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Comercializáveis
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS.......................................................... 11
CAPÍTULO 1
DEFINIÇÕES, CONCEITOS BÁSICOS E PRINCÍPIOS DA FISIOLOGIA............................................ 11
CAPÍTULO 2
FATORES ECOLÓGICOS, FATORES LIMITANTES E SUA INFLUÊNCIA NOS ORGANISMOS
AQUÁTICOS..................................................................................................................... 15
CAPÍTULO 3
ANIMAIS MARINHOS, DE ÁGUA SALOBRA E DOCE. VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS
AQUÁTICOS..................................................................................................................... 19
UNIDADE II
TERMORREGULAÇÃO........................................................................................................................... 25
CAPÍTULO 1
EFEITOS DA VARIAÇÃO DE TEMPERATURA................................................................................. 25
CAPÍTULO 2
EXTREMOS DE TEMPERATURA - TOLERÂNCIA A TEMPERATURAS ELEVADAS, AO FRIO E
CONGELAMENTO................................................................................................................... 29
CAPÍTULO 3
ADAPTAÇÃO À TEMPERATURA EM ANIMAIS AQUÁTICOS; REGULAÇÃO DA TEMPERATURA; ANIMAIS
ENDOTÉRMICOS E ECTODÉRMICOS........................................................................................ 34
UNIDADE III
RESPIRAÇÃO........................................................................................................................................ 37
CAPÍTULO 1
RESPIRAÇÃO NA ÁGUA........................................................................................................... 37
UNIDADE IV
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA................................................................................................................... 46
CAPÍTULO 1
PADRÕES CIRCULATÓRIOS DOS VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS; TRANSPORTE DE OXIGÊNIO E
DISSOCIAÇÃO DO CARBONO NO SANGUE; ADAPTAÇÕES CARDÍACAS................................... 46
UNIDADE V
DIGESTÃO............................................................................................................................................ 53
CAPÍTULO 1
MÉTODOS DE INGESTÃO DE ALIMENTOS; DIGESTÃO E ABSORÇÃO DE ALIMENTOS; TRATO
DIGESTÓRIO........................................................................................................................... 53
CAPÍTULO 2
EXIGÊNCIA NUTRICIONAL DOS ORGANISMOS AQUÁTICOS; TAXA METABÓLICA........................ 57
UNIDADE VI
EXCREÇÃO.......................................................................................................................................... 60
CAPÍTULO 1
ÓRGÃOS EXCRETORES DOS INVERTEBRADOS E OS RINS DOS VERTEBRADOS; EXCREÇÃO DE
RESÍDUOS NITROGENADOS..................................................................................................... 60
UNIDADE VII
SISTEMA NERVOSO............................................................................................................................... 67
CAPÍTULO 1
EVOLUÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO DE VERTEBRADOS E INVERTEBRADOS..... 67
CAPÍTULO 2
SISTEMA NEUROTRANSMISSOR................................................................................................. 70
CAPÍTULO 3
PRINCIPAIS ÓRGÃOS REPRODUTIVOS; MECANISMOS E COMPORTAMENTOS REPRODUTIVOS..... 74
UNIDADE VIII
FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO.......................................................................................... 80
CAPÍTULO 1
MECANISMO DE NATAÇÃO; FLUTUABILIDADE E DENSIDADE; BEXIGA NATATÓRIA....................... 80
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 88
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Neste módulo, vamos conhecer algumas características da fisiologia dos organismos
aquáticos comercializáveis; saber mais sobre a importância necessária para
preservar a sanidade desses organismos, aumentar sua produção com qualidade e
melhor desempenho. Também, analisaremos as condições ambientais onde esses
organismos estão inseridos e sua capacidade de adaptação ao meio. Compreendendo
os mecanismos fisiológicos envolvidos nos processos de osmorregulação,
termorregulação, regulação do metabolismo interno, temperatura, respiração,
flutuação, alimentação, digestão, nutrição, excreção, sistema nervoso, sistema
endócrino e sistema circulatório. Além de, fornecer fundamentos de fisioecologia
de organismos aquáticos que possam ser úteis na produção e tecnologia desse
pescado.
O estudo também tem a intenção de conhecer o perfil das respostas fisiológicas e suas
alterações típicas do estresse na natureza, e outros fatores e fenômenos ambientais que
apresentam maior influência sobre os animais, afetando parâmetros fisiológicos de
diversos, como crescimento e reprodução.
Diante dessa realidade, desejamos que seja feita uma boa absorção do conteúdo
disponibilizado, e que o mesmo atenda às particularidades para aprendizagem de cada
um dos alunos, com a finalidade de entender, ampliar o conhecimento nessa área.
8
Objetivos
»» Compreender as funções mecânicas, físicas e bioquímicas dos
organismos aquáticos comercializáveis.
9
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MECANISMOS DE
OSMORREGULAÇÃO UNIDADE I
DE ANIMAIS
AQUÁTICOS
CAPÍTULO 1
Definições, conceitos básicos e
princípios da fisiologia
A partir do século XX, a ciência fisiológica começou a ser aplicada aos diversos
animais encontrados nos diferentes ambientes, na tentativa de entender o meio
ambiente e sua diversidade fisiológica. A Fisiologia é o estudo de “como os animais
funcionam”, ou seja, como vivem, respiram e se movimentam. Ela aborda o alimento
e alimentação, digestão, transporte de gases no sangue, circulação, respiração,
função cardíaca, músculos, sistema nervoso e movimentos excreção e função renal
etc. Essa ciência aborda um conceito de determinar quais os métodos e mecanismos
são usados como artifícios para sobrevivência dos animais.
Nenhum organismo pode existir, sem levar em conta seu ambiente, e aquele que
utiliza os recursos do ambiente deve ter capacidade de resistir às dificuldades que o
meio apresenta. Para entender o funcionamento de um animal é feito um estudo de
sua estrutura física e química (SCHMIDT-NIELSEN, 1972).
11
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
12
MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS │ UNIDADE I
Os animais evoluem tanto no meio interno quanto no meio externo. Essas relações
entre o meio interno e o meio externo representam um dos níveis hierárquicos
potenciais nos quais os animais exibem organização estrutural de seus átomos e
moléculas.
13
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
MYERS, G.S. Fresh-water fishes and East Indian zoogeography. Stan. Ich.
Bull., 1951, vol. 4, pp. 11-21.
NELSON, J.S. Fishes of the World. New Jersey: Wiley, 2006. 601p.
14
CAPÍTULO 2
Fatores ecológicos, fatores limitantes
e sua influência nos organismos
aquáticos
A água é um elemento primordial para todo ser vivo, principalmente para quem
faz dela seu habitat natural, nenhum processo metabólico ocorre sem a sua ação
direta ou indireta. Na água, encontram-se propriedades físicas e químicas, uma
variedade de nutrientes, gases dissolvidos e sais que possuem propriedades
características. Para tanto, é essencial o monitoramento de suas variáveis
ambientais para que se tenha um controle do desenvolvimento dos organismos
cultivados, devendo sempre atentar às alterações no seu ciclo biológico. A biota
aquática está exposta a um grande número de substâncias tóxicas espalhadas
no ambiente, oriundas de diversas fontes de emissão (ESTEVES, 1998).
15
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
16
MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS │ UNIDADE I
17
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
DANO
Para saber mais sobre Fatores ecológicos, fatores limitantes e sua influência nos
organismos aquáticos, acesse os seguintes links e leia os artigos:
18
CAPÍTULO 3
Animais marinhos, de água salobra
e doce. Vertebrados e invertebrados
aquáticos
Na ciência, a classificação dos seres vivos organizando-se em: Reino, Filo, Classe,
Ordem, Família, Gênero e Espécie.
19
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
20
MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS │ UNIDADE I
»» Classe Bivalves: possuem corpo protegido por uma concha com duas
valvas. São filtradores de impurezas.
21
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
Os cefalópodes possuem uma cabeça formada por olhos muito eficientes. São
considerados os mais rápidos e mais inteligentes de todos os invertebrados. Podem
medir de 2 a 3 cm de comprimento. Seus 8 tentáculos são compostos de oito ou
dez ventosas, responsáveis para capturar as presas, que podem ser projetados com
grande rapidez. Compreende cerca de 700 espécies, distribuídas em 140 gêneros e
45 famílias.
22
MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS │ UNIDADE I
A produção da aquicultura está chegando cada vez mais perto da pesca extrativa,
o crescimento se deu em países que dispõem de recursos hídricos em abundância
e clima favorável. A pesca extrativa sozinha não é capaz de suprir o fornecimento
de pescados, devido aos impactos que cada vez mais vem causando forte redução
dos estoques pesqueiros (MPA, 2013).
Segundo a FAO, até 2030 haverá 21,5kg de consumo por pessoa. Total de 1,2kg a
mais se comparado com 2016. Por região, esse consumo aumentará 2% na África,
18% na América Latina e 8% na Oceania. Esse é o cálculo do levantamento do
consumo mundial de pescados per capita.
23
UNIDADE I │ MECANISMOS DE OSMORREGULAÇÃO DE ANIMAIS AQUÁTICOS
uma alimentação mais saudável. Populações com menor poder aquisitivo, muitas
vezes, deixam de comprar produtos de maior qualidade devido seu alto custo.
A legislação brasileira aborda o pescado e os produtos da pesca e aquicultura
garantindo: a segurança dos produtos processados, a saúde do consumidor, e a
sua influência sobre a comercialização desses produtos. Protegendo a saúde dos
consumidores e assegurando práticas comerciais no comércio de alimentos.
MALABARBA, L.R.; REIS, R.E.; VARI, R.P.; LUCENA, Z.M.S.; LUCENA C.A.S. Phylogeny
and Classification of Neotropical Fishes. Edipucrs: 1998. 603 p.
NELSON, J.S. Fishes of the World. Nova Jersey: Wiley, 2006. 601p.
24
TERMORREGULAÇÃO UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Efeitos da variação de temperatura
Essa temperatura da água tem maior influência sobre a vida e os sistemas aquáticos
que qualquer outra variável tomada isoladamente, influenciando na taxa de
crescimento, distribuição e desenvolvimento dos organismos aquáticos, devido
aos efeitos que produz sobre as reações químicas, em graus e formas dependentes
de cada espécie (ANGELOCCI; VILLA NOVA, 1995).
25
UNIDADE II │ TERMORREGULAÇÃO
26
TERMORREGULAÇÃO │ UNIDADE II
27
UNIDADE II │ TERMORREGULAÇÃO
O efeito das alterações do regime térmico sobre a biota tem desenvolvido modelos de
temperatura da água. Modelos funcionais já têm exercido um papel importante nas
previsões de taxas de crescimento do salmão do Atlântico e para o desenvolvimento
de ovos de salmonídeos (ELLIOTT; HURLEY, 1998).
Cada rio possui seu perfil térmico, cada rio se comporta como uma entidade
própria. O conhecido histórico térmico associado ao regime de descargas dos
rios possibilitaria estabelecer uma curva chave de temperatura (PERCEBON et
al., 2005). A medida de temperatura da água de um rio é uma análise simples
de ser obtida e pode ser um dado importante no controle ambiental das águas
superficiais, além de ser, ela própria, uma resposta das condições do meio.
28
CAPÍTULO 2
Extremos de temperatura - tolerância
a temperaturas elevadas, ao frio e
congelamento
O aumento de temperatura causa impacto na vida dos organismos por ser um fator
abiótico importante, sendo influenciado por várias funções fisiológicas do organismo,
dentre eles a tolerância térmica, crescimento, reprodução, e a capacidade de manter
a homeostase interna. Alguns animais podem sobreviver à submersão em nitrogênio
líquido a 196º C, ou até mesmo em hélio líquido a 269° C. Porém, alguns são tão
sensíveis ao frio que morrem em temperaturas bem acima do congelamento.
29
UNIDADE II │ TERMORREGULAÇÃO
30
TERMORREGULAÇÃO │ UNIDADE II
Figura 8. Exemplo de espécie de peixe de águas frias, peixe cobra Erpetoichthys calabaricus.
31
UNIDADE II │ TERMORREGULAÇÃO
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TERMORREGULAÇÃO │ UNIDADE II
PERRY, A. L.; LOW, P. J.; ELLIS, J. R.; REYNOLDS, J. D. Climate change and
distribution shifts in marine fishes. Science, 2005, vol. 308, no 5730, pp.
1902-1905.
RANTIN F.T. Temperaturas letais do Acará Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard,
1824 – Pisces, Cichlidae). Fisiologia Animal, 1980, vol. 4, pp. 9-33.
33
CAPÍTULO 3
Adaptação à temperatura em animais
aquáticos; regulação da temperatura;
animais endotérmicos e ectodérmicos
No peixe comum, os músculos da natação são supridos por sangue da grande aorta
dorsal, que passa ao longo da coluna vertebral e emite divisões para a periferia.
No atum esse padrão é diferente. Os vasos sanguíneos que suprem os músculos
vermelhos estendem-se ao longo da lateral do peixe, embaixo da pele. Esses grandes
vasos dão origem a muitos vasos sanguíneos capilares paralelos, formam uma placa,
na qual as artérias são densamente formadas por veias, esteando-se na direção
oposta. A extremidade fria do trocador de calor se localiza na superfície do peixe e a
extremidade quente, nos músculos (MAGNUSON et al., 1979; HUEY, 1991).
35
UNIDADE II │ TERMORREGULAÇÃO
Essas exigências podem ser variáveis dentro de uma espécie, em função de sua
aclimatação ou pela adaptação aos diferentes habitats (WHEATON, 1987). Assim,
é observado que cada espécie tem seu nicho térmico ecológico como um recurso de
gama de temperaturas (MAGNUSON et al., 1979; HUEY, 1991), dentro do qual sua
população é capaz de tolerar.
BLOCK, B.A., AND CAREY, F.G. Warm brain and eye emperatures in sharks.
Comp. Pliysiol. B., 1985, vol. 156, pp. 229-236.
CAREY, F.G.; TEAL, J.M. Heat conservation in tuna fish muscle. Proc. NatL Acad.
Sei. U.S.A., 1966, vol. 56, pp. 1464-1469.
DEWAR, H.; GRAHAM, J.B.; BRILL, R.W. Studies of tropical tuna swimming
performance in a large water tunnel. Exp. Biol., 1994, vol. 192, pp. 33-44.
36
RESPIRAÇÃO UNIDADE III
CAPÍTULO 1
Respiração na água
Os organismos aquáticos muito pequenos obtêm oxigênio por difusão, por meio
das superfícies do corpo, sem precisar de quaisquer órgãos respiratórios especiais,
e na ausência de circulação sanguínea.
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UNIDADE III │ RESPIRAÇÃO
Sifão exalante
Charneira
Sifão inalante
Pé
Brânquias
Carapaça
Fluxo de água
Crustáceo Decápode
Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=zG2yvHNmuFM>. Acessado em: 21 de fevereiro de 2019
38
RESPIRAÇÃO │ UNIDADE III
O sangue, rico em gás carbônico, é trazido dos tecidos e bombeado pelo coração
até as brânquias, passa entre as lamelas respiratórias em sentido contrário à
passagem de água, possibilitando as trocas gasosas. Esse mecanismo, chamado
contracorrente, garante um suprimento de oxigênio, mesmo que os peixes vivam
em águas paradas e com pouco oxigênio dissolvido (WITHERS, 1992).
Circulação do sangue
Brânquias
Circulação
Água
O2
Brânquias CO2
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UNIDADE III │ RESPIRAÇÃO
Do mesmo modo que a lula e o polvo, existe uma difícil correlação entre a
locomoção e o fluxo de água sobre as brânquias. O polvo ventila suas brânquias
levando água para o interior da cavidade do manto e, ao jogar pelo sifão, é
impulsionado na água por propulsão a jato. O sistema ventilatório é modificado
para a locomoção, um aumento da natação leva a um aumento da demanda
por oxigênio. As brânquias de peixes e caranguejos auxiliam na regulação
osmótica, elas também possuem como função principal a respiração. O sistema
respiratório dos organismos aquáticos é complexo e cheio de detalhes. Com
atenção podemos aprender um pouco de cada aspecto e característica desse
sistema.
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RESPIRAÇÃO │ UNIDADE III
»» natureza do gás;
»» temperatura;
A área superficial de uma brânquia precisa ter tamanho suficiente para a troca de
gases adequada, ela é bem definida nos peixes. As brânquias dos peixes apresentam
as maiores áreas relativas. As trocas gasosas adequadas necessitam de alta velocidade
de fluxo de água e um contato entre a água e a brânquia.
Fluxo contracorrente
As brânquias dão proteção aos órgãos e permite, de forma igualmente importante,
que a água passe, da maneira mais eficaz possível, por meio de um sistema que faz
com que a corrente de água passe pela brânquia e o sangue no interior dela fluam
em direções oposta. Denominamos essa dinâmica de fluxo contracorrente.
41
UNIDADE III │ RESPIRAÇÃO
As brânquias dos peixes são formadas por vários arcos branquiais principais de cada
lado. Cada arco branquial constitui-se de duas fileiras de filamentos branquiais.
As extremidades desses filamentos, derivados de arcos vizinhos, forçam a água a
fluir entre os filamentos. Os filamentos possuem lamelas achatadas, densamente
enfileiradas. As trocas gasosas acontecem nessas lamelas à medida que a água flui
entre elas em uma direção, e o sangue em outra direção (SCHMIDT-NIELSEN, 1972).
A água que sai tem a maior parte de seu oxigênio retirado, proporcionando uma
tensão muito mais baixa que a do sangue que deixa a brânquia. Se as absorções
de água e sangue cruzassem na mesma direção, seria impossível, porque o sangue
poderia, no máximo, obter a tensão de oxigênio da água que flui para o exterior.
Como o bombeamento de água sobre as brânquias precisa de energia, o fluxo
contracorrente, que leva a uma maior extração de oxigênio, também diminui o
custo energético do bombeamento.
Bombeamento da água
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RESPIRAÇÃO │ UNIDADE III
Ventilação
Não são todos os peixes que respiram dessa forma. O peixe nada com a boca
parcialmente aberta, sem movimentos respiratórios visíveis e a água flui
continuamente sobre as brânquias. A ventilação forçada é feita geralmente
por grandes pelágicos, que nadam rapidamente. Muitos peixes respiram por
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UNIDADE III │ RESPIRAÇÃO
As brânquias não são utilizadas na respiração aérea por ser um órgão mole, suas
lamelas dependem da água para ficarem separadas umas das outras, além de serem
permeáveis, em contado com o ar as lamelas secam e ficam impermeáveis. Os
Dipnoicos vivem excepcionalmente em ambientes de água doce. Sua característica
é a respiração através de uma estrutura que funciona como um pulmão primitivo.
Uma estrutura altamente vascularizada e é ligada à faringe. Quando a bolsa de
ar está cheia, o oxigênio é passado para o sangue e o gás carbônico do sangue é
passado para dentro da bolsa (ROBERTS, 1975).
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RESPIRAÇÃO │ UNIDADE III
Alguns peixes conseguem fazer trocas através de uma boca com epitélio
vascularizado, outros, através do estomago, em alguns casos através do intestino.
Esses organismos se deslocam até a superfície, pegam o ar, o mantém na boca,
transferem o ar para o estômago ou para o intestino, onde ocorrem as trocas, o
ar fica ali durante um tempo para que aconteça as trocas, depois é eliminado. O
mesmo ocorre com os pulmões, o peixe vai até a superfície, abocanha o ar, joga o ar
para os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas e depois o elimina. A respiração
aérea pode ser um processo acessório e eventual, mas em algumas espécies é
obrigatória, de forma que, se esse bicho for impedido de ir até a superfície e pegar
ar ele vai morrer (SCHMIDT-NIELSEN, 1961).
Os peixes com respiração facultativa não respiram ar normalmente, mas fazem uso
da respiração aérea quando expostos a condições desfavoráveis para respiração
aquática, ou em resposta ao aumento de O 2 e da temperatura da água. Porém,
os peixes com respiração aérea obrigatória não são capazes de sobreviver com a
quantidade de O 2 obtida pela respiração aquática, sempre necessitam de O 2 aéreo
para que eles possam captar O 2 em intervalos sob todas as condições aquáticas
(SCHMIDT-NIELSEN, 1961).
<https://www.youtube.com/watch?v=zG2yvHNmuFM>.
<https://www.youtube.com/watch?v=NmSCkGKVCTs>.
<https://www.youtube.com/watch?v=bqjEfsihnbg>.
45
CIRCULAÇÃO UNIDADE IV
SANGUÍNEA
CAPÍTULO 1
Padrões circulatórios dos vertebrados e
invertebrados; transporte de oxigênio
e dissociação do carbono no sangue;
adaptações cardíacas
Quase todos os animais, exceto os que tenham uma demanda de oxigênio bastante
pequena, possuem um sistema de distribuição voltado para o movimento de um
líquido, o sangue. A principal função do sangue é o transporte de gás, mas ele tem
muitas outras funções que podem não ser imediatamente aparentes. O sangue
é bombeado por todo o corpo, junto com outras substâncias que precisam ser
transferidas mais rapidamente por difusão.
46
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA │ UNIDADE IV
47
UNIDADE IV │ CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
Alguns organismos têm seu sangue com maior afinidade pelo oxigênio
desassociando do oxigênio de forma mais lenta. O sangue de outros organismos
libera oxigênio mais facilmente, esses têm uma menor afinidade com oxigênio,
onde a hemoglobina libera o oxigênio de forma mais rápida. Nos animais de sangue
frio, uma maior temperatura é normalmente acompanhada por um aumento da
taxa metabólica e uma alta demanda de oxigênio. Portanto, a hemoglobina libera
oxigênio com mais facilidade a uma temperatura mais alta (RIGGS, 1960).
O sangue é muito afetado pelas condições dos organismos. Pois, a ligação do oxigênio
à hemoglobina é influenciada por diversos fatores. Os mais importantes são:
»» fosfatos orgânicos;
»» temperatura;
»» Ph;
»» dióxido de carbono.
48
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA │ UNIDADE IV
O coração está situado logo atrás das brânquias, protegido por uma membrana, o
pericárdio. O coração dos peixes é, muitas vezes, apresentado como um coração de
duas câmaras; sendo formado por quatro câmaras e é constituído de forma a permitir
uma circulação simples.
49
UNIDADE IV │ CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
Artérias
Capilares das
brânquias
Coração Veias
50
CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA │ UNIDADE IV
O coração dos moluscos tem posição dorsal e recebe o sangue proveniente dos
órgãos respiratórios por intermédio de veias, é composto de um ventrículo e
um número de átrios que varia com o número das brânquias. O coração é bem
desenvolvido e o batimento cardíaco é adequado para satisfazer as demandas
fisiológicas de oxigênio. Um crescente retorno venoso sanguíneo para o coração
causa um aumento tanto na amplitude como na frequência do batimento cardíaco.
O sangue de muitos moluscos contém hemocianina e alguns poucos possuem
hemoglobina.
51
UNIDADE IV │ CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA
Artérias
Hemolinfa Veias
Brânquias
52
DIGESTÃO UNIDADE V
CAPÍTULO 1
Métodos de ingestão de alimentos;
digestão e absorção de alimentos; trato
digestório
53
UNIDADE V │ DIGESTÃO
O alimento dos animais consiste de matéria orgânica, parte dele pertence a três
grupos principais: proteínas, lipídios e carboidratos. O alimento é utilizado para
combustível ou para desenvolvimento e manutenção. As grandes moléculas do
alimento são, inicialmente, degradadas em unidades mais simples; estas são, então,
absorvidas e podem ser incorporadas ou metabolizadas para fornecer energia. A
principal função da digestão é decompor as moléculas grandes e complexas presentes
no alimento para a absorção e para utilização no corpo. Essa degradação é executada
no trato digestivo com o auxílio de enzimas (STEVENS, 1988).
54
DIGESTÃO │ UNIDADE V
Herbívoro
Carnívoro
<https://www.youtube.com/watch?v=nQA3J566KF4>.
HALVER, J. E. (ed.) Fish N11tririon. New York: Academic Press, 1972. 714 pp.
<https://www.youtube.com/watch?v=rvM06DcgSLE>.
56
CAPÍTULO 2
Exigência nutricional dos organismos
aquáticos; taxa metabólica
57
UNIDADE V │ DIGESTÃO
58
DIGESTÃO │ UNIDADE V
Para saber mais sobre Exigência nutricional dos organismos aquáticos; taxa
metabólica; acesse os links e leia os artigos abaixo:
59
EXCREÇÃO UNIDADE VI
CAPÍTULO 1
Órgãos excretores dos invertebrados e
os rins dos vertebrados; excreção de
resíduos nitrogenados
Osmorregulação
A maioria dos invertebrados possui uma concentração osmótica em seus fluidos
corpóreos igual àquela da água do mar; são osmoconformadores. Do ponto de vista
osmótico, isso elimina a principal dificuldade fisiológica: não ter de enfrentar o
problema do movimento osmótico da água.
Os animais marinhos que possuem concentrações iguais à água salobra são de dois
tipos: osmoconformadores passivos e osmorreguladores ativos.
As brânquias dos crustáceos são órgãos que fazem o transporte ativo de íons. Não
há distinção entre a osmorregulação e a respiração, o mesmo órgão pode servir
para as duas funções (HADLEY, 1994).
61
UNIDADE VI │ EXCREÇÃO
por horas, junto a uma solução salina de composição iônica similar à do sangue,
quando a ureia está presente em alta concentração. Se a ureia for retirada, o
coração rapidamente para de funcionar (SCHMIDT-NIELSEN, 1961).
62
EXCREÇÃO │ UNIDADE VI
aproveitam boa parte para a síntese de novas proteínas. Nos vertebrados, outros
aminoácidos se dirigem ao fígado, passam pelo processo de decomposição e são
eliminados pelos rins. Quando os resíduos nitrogenados são eliminados afetam
diretamente a relação com as quantidades de água que supre a necessidade do
organismo, que elimina amônia; e os organismos que controlam a quantidade de
água eliminam ureia (SCHMIDT-NIELSEN, 1963).
Os rins dos peixes de água doce são compostos de glomérulos bem desenvolvidos
para filtrar a água. Nos peixes que vivem na água do mar os glomérulos são em
números menores, pois pouca água é eliminada como urina. É do tipo mesonéfrico
composto de vários túbulos renais, com uma disposição segmentar. Cada túbulo
é enrolado tanto na porção proximal como na distal, direcionado para um ducto
coletor conhecido por ducto arquinéfrico, onde se comunica pela cloaca recebendo
produtos dos sistemas digestivos e urogenital (SCHMIDT-NIELSEN, 1963).
»» manutenção de solutos;
63
UNIDADE VI │ EXCREÇÃO
O rim dos vertebrados é o órgão excretor não especializado e sua função é bem
compreendida. O vacúolo contrátil é apenas parte de uma célula, são conhecidos
alguns dados acerca de sua função. A formação do fluido excretado é um processo
de secreção ou ultrafiltração.
Uma característica da excreção dos moluscos é que o funcionamento dos dois rins
nem sempre é idêntico. Os rins realizam uma ultrafiltração inicial, na urina de ambos
64
EXCREÇÃO │ UNIDADE VI
65
UNIDADE VI │ EXCREÇÃO
Nos teleósteos os rins são formados de néfrons. Os peixes de água doce são
hipertônicos em relação ao meio e o excesso de água que penetra no organismo,
o gradiente osmótico é eliminado como urina hipotônica. Os teleósteos
marinhos passam por escassez de água por serem hipotônicos em relação ao
meio, apresentando uma taxa baixa de produção de urina, pois não conseguem
produzir urina concentrada e o excesso de sal é excretado pelas brânquias. Na
compensação da perda osmótica de água, bebem água do mar, e uma das principais
funções dos rins é excretar os íons de magnésio e sulfato encontrados nessa água
(SCHMIDT-NIELSEN, 1963).
Para saber mais sobre Órgãos excretores dos invertebrados e os rins dos
vertebrados; excreção de resíduos nitrogenados, acesse os links a seguir:
<https://www.youtube.com/watch?v=N3t8Vz8DdFE>.
<https://www.youtube.com/watch?v=aFuAtu6ySIw>.
66
SISTEMA NERVOSO UNIDADE VII
CAPÍTULO 1
Evolução e organização do sistema
nervoso de vertebrados e invertebrados
O sistema nervoso é conhecido como sistema neural, ele provoca nos animais a
capacidade de responder aos estímulos ambientais. O sistema recebe informações
dos receptores e transmite aos músculos que responde a esses estímulos. O
comportamento constitui as informações sensoriais para receber estímulos e
apresentar respostas. O sistema nervoso se divide em sistema nervoso central
(SNC), constituído pelo encéfalo e medula espinhal, e sistema nervoso periférico
(SNP), que são os neurônios.
O sistema nervoso central (SNC) é responsável pelo stress e pelo aumento dos
batimentos cardíacos e da pressão arterial. O sistema nervoso periférico (SNP)
age quando o indivíduo se encontra mais relaxado, é responsável pela redução
dos batimentos cardíacos, a dilatação dos vasos sanguíneos e a estimulação do
sistema digestivo.
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UNIDADE VII │ SISTEMA NERVOSO
68
SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
69
CAPÍTULO 2
Sistema neurotransmissor
Para animais aquáticos, não faz sentido uma diferenciação entre paladar e olfato,
pois alguns peixes têm sentidos químicos que apresentam uma intensidade,
utilizam o termo olfato para elementos à distância e paladar para materiais em
contato direto com o animal, particularmente com a boca. Contudo, os peixes
possuem quimiorreceptores sensíveis situados em todo o corpo e é natural chamar
de papilas gustativas.
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SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
A vibração dos movimentos é transmitida pela água, e essas vibrações a uma baixa
frequência são, possivelmente, percebidas pelos órgãos sensoriais na linha lateral,
ao invés das orelhas. Alguns peixes consideram a audição quando os animais têm
órgãos especialmente desenvolvidos.
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UNIDADE VII │ SISTEMA NERVOSO
Ampola de Lorenzini
Poro
Ampola de Lorenzini
Nervo
Na água doce, as linhas de corrente convergem para o peixe devido a sua menor
resistividade. Um canal funcionaria com uma alta resistência da pele e uma baixa
resistência do canal, seria necessária uma elevada concentração salina para
conservar a baixa resistência. Os peixes eletrossensíveis de água doce possuem
receptores com canais extensos o suficiente para penetrar na pele (CAHN, 1967).
3. Comunicação.
72
SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
SMITH, K.K.; KIER, W. M. Trunks, tongues, and tentacles: moving with skeletons
of muscle. Amer. Scient., 1989, vol. 77, pp. 28-35.
73
CAPÍTULO 3
Principais órgãos reprodutivos;
mecanismos e comportamentos
reprodutivos
O ciclo reprodutivo dos animais tem por características fazer com que os organismos
garantam sua prole, perpetuando sua espécie.
74
SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
Os bivalves possuem uma fecundação, na maioria das vezes externa, pode ocorrer
algumas vezes dentro da cavidade do manto. As gônadas são pares e muitas vezes
tão próximas a ponto de não se determinar limites anatômicos entre elas. A
classe apresenta ordens hermafroditas simultâneas, onde a gônada está dividida
em um ovário ventral e um testículo dorsal. Algumas ostras são hermafroditas
protândricas, mudando sua fase sexual de macho para fêmea, e de fêmea para
macho. Seus gametas são lançados na água em redor da corrente.
Alguns bivalves guardam seus ovos no interior da câmara exalante, esses ovos são
fecundados por espermas trazidos pela corrente de água respiratória ou alimentar
para o interior da cavidade do manto, o macho usa o sifão exalante como um órgão
intromitente para transferir espermatozoides diretamente para o sifão inalante da
fêmea. Alguns bivalves marinhos têm larvas véliger de vida longa e planctotróficas,
capazes de se espalharem por longas distâncias.
76
SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
77
UNIDADE VII │ SISTEMA NERVOSO
As fêmeas dos camarões geram ovos pequenos e em grande número, dos quais
nascem formas planctônicas de nado livre. As larvas dependem de água salobra
para seu adequado desenvolvimento.
As larvas nascem no estágio de zoea de vida livre, passa ainda por cerca de onze
estágios larvais em água salobra. Na primeira fase larvar não se alimentam,
consumindo nutrientes de seu saco vitelínico.
Figura 18. Quatro estágios das fases larvais dos camarões (Náuplio, Zoea, Mysis e pós-larva).
Ovo
Adulto Nauplius
Protozoea
Pós Larva
Mysis
78
SISTEMA NERVOSO │ UNIDADE VII
<https://youtu.be/iqHuTElRwmo>.
<https://www.youtube.com/watch?v=7-Bhdp0rnFk>.
<https://www.youtube.com/watch?v=_s3Om2UTQ6I>.
79
FLUTUABILIDADE
E MOVIMENTO UNIDADE VIII
NATATÓRIO
CAPÍTULO 1
Mecanismo de natação; flutuabilidade
e densidade; bexiga natatória
Quando os animais que nadam forem mais pesados que a água, parte de seu
gasto energético servirá para impedir que afundem. Se o animal tivesse a mesma
densidade que a água teria mais energia disponível para se locomover.
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FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO │ UNIDADE VIII
Muitos ossos dos organismos são formados por substâncias muito pesadas, como
sais de cálcio, carbonato ou fosfato de cálcio. O carbonato de cálcio é comum entre
os invertebrados (conchas de bivalves, caracóis, corais etc.). O fosfato de cálcio é
o componente principal dos ossos de vertebrados. Alguns organismos possuem
esqueletos formados de sílica ou de substâncias quitinosas, isoladamente ou em
combinação com o carbonato de cálcio.
O princípio da substituição de íons mais pesados por mais leves pode ser usado com o
mesmo grau de eficácia por organismos grandes.
Opérculo
Bexiga Natatória
Brânquias
81
UNIDADE VIII │ FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO
82
FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO │ UNIDADE VIII
83
UNIDADE VIII │ FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO
O gás presente na bexiga natatória ocorre sempre por difusão passiva, por meio
de uma vesícula chamada glândula de gás. Essa glândula está associada ao
sistema circulatório e captura oxigênio do sangue na bexiga, mas isso só ocorre
se a concentração de oxigênio no sangue for maior que a da bexiga. Peixes de
profundidade possuem uma quantidade de gás muito grande na bexiga, uma parte
dessa glândula tem a função de deixar a concentração de oxigênio dissolvido no
plasma maior que a do oxigênio presente na bexiga.
A vascularização dessa glândula é feita por capilares que trazem sangue oxigenado
até ela e levam sangue pouco oxigenado de volta para a circulação sistêmica. O
oxigênio encontrado no plasma tem uma concentração menor que o presente na
bexiga. Quando o sangue, rico em oxigênio, chega pelo capilar arterial ocorre uma
liberação de ácido lático pela glândula de gás, em meio ácido a capacidade da
hemoglobina se liga ao oxigênio, diminui, liberando o oxigênio a quem estava
ligada, e subindo a concentração de oxigênio no plasma. Se, a concentração de
oxigênio no plasma for menor que a da bexiga natatória esse oxigênio volta para
a circulação pelo capilar venoso, mas proximidade entre os capilares arteriais e
venosos faz com que o oxigênio livre no plasma se difunda para o lado onde ele
está em menor concentração.
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FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO │ UNIDADE VIII
Quando esses organismos precisam eliminar gás para subir para a superfície, a
liberação de gás pode ocorrer em organismos que apresentam bexiga natatória
chamada fisóclista, através da glândula oval, uma glândula presente na porção
póstero-dorsal da bexiga natatória, que está ligada à bexiga. Quando o gás precisa
ser liberado essa estrutura se abre, o oxigênio enche a glândula oval e se difunde
passivamente para o sistema circulatório, sendo impermeáveis as paredes da
bexiga (SCHMIDT-NIELSEN, 2013).
Uma bexiga natatória fornece flutuabilidade neutra para um peixe e ele pode, desse
modo, evitar o gasto de energia para não afundar. A desvantagem é que o peixe está
em equilíbrio ou em flutuabilidade neutra apenas a uma profundidade específica.
Se nadar abaixo dessa profundidade, a bexiga será comprimida pelo aumento da
pressão na água, a flutuabilidade diminuirá e o peixe precisará nadar ativamente
para evitar que afunde mais. Ainda que a bexiga esteja quase que completamente
comprimida, o peixe não ficará muito mais pesado que a água. Se o peixe subir
acima do nível da flutuabilidade neutra, a pressão se tomará reduzida, a bexiga
irá se expandir e o peixe ganhará uma maior força de sustentação (SCHMIDT-
NIELSEN, 2013).
É necessário que ele nade ativamente para baixo ou continuará a subir, e como a
bexiga irá se expandir cada vez mais o peixe, eventualmente, perderá o controle.
Alguns peixes possuem uma conexão entre a bexiga natatória e o esôfago, que
permite ao gás evadir-se, porém, outros possuem uma bexiga natatória totalmente
fechada e evertida através da boca, ou mesmo rompida.
85
UNIDADE VIII │ FLUTUABILIDADE E MOVIMENTO NATATÓRIO
<https://www.youtube.com/watch?v=KD7iMrk-zQE>.
86
Para (não) Finalizar
87
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