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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:
Impacto da mineração Ilegal no distrito de Guru Localidade de Bunga período
de 2020-2021

Nome do Estudantee: Joana Janeiro Chungueture


Código de estudante: 708215592

Curso: Licenciatura em Gestão Ambiental


Cadeira: MIC-II
Ano de Frequência: 2º Ano

Beira, Agosto de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema:

Impacto da mineração Ilegal no distrito de Guru Localidade de Bunga período de


2020-2021

Nome do Estudantee: Joana Janeiro Chungueture

Código de estudante: 708215592

Projecto de pesquisa de Carácter avaliativo,


curso de Licenciatura em Administracao
Pública , na cadeira de MIC-II, leccionada pelo:
Docente: Farisai Gamariel
Beira, Agosto de 2022
Recomendações de melhorias

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Índic
e
1.1. Tema em estudo...............................................................................................................3
1.2. Delimitação do tema.........................................................................................................4
1.3. Justificativa......................................................................................................................4
1.4. Problematização...............................................................................................................4
1.5. Objectivos........................................................................................................................5
1.5.1. Objetivo Geral..................................................................................................................5
1.5.2. Objetivos Específicos.......................................................................................................5
1.6. Hipótese...........................................................................................................................5
Capítulo II- Fundamentação Teórica............................................................................................5
2.2. Conceitos básicos..................................................................................................................6
2.3. Dinâmica dos Espaços...........................................................................................................6
2.4. Ocupação desordenados de Espaços......................................................................................6
2.5. Causas da Dinâmica do Uso e Cobertura de Solo..................................................................7
2.6. Impacto do Uso dos Espaços.................................................................................................7
2.7. Impacto Ambiental................................................................................................................8
2.8. Impacto de Uso e Ocupação de Espaços................................................................................8
Capítulo III- Procedimentos Metodológicos.................................................................................9
3.2. Tipo de pesquisa..................................................................................................................10
3.3. Tipo de pesquisa quanto a abordagem.................................................................................10
3.4. Tipo de pesquisa quanto aos objetivos................................................................................10
3.5. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos..........................................................10
3.6. Técnicas de colecta de dados...............................................................................................11
a) Entrevista semi-estruturada....................................................................................................11
b) Observação............................................................................................................................11
3.7. Universo e amostra de abordagem.......................................................................................11
4. Referência bibliográfica.........................................................................................................11
1. Introdução

Actualmente a gestão do ambiente nos distritos passa para um órgão de tutela


que são os Serviços Distritais de Planeamento e Infra-estrutura o que contribuirá para
uma gestão sustentável dos recursos naturais (Plano Distrital de Uso de Terra, 2012). A
preocupação com o impacto das actividades de mineração sobre o meio ambiente tem
acarretado estudos visando tanto a utilização racional dos recursos hídricos, como ao
processo de benefício do mineral extraído (OLIVEIRA, 2001).

A poluição das águas também conhecida como poluição hídrica, é caracterizada


pela introdução de qualquer matéria ou energia responsável pela alteração das
propriedades físico-químicas de um corpo de água. Os principais responsáveis por esse
tipo de poluição são: os lançamentos de efluentes agrícolas, industriais, comerciais e
esgotos domésticoste mesmo actividade mineral, além de resíduos sólidos. Isso
compromete a qualidade das águas superficiais e subterrâneas, afectando a saúde de
espécies animais e vegetais (OLIVEIRA, 2001).

Distrito de Guro, na localidade de Bunga área de estudo verificam-se níveis


extremos de turbidez das águas do rio, assoreamento dos mesmos, para além de teores
de mercúrio; como consequência da mineração artesanal ou garimpo de Ouro, o metal é
de grande importância nas economias em todo o mundo.

O mercúrio combina fortemente com proteínas dos seres vivos, e age


especificamente sobre os tecidos dos rins, destruindo a capacidade destes órgãos de
remover do sangue os produtos de eliminação (COELHO, 1990).

 A intoxicação por mercúrio pode ainda causar a destruição de células nervosas,


gerando paralisia, irritabilidade, insanidade e depressão. Uma análise e reflexão face a
este facto deveria observar-se proporcionalmente em todos níveis sociais, olhando para
as vantagens e desvantagens causadas pela actividade realizada a fim de obter valores
remuneráveis para o sustento familiar.   A pesquisa apresenta alguns aspectos
relacionados como procedimentos que tendem a reduzir ou minimizar o efeito da
poluição das águas pela mineração artesanal na localidade de Bunga, no distrito de
Guro.

Assim Apresentamos a seguinte estrutura do projeto de Pesquisa: Capitulo I que


é composto por tema em estudo, delimitação do tema, justificativa, problema em estudo,

3
objetivos do trabalho, Capitulo II composto por, revisão da literatura, revisão da
literatura empírica e Capítulo III,, métodos de colheita de dados, população em estudo e
IV capítulo A análise e discussão dos resultados, referências bibliográficas.

1.1. Delimitação do tema

O estudo foi realizado na localidade de Bunga, Posto administrativo de Bunga,


no Distrito de Guro, dividido em garimpo I ao longo do rio Tolola e garimpo II ao longo
do rio Luenha que são locais de intensa actividade mineira artesanal de Ouro. Estes
locais localizam-se geograficamente através das coordenadas apresentadas.

Garimpo I localiza entre os paralelos 16o e 19’  e 17o e 40' de Latitude Sul, entre
os Meridianos de 32o e 35' e 33o e 81' de Latitude Este. Garimpo II  localiza entre os
paralelos 17o e 20'  e 19o e 29' de Latitude sul, entre os meridianos de 34o e 44' e
36o e  47' de Latitude Este.

1.2. Justificativa

Segundo Gil (2002:162) “A Justificativa consiste na apresentação de forma clara


e sucinta, das razões de ordem teórica e, ou prática que justificam a realização da
pesquisa. Assim, esta pesquisa pretende dar respostas sugestivas ao Impacto sócio
ambientais resultante da ocupação do espaço no Bairro Ndunda.

O desenvolvimento desta pesquisa assentou na reflexão do conhecimento do


objecto de estudo e da experiência do proponente adquirida durante a sua formação no
curso de Gestão Ambiental.

A aderência da execução do trabalho  dessa pesquisa tem criar um caminho a


cerca da problemática do impacto de exploração de Ouro, é um impacto negativo em
alguns aspectos no que nos tange a preservação do meio ambiente  e recursos marinhos,
seria mais conveniente os exploradores daquele recurso, organizações governamentais 
e não governamentais, lideres comunitários e a sociedade civil durante a exploração 
criem mecanismo de equilíbrio com meio ambiente assim como os recursos  aquáticos.

Os resultados do estudo servirão como alavanca a possibilidade de minimizar a


poluição das águas pelas actividades de mineração artesanal de Ouro no distrito de Guro
na província de Manica contudo visa reduzir o nível de doenças e pobreza, assegurar a
sustentabilidade do crescimento urbano na vila de Guro e outras regiões circunvizinhas,
garantir a boa prática de produção agrícola e abastecimento de água rural através das
4
águas do rio Luenha, proteger os ecossistemas aquáticos e resolver conflitos de reservas
hídricas na província.

1.3. Problematização

Segundo Gil ( 2001:49 ), afirma que “ problema é qualquer questão não


resolvida e que é objecto de discussão em qualquer domínio do conhecimento”.

As comunidades que se encontram ao longo do rio Luenha de pessoas singulares


ou em famílias que provém de outras zonas distantes têm, desde dos anos 90 feito  a
extração e exploração do metal ouro usando instrumentos rudimentares, feitas de
material de fácil acesso servindo assim de base para sustento familiar, toda via os
pequenos exploradores executam essas actividades sem métodos e meios de criar o
equilíbrio e a preservação do meio ambiente  e os recursos  aquáticos.

 A actividade de mineração o seu contributo influência no desenvolvimento


socio-económico de uma Nação. Comunidades locais que sem observância de boas
práticas mineiras, ambientalmente sustentáveis e socialmente aceitáveis exercem aquele
trabalho na localidade de Bunga.

Entretanto, esses indicadores despertaram em mim a necessidade de fazer o


estudo relativamente ao tema. Assim, com base nesta complementaridade descrita,
busco responder a seguinte questão de partida: Que impacto trazesm a extração da
mineração Ilegal na Localidade de Bunga, concretamente no rio Luenha?

1.4. Objectivos
1.4.1. Objetivo Geral
 Analisar os Impactos ambientais da extração da mineração na localidade
de Bunga no rio Luenha.
1.4.2. Objetivos Específicos
 Identificar os tipos de uso do solo urbano no bairro de Ndunda;
 Identificar as consequências provocadas pela exploração ilegal de
mineração para o meio ambiente e assim como o meio aquático;
 Traçar estratégias mais adequada para mitigar a problemática que se
regista naquela região do país;

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 Propor medidas de modo a minimizar o impacto ambiental resultante da
exploração da mineração na faixa costeira do rio Luenha.

Capítulo II- Fundamentação Teórica

Este capítulo está reservado ao levantamento de algumas obras de autores, que


deram o seu contributo em relação a Impacto da exploração ilegal de mineração.

2.2. Histórial da Localidade de Bunga

A localidade de Bunga situa na faixa costeira do rio Luenha na Província de


Manica no Distrito de Guro, faz parte fronteira com Distrito de Changara na Província
de Tete, uma zona muito rica em Ouro. Em Bunga localiza uma montanha onde no topo
da mesma viveram os antepassados chefiados por Tsabunga, o regro chefiou localidades
de Calingamuntsi,  Mugare,   Chivuli, Chigoza e a localidade de Bunga.

A escolha de local de vivência no topo da montanha deveu - se a uma espécie de


ratos em que atacava o homem no crânio, dai viram se obrigados os antepassados
daquela localidade a viver na montanha como maneira de refugio para as zonas seguras
a fim de estar fora de perigo, porém as cavernas eram feita de pedras para impedir a
entrada dos ratos dentro da caverna, tudo isso antes da penetração colonial.

Após a invasão colonial os portugueses atribuíram o nome de Bunga em


homenagem ao regro Tsabunga, isto é, Bunga deriva de Tsabunga. O povo chefiado por
Tsabunga usava as águas do rio Luenha para suas necessidades vitais desde irrigação de
campos agrícola, higiene e o consumo humano.

Na era de Tsabunga varias actividades que eram desenvolvidas tais como:


Agricultura, a Pastorícia, Pesca artesanal de consumo familial feito sobre rio Luenha e a
caça, actualmente mais uma actividade em vigor que é mineração artesanal.

Segundo Censo 2007 a localidade de Bunga têm uma população de 6.375


habitantes dos quais 3.049 são homens e 3.326 são mulheres. Um número considerável
destas famílias usa as águas dos rios em alusão desde várias décadas.

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2.3. Conceitos Básicos

Recursos Naturais “são geralmente entendidos como todos aqueles que


constituem uma dádiva, sua existência não decorre da acção do homem e que sejam
úteis para alcance do desenvolvimento económico” (Per-Åke Andersson et al., 2007).

Recursos minerais é qualquer substância sólida, líquida ou gasosa formada na


crosta terrestre por fenómenos geológicos ou a ele ligados.

Ambiente é aquilo que cerca ou envolve os seres vivos ou as coisas.

Meio ambiente “é o conjunto de condições, leis, influências e integrações de


ordem física, química e biológica que permite abriga e  regem a vida em todas as suas
formas” (Serra, 2007)

“Actividade mineira são operações que consistem no desenvolvimento, de forma


conjunta ou isolada, de acções como o reconhecimento, prospecção, pesquisa,
mineração, processamento e tratamento” (Serra, 2007).

A OMS, define água poluída, toda a água cuja composição tenha sido directa ou
indirectamente alterada e inválida parcial ou totalmente aos fins a que esta inicialmente
se destinava.

2.4. Tipologia dos Recursos naturais

Existem tipologias de recursos naturais com características diferentes cuja


abundância tem implicações diferentes no desenvolvimento do país. Distinguem-
se recursos renováveis, que são aqueles que podem ser reciclados como a água, vento,
florestas, etc. E recursos não renováveis, que não podem ser recuperados em curto
espaço de tempo, como é o caso de petróleo, gás natural e minérios em geral.

Segundo o Banco Mundial (2012), com 65% da população a viver nas zonas
rurais, a economia de Moçambique continuará sem dúvida a contar com grande parte da
sua base nos recursos naturais. Mesmo com as rápidas taxas de urbanização, a
subsistência e o bem-estar de grande parte dos moçambicanos continuará a depender do
uso de terra, dos recursos de água, produtos florestais, pesca e também recursos
minerais.

7
Tendo pressuposto que a água é a principal fonte da vida do homem, quer pelo
consumo humano, irrigação agrícola, higiene e outros usos. O governo local está
preocupado em abrir fontes a fim de lavagem de Ouro, para suprir esta necessidade
vital, originada pela poluição proveniente da actividade de garimpo.

Segundo Manuel (2010), afirma que “A grande importância deste recurso natural
escasso foi apresentada de forma objectiva e clara através da Carta Europeia da Água,
promulgada pelo Parlamento da Europa, em 6/5/88, que destaca: Não há vida sem
água”.

Segundo (Governo Distrital de Guro. 2011), afirma que “como consequência,


são riscos eminentes tendentes a eliminar a qualidade e quantidade de água para
utilização humana e das espécies aquáticas. A título de exemplo uma família produtora
de hortícolas tendem o risco de perder mercado na Cidade, pois a qualidade da água
compromete a qualidade das hortícolas”.

“A água é importante na medida em que a maior parte do peso dos organismos


vivos é constituída por ela; o ser humano por exemplo, precisa de cerca de três litros de
água por dia para sobreviver” (MANUEL et al, 2010).

Segundo Manuel (2010), afirma que “O perigo para os que manuseiam o


mercúrio na mineração, é através dos alimentos, respiração, consumo directo da água e
absorção dérmica”.

Manuel (2010), enfatiza que “A contaminação por mercúrio tem consequências


desastrosas para o homem e para o ambiente: provoca fraqueza, insónia, cegueira,
surdez, perda da coordenação dos movimentos voluntários (ataxia), problemas na
articulação das palavras (disartia), perda da sensibilidade nas extremidades das mãos e
dos pés e em torno da boca (parestesia), danos ao sistema nervoso, câncer e pode levar à
morte”.

2.5. Caracteristica da mineração de Bunga

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Segundo Alexandre (2009), afirma que “A definição da mineração a
artesanal  de pequena escala varia de país para país. Para Moçambique são usados os
seguintes critérios”:

 O volume de produção;
 Número de pessoas por unidade de produção;
 Volume de capital empregue;
 A produtividade de mão-dempregue
 A área coberta pela licença/ volume de reserva;
 O Volume de material comercializado;
 Tempo de vida da mina; e
 Tipo de equipamento utilizado na extracção mineiro (Alexandre, 2009).

Chaparro (2002) afirma no seu trabalho (as características fundamentais da


mineração artesanal ), as seguintes caracterizações:

 Intensiva utilização de mão-de-obra;


 Conflituosidade social e legal;
 Baixo desenvolvimento tecnológico;
 Deterioração ambiental;
 Precárias condições de segurança e higiene;
 Baixo custo de produção;
 Dinamizador das economias locais;
 Alternativa de emprego para sectores afectados pela pobreza;
 Ampla distribuição geográfica;
 Abastecimento de mercados locais.

Em Bunga, a mineração artesanal e de pequena escala para além de caracterizar-


se pela utilização de mão-de-obra intensiva, baixo desenvolvimento tecnológico,
deterioração do ambiente e dinamizar a economia local, é praticada na sua maioria por
operadores ilegais, verifica se fraca fiscalização e venda de produtos mineiros de forma
ilegal.

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A Actividade mineira artesanal e de pequena escala local está sob tutela do
Fundo de Fomento Mineiro (FFM) de Manica, uma instituição do Estado que faz apoio
financeiro, o auxílio técnico e outros benefícios no âmbito da produção mineira de
pequena escala.

Este organismo incentiva e disciplina as iniciativas dos agentes económicos para


a realização de investimentos nacionais no sector mineiro, como também permite ao
Estado, maior operacionalidade no acompanhamento e fiscalização de gestão dos meios
técnicos e financeiros existentes.

2.6. Importância da Actividade Mineira de pequena escala para a Província de


Manica.

A actividade mineira de pequena escala é considerada fonte imprescindível de


receita para muitos países do globo, única até para alguns deles, e fornecedora de grande
parte de matéria-prima. Ela é uma das mais importantes da economia do sector mineiro
de pequena escala, representando um grande contributo para a economia de diversos
países (subdesenvolvidos e altamente industrializados).

Entretanto esta actividade também tem um grande impacto rural podendo


constituir, grandes focos de desenvolvimento e de combate à pobreza, nas áreas onde
está sendo exercida.

O sector de pequena escala surge como alternativa para os países carentes de


grandes investimentos, poderem explorar seus recursos minerais e promover
progressivamente o empresariado local, factor fundamental para um efectivo
desenvolvimento harmonioso, das economias nacionais (Boletim Informativo da GPZ,
2008).

2.7. Aspectos Legislativos da Área Mineira

2.7.1. Lei N⁰ 14/2002 de 26 de Junho( Lei de Minas)

O Decreto número 26/2004 de 30 de Junho que aprova o Regulamento


Ambiental para Actividade Mineira determina entre outras, as seguintes normas básicas
de gestão ambiental para actividade mineira:

2.7.2 Artigo 13

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O número 4 deste artigo, do regulamento citado tem o seguinte ditado: “ Não é
permitida a actividade de mineração aluvionar em faixa de terreno inferior a 100 metros
confinante com o leito do rio, salvo autorização pela entidade competente mediante o
parecer da entidade que superintende a área das águas em conformidade com o
regulamente das concessões das águas”O número 5 do artigo anterior preconiza:

“ O detentor de Título mineiro ou de Senha mineira deve assegurar que os


tanques de lavagem e deposição de água residual estejam dentro da área do título
mineiro ou da área designada de senha mineira e que a operação de lavagem não seja
feita”.

2.7.2. Uso de produtos químicos  na recuperação de minerais

O número 1 deste artigo, do Decreto número 26/2004 de 30 de Junho preconiza:


“ Sem o prejuízo do estabelecido em normas e convenções internacionais, quando o
processo de recuperação mineral contemple o uso de mercúrio, o valor de exposição
ocupacional não deve exceder o limite de 0,005mg/m3, ou outro limite estabelecido
noutras normas internas específicas” O número 3 estabelece: “ É proibido o contacto
directo dos trabalhadores com o mercúrio e a sua emissão livre para a atmosfera, bem
como a sua descarga em cursos de água”.

O Decreto número 62/2006 de 26 de Dezembro aprova o Regulamento da Lei de


Minas, e sobre as infracções e penas preconiza o seguinte:

Artigo 95

2.7.6 Actividade Mineira Ilegal

“É vedado o exercício de actividade mineira sem o abrigo de título ou


autorização nos termos da Lei de Minas, salvo materiais de construção para consumo
próprio ou uso em infra-estrutura pública”.

“A violação do disposto no número anterior será punido com multa que varia de
cinco à cem mil meticais, apreensão do produto extraído e confisco do equipamento
utilizado, consoante a gravidade da infracção”.

2.8. Lei da terra

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O preâmbulo da Lei de Terra (Lei nº19/97, de 1 de Outubro) estabelece que “ a
terra é um meio universal de criação de riqueza e do bem-estar social e por isso, o seu
uso e aproveitamento torna-se um direito de todo o povo moçambicano”.

O mesmo preâmbulo refere que a Lei procura adequar-se “ao desafio para o
desenvolvimento que o país enfrenta e à nova conjuntura política, económica e social e
conferir garantia de acesso e segurança de posse da terra, tanto aos camponeses
moçambicanos, como aos investidores nacionais e estrangeiros”.

Dados os conflitos de interesse sobre a terra, emergentes de situações de tensão


entre as comunidades locais e os titulares de direitos de exploração mineira, tanto o
Estado (que pretende defender camponeses e dar prioridade a exploração mineira) como
as autoridades comunitárias (mandatárias das comunidades mas igualmente
representantes dos interesses e objectivos do Estado) ficam numa situação no mínimo
desconfortável.

Capítulo III- Procedimentos Metodológicos

Para alcance do Objectivo traçado, para o presente trabalho, foi necessário uso
de alguns métodos que fizeram com que o objectivo sejam alcançados com eficiência.
Para tal neste ponto será abordado: o tipo de pesquisa, técnicas de pesquisa o universo e
amostra.

Metodologia “procedimentos a serem seguidos na realização da pesquisa” GIL


(2002:162). Para a concretização deste trabalho usou-se as seguintes metodologia:

3.2. Tipo de pesquisa

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Para este item será feita apresentação dos tipos de pesquisa utilizadas neste
trabalho, segundo a seguinte classificação, tipo de pesquisa quanto a abordagem, tipo de
pesquisa quanto aos objetivos e tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos.

3.3. Tipo de pesquisa quanto a abordagem

Sob ponto de vista da abordagem do problema, usou-se a pesquisa qualitativa,


pois fez-se análise e descrição dos assuntos que foram abordados.

3.4. Tipo de pesquisa quanto aos objetivos

Sob ponto do próprio Objetivo da pesquisa, usou-se a pesquisa exploratória.

Segundo Gil (2007),”Este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar


maior familiaridade com o problema, com vista a torna-lo mais explícito. a grande
maioria dessa pesquisa envolve, levamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que
tiveram experiencias praticas com o problema pesquisado.

3.5. Tipo de pesquisa quanto aos procedimentos técnicos

Quanto aos procedimentos técnicos fez-se o estudo de campo. O estudo de


campo pois será realizado por meio de entrevista. Assim como por meio de entrevista
com vista a obtenção de explicações sobre o tema.

A escolha desse tipo de pesquisa, deve-se a necessidade do autor do trabalho,


poder deslocar ao campo para poder se inteirar melhor sobre assunto em estudo.

3.6. Técnicas de colecta de dados

Neste subtítulo, far-se-á a apresentação minuciosa, dos instrumentos utilizados


para a colecta de dados na qual para este trabalho usar-se-á as técnicas de entrevista
semi-estruturada, e observação.

a) Entrevista semi-estruturada

A entrevista constitui num diálogo, entre duas partes, em que uma das partes
recolhe informação, e a outra fornece informações sobre um facto.

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Para Gil (2010:109), entende a Entrevista, como sendo “uma técnica em que o
investigador se apresenta frente ao investigador e lhe formula perguntas, com o
objectivo de obtenção dos dados que interessam a investiga”.

b) Observação

“A observação é uma das técnicas importantes na pesquisa, cujo fez-se sentir


deste a formulação do problema, construção das hipóteses, coleta de dados, até a
interpretação de dados. Observação é o uso de sentidos com vista a adquirir os
conhecimentos necessários sobre o tema em estudo” (GIL, 2010:101).

3.7. Universo e amostra de abordagem

De acordo com IVALA (2007:38), “o universo ou população é o conjunto de


seres animados ou inanimados que apresentam pelo menos uma característica”. Neste
caso para o respetivo trabalho, foram algumas individualidades representativas, líderes
comunitários e grupo de garimpeiro de localidade; porque dia à dia lidam com a
extracção de Ouro e contribuem para a poluição das águas.

“A amostra constitui o subconjunto do universo ou da população e que consiste


na escolha de uma parte, de tal modo que seja a mais representativa possível de todos, a
partir dos resultados obtidos relativos a essa parte” (Lakatos e Marconi, 1999:43).

Na selecção de amostra da pesquisa proposta, foram entrevistados 20


garimpeiros, dos quais 14 homens e 6 mulheres, nos garimpos I, II na Localidade de
Bunga Posto Administrativo de Bunga, Distrito de Guro.

Capítulo IV: Apresentação, Análise e Interpretação dos Resultados

Com a Pergunta em 1: pretendemos saber o número exato da população que


praticava aquela actividades. Em concernente a questão, a resposta foi a seguinte Por ser
um trabalho informal o número de homens e mulheres é indeterminado, estima se no
total cerca de 1500 garimpeiros.

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Com a pergunta em 2: pretendemos saber qual era a nacionalidade dos
Garimpeiros. Em relação a resposta da pergunta, a mineração é feita por indivíduos
estrangeiros e Nacionais.

Com a pergunta em 3, pretendemos saber se a falta de emprego contribuiu para a


poluição ambiental. Em resposta da questão, era a falta de educação ambiental.

Com a pergunta em 4, pretendemos Saber as instituições tem ou não apoiado os


garimpeiros em equipamento de proteção. Em resposta da questão, Até a minha retirada
no terreno nenhuma instituição que já se fez presente a fim de prestar apoio de
equipamento de proteção.

Com a pergunta em 5, pretendemos saber se Identificar as consequências tem


verificado para os mineradores que não tem material de proteção nas suas actividades. A
resposta da questão diz que São várias consequências como: doenças respiratórias, até
acidentes de trabalho são muito frequentes. 

4.2. Interpretação dos Resultados

A exploração dos recursos minerais em Moçambique já é uma realidade, por


exemplo na Província de Manica no Distrito de Guro na localidade
de  Bunga  verifica  se uma intensa  actividade de exploração de ouro, as populações
para  além de dedicar - se de agricultura também dedicam o comércio, pastorícia   a
pesca de pequena  escala feita no rio Luenha e finalmente  a exploração de Ouro em
destaque.

Como mostram os dados da entrevista um número estimado mais de 1500


indivíduos incluindo homens e mulheres praticam a actividade de mineração de Ouro. A
população daquela localidade aderem em massa a actvidade de mineração segundo a
mesma afirma que o rendimento é apreciável para sustento familiar, uma vez o nível de
negócio e da pesca é baixo. A quem diz é rentável a actividade de exploração do Ouro
devido a maior competividade no mercado nacional e internacional.

Na primeira questão tendo o princípio de que os recursos minerais beneficiam a


sociedade que ai vive, se for explorado duma maneira benéfica. Com tudo as técnicas,
de fiscalização e estratégias de exploração bem como a descoberta dos recursos naturais
está sendo lento assim como a fiscalização, na procura de melhores condições de vida é
fácil encontrar maior número da população exercendo a actividade de mineração.

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Em Manica, são vários  impactos positivos resultantes  de mineiração artesanal.
O destaque vai para o auto-emprego nas comunidades, realização de pequenos negócios,
aumento de produção e produtividade a nível das associações mineiras, como resultado
do programa de apoio técnico e treinamento.

A mineração artesanal também pode contribuir para a redução dos nível de


pobreza, desde que seja conduzida duma forma sã e sustentável. Havendo isso pode
levar a um desenvolvimento sustentável, isto é, aumento de rendimento com impacto no
alívio da pobreza; promoção de tecnologias limpas e ambientalmente sãs; promoção de
desenvolvimento social e proteção das mulheres e crianças.

A falta de emprego na área de pesquisa para os mineradores não é a principal


causa da poluição hídrica mais sim a falta de educação ambiental, Ou seja o trabalho
levado a cabo com as instituições do estado têm sido menos efeito.

As consequências para os mineradores que não usam material de proteção são


várias tais como: doenças respiratórias, até acidentes de trabalho são muito frequentes,
dados revelam que em cada cinquenta garimpeiros pelo menos quatro sofrem de
doenças cárdia vasculares em consequência das actividades de mineração, portanto o
número é elevado razão pelo qual esta sendo traçada as medidas que visam a minimizar
o problema. No hospital local só no primeiro semestre deste ano deram entrada trinta
pacientes com problema de doenças cárdia vascular.    

4.Conclusão

Ao longo do trabalho, foi possível verificar que a actividade mineira é um


processo amplo. Não refere-se apenas a produção e comercialização dos recursos

16
mineiros, mais também uma série de infra-estruturas úteis para que tal actividade torne-
se realizável, no entanto a pesquisa sobre a mineração artesanal de Ouro na localidade
de Bunga, incidiu sobre procedimentos que visem minimizar a poluição das águas dos
rios Luenha e Tolola.

Os objectivos que prendiam com identificação e análise de variáveis que


contribuem na poluição das águas pelas comunidades garimpeiras, a verificação das
técnicas usadas na lavagem de Ouro, e propor acções de reduzir os níveis de poluição
hídrica; foram alcançados com sucesso.

Para minimizar os impactos ambientais provocada pela actividade de mineração


artesanal é necessário uma observância de normas de boas práticas minerais, de acordo
o que lei estabelece.

As consequências de mineração são vastas, negativas a saber: infertilidade de


solos, destruição pasagem, poluição hídrica dentre outras. Positivas: Melhoria das
condições de vida e sociais das comunidades locais, aumento das oportunidades de
emprego.

As possíveis medidas de mitigação são: Implementação do plano de recuperação


da área mineira (intervenções da paisagem), Criação de comités para uma educação
ambiental contínua, criando assim um despertar ao garimpeiro sobre o impacto das
actividades desenvolvidas.

6. Recomendações

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Com base no estudo realizado, recomenda-se:

A Direcção Províncial dos Recursos Minerais

 Que se faça abordagens diferenciadas sobre a problemática de mineração


artesanal de Ouro em Bunga;
  A instituição de tutela Mineral promova a educação ambiental e criem
grupos de vigilância (fiscais comunitários) pela criação de Comités de
Gestão de Recursos Naturais

Aos garimpeiros:

 Que a actividade garimpeira contribua na balança tributária para que


nestas actividades se sinta a presença do Estado;
   Que seja encorajado o uso das águas de poço, criando bacias de
retenção da águas;
  Que os mineradores artesanais respeite as normas ambientais, não
drenando directamente as águas usadas na lavagem de Ouro sobre o rio
Luenha;
   Que as comunidades de Bunga sejam sensibilizadas sobre os perigos a
exposição de mercúrio

A MICOA:

 Que as instituições de tutela Ambiental criem grupos de vigilância


(fiscais comunitários) pela criação de Comités de Gestão de meio
ambiente

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Referência bibliográfica

1. Alexandre, E. (2009). O Papel do governo na Promoção da Mineração


Artesanal e de Pequena Escala (MAPE) como Parte Integrante do
Desenvolvimento Rural; Direcção Nacional de Minas. Maputo
2. Banco Mundial. (2012). Comunidades e Mineração Artesanal e de
Pequena Escala (CASM). Maputo.
3. Carlos, B. (2011). Exploração dos recursos minerais. Maputo
4. Gil, A. (1999). Como elaborar projeto para pesquisa? São Paulo.
5. Gil, A. (2002). Pesquisa Social. São Paulo.

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