filosofia da arte.
Com as novas teorias que surgiram, o alargamento do que define bem cultural e
histórico aumentou também os problemas que surgiram para realizar as ações de
restauração, colocando novas questões teóricas, técnicas, práticas e éticas que deverão
ser enfrentadas. Esses fatores acabam assumindo proporções além do considerável, pois
abordam as pressões econômicas, as políticas e as de uso, que não podem ser deixadas
de lado durante o processo, mas que levam a um afastamento do foco central que é o
cultural-histórico, que motiva primeiramente a preservação do patrimônio. As visões
diferenciadas sobre o patrimônio devem coexistir e não serem consideradas únicas e
separadamente fatores decisivos.
Não se trata de conservar tudo o que existe nas cidades, muito menos, demolir. O
que deve haver é um equilíbrio baseado nas obras que carregam um real significado
histórico, memorial, artístico e simbólico. Serão escolhas voluntárias e involuntárias
que determinarão o que será preservado ou não, o que é interessante para estudo e
tutela das várias fases humanas. As decisões extremas, para o lado do tudo ou do nada,
seriam negligentes. Essas escolhas não são realizadas baseadas em opiniões pessoais
ou gosto, mas formuladas por equipes multidisciplinares, que devem ser sustentadas
pelo conhecimento sociológico, histórico, artístico, arquitetônico, estético, científico e
jamais pode ser arbitrário.
85
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
estrutural), mas deve-se sempre ter o cuidado dessa integração não surgir como
eliminação ou substituição da documentação já existente.
Figura 79. Restauração mal sucedida da obra em afresco Ecce Homo de Borja, em 2012.
Fonte: https://static01.nyt.com/images/2012/08/24/world/europe/24christ-span/24christ-span-jumbo.jpg.
86
CAPÍTULO 3
Planejamento para projetos de restauro
87
UNIDADE IV │ O PROJETO DE RESTAURAÇÃO
Os projetos devem observar os códigos, leis, normas nas esferas municipais, estaduais
e federais, envolvendo todo o assunto pertinente. Devem ainda adotar a prescrição
mais exigente das três esferas, independente da hierarquia, mas havendo qualquer
divergência ou incompatibilidade deve-se seguir as exigências do âmbito federal.
Ainda são consideradas todas as Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT) e disposições referentes às pessoas portadoras de deficiência física, seguindo a
lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000, a arqueologia e meio ambiente. Nos projetos
de sinalização, deverão ser observadas as orientações elaboradas pelo Departamento
Nacional de Trânsito (DENATRAN), pela Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR)
e ainda pelo Iphan. Os manuais complementares desenvolvidos pelo Iphan, que servem
de complemento para as pesquisas são:
88
O PROJETO DE RESTAURAÇÃO │ UNIDADE IV
Elaborar um projeto completo envolve uma série de atividades preliminares que estão
relacionadas a identificação e reconhecimento geral do bem, avaliando primeiramente as
condições existentes do bem para assegurar a eficácia do projeto. O seu desenvolvimento
é realizado em etapas para que o acompanhamento, avaliação e orientação pelos órgãos
responsáveis sejam realizados de forma eficiente.
»» diagnóstico;
89
ARQUEOLOGIA UNIDADE V
CAPÍTULO 1
Histórico da arqueologia
Arqueologia geralmente é relacionada a uma atividade que busca soluções para grandes
enigmas do passado, envolve a resolução de grandes mistérios da humanidade, o elo
perdido, as pirâmides, Stonehenge, Machu Picchu, entre outros.
Fonte: https://img.ibxk.com.br/2015/10/09/09121614020236.jpg?w=1040.
90
ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Fonte: https://dob5zu6vfhpfk.cloudfront.net/images/2015/03/13085304/Machu-Picchu-xlarge.jpg.
O arqueólogo é visto ainda como um caçador de tesouros, tendo como guia, para o geral
da população, os filmes de aventura.
Fonte: https://blogaodofredao.files.wordpress.com/2017/03/arqueologia.jpg/.
Estudar o passado é uma forma de reunir a história e entender um pouco mais sobre o
caminho da humanidade. Essa sede de conhecimento é originária de questões religiosas,
afetivas ou filosóficas sendo algo natural do ser humano.
A arqueologia não é apenas um ramo auxiliar nem chega a ser uma técnica para
investigação de vestígios, mas é considerada uma disciplina científica que tem seus
91
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
O arqueólogo desenvolve seu trabalho em torno dos questionamentos que ele levanta
a respeito do grupo humano que elege, relacionando alimentação, espaço, arte, rituais,
ou qualquer outro aspecto que julgue interessante. Esses aspectos encontram-se em
objetos materiais, que podem ir de um fragmento de uma louça a uma edificação
completa, e cabe ao profissional ligar as peças do quebra-cabeças a fim de decifrar a
história por detrás daqueles objetos.
Acredita-se muitas vezes que a etapa da escavação é apenas uma parte da pesquisa,
contudo ela é o meio principal pelo qual são coletadas as evidências que serão objeto da
investigação da história. E a preocupação principal durante essa fase é a sua realização
com o devido e adequado controle que, quando não realizado, impede a seriedade
de toda a pesquisa. A função principal da arqueologia não é entender o passado para
explicar o presente, mas entender o passado pelo passado.
92
ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
93
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Fonte: http://s2.glbimg.com/fKwU6bP1My33AFDNbJg0cF2fC-Q=/1200x630/filters:max_age(3600)/s03.video.glbi
mg.com/deo/vi/94/31/5083194.
Ainda durante a década de 1960, nos Estados Unidos o movimento da Nova Arqueologia,
também entendida como Arqueologia Processual, identifica que as pesquisas não
poderiam se basear apenas em descrever objetos e afirmava que era possível e necessário
abordar aspectos mais profundos sobre a adaptação do ser humano ao ambiente ao
longo do tempo. Era necessário elaborar hipóteses e aplicar teorias e métodos durante
um estudo, inserindo a metodologia científica nos trabalhos. Neste momento passa-
se a utilizar recursos diversos, como estatísticos, para trazer confiabilidade aos dados
coletados. Pesquisava-se, a partir daí, a procedência da matéria prima, como foram
obtidas, as variações, o seu contexto, reunindo o ‘porquê’ ao invés do ‘quando’.
94
ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Arqueologia histórica
95
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
96
CAPÍTULO 2
Arqueologia de restauração
Com a Arqueologia Pós Processualista define-se que a edificação seja estudada como um
artefato sendo considerado o todo como o objeto de estudo, e não apenas como o local
onde estarão os monumentos. A edificação, dessa forma, passa a ter vida e significado.
A importância de conhecer a história do edifício vai além de uma questão cultural, ela
envolve a necessidade de entender todo o processo evolutivo de materiais e possessos
construtivos utilizados desde o início da construção, para auxiliar os caminhos que serão
tomados pelos profissionais que irão realizar o processo de restauração do monumento.
97
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Para um bem cultural ser reconhecido e tombado pelo poder público, será avaliado
todo o seu valor histórico, arqueológico, artístico, cultural, sociológico, paisagístico e
quando reconhecido, recebera todas as ações necessárias para sua preservação a fim
de cumprir o seu papel na história contada sobre a construção do país. Todas essas
ações de restauração e/ou conservação dos bens culturais deve ter como objetivo a
recuperação da história desse bem.
98
CAPÍTULO 3
Arqueologia nos projetos de
restauração
No Brasil, as restaurações executadas pelo Iphan têm como principal objetivo utilizar
o processo interdisciplinar para desenvolver os processos de restauração e resgate dos
bens que serão restaurados. Essa base foi utilizada durante vários projetos do órgão,
como nas missões jesuíticas no sul dos país, no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, em
pesquisas das fortificações do nordeste, entre outros.
Fonte: https://euqueroeviajar.files.wordpress.com/2011/01/0.jpg.
Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/wp-content/uploads/Paco21.jpg.
99
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Podem ser citados dois tipos de modelos nos quais são divididas as pesquisas
arqueológicas dentro do projeto de restauração. O primeiro modelo, o mais usual e
tradicional, é representado no esquema:
Nessa forma de se conduzir a pesquisa arqueológica, não há relação entre uma e outra.
A arqueologia responde às questões de forma pragmática, ligada apenas às demandas
exigidas pelo projeto de restauração, sendo assim o trabalho arqueológico dependente
das necessidades do trabalho arquitetônico. Caracteriza-se por preencher as lacunas
que existem sobre o bem a ser restaurado, com a produção de dado imediato, não
buscando um aprofundamento na história que o bem conta.
100
ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Não se deve permitir a existência de achismos durante um processo como este, pois
cada interferência pode acarretar riscos ou danos para um monumento, logo, toda
opção e alteração deve ser controlada e baseada nos parâmetros definidos e rígidos de
preservação.
A arqueologia é deve ser incluída nas diferentes atividades de preservação, mesmo nos
casos de projetos já em andamento, sendo utilizada nos projetos de restauração, de
Conservação e outros em andamento.
Os projetos de restauração são aqueles cuja intervenção envolve todas as etapas, desde
o estudo até a fase de reocupação, incluindo ainda a fase de projeto, definição de uso e
execução da obra em si. As intervenções são de médio e grande porte e desenvolvem um
estudo de conhecimento mais aprofundado do bem a ser restaurado. Nessa situação a
arqueologia atua em todas as etapas.
101
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Por fim, os projetos em andamento, são aqueles que tiveram início antes das aplicações
dos manuais para conservação e devem ser analisados por uma equipe especializada
composta por arqueólogos e demais técnicos, organizados pelo Iphan, a depender do tipo
específico de intervenção. A equipe analisa a fase da intervenção e aplica a necessidade
de pesquisa arqueológica, bem como define os demais procedimentos necessários para
a conclusão da intervenção.
102
CAPÍTULO 4
Etapas da arqueologia
As ações da arqueologia nos projetos de restauração são divididas em três etapas, que
são realizadas sucessivamente:
Figura 88. Vestígios que podem ser incorporados ao projeto de restauração da Igreja de São Lourenço dos Índios
em Niterói/RJ.
Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTThIrIx0xaxNyrGoYixWkMX3HrAViwve2gv4_Xe2O__qmEtc04.
103
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Figura 89. Vestígios de calçamento do século XIX encontrados na instalação do VLT no Rio de Janeiro.
Os bens tombados pelo poder público, no Brasil, deve ser analisado pelo arqueólogo do
Iphan, responsável por dar o aval de consentimento para continuação da intervenção.
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Figura 90. Georadar sendo utilizado nas prospecções da Igreja de Nosso Senhor do Bonfim.
Fonte: https://www.researchgate.net/profile/Scott_Allen16/publication/318110390/figure/fig4/AS:512022569394176@149908710
1450/Figura-4-Levantamentos-geofisicos-no-Largo-da-Igreja-Nosso-Senhor-do-Bonfim-Imagens-do.png com adaptações.
Pode ser executada antes ou durante da realização das obras civis do processo de
restauração, desde que esteja de acordo em promover o andamento do trabalho sem
intercorrências. Esta etapa é facultativa, sendo determinada sua necessidade pela
Avaliação do Potencial Arqueológico. Quando determinado que não há necessidade da
realização desta etapa, passa-se diretamente para a etapa III. Quando decidido que as
pesquisas devem continuar, segue-se as duas fases:
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Ao final de todo o trabalho, deve ser apresentado o relatório final e, quando houver
necessidade e seja determinado pela equipe de restauração, devem ser apresentados
relatórios parciais.
As áreas que sofrerem intervenção de escavação, não poderão ser preenchidas até que o
uso seja confirmado dentro do projeto de uso do bem, na próxima etapa.
Essa última etapa ocorre ao final das obras e depende das decisões da equipe de
restauração em incorporar, ou não, os vestígios encontrados pela pesquisa arqueológica.
Esses vestígios, muitas vezes, são expostos transformando-se em um museu-sítio
arqueológico. A avaliação é realizada pelo arqueólogo coordenador e pela equipe de
restauração, restando duas situações:
»» agenciamento;
»» museografia;
»» iluminação;
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
»» manual de conservação;
»» educação patrimonial.
Figura 91. Agenciamento do Museu-Sítio Arqueológico na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta/ES.
Figura 92. Agenciamento do Sítio Arqueológico na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta/ES.
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Fonte: https://www.radiopax.com/wp-content/uploads/2017/08/Outeiro.jpg.
108
CAPÍTULO 5
Projeto de pesquisa arqueológica
Para realizar qualquer projeto de pesquisa científica, deve-se seguir as etapas que são
determinadas pelo processo de metodologia científica. Nesse procedimento também
são encaixadas as pesquisas arqueológicas.
Nos projetos de arqueologia histórica há algumas informações básicas que devemos ser
respeitardas e devem constar no documento:
Os projetos que são apresentados pelos arqueólogos coordenadores deverão seguir uma
estrutura básica composta por:
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111
CAPÍTULO 6
Procedimentos mínimos
Os dados devem sempre ser analisados em conjunto (pisos, paredes, fundações) para
que não haja a produção de dados inconclusivos ou com risco de não serem verdadeiros.
Figura 94. Degrau abaixo da porta na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta/ES.
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Então, quando esse tipo de descoberta não afetar nas pesquisas ou sua localização não
afetar nas obras civis, os vestígios deverão ser expostos, registrados e descritos e, logo
após, recobertos. A remoção desses esqueletos humanos é aconselhada nas situações
que:
Figura 97. Esqueletos encontrados nas escavações da Igreja de São Lourenço dos Índios, Niterói/RJ.
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Figura 98. Esqueletos encontrados nas escavações da Igreja de Nossa Senhora da Assunção, Anchieta/ES.
Alguns procedimentos de escavação dentro e fora das edificações, devem ser avaliados
pelo arqueólogo coordenador, associado com a equipe de restauração, seguindo os
procedimentos padrões de acordo com cada área abordada:
Pisos
a. devem ser realizados registros anteriormente às escavações em forma de
croqui, com as medidas de paginação, níveis, tipos de materiais etc., e ser
registrados em fotos;
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Fundações
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Paredes
Durante os trabalhos de prospecção das paredes, deve-se levar em conta a perda que
possa ser provocada durante a remoção do revestimento, devendo ser realizados com
a máxima atenção e cuidado. Nos revestimentos externos, o cuidado é em expor as
paredes sem proteção às ações do tempo, sem a proteção de reboco, podendo sofrer
danos irreparáveis à estrutura.
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CAPÍTULO 7
Relatórios das pesquisas
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Quando houver necessidade de continuação das pesquisas, o relatório final deve conter:
Procedimentos burocráticos
Para o desenvolvimento dos projetos de restauração e conservação, há o manual
para os projetos concebidos ou não pelo Iphan. Sendo assim, alguns procedimentos
burocráticos devem ser seguidos dentro das superintendências regionais:
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Consulta Prévia
Superintendente
Divisão Técnica
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Projeto
Superintendente
Divisão técnica
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CAPÍTULO 8
Regulamentação
Artigo 4o - Toda pessoa, natural ou jurídica que, na data da publicação desta lei, já estiver
procedendo, para fins econômicos ou outros, à exploração de jazidas arqueológicas ou
pré-históricas, deverá comunicar à Diretoria do Patrimônio Histórico Nacional, dentro
de sessenta (60) dias, sob pena de multa de Cr$ 10.000,00 a Cr$ 50.000,00 (dez mil
a cinquenta mil cruzeiros), o exercício dessa atividade, para efeito de exame, registro,
fiscalização e salvaguarda do interesse da ciência.
CAPÍTULO II
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Artigo 11 - Desde que as escavações e estudos devam ser realizados em terreno que
não pertence ao requerente, deverá ser anexado ao seu pedido o consentimento escrito
do proprietário do terreno ou de quem esteja em uso e gozo desse direito.
b) sejam suspensos os trabalhos de campo por prazo superior a doze (12) meses, salvo
motivo de força maior, devidamente comprovado;
CAPÍTULO III
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
história em terrenos de propriedade particular, com exceção das áreas muradas que
envolvem construções domiciliares. Parágrafo Único - A falta de acordo amigável com
o proprietário da área onde situa-se a jazida, será está declarada de utilidade pública e
autorizada a sua ocupação pelo período necessário à execução dos estudos, nos termos
do art. 36 do Decreto-Lei no 3.365, de 21 de junho de 1941.
CAPÍTULO IV
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
CAPÍTULO V
Parágrafo Único - O objeto apreendido, razão deste artigo, será entregue à Diretoria do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
CAPÍTULO VI
Disposições gerais
Artigo 22 - O aproveitamento econômico das jazidas, objeto desta lei, poderá ser
realizado na forma e nas condições prescritas pelo Código de Minas, uma vez concluída
a sua exploração científica, mediante parecer favorável da Diretoria do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional ou órgão oficial autorizado.
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Artigo 29 - Aos infratores desta lei serão aplicadas as sanções dos artigos 163 a 167 do
Código Penal, conforme o caso, sem prejuízo de outras penalidades cabíveis.
Artigo 30 - O Poder Executivo baixará, no prazo de 120 dias, a partir da vigência desta
lei, a regulamentação que for julgada necessária à fiel execução.
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
CAPÍTULO I
Parágrafo 2o - Equiparam-se aos bens a que se refere o presente artigo e são também
sujeitos a tombamento os monumentos naturais, bem como os sítios e paisagens que
importe conservar e proteger pela feição notável com que tenham sido dotados pela
natureza ou agenciados pela indústria humana.
2o) que adornem quaisquer veículos pertencentes a empresas estrangeiras, que façam
carreira no país;
3o) que se incluam entre os bens referidos no art. 10 da Introdução ao Código Civil, e
que continuam sujeitas à lei pessoal do proprietário;
6o) que sejam importadas por empresas estrangeiras expressamente para adorno dos
respectivos estabelecimentos.
Parágrafo único. As obras mencionadas nas alíneas 4 e 5 terão guia de licença para
livre trânsito, fornecida pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
CAPÍTULO II
DO TOMBAMENTO
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
3o) no Livro do Tombo das Belas-Artes, as coisas de arte erudita nacional ou estrangeira;
4o) no Livro do Tombo das Artes Aplicadas, as obras que se incluírem na categoria das
artes aplicadas, nacionais ou estrangeiras.
Artigo 5o - O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e aos Municípios
se fará de ofício por ordem do Diretor do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda
estiver a coisa tombada, a fim de produzir os necessários efeitos.
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
1o) O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, por seu órgão competente,
notificará o proprietário para anuir ao tombamento, dentro do prazo de quinze dias, a
contar do recebimento da notificação, ou para, se o quiser impugnar, oferecer dentro do
mesmo prazo as razões de sua impugnação;
2o) no caso de não haver impugnação dentro do prazo assinado, que é fatal, o diretor
do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional mandará por simples despacho
que se proceda à inscrição da coisa no competente Livro do Tombo;
3o) se a impugnação for oferecida dentro do prazo assinado, far-se-á vista da mesma,
dentro de outros quinze dias fatais, ao órgão de que houver emanado a iniciativa do
tombamento, a fim de sustenta-la. Em seguida, independentemente de custas, será
o processo remetido ao Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, que proferirá decisão a respeito, dentro do prazo de sessenta dias, a
contar do seu recebimento. Dessa decisão não caberá recurso.
Artigo 10 - O tombamento dos bens, a que se refere o art. 6 desta lei, será considerado
provisório ou definitivo, conforme esteja o respectivo processo iniciado pela notificação
ou concluído pela inscrição dos referidos bens no competente Livro do Tombo. Parágrafo
único. Para todos os efeitos, salvo a disposição do art. 13 desta lei, o tombamento
provisório se equiparará ao definitivo.
CAPÍTULO III
Artigo 11 - As coisas tombadas, que pertençam à União, aos Estados ou aos Municípios,
inalienáveis por natureza, só poderão ser transferidas de uma à outra das referidas
entidades. Parágrafo único. Feita a transferência, dela deve o adquirente dar imediato
conhecimento ao Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Parágrafo 1o - No caso de transferência de propriedade dos bens de que trata este artigo,
deverá o adquirente, dentro do prazo de trinta dias, sob pena de multa de dez por cento
131
UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
sobre o respectivo valor, fazê-la constar do registro, ainda que se trate de transmissão
judicial ou causa mortis.
Artigo 14 - A coisa tombada não poderá sair do país, senão por curto prazo, sem
transferência de domínio e para fim de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho
Consultivo do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Artigo 15 - Tentada, a não ser no caso previsto no artigo anterior, a exportação, para
fora do país, da coisa tombada, será esta sequestrada pela União ou pelo Estado em que
se encontrar.
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
impeça ou reduza a visibilidade, nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser
mandada destruir a obra ou retirar o objeto, impondo-se neste caso multa de cinquenta
por cento do valor do mesmo objeto.
Artigo 19 - O proprietário de coisa tombada, que não dispuser de recursos para proceder
às obras de conservação e reparação que a mesma requerer, levará ao conhecimento do
Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional a necessidade das mencionadas
obras, sob pena de multa correspondendo ao dobro da importância em que for avaliado
o dano sofrido pela mesma coisa.
Artigo 21 - Os atentados cometidos contra os bens de que trata o art. 1o desta lei são
equiparados aos cometidos contra o patrimônio nacional.
CAPÍTULO IV
Do direito de preferência
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
notificar os titulares do direito de preferência a usá-lo, dentro de trinta dias, sob pena
de perdê-lo.
Parágrafo 4o - Nenhuma venda judicial de bens tombados se poderá realizar sem que,
previamente, os titulares do direito de preferência sejam disso notificados judicialmente,
não podendo os editais de praça ser expedidos, sob pena de nulidade, antes de feita a
notificação.
CAPÍTULO V
Disposições gerais
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
Artigo 28 - Nenhum objeto de natureza idêntica à dos referidos no art. 26 desta lei
poderá ser posto à venda pelos comerciantes ou agentes de leilões, sem que tenha sido
previamente autenticado pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, ou
por perito em que o mesmo se louvar, sob pena de multa de cinquenta por cento sobre
o valor atribuído ao objeto.
Parágrafo único - Só terão prioridade sobre o privilégio a que se refere este artigo os
créditos inscritos no registro competente antes do tombamento da coisa pelo Serviço do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
III - relação, quando for o caso, dos sítios a serem pesquisados com indicação exata de
sua localização;
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ARQUEOLOGIA │ UNIDADE V
VII - indicação, se for o caso, da instituição científica que apoiará o projeto com a
respectiva declaração de endosso institucional.
Artigo 8o - A não apresentação dos relatórios técnicos por período igual ou superior
a doze meses consecutivos acarretará o cancelamento da permissão e da autorização,
ficando o pesquisador impedido de prosseguir nos trabalhos de campo e a área liberada
para novos projetos.
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UNIDADE V │ ARQUEOLOGIA
Artigo 11o - Os relatórios técnicos devem ser redigidos em língua portuguesa e entregue
à SPHAN acompanhados das seguintes informações:
III - planta (s) e fotos pormenorizadas do sítio arqueológico com indicação dos locais
afetados pelas pesquisas e dos testemunhos deixados no local;
VI – planta (s) com indicação dos locais onde se pretende o prosseguimento das
pesquisas em novas etapas;
138
Referências
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