Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO.............................................................................................................................................................................................. 7
UNIDADE I
CONHECIMENTO DAS ESPÉCIES VEGETAIS............................................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
A CLASSIFICAÇÃO BIOLÓGICA E AS REGRAS DE NOMENCLATURA BOTÂNICA..................................................................... 9
CAPÍTULO 2
MORFOLOGIA VEGETAL..................................................................................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 3
FISIOLOGIA VEGETAL........................................................................................................................................................................................ 64
UNIDADE II
AS CATEGORIAS DE ESPÉCIES VEGETAIS UTILIZADAS NO PAISAGISMO E SUAS CARACTERÍSTICAS...................................... 81
CAPÍTULO 1
ÁRVORES E PALMEIRAS.................................................................................................................................................................................... 81
CAPÍTULO 2
ARBUSTOS E TREPADEIRAS........................................................................................................................................................................... 89
CAPÍTULO 3
HERBÁCEAS........................................................................................................................................................................................................... 96
UNIDADE III
AS NECESSIDADES BÁSICAS DE CULTIVO E REPRODUÇÃO VEGETAL.................................................................................................... 100
CAPÍTULO 1
AS NECESSIDADES BÁSICAS DE CULTIVO EM PLANTAS TERRESTRES E AQUÁTICAS.................................................... 100
CAPÍTULO 2
AS TÉCNICAS DE MULTIPLICAÇÃO NAS PLANTAS (PLANTIO POR SEMENTES E PROPAGAÇÃO
VEGETATIVA)........................................................................................................................................................................................................ 107
CAPÍTULO 3
MANUTENÇÃO DAS PLANTAS CULTIVADAS.......................................................................................................................................... 114
UNIDADE IV
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS COM ESPÉCIES VEGETAIS............................................................................................................................... 117
CAPÍTULO 1
HORTAS RESIDENCIAIS................................................................................................................................................................................... 117
CAPÍTULO 2
PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS (PANCS)............................................................................................................ 124
CAPÍTULO 3
PLANTAS PARA INFRAESTRUTURA VERDE (FITORREMEDIAÇÃO, FITOTECNOLOGIA)..................................................... 130
REFERÊNCIAS....................................................................................................................................................................................... 139
APRESENTAÇÃO
Caro aluno
Conselho Editorial
4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO
DE ESTUDOS E PESQUISA
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto
antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente
para o autor conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma
pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em
seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas
experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida
para a construção de suas conclusões.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam
para a síntese/conclusão do assunto abordado.
5
Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/
conclusões sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo,
facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
6
INTRODUÇÃO
Quando um projeto começa a ser desenvolvido, muitas questões devem ser levadas
em consideração, tais como: luminosidade, temperatura, direção dos ventos,
características do substrato e escolha das plantas que mais se adaptam às condições
ambientais. Para que essa escolha seja realizada da forma mais correta, é de grande
importância que o profissional tenha conhecimentos sobre morfologia vegetal,
fisiologia vegetal e taxonomia (classificação e nomenclatura dos vegetais).
Objetivos
Para que possamos, como profissionais da área do paisagismo, compreender a
complexidade das plantas; as suas necessidades básicas; a capacidade de ajuste às
condições ambientais; as suas diferentes formas de propagação; a manutenção
da fitossanidade; e a enorme gama de espécies que podem ser utilizadas em
projetos paisagísticos diversos, torna-se de extrema importância atingir os
seguintes objetivos:
8
CONHECIMENTO DAS
ESPÉCIES VEGETAIS UNIDADE I
CAPÍTULO 1
A classificação biológica e as regras de
nomenclatura botânica
9
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Os sistemas artificiais
10
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Theophrastus._Line_engraving._Wellcome_V0005785.jpg.
11
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Campos e Santos (2015) explicam que essa doutrina, descrita na obra de Jacok
Böhme e Paracelso, propunha que todas as coisas carregavam um signo, o
qual revelava determinadas “qualidades invisíveis”, como uma assinatura de
Deus. No caso das plantas, acreditava-se que seria possível, por meio dessa
assinatura, identificar determinada parte específica destinada à cura. Essa
crença, no entanto, trazia com ela inúmeros riscos, pois muitas plantas,
cujas propriedades seriam “teoricamente” benéficas aos seres humanos, eram
altamente tóxicas e poderiam levá-los à morte.
12
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 3. Ilustração de raiz da planta mandrágora, cujo formato lembra o corpo humano.
Fonte: https://pixabay.com/pt/mandr%C3%A1gora-planta-raiz-personagem-1692332/.
13
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
O uso do latim tem grandes vantagens do ponto de vista científico, pois permite
identificar uma espécie em qualquer lugar do mundo, proporcionando maior
facilidade de troca de informações entre os pesquisadores, diante da infinidade
de nomes vulgares existentes. Chama-se de nome vulgar o termo regional
utilizado para designar um exemplar de ser vivo (ex.: mandioca). No Brasil, assim
como em outros países, uma mesma planta pode apresentar diferentes nomes
vulgares. A mandioca, dada como exemplo, dependendo da região brasileira,
pode ser conhecida também como aipim ou macaxeira. O uso do nome científico
(Manihot utilissima) evita qualquer confusão.
14
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
As classificações naturais
Apesar da enorme importância dos trabalhos de Lineu para a nomenclatura
e classificação biológica durante todo o século XVIII, ele era adepto de uma
corrente científica denominada Fixismo, pois não acreditava na evolução das
espécies, mas sim que estas permaneciam completamente inalteradas após a sua
criação.
15
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
A partir das décadas de 1980 e 1990, passou a ser utilizada também nos estudos da
botânica, quando os botânicos perceberam que esta representava uma revolução
nos modelos tradicionais de classificação. Dessa forma, sistemas clássicos
de classificação botânica, sem uso da cladística, passaram a ser chamados de
gradistas (como os sistemas de Engler e de Cronquist, muito difundidos até o
final do século XX); e os métodos modernos filogenéticos foram chamados de
cladistas.
16
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
O grupo das briófitas é o mais simples dentro do Reino Vegetal, dado que essas
plantas não apresentam determinadas estruturas vegetativas e reprodutivas
encontradas comumente em outros vegetais. Apesar de possuírem embrião em
seu ciclo de vida, não têm tecidos condutores de seiva. Se considerarmos o caráter
ausente como condição ancestral e presente como condição derivada, estão em
posição mais ancestral no cladograma do que plantas com tecidos condutores,
como samambaias, pinheiros e carvalhos. A presença de tecidos condutores,
bem como sementes, flores e frutos, representa a chamada condição derivada
(Figura 4).
Figura 4. Cladogramas que mostram as relações evolutivas entre diferentes grupos de plantas do Reino Vegetal.
17
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 5. Planta Fritilaria meleagris (Liliaceae) – Código de barras de seu DNA na lateral esquerda da imagem. Nessa
representação, cada uma das quatro bases nitrogenadas presentes na molécula de DNA possui uma coloração.
18
CAPÍTULO 2
Morfologia vegetal
Fonte: https://socientifica.com.br/estes-incriveis-animais-podem-fazer-fotossintese/.
19
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/colecao-de-folhas-tropicais_1145951.htm.
20
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/984889d2-aa91-48c1-b659-bc2558f92c05.
Figura 10. Sansevieria trifasciata (Asparagaceae), conhecida como espada-de-santa-bárbara. Detalhe das folhas que não
possuem pecíolo.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/b3bfdd53-c50b-49d7-aa57-018b450b89f0.
21
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
A base das folhas de algumas plantas pode, ainda, apresentar pequenas ou grandes
expansões, denominadas estípulas. Tanto as estípulas como as bainhas têm a
função de proteger os botões germinativos do caule (Figura 11).
Figura 11. Ramo de Hibiscus rosa-sinensis (Malvaceae) – Detalhe das estípulas foliares.
22
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 12. Ramo que mostra a filotaxia alterna em Bauhinia variegata (Fabaceae), conhecida como pata-de-vaca.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/2c04699a-ceb4-4c1a-898e-c622b2f2854f.
Na filotaxia alterna dística, as folhas estão inseridas no caule, uma por nó, porém
são distribuídas no mesmo plano. Na alterna espiralada, por sua vez, as folhas se
distribuem em planos diferentes, formando um espiral.
Figura 13. Ramo de Psidium guajava (Myrtaceae) – Goiabeira com filotaxia oposta.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/2ca7a34a-f520-4027-91ed-e26f0466bb85.
23
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 14. Tibouchina granulosa (Melastomataceae) – Conhecida como quaresmeira-roxa. Notar os ramos com filotaxia
oposta cruzada.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/c77eb40b-62f2-4f22-838c-be1017edde24.
Figura 15. Folhas com filotaxia verticilada na planta Nerium oleander (Apocynaceae) – Espirradeira.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/3bb2e80b-4255-40e0-81bd-36a0213e7795.
24
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/d6faace8-f6c3-43af-b6e2-bee64ed09ce0.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/8e64557f-d88b-41d3-8c5b-fd1459cde70f.
25
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/c87ec509-481a-4a45-983c-0141f54e051f.
Tanto a parte superior quanto inferior são revestidas por epiderme (tecido de
revestimento), a qual tem por finalidade proteger a folha de choques mecânicos,
permitir a ocorrência de trocas gasosas, bem como controlar a perda de água por
evaporação. Entre a epiderme superior e a inferior, encontra-se o parênquima
clorofiliano (tecido de assimilação da folha). Do lado superior, as células desse
tecido se dispõem lado a lado e são alongadas, formando o chamado parênquima
assimilador do tipo paliçádico. Do lado inferior, está o parênquima
assimilador do tipo lacunoso, composto por células sem formato definido,
as quais são delimitadas por grandes lacunas. Tanto nas células do parênquima
paliçádico como no lacunoso, encontramos numerosos cloroplastos. Tal fato
comprova que esse tecido é associado ao processo da fotossíntese. Encontramos,
ainda, em meio às duas epidermes, tecidos vasculares e tecidos de sustentação.
26
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/spathiphyllum-l%C3%ADrio-da-paz-branco-4260803/.
27
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
28
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/14ed5bb2-db47-4b0e-9697-b889e7e98264.
Os caules aéreos são aqueles que se desenvolvem acima do nível do solo. Podemos
classificar os caules aéreos em: haste, tronco, estipe e colmo.
Haste é um termo utilizado para designar caules não lenhosos, de pequeno calibre,
encontrados em plantas herbáceas, como em hortelã, melissa, trapoeraba, zebrina,
rabo-de-gato, fitônia, pileia, dentre outras (GONÇALVES; LORENZI, 2007).
29
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/8b15d18a-7b59-40b8-86fb-7497df65f24e.
Estipe é um caule que também pode se desenvolver muito, atingir vários metros
de altura e tornar-se bastante resistente, mas, em geral, não se ramifica. Em seu
ápice, há presença de um tufo de folhas que a ele se prende diretamente. É o caso
típico das palmeiras, como a carnaúba do Nordeste brasileiro; o açaí; o jerivá,
dentre outras de importância ornamental. Nesses caules, a única ramificação que
aparece é quando a planta floresce (Figura 24).
Figura 24. Palmeiras-imperiais encontradas no Jardim Botânico do Rio de Janeiro – Caules aéreos do tipo estipe.
30
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 25. Caules do tipo colmo oco do bambu (Bambusa spp., Poaceae).
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=15650&picture=bambu.
Apesar desses quatro tipos serem comuns na natureza, sabemos que muitos
caules não se enquadram em nenhum deles. É o caso de plantas cujo caule não
é suficientemente forte para sustentar o peso das folhas. Exemplo desse caso
é o das trepadeiras, como o filodendro, o maracujá, as peperômias, a jiboia,
que apresentam caules volúveis. Estas, por apresentarem certa irritabilidade no
caule, ao entrarem em contato com um suporte, nele se enrolam, crescendo ao
seu redor com movimento em espiral (Figura 26).
Figura 26. Caule volúvel da planta popularmente conhecida como jiboia (Epipremnum pinnatum, Araceae) – Trepadeira
comum utilizada no paisagismo. Repare como a planta cresce verticalmente apoiada no suporte.
31
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Além dos caules prostrados, outro caso interessante é o dos caules do tipo
estolão. Nesse tipo de caule, a planta, ao crescer, desenvolve eixos caulinares
que rastejam à superfície do solo e que, de espaço em espaço, apresentam gemas.
Onde as gemas estiverem, pode ocorrer a formação de raízes e folhas ou de
uma planta inteira. Exemplo clássico é o morangueiro, mas plantas ornamentais
também possuem estolões, a exemplo do clerodendro-perfumado (Clerodendron
fragrans, Lamiaceae).
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/frutas-morangos-folha-comer-jardim-3232282/.
32
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 28. Gengibre-vermelho (Hedychium coccineum, Zingiberaceae) – Planta herbácea, rizomatosa. Foto tirada no Parque
Burle Marx, em São Paulo.
Figura 29. Moreia (Dietes bicolor, Iridaceae) – Planta herbácea bulbosa muito ornamental.
33
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 30. Rhipsalis baccifera (Cactaceae) – Cactácea encontrada em plena Mata Atlântica. Não apresenta folhas e seus
caules modificados são verdes e realizam a fotossíntese.
34
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
35
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Nos caules de plantas como palmeiras, orquídeas, bromélias, milho, entre outras,
verificamos que a estrutura interna do caule é um pouco diferente: os feixes
vasculares aparecem dispersos em meio ao tecido fundamental. Desse modo, não
há possibilidade de diferenciarmos nitidamente o córtex da medula.
As raízes são órgãos vegetativos, cujas funções básicas são: fixar as plantas
ao seu substrato e absorver água/elementos minerais do solo. Outras funções
associadas às raízes são conduzir água, elementos minerais e compostos
orgânicos; armazenar substâncias de reserva; e realizar trocas gasosas. Quando
comparamos as raízes aos caules, verificamos que, apesar de diferenças em
sua estrutura, ambos possuem tecidos embrionários em suas extremidades,
responsáveis pelo crescimento da planta em extensão.
Figura 32. Briófitas sobre o solo – Trilha do Parque Estadual de Campos do Jordão.
36
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Você já parou para pensar quantas partes têm a raiz de uma planta?
37
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 33. Partes formadoras de uma raiz (Observar a região dos tricomas radiculares).
Raiz lateral
Pelos radiculares
Bainha de mucilagem
Coifa
38
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
De acordo com a sua origem, as raízes podem ser classificadas como primárias,
secundárias ou adventícias.
Fonte: https://www.pxfuel.com/es/free-photo-qnjsq.
39
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Nesse tipo de sistema, nenhuma raiz é mais proeminente do que outra, o que
dá a aparência de cabeleira. É o tipo comum de sistema radicular encontrado
nas plantas “angiospermas” do grupo das monocotiledôneas, que também será
estudado mais adiante em nosso curso. Ex.: alho-porró e cebolinha.
Figura 35. Sistema radicular fasciculado ou em cabeleira do alho-porró (Allium ampeloprasum var. porrum, Alliaceae).
40
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=118440&picture=raiz-de-beterraba.
Figura 37. Raízes aéreas do tipo tabular encontradas em figueiras da Mata Atlântica.
41
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 38. Plantas que se fixam por meio de suas raízes grampiformes.
Fonte: https://pxhere.com/es/photo/965279.
Fonte: https://sv.wikipedia.org/wiki/Philodendron_bipinnatifidum#/media/Fil:Bark1.JPG.
42
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 40. Orquídea epífita Vanda sp. com suas raízes aéreas.
43
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://pixabay.com/es/photos/enredados-amarbel-2777693/.
44
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
aeração das células da raiz. Na Figura 42, podemos observar numerosos grãos de
amido (substância de reserva energética) nas células do tecido cortical.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/27a893b1-8f05-45de-b8dc-91545d59c764.
A terceira camada interna da raiz é formada pelo chamado cilindro central, o qual
consiste nos tecidos vasculares presentes na raiz (xilema e floema) e em uma ou
mais camadas de células não associadas ao transporte de seiva – o periciclo. Este
fica em contato com a endoderme.
A parte mais interna do cilindro central (Figura 43) é ocupada pelo xilema primário
(tecido condutor de água e sais minerais da planta), o qual se distribui e forma
estrutura em formato de estrela. Entre os braços do xilema, forma-se um outro
45
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 43. Corte transversal de uma raiz que apresenta as diferentes camadas de tecidos. Observar que há células coradas
em vermelho no centro da imagem: são do xilema.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/760ebfb8-df44-4e40-bee2-bf68d8743d39.
Fonte: http://qual-significado.blogspot.com/2018/12/partes-da-flor.html.
46
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 45. Flor de Chimaphila maculata – Estrutura: 5 pétalas, 10 estames que formam o androceu e o gineceu central,
esverdeado. Ao lado, um botão.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/4d3aeee6-dafc-4d4e-9ec8-d2359ea4fe95.
Segundo Raven, Evert e Eichhorn (2014), a maior parte das flores apresenta tanto
estruturas masculinas como femininas (monoclinas), mas há nomenclaturas
47
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 46. Flores monoclinas de lírio com androceu e gineceu. Observe os verticilos estéreis que constituem um perigônio,
formado por seis tépalas.
O cálice e a corola são considerados acessórios, pois não tomam parte direta na
reprodução. Entretanto, também desempenham, cada qual, funções importantes
na flor, por exemplo, as pétalas atuam na atração de agentes polinizadores, isto
é, auxiliam na atração de animais que possam transportar os grãos de pólen
da estrutura masculina de uma flor para a estrutura feminina de outra flor.
Por essa razão, geralmente, as pétalas podem apresentar variados padrões de
coloração, que as tornam atrativas aos animais, sejam insetos ou aves (Figura 47).
48
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 47. Flores de azaleia (Rhododendron simsii, Ericaceae). Essa espécie é formada por flores coloridas, com tonalidades
róseas, vermelhas e arroxeadas.
Por outro lado, é muito importante esclarecer que nem sempre as flores possuem
corola tão colorida ou chamativa no aspecto visual. Há inúmeras flores cujas
pétalas são pequenas, pouco coloridas ou esbranquiçadas.
Aí você pode perguntar: essas plantas não possuem agentes polinizadores para
auxiliar na reprodução? Sim, possuem. No entanto, a atratividade ocorre por
meio de outras estratégias, como odor marcante; abundância de néctar ou
presença de pólen comestível (Figura 48).
49
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
As sépalas, por sua vez, que constituem o cálice, podem ser verdes ou
coloridas e envolvem as outras partes florais. Há situações, porém, nas quais
as sépalas tornam-se vivamente coloridas, exercendo a função de atratividade
desempenhada geralmente pelas pétalas. É o caso encontrado na planta chamada
de esporinha.
Figura 49. Primavera (Bounganvillea spectabilis Wild.). Observe as pequeninas flores de coloração creme envoltas por
brácteas vivamente coloridas e atrativas aos polinizadores.
50
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Não restam dúvidas de que as plantas com flores exercem enorme importância
no paisagismo, seja na decoração de festas e no preparo de arranjos com flores de
corte; seja no cultivo de plantas em vasos e na montagem de jardins residenciais
em condomínios. Suas cores, seus perfumes e sua variedade de formatos e
tamanhos proporcionam uso em diferentes projetos.
Lira Filho (2002) afirma que, no mundo criado pelo homem, as chamadas
paisagens construídas, a presença das cores é constante, assim como na natureza
encontramos imensa diversidade de padrões. Segundo o autor, a utilização
adequada das cores, seja em paisagismo, pintura, desenho, arquitetura, cinema
ou demais manifestações artísticas, é um precioso dom que deve ser explorado
em benefício de quem usufrui das obras de arte, dentre elas os jardins. As
flores, com suas belas formas e padrões de coloração, são elementos que
contribuem para a beleza e delicadeza de projetos paisagísticos.
Qualquer uma das partes florais pode faltar ou ser bastante reduzida. Também
pode ocorrer de os elementos da flor permanecerem unidos uns aos outros, até
mesmo quando são diferentes. Por exemplo, as sépalas podem estar fundidas,
como na flor de Hibiscus rosa-sinensis; ou os estames podem estar fundidos à
corola, como nas flores férteis do girassol.
Figura 50. Flor em corte e verticilos férteis: androceu, com numerosos estamos, e gineceu, formado por um carpelo. Observe
o detalhe do ovário na base do carpelo.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Prunus_longitudinal_half_cut_flower_ovary_style_stamens_hypanthium.svg.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/c8af209a-593d-4c51-a85a-e95a0f688a62.
Figura 52. Corte transversal do ovário de abóbora – Cucurbita pepo (Cucurbitaceae): óvulos no interior dos lóculos.
Fonte: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Cucurbita_pepo_%22zapallo_de_Angola%22_semiller%C3%ADa_La_Paulita_-_flor_
femenina_(AM10)_ovario,_corte_transversal,_etiquetas_(septos_%C3%B3vulos_exocarpio_mesocarpio_endocarpio).jpg.
52
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: http://morfologiataxonomiavegetal.blogspot.com/2015/08/flor-tipos-de-placentacao-do-ovario.html.
É muito importante destacar que, para que a reprodução das plantas aconteça,
é necessária a ocorrência da polinização das flores e posterior fecundação dos
óvulos presentes no interior do ovário. O que significa a palavra “polinização”?
53
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 54. Flores de orquídea com as pétalas modificadas (labelos). Note que apresentam formato e coloração diferenciados
para a atração de agentes polinizadores.
54
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/22f68eff-5126-4525-82e1-1a4c6b8e1b78.
Muitas plantas que reúnem suas flores em inflorescências são importantes para
o paisagismo, além do girassol, da margarida e do crisântemo. Interessante
exemplo é o das hortênsias, as quais possuem inflorescências reunidas em
umbelas compostas (Figura 56).
55
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 56. Inflorescências de hortênsia (Hydrangea macrophylla, Hydrangeaceae) – Inflorescências compactas, com flores
estéreis brancas, róseas ou azuis. A variação nos padrões de coloração das flores está associada ao pH do solo. Note a
beleza das folhagens.
Fonte: https://www.pikist.com/free-photo-syttv/pt.
56
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 58. Pseudofruto do caju, cujo fruto verdadeiro é a castanha. A parte carnosa é originada do pedúnculo floral
desenvolvido.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/caju-frutas-maduro-porca-%C3%A1rvore-633918/.
Fruta, por sua vez, segundo Lorenzi et al. (2006), é o nome dado aos frutos e
pseudofrutos consumidos in natura pela espécie humana, no seu todo ou em parte
(casca, polpa ou semente), ainda que possam, eventualmente, ser consumidos
após algum tipo de preparo. Dessa forma, abóbora e azeitona são frutos, porém,
na botânica, não são popularmente chamadas de frutas, porque precisam ser
consumidas após algum tipo de preparo.
O único grupo de plantas que apresenta frutos é o das angiospermas, cujo nome
vem do grego angeion = urna, vaso, e sperma = semente. Significa “sementes
inseridas em uma urna”.
57
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Os frutos podem apresentar em seu interior uma ou mais sementes, e, quando são
ingeridos, contribuem para a sua dispersão na natureza. Com isso, auxiliam na
propagação e na distribuição geográfica das variadas espécies de angiospermas.
Em muitas espécies, os frutos são extremamente leves e apresentam expansões
em forma de asas (frutos alados), que permitem seu transporte pelo vento,
a exemplo dos frutos da tipuana (Tipuana tipu, Fabaceae), tão utilizada no
paisagismo urbano (Figura 59).
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=74675&picture=arvores-tipuana-folhas-verdes-e-semente.
58
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/maracuj%C3%A1-videira-verde-359494/.
59
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Em muitos frutos, uma ou mais camadas do pericarpo mantêm alto teor de água
durante o processo de amadurecimento. Dessa forma, são denominados frutos
carnosos. No entanto, aqueles que secam durante a maturação são chamados
de frutos secos, os quais podem ser classificados em frutos secos deiscentes e
frutos secos indeiscentes.
Segundo Nabors (2012), os frutos secos deiscentes são aqueles que se abrem
quando amadurecem, e os indeiscentes permanecem fechados no período de
maturação. Quando um fruto deiscente amadurece e se abre, as sementes se
dispersam com o fruto ainda preso à planta-mãe, a exemplo dos ipês, das carobas,
da pata-de-vaca (Figura 61) e da leucena, muito encontrados em ruas, praças
e parques das zonas urbanas. Tais frutos, ao se abrirem presos à planta-mãe,
podem apresentar diferentes tipos de semente: algumas aladas (transportadas
pelo vento); outras achatadas e comestíveis para animais.
Figura 61. Frutos do tipo legume deiscente da pata-de-vaca (Bauhinia variegata, Fabaceae).
Fonte: http://www.cnip.org.br/banco_img/Pata%20de%20Vaca/bauhiniaforficata3.html.
60
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Lorenzi et al. (2006) afirmam que muitas plantas frutíferas podem ser cultivadas
em sítios, chácaras, quintais, áreas externas e até em pequenos espaços
residenciais, em vasos ou canteiros. Segundo os autores, a utilização de frutíferas
no paisagismo ainda é considerada tímida, com uso de poucas espécies (em
particular mirtáceas), porém uma possível justificativa para tal fato possa ser a
dificuldade de obter exemplares de frutíferas adultas nativas, como a grumixama
(Eugenia brasiliensis Lam., Myrtaceae) e a bacupari (Garcinia brasiliensis Mart.,
Clusiaceae), todas de grande beleza e valor ornamental (Figura 62).
61
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://www.arvores.brasil.nom.br/new/bacupari/index.htm.
62
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/pitangueira-pitanga-fruta-natureza-2499130/.
63
CAPÍTULO 3
Fisiologia vegetal
64
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Fonte: https://brainly.com.br/tarefa/27573360.
65
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Tanto nas raízes como nas partes aéreas das plantas, água e nutrientes podem ser
transportados pela via apoplasto e pela via simplasto (Figura 65). O apoplasto
é a via pela qual a solução vinda do solo se difunde pelas paredes celulares e pelo
espaço intercelular sem nunca atravessar as membranas e entrar nas células; o
simplasto, por sua vez, caracteriza-se pelo deslocamento da solução célula a
célula, por meio de conexões entre os protoplastos denominadas plasmodesmos
(KERBAUY, 2004).
Figura 65. Representação das vias apoplasto e simplasto para transporte de água e solutos no interior das raízes. A) via
apoplasto; B) via simplasto; e C) via conhecida como transcelular, a qual ocorre de célula a célula, por meio das membranas
plasmáticas e do tonoplasto – Membrana do vacúolo.
Epiderme
A. Apoplástico
B. Simplástico
Endoderme
Estria de Caspary
Pelo radicular Periciclo
C. Transcelular
Córtex
Elementos traqueais
66
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 66. Fenômeno da gutação nas folhas da espécie Alchemilla vulgaris (Rosaceae).
67
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Parece difícil acreditar que a água e os solutos consigam chegar às folhas nessas
árvores enormes, mas os fisiologistas vegetais encontraram uma explicação,
baseada em três características da molécula de água: a adesão, a coesão e a tensão.
Segundo Nabors (2012), a adesão pode ser definida como a atração entre
diferentes tipos de moléculas, como a existente entre as moléculas de água e as
moléculas constituintes das paredes celulares das plantas. Essa adesão permite
que a água seja transportada, no interior do xilema, como uma coluna que não
se rompe; a coesão é explicada como a atração que existe entre um mesmo tipo
de molécula. A molécula de água possui o que chamamos de polaridade, com
uma extremidade negativa e outra positiva. Essa polaridade faz com que uma
molécula atraia a outra, com força intensa, o que ajuda a sustentar a coluna de
água no transporte pelo xilema.
De acordo com estudos e evidências científicas, quando a água sai das folhas
na transpiração, essa quantidade de água perdida é imediatamente reposta
pela água vinda das células adjacentes (vizinhas). Estas, por sua vez, ganham
água de outras até que essa cadeia alcance o sistema vascular e exerça tensão
dentro das células do xilema. Segundo Raven, Evert e Eichhorn (2014), a
coesão entre as moléculas de água transmite essa tensão do caule até as raízes.
Como a água sai pelas folhas e é puxada das raízes, o potencial hídrico nas
raízes diminui muito e permite a entrada de mais água vinda do solo. Essa
explicação ficou conhecida como teoria da tensão e coesão ou teoria da
tensão-adesão-coesão.
No interior dos órgãos vegetativos das plantas vasculares (folhas, caules e raízes),
além do xilema, também está presente outro tecido condutor de seiva, a saber,
o floema. O floema está localizado na área mais externa do cilindro vascular
e suas células não contêm lignina, têm protoplasma vivo, não têm núcleo
nem membrana envolvendo o vacúolo de suco celular. Para a manutenção do
protoplasma, há uma íntima ligação das células do floema com as chamadas
células companheiras (KERBAUY, 2004).
As células companheiras são bem diferentes das células do floema, pois possuem
muitas organelas e um sistema de comunicação que permite a troca de substâncias
com o floema – os plasmodesmos. As células companheiras são capazes de
sintetizar diversos compostos, como o ATP (Adenosina Trifosfato, molécula rica
em energia), e os transfere para os elementos de tubo crivado (Figura 69).
Placa crivada
Elementos de
tubo crivado
Células companheiras
Fibras
Proteína P
69
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
70
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 70. Tricomas tectores presentes nas folhas da begônia cruz-de-ferro (Begonia masoniana Irmsch. ex Ziesenh.
Begoniaceae).
71
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Figura 71. Fragmento do tronco de árvore – Grossa camada de tecidos de revestimento. A camada mais externa é
formada por tecido morto, o súber, constituído de células mortas, as quais são impregnadas com suberina, um composto
impermeabilizante.
Fonte: https://pixabay.com/pt/%C3%A1rvore-tronco-natureza-ambiente-576145/.
Dessa forma, muitas plantas são extremamente bem adaptadas à vida no ambiente
terrestre, mas, mesmo assim, ainda sofrem com o processo contínuo de perda
de água sob a forma de vapor, especialmente pela superfície das folhas. Esse
processo recebe o nome de transpiração.
72
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 72. Variações na abertura estomática em plantas de fava (Vicia faba, Fabaceae).
73
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Raven, Evert e Eichhorn (2014) também alertam para a questão das correntes
de ar (ventos) incidentes sobre as folhas. Os ventos deslocam o vapor de água
presente na superfície das folhas, acelerando a evaporação e, em dias quentes,
podem contribuir para o aumento das taxas de transpiração.
Fitorreguladores do crescimento e
desenvolvimento vegetais
Os fitorreguladores são substâncias orgânicas produzidas pelas plantas em
diferentes órgãos, as quais são associadas a diversas funções, tais como: crescimento
da planta; alongamento celular; germinação de sementes; floração; frutificação;
amadurecimento de frutos; queda de folhas e flores; resposta à luz e outros
74
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
» dominância apical; e
75
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
caulinares nos diferentes ramos. O transporte polar das auxinas faz com que
sua concentração seja maior quanto mais próximo da gema apical.
Figura 73. A poda de árvores e arbustos é prática comum aos jardineiros. Tem como finalidade inibir o efeito da dominância
apical sobre as gemas laterais do caule e promover a ramificação da planta.
Fonte: https://pixabay.com/pt/jardineiro-paisagista-jardineiro-409147/.
O processo da fotossíntese
A vida na Terra depende da energia proveniente do Sol, pois a distribuição das
diferentes formas de vida é reflexo da disponibilidade da luz e da intensidade da
radiação luminosa que atinge determinadas regiões do planeta.
76
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
O Sol representa a fonte básica de energia que chega à Terra. Segundo Braga
et al. (2005), é considerado um gigantesco reator de fusão nuclear, cujo diâmetro
é 110 vezes maior do que o da Terra (aproximadamente). A energia solar chega
ao topo da atmosfera terrestre de forma contínua durante todo o ano (Constante
Solar) e o valor dessa energia é muito elevado. Contudo, a passagem pelas várias
camadas da atmosfera ocasiona sua atenuação e possibilita que ela atinja a
superfície terrestre sem prejudicar os seres vivos.
77
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
Fonte: https://www.biologianet.com/biologia-celular/celula-vegetal.htm.
78
Conhecimento Das Espécies Vegetais | Unidade i
Figura 75. Representação didática do fluxo de elétrons que ocorre durante a fotoquímica e a síntese de ATP.
79
Unidade i | Conhecimento Das Espécies Vegetais
É muito comum que os alunos que iniciam os seus estudos sobre a fotossíntese
pensem ser a glicose o principal produto da etapa bioquímica. No entanto,
pouca glicose livre é produzida. A maior parte dos carboidratos produzida
ao final dessa etapa é constituída de sacarose e amido. A sacarose é um
carboidrato classificado como dissacarídeo, formada por molécula de glicose
+ frutose. Já o amido é um carboidrato complexo, classificado no grupo dos
polissacarídeos. Cada molécula de amido é formada pela união de várias
moléculas de glicose.
O amido é estocado nas folhas na forma de grãos. Assim, poderá ser quebrado e
convertido em glicose quando a planta necessitar de energia.
80
AS CATEGORIAS DE
ESPÉCIES VEGETAIS
UTILIZADAS NO UNIDADE II
PAISAGISMO E SUAS
CARACTERÍSTICAS
CAPÍTULO 1
Árvores e palmeiras
Salviati (1993) afirma que essa forma de organização do projeto facilita muito
a estruturação plástica e o ordenamento da paisagem. Na etapa de escolha das
espécies, o profissional levará em consideração aspectos como: tipo de solo,
umidade, iluminação, ciclos anuais de florescimento e frutificação, suscetibilidade
ou resistência a doenças e animais invasores. Além disso, deve ter profundo
conhecimento das espécies vegetais e de suas características.
Menezes et al. (2015) afirmam que a seleção das espécies de porte arbóreo é um
desafio para os profissionais do paisagismo e que o sucesso dos projetos depende
da escolha adequada, tanto nas paisagens urbanas como rurais. Na atualidade,
81
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
» Proporcionar sombreamento.
82
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
características, como cores das flores; época de floração; e troncos de belo porte e
coloração, de modo que o ambiente seja dinâmico e possa sofrer transformações ao
longo do ano.
Figura 76. Ilustração da largura mínima exigida para o plantio de árvores em zonas urbanas.
83
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Gengo e Henkes (2013) afirmam que as calçadas verdes são instrumentos eficazes,
dentro da infraestrutura urbana, as quais, além do aspecto estético, ainda são
capazes de proporcionar melhor aproveitamento da água das chuvas, aumentando
a sua infiltração no solo e atenuando riscos de alagamentos. Além desse grande
benefício, as calçadas verdes ainda contribuem para o sequestro de carbono,
reduzindo o calor dentro das áreas urbanas.
Machado (2018) ainda recomenda que árvores com raízes superficiais (raízes
aéreas) não sejam plantadas próximas a casas ou calçadas devido aos riscos
associados à estrutura e pavimentação, como é o caso das figueiras (Ficus spp.)
(Figura 77).
Fonte: http://www.jcuberaba.com.br/estilodevida/casaedecoracao/2651/proteja-a-calcada-de-danos-causados-por-raizes-de-arvores/.
Lira Filho (2002) explica que as cores das plantas ornamentais são muito
importantes em um jardim, pois constroem um “clima psicológico”,
proporcionando movimentos que mudam ao longo do dia; no decorrer das
estações do ano; e em diferentes fases do ciclo de vida das plantas, com grande
variação de cores a ser explorada pelos paisagistas. Nas paisagens tropicais
brasileiras, a tonalidade amarela das cássias e dos ipês contrasta com o violeta
das quaresmeiras em períodos de floração dessas espécies.
84
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
Rossetti, Pellegrino e Tavares (2010) destacam que o plantio de árvores nas áreas
urbanas traz consigo a dificuldade de compatibilidade com outros equipamentos,
como fiações elétricas, postes de iluminação, sistema de águas pluviais e outras
construções, com riscos de plantio em locais totalmente inadequados. Por essas
razões, é importante que a escolha seja realizada de forma responsável e pertinente.
85
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/quaresmeira-quaresmeira-roxa-836873/.
86
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
Figura 80. Palmeiras jerivás numa das alamedas do Jardim Botânico de São Paulo.
87
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Fonte: http://www.oficinadaspalmeiras.com.br/html/ofpdetprod.asp?p=18.
Uma das grandes vantagens das palmeiras, segundo Machado (2018), é que não
requerem cuidados especiais, somente a retirada de folhas secas ou ramos de
inflorescências velhas ou mortas.
Sodré (2005) afirma que, de forma geral, as flores das palmeiras não se destacam
sob o ponto de vista ornamental, pois são pequenas e discretamente coloridas.
De forma geral, as flores apresentam tonalidades branca, creme ou amarela,
com algumas exceções, a exemplo das palmeiras pertencentes ao gênero
Archontophoenix, conhecida como seafórtia, cujas flores apresentam tonalidade
lilás bastante decorativa (Figura 82).
Fonte: http://www.oficinadaspalmeiras.com.br/html/ofpdetprod.asp?p=71.
88
CAPÍTULO 2
Arbustos e trepadeiras
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/2cfd69b7-1713-49f0-8438-21ebf8a26e4a.
89
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
90
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
Figura 85. Exemplares de Lavandula dentata L., Lamiaceae – Touceira em jardim residencial.
91
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/ac521a2c-14cf-4a81-a345-f0a659d3d536.
Bellé (2013) afirma que as trepadeiras podem ser utilizadas no paisagismo para
muitas finalidades, dentre elas:
92
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
» Na ornamentação de pergolados.
Salviati (1993) alerta para o fato de que as trepadeiras podem ter seus próprios
dispositivos de fixação ao suporte, com folhas e caules modificados que podem
se enrolar em apoio próximo e nele encontrar fixação para seu crescimento
(gavinhas). Esse tipo de trepadeira pode ser usado para cobrir muros e só precisa
de uma superfície para subir. São as trepadeiras sarmentosas, a exemplo da
hera (Figura 87), da unha-de-gato, dentre outras, as quais apresentam raízes
especializadas na fixação, denominadas raízes grampiformes.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/29e19cc2-5abf-478f-a86d-04f436816e85.
93
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Figura 88. Hoya carnosa, Apocynaceae, conhecida como flor-de-cera (detalhe da inflorescência).
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flor-de-cera-jardim-flor-natureza-1058460/.
As trepadeiras escandentes, por sua vez, precisam ser educadas com amarrilhos
para subirem em alguma estrutura. Servem para se apoiar em arcos, pergolados,
telhados e treliças, mas lembre-se de que é preciso amarrar para que a planta suba.
Ex.: primavera (Bounganvillea spectabilis, Nyctaginaceae) e brinco-de-princesa
(Fuchsia hybrida Hort. ex Siebert & Voss, Onagraceae). Esta última tem exemplares
que podem chegar a 2 m de altura e flores pendentes, cultivadas a pleno sol
(Figura 89). Tais flores, segundo Lorenzi e Souza (2008), são muito visitadas por
beija-flores.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/fúcsia-botão-de-flor-flor-planta-785274/.
94
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/d835fcd7-5648-4552-9401-1fc0f4e6f2cc.
95
CAPÍTULO 3
Herbáceas
Bellé (2013) afirma que as floríferas anuais podem ser consideradas como
forrações quando utilizadas para proporcionar colorido ao jardim, na forma de
96
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
canteiros, porém seu uso deve ser em menor quantidade do que as que possuem
bela folhagem, dado que o custo de manutenção é maior para garantir que as
plantas permaneçam bonitas, mesmo no período pós-floração. Muitas precisam
ser substituídas a cada estação.
97
Unidade ii | As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/f549ba32-b674-467d-9b53-cf2946e38924.
98
As Categorias De Espécies Vegetais Utilizadas No Paisagismo E Suas Características | Unidade ii
99
AS NECESSIDADES
BÁSICAS DE CULTIVO
E REPRODUÇÃO UNIDADE III
VEGETAL
CAPÍTULO 1
As necessidades básicas de cultivo em
plantas terrestres e aquáticas
Tupiassú (2008) afirma que, no primeiro momento, deve ser realizada a análise
do solo a olho nu, levando-se em consideração a sua aparência. Segundo
100
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
Solos humíferos, segundo Machado (2018), são aqueles que possuem mais de
10% de húmus, isto é, são compostos por material orgânico em decomposição, o
que resulta em maior fertilidade. Quanto maior a quantidade de húmus no solo,
maior a sua capacidade de retenção de água e melhor a sua estrutura física. Solos
arenosos, por sua vez, são aqueles que contêm mais de 70% de areia; são mais
pobres em nutrientes minerais, menos estruturados e retêm pouca água devido
ao espaçamento entre as partículas. Os solos argilosos possuem mais de 30% de
argila e apresentam grande capacidade de retenção de água, sendo também mais
férteis. No entanto, solos argilosos tendem a ser mais duros e mais compactados
com o passar do tempo (Figura 94).
101
Unidade iii | As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal
De acordo com Niemeyer (2019), a maioria das plantas ornamentais tem faixa
de tolerância de pH do solo entre 6,0 e 6,5 (ligeiramente ácido). O autor cita
exemplos com suas respectivas preferências em relação ao pH:
» para solos alcalinos (pH acima de 7,5): buxo (Buxos sempervireus), cravo
(Dianthus cariophyllus), gerânio (Pelargonium sp.), lírio (Lilium sp),
petúnia (Petunia sp.), pinheiros, sálvias (Salvia splendens).
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/minhoca-solo-sujeira-macro-686592/.
102
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
Por quê?
103
Unidade iii | As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal
Figura 96. Bromélias crescendo como epífitas em tronco de árvore, em seu habitat natural.
Figura 97. Leiras de compostagem no pátio da Prefeitura Regional da Lapa, em São Paulo.
104
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
Taiz et al. (2017) explicam que a luz é fundamental para a fotossíntese, mas que
seu excesso pode ser muito prejudicial. Plantas que vivem em locais com excesso
de luz geralmente apresentam adaptações anatômicas capazes de diminuir a
absorção em 60%.
106
CAPÍTULO 2
As técnicas de multiplicação nas
plantas (plantio por sementes e
propagação vegetativa)
Para que uma planta seja multiplicada por sementes, antes de mais nada,
ela precisa ter a capacidade de produzi-las (somente as gimnospermas e
angiospermas produzem sementes e são, por essa razão, classificadas como
espermatófitas). Outra questão importante: para que haja a produção de
sementes, é imprescindível que a planta tenha gerado elementos de reprodução
sexuada; tenha sido polinizada e fecundada.
O que é a semente?
107
Unidade iii | As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal
Muitos produtores optam por fazer um banco de sementes (por exemplo, banco
com sementes de plantas nativas e posterior produção de mudas). As sementeiras
podem conter, por exemplo, areia grossa lavada, vermiculita ou terra vegetal.
Como o embrião está envolto por reserva nutritiva, não há necessidade de um
solo rico e adubado para a germinação, pois a própria reserva supre o embrião até
que as folhas nasçam, desenvolvam-se e possam realizar a fotossíntese (Figura
98).
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/germinação-rebento-sementes-crescer-5473511/.
» estaquia;
108
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
» divisão de touceiras;
» enxertia;
A propagação vegetativa também pode ser realizada a partir de uma folha inteira,
separada em partes, a exemplo da espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata
var. laurentii, Ruscaceae). Cada parcela é enterrada para que possa formar raízes
adventícias.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/sedum-rubrotinctum-sedum-planta-2763593/.
110
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
Fonte: https://www.publicdomainpictures.net/pt/view-image.php?image=98975&picture=strelitzia-na-calcada.
111
Unidade iii | As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal
Peil (2003) afirma que, para que o resultado da enxertia seja satisfatório, deve
haver afinidade entre o “enxerto” (Figura 103) e o “porta-enxerto”, tanto
em aspectos morfológicos como fisiológicos, especialmente em relação à
constituição dos tecidos, pois os vasos condutores das duas plantas precisam
ter diâmetros semelhantes e em igual número. Além disso, sob o ponto de vista
da fisiologia, é também muito importante haver semelhanças na composição
da seiva. Em seu artigo, a autora descreve que a enxertia em hortaliças (em
especial das famílias Solanaceae e Cucurbitaceae), apesar de exigir mão de obra
qualificada, tem como finalidade obter maior resistência a doenças do solo.
Desse modo, é adequada àquelas culturas com elevado valor de mercado.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/enxerto-godello-vinha-tensão-parra-2707830/.
112
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
A multiplicação de uma planta pode ainda ser realizada por meio de órgãos de
reserva subterrâneos, tais como rizomas, tubérculos e bulbos, os quais podem
ser divididos e depois replantados até surgirem brotos.
Leal e Biondi (2007), as quais trabalharam com propagação vegetativa por rizomas
de Gloxinia sylvatica (H. B. & K.) Wiehler (Gesneriaceae), explicam que esse tipo
de método de propagação proporciona lotes de plantas bastante uniformes e
produtivos quando as condições climáticas e do solo são favoráveis.
Dentre as plantas que podem ser propagadas pela divisão de rizomas, pode-se
citar o açafrão-da-terra (Curcuma longa L., Zingiberaceae), também conhecido
como cúrcuma (Figura 104), cujos rizomas amarelos são utilizados na alimentação
como condimento e corante. Também é possível citar outras plantas da mesma
família, como Hedychium coccineum Buch. Ham. Ex Sm., conhecido como
gengibre-vermelho.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/387c5b1e-3954-45bf-8cb8-a6858b255743.
113
CAPÍTULO 3
Manutenção das plantas cultivadas
114
As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal | Unidade iii
Nos jardins, estão presentes muitos seres vivos, os quais convivem harmoniosamente
com as plantas. No entanto, há situações nas quais um organismo, aparentemente
inofensivo, traz algum risco potencial devido ao acréscimo populacional acima
do esperado. Qualquer espécie pode se tornar uma “praga” quando sua população
cresce desordenadamente, mas isso não significa que essa espécie deixa de exercer
o seu papel na natureza. Por exemplo, as joaninhas (Figura 105) são insetos
que, em um jardim, exercem importante papel no controle de pulgões, vespas e
cochonilhas. Tatuzinho-bola e centopeias participam da degradação da matéria
orgânica no solo, auxiliando na sua fertilização.
Figura 105. Joaninha (Cryptolaemus montrouzieri) importante no controle biológico de pulgões, vespas e cochonilhas em
plantas.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/joaninha-macro-inseto-besouro-4108031/.
Pitta (1995) afirma que doenças são alterações decorrentes da associação entre
determinado patógeno e a planta (hospedeira), em interação com o meio
ambiente. Podem ocasionar danos à estrutura e função da planta, levando à
perda da beleza estética e redução da produtividade.
115
Unidade iii | As Necessidades Básicas de Cultivo e Reprodução Vegetal
116
IMPLANTAÇÃO DE
PROJETOS COM UNIDADE IV
ESPÉCIES VEGETAIS
CAPÍTULO 1
Hortas residenciais
Siviero et al. (2011) afirmam que a produção de alimentos sempre foi atividade
relacionada às áreas rurais, pois os centros urbanos eram associados a locais de
consumo de produtos agrícolas provenientes do campo. Atualmente, essa ideia
está se modificando, pois, a cada dia, observam-se mais quintais domésticos e
hortas urbanas produzindo alimentos dentro das áreas metropolitanas.
117
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
Millard (2016) afirma que cultivar hortas em casa é uma atividade extremamente
prazerosa, apesar de trabalhosa, pois a recompensa de ter ervas, brotos, alfaces
e flores em sua cozinha supera todas as dificuldades. No entanto, recomenda
que é muito importante compreender o motivo pelo qual se inicia o plantio de
determinado vegetal; se irá utilizá-lo no futuro; qual a sua produtividade; ou
se há chance de ter muito desperdício em sua cultura. Todos esses fatores são
importantes ao planejar uma horta caseira.
118
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
diversas recomendações para que o plantio de uma horta seja realizado com
sucesso:
119
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/flor-cal%C3%AAndula-tagetes-erecta-anual-4951488/.
120
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Millard (2016) afirma que um dos projetos mais satisfatórios que uma pessoa
que gosta de plantas pode desenvolver é a manutenção de vasos com ervas à sua
disposição. Segundo a autora, há muitas possíveis combinações, a exemplo de
orégano, tomilho e manjericão. É aconselhável cultivá-los em vasos separados,
de modo que se possa isolá-los caso alguma doença ou animal invasor os infecte.
De forma geral, há muitas ervas que se adaptam bem a espaços pequenos, desde
que fiquem em local bem iluminado. É importante, porém, evitar locais muito
quentes.
121
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
122
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
123
CAPÍTULO 2
Plantas alimentícias não convencionais
(PANCs)
Apesar de, muitas vezes, serem relatadas como plantas “daninhas”, as hortaliças
não convencionais têm mostrado grande potencial de uso em hortas residenciais.
124
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Kinupp (2007) explica que as hortaliças, de forma geral, não têm sido valorizadas
da forma que merecem: as frutas são chamativas por conta de suas cores,
doçura e suculência, mas as hortaliças são referidas como “matos”, sem sabores
característicos a elas associados. Será que as hortaliças são somente mato?
125
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
Figura 110. Stachis byzantina K. Koch (Lamiaceae) – Conhecida popularmente como peixinho-da-horta ou orelha-de-coelho.
126
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Franzen et al. (2016) citam que as flores comestíveis são matérias-primas viáveis
para alimentação humana e podem ser consumidas com outros alimentos ou
como ingredientes em variados pratos. As pétalas possuem significativo valor
nutricional, com teores recomendados de proteínas e fibras, muitos minerais,
baixo teor de lipídios e baixo valor calórico, o que permite seu consumo mesmo
por pessoas que necessitam de dietas restritivas.
127
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
128
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Figura 112. Vernonanthura phosphorica (Vell.) H.Rob, Asteraceae – Popularmente chamada de assa-peixe.
129
CAPÍTULO 3
Plantas para infraestrutura verde
(fitorremediação, fitotecnologia)
130
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
131
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
» seguridade urbana;
132
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Franco (2010) cita que a estrutura dos sistemas ambientais está sujeita a
forças externas, que afetam o equilíbrio ao qual os ecossistemas naturais estão
adaptados. Reforça a importância da resiliência, a qual pode ser definida como
a capacidade que o ecossistema possui para manter suas condições originais
após uma perturbação ambiental provocada por agentes naturais ou antrópicos.
133
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
As macrófitas aquáticas, segundo Esteves (1998), são plantas que habitam desde
brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos, sendo distribuídas em diversos
grupos, dependendo do seu hábito:
134
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Figura 113. Nymphaea sp. Nymphaeaceae – Macrófita aquática com folhas flutuantes.
135
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
Fonte: https://www.institutodeengenharia.org.br/site/events/wetlands-construidos-para-tratamento-de-esgoto/.
Fonte: https://search.creativecommons.org/photos/3f8f6cc2-2595-4a29-8b4a-108e18a9b4c6.
136
Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais | Unidade iv
Figura 116. Primeiro telhado verde, com plantas nativas da Mata Atlântica, construído no Edifício Gazeta (São Paulo).
Fonte: http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2016/posts/fevereiro/sao-paulo-ganha-primeiro-telhado-verde-com-plantas.
Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/tradescantia-pallida-vagando-jew-1509780/.
137
Unidade iv | Implantação De Projetos Com Espécies Vegetais
138
REFERÊNCIAS
AHERN, J. Green Infrastructure for Cities: The Spatial Dimension. In: NOVOTNY,
V.; BROWN, P. (orgs.). Cities of the Future – Towards Integrated Sustainable Water
Landscape Mangement, IWA Publishing, London, pp. 267-283, 2007.
BRANCO, M. C.; ALCÂNTARA, F. A. de. Hortas urbanas e periurbanas: o que nos diz a
literatura brasileira? Hortic. bras., v. 29, n. 3, pp. 421-428, 2011.
139
Referências
COSTA, C. Minhas plantas: jardinagem para todos (até quem mata cactos). São Paulo: Paralela,
275 p., 2017.
CRUZ, J. C.; PEREIRA FILHO, I. A.; ALVARENGA, R. C.; GONTIJO NETO, M. M.; VIANA,
J. H. M.; OLIVEIRA, M. F. de; MATRANGOLO, W. J. R.; ALBUQUERQUE FILHO, M. R.
de. Cultivo do Milho. 6. ed. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2010. Disponível em:
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/27037/1/Plantio.pdf. Acesso em: 8
abr. 2021.
FAO – Food and Agriculture Organization of the United Nations. Second Report on the
State of the World’s Plant Genetic Resources for Food and Agriculture. Rome, 2010.
FELIPPE, G. Venenosas: Plantas que Matam Também Curam. São Paulo: Senac, 352 p., 2009.
140
Referências
KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 452 p., 2004.
141
Referências
LEAL, L.; BIONDI, D. Propagação Vegetativa de Gloxinia sylvatica (H. B. & K.) Wiehler. Revista
Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, pp. 300-302, jul. 2007.
LORENZI, H.; BACHER, L.; LACERDA, M.; SARTORI, S. Frutas Brasileiras e Exóticas
Cultivadas (de consumo in natura). São Paulo: Instituto Plantarum, 640 p., 2006.
MACHADO, R. B. Jardinagem Profissional: técnicas para o bom cultivo da terra. São Paulo:
Editora Senac, 199 p., 2018.
MENEZES, H. E. A.; LIRA FILHO, J. A.; MENEZES, H. E. A.; LIMA. F. S. de; SILVA, L. L. Espécies
Arbustivas Selecionadas para o Paisagismo no Semiárido Paraibano. Ambiência – Revista do
Setor de Ciências Agrárias e Ambientais, v. 2, n. 1, pp. 176-195, 2015.
MILLARD. E. Horta Caseira: Cultive Ervas, Verduras e Legumes o Ano Todo. São Paulo:
Publifolha, 224 p., 2016.
142
Referências
OLIVEIRA, E. C. de. Introdução à Biologia Vegetal. 2. ed., São Paulo: EDUSP, 266 p., 2008.
OLIVEIRA, F.; AKISUE, G. Fundamentos de Farmacobotânica. São Paulo: Atheneu, 178 p.,
2005.
PEIL, R. M. A enxertia na produção de mudas de hortaliças. Ciência Rural, Santa Maria, v. 33,
n. 6, pp. 1169-1177, 2003.
RAVEN, P. H.; EVERT, R. F.; EICHHORN, S. E. Biologia Vegetal. 8. ed., Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan, 876 p., 2014.
REECE, J. B.; WASSERMAN, S. A.; URRY, L. A.; CAIN, M. L.; MINORSKY, P. V.;
JACKSON, R. B. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 1442 p., 2015.
143
Referências
SADAVA, D.; HELLER, C.; ORIANS, G. H.; PURVES, W. K.; HILLIS, D. M. Vida: A Ciência
da Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 448 p. (v. 2: Evolução, Diversidade e Ecologia), 2009.
SCACE, P. D. The floral artist’s guide. Florence: Thomson Delmar Learning, 288 p., 2001.
SCHULTES, R. E.; HOFMANN, A.; RALSCH, C. Plantas de Los Dioses: Las fuerzas mágicas
de las plantas alucinógenas. San Pedro de Los Pinos: Fondo de Cultura Económica, 2000.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Botânica Sistemática: Guia Ilustrado para Identificação das
Famílias de Fanerógamas Nativas e Exóticas no Brasil, baseado em APG III. Nova Odessa:
Instituto Plantarum, 768 p., 2012.
STUMPF, E. R. T.; BARBIERI, R. L.; FISCHER, S. Z.; HEIDEN, G.; NEITZKE, R. S. Método
para avaliação da potencialidade ornamental de flores e folhagens de corte nativas e não
convencionais. Ornamental Horticulture, v. 13, n. 2, 2007.
144
Referências
TAIZ, L.; ZEIGER, E.; MOLLER, I. M.; MURPHY A. Fisiologia e Desenvolvimento Vegetal.
6. ed., Porto Alegre: Artmed, 809 p., 2017.
VUUREN et al. Energy, land-use and greenhouse gas emissions trajectories under a green
growth paradigm. Global Environmental Change, v. 42, pp. 237-250, 2017.
Sites
Disponível em: https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Theophrastus._Line_engraving._
Wellcome_V0005785.jpg. Acesso em: 8 abr. 2021.
145
Referências
146
Referências
147
Referências
148
Referências
149