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António Metapa Francisco Maconha

Análise dos Impactos Socioambientais do Ordenamento Territorial: estudo


de caso no bairro de Mafarinha, Unidade Comunal “I” no Município do
Dondo no perído de 2012-2022

Universidade Licungo

Beira

2022
ii

António Metapa Francisco Maconha

Análise dos Impactos Socioambientais do Ordenamento Territorial: estudo


de caso no bairro de Mafarinha, Unidade Comunal “I” no Município do
Dondo no período de 2012-2022

Projecto de pesquisa a ser apresentado ao


Departamento de Ciências de Terra e Ambiente da
Universidade Pedagógica – Delegação da Beira,
como requisito parcial para a reaelização da pesquisa
e da elaboração da Monografia, com qualificação ao
grau de licenciatura em Gestão Ambiental
Desenvolvimento Comunitário e Habilitações em
Eco-Turismo.

Docente:

Phd. Raimundo Alberto Mulaisse

Universidade Licungo

Beira

2022
iii

Índice
Capítulo I: Construção teórica da pesquisa.............................................................................................1

1.1. Introdução......................................................................................................................................1

1. Delimitação do tema de estudo.......................................................................................................2

1.2. Justificativa....................................................................................................................................2

1.3. Problematização.............................................................................................................................3

1.4. Hipóteses........................................................................................................................................3

1.5. Objectivos......................................................................................................................................4

1.5.1. Objectivo geral.............................................................................................................................4

1.5.2. Objectivos específicos..................................................................................................................4

1.6. Metodologia...................................................................................................................................4

1.6.1. Método de abordagem..................................................................................................................4

1.6.1.1 Indutivo......................................................................................................................................4

1.6.2. Método de procedimento..............................................................................................................5

1.6.2.1 Monográfico...............................................................................................................................5

1.6.2.2 Bibliográfico...............................................................................................................................5

1.6.2.3 Documental................................................................................................................................5

1.6.2.4 Observação directa intensiva......................................................................................................5

1.6.2.5 Estatístico...................................................................................................................................5

1.6.2.6 Inquérito.....................................................................................................................................6

1.7. Técnicas de pesquisa.......................................................................................................................6


1.7.1 Entrevista.......................................................................................................................................6

1.8 Determinação da amostra.................................................................................................................9


iv

1.9 Determinação da amostra.................................................................................................................9

Capítulo II: Revisão da literatura..........................................................................................................10

2.1. Discussões em torno do ordenamento territorial............................................................................10

2.1.1. Conceitos....................................................................................................................................10

2.1.1.1 Ordenamento territorial............................................................................................................10

2.1.1.2 Recursos Naturais.....................................................................................................................10

2.1.1.3 Espaço......................................................................................................................................11

2.1.1.4 Talhão.......................................................................................................................................11

2.1.1.5 Bloco de talhões.......................................................................................................................11

2.1.1.6 Urbanização..............................................................................................................................11

2.2. Legislação ambiental moçambicana..............................................................................................12

2.3. Impactos do ordenamento territorial..............................................................................................13

2.3.1 Impactos económicos..................................................................................................................13

2.3.2 Impactos sociais e culturais.........................................................................................................13

2.3.3 Impactos políticos........................................................................................................................14

2.3.4 Impactos ambientais (ecológicos)................................................................................................14

2.4 Importância do ordenamento territorial..........................................................................................15

3. Cronograma......................................................................................................................................16
4. Orçamento........................................................................................................................................17

Referências Bibliográficas....................................................................................................................18

Apêndice A – Formulário guião de perguntas para as entrevistas........................................................19


1

Capítulo I: Construção teórica da pesquisa

1.1. Introdução

No presente trabalho nós faremos uma análise sucinta dos impactos sócioambientais e da
problemática do ordenamento territorial do Bairro de Mafarinha, concretamente na
Unidade Comunal I. Faremos também uma relação directa entre o que defende a ciência
nesta matéria e o que vamos encontrar no terreno.

Pretendemos com este trabalho dar o nosso contributo ao Município – Bairro de


Mafarinha, nesta matéria e nós vamos sustentar por alguns autores reconhecidos
(enumeração de Bibliografia ou fonte de consulta).

Capítulos do trabalho

Introdução: delimitação do tema de estudo, justificativa, problematização, apresentação do


problema, hipóteses, perguntas de partida e objectivos.

Revisão da literatura: historial, teorias do ordenamento territorial, definições, zona de


expansão, implantação de infra-estruturas públicas, os impactos do ordenamento territorial
(económicos, sociais e culturais, políticos e ambientais) e importância do ordenamento
territorial.

Metodologias de abordagem (métodos e técnicas de pesquisa e instrumentos de colecta de


dados).
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1. Delimitação do tema de estudo

Análise dos Impactos socio-ambientais do ordenamento territorial e urbanização é o tema


em estudo. A pesquisa sobre este tema, há-de ser realizada no bairro de Mafarinha
abrangendo concretamente os moradores da unidade comunal I, e, referindo-se sobre
Análise dos impactos socio-ambientais do ordenamento territorial e urbanização no
período de 2011-2022.

De acordo com Roque e Tengler (2000, p. 17), “O Bairro de Mafarinha está situado na
parte central da Cidade do Dondo, limitando-se pelo Bairro Nhamainga a sul, pelo
Máguacua área do Distrito do Dondo através do riacho Mudzidze a este e a oeste pelos
Bairros Central, Consito e um pouco do Centro Emissor através da Estrada Nacional no 6 e
a linha férrea Beira-Dondo.” E, a norte situam-se o Centro Emissor e a zona baixa que liga
à comunidade de Ngútuè.

1.2. Justificativa

A abordagem do tema “Análise dos Impactos Socioambientais do Ordenamento


Territorial: estudo de caso no bairro de Mafarinha, Unidade Comunal ‘I’ no Município do
Dondo no período de 2011-2022”, justifica-se pelas seguintes razões:

O estudante se propôs em abordar assunto problemático do ordenamento de território,


motivado não apenas pelo amor que tem, mas também pretende dar a sua contribuição na
área de gestão ambiental do Município em geral, isto é; na preservação do meio ambiente
e dos recursos naturais indispensáveis para a vida de qualquer homem e bem como no seu
ordenamento territorial, reduzindo deste modo a vulnerabilidade aos ladrões que as
famílias estão sujeitas na calada da noite por falta de iluminação pública, elemento que faz
parte ao ordenamento territorial.

Através deste trabalho o estudante quer também aprofundar cada vez mais o conhecimento
sobre a gestão ambiental e compará-la com aplicação real no terreno (Bairro Municipal de
Mafarinha - Dondo).
3

1.3. Problematização

O Bairro de Mafarinha está na cidade Municipal do Dondo, segundo documentos bases


apresentados pelos órgãos Municipais, responsáveis pela urbanização e pelo ordenamento
territorial do Município, segundo o autor referem que o bairro não está ordenado.
Entretanto, o ordenamento Territorial do Bairro de Mafarinha, no Município do Dondo
tem encontrado vários obstáculos, ocupação deseordenada do espaço, que implica a
circulação dos utentes deste Bairro, havendo tambem ruas obstruídas, lugares de lazer
entre outros espaços deficientemente ocupados, registam-se também muitas construções
sem respeitar a capacidade da parcela, o que provoca a aceleração da degradação do meio
ambiente.

Outrossim, alguns munícipes residentes no Bairro de Mafarinha, por sinal o segundo


bairro mais populoso da cidade do Dondo depois de Nhamaiabwe, com 12.508 habitantes,
segundo dados do Conselho Municipal do Dondo, edificam suas casas obstruindo as ruas
previamente construídas, as faixas de protecção recomendadas pela lei para as ruas e
outras Benfetorias ou infra-estruturas públicas (eléctrica, água, saneamento do meio entre
outras), desrespeitando deste modo, o código de postura do CMD conforme referem os
seus artigos 92 e 103 e a Lei das terras n o 19/97 de 1 de Outubro no seu artigo 8
respectivamente.

Com efeito, não é visível a divisão deste Bairro em bloco, nem arruamento, complicando
sobremaneira a introdução de serviços públicos como anteriormente foi referido.

Nota-se sobretudo um total desconhecimento da postura urbana Municipal por parte de


Munícipes que achamos ser a origem principal desta situação apesar de poucas palestras
dirigidas pelos órgãos municipais de urbanização aos residentes de Mafarinha.

Perante a problemática referida nos parágrafos anteriores, levanta-se a seguinte pergunta


de partida:

Que impactos socioambientais resultam das construções desordenadas que obstruem ruas
previamente construídas pelo Conselho Municipal?
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1.4. Hipóteses

 As construções desordenadas que obstruem ruas previamente construídas pelo


Conselho Municipal, podem acelerar a degradação socioambiental
 A obstrução das ruas no bairro de Mafarinha pode impedir a circulação de viaturas
incluindo ambulâncias para socorro de doentes

1.5. Objectivos

1.5.1. Objectivo geral

Analisar os impactos socioambientais resultantes da obstrução de ruas com construções


desordenadas na unidade comunal ‘I’ no bairro de Mafarinha

1.5.2. Objectivos específicos

 Descrever o processo de ordenamento territorial na área de estudo;


 Identificar os factores que contribuim na ocupação desordenado do espaço
 Sugerir medidas de irradicação dos impactos socioambientais causados com a
obstrução de ruas com construções desordenadas

1.6. Metodologia

Para a realização da pesquisa proposta, serão utilizados métodos e técnicas capazes de


contemplar a abordagem do espaço urbano e a percepção do ambiente através do estudo de
caso realizado na área da investigação indicada, envolvendo actividades do escritório e de
campo.

1.6.1. Método de abordagem

1.6.1.1 Indutivo

Esta pesquisa tem uma abordagem metódica indutiva, porque parte da análise específica
do assunto e depois, inferir-se-á uma verdade abrangente ou universal. (MARCONI e
LAKATOS, 2003, p. 86)

Pelo que, a análise se incide numa pequena parte do bairro de Mafarinha, concretamente
na unidade communal I. E, depois do autor observar e concretizar os fenómenos naquela
5

unidade, vai fazer uma relação generalizada com análises globais que sucedem em
situações idênticas das quais a literatura apresenta.

1.6.2. Método de procedimento

1.6.2.1 Monográfico

Examinando o tema escolhido e servindo-se do método monográfico de procedimento, o


autor deste estudo, vai analisar de forma profunda, as condições socioambientais,
urbanísticas e de ordenamento territorial da unidade comunal I, que trazem impactos
socioambientais com a finalidade de obter generalizações.

1.6.2.2 Bibliográfico

Este estudo tem como alicerces o embasamento teórico, isto é; o enriquecimento do


trabalho mediante a consulta de fontes secundárias feita pelo autor, em diversos materiais
previamente elaborados e publicados sobre este assunto. Tais como: artigos e livros
científicos entre outros materiais, conforme se pode notar nas referências bibliográficas
deste projecto. Salienta-se ainda que, o estudo bibliográfico sera subsidiado com a
pesquisa do campo a ser realizado na unidade communal I, pelo autor deste trabalho.

1.6.2.3 Documental

É também uma fonte primária de consulta pelo autor, para o enriquecimento do trabalho,
os documentos municipais.

As pesquisas utilizando os métodos de procedimentos bibliográfico e documental,


decorrem desde o princípio desta pesquisa e irão continuar até a conclusão do estudo.

1.6.2.4 Observação directa intensiva

Enquanto o autor estiver a realizar as entrevistas, também estará atentamente observando a


realidade dos factos da problemática decorrentes na unidade comunal I, do bairro de
Mafarinha.
6

1.6.2.5 Estatístico

Para a determinação da amostra, o pesquisador desta temática, não emprega métodos


probabilísticos. Porém, baseado na problemática verificada no bairro de Mafarinha, o
autor intencionalmente seleccionou a unidade comunal I, onde será realizada a entrevista e
a observação dos fenómenos sobre a urbanização e ordenamento territorial decorrentes.

1.6.2.6 Inquérito

O inquérito através da entrevista utilizando um guião/questionário (veja o apêndice A),


será realizado por uma amostragem intencional, abragendo neste caso concreto, o universo
de membros da unidade comunal I, em número total de 200 indivíduos entre homens e
mulheres.

1.7. Técnicas de pesquisa

1.7.1 Entrevista

Para aquisição de dados sobre a problemática levantada, o pesquisador servindo-se de um


guião constituído de perguntas abertas e fechadas e cara-a-cara com os inqueridos, irá
dirigir-lhes perguntas onde suas respostas serão anotadas pelo inqueridor e, mais tarde,
analisadas com auxílio do programa computacional excel.

A entrevista irá abranger uma amostra de 92 indivíduos moradores da unidade communal


I, do bairro de Mafarinha, entre homens e mulheres.
7

Mapa 1: Enquadramento geográfico da área de estudo

Mafarinha

Fonte: DINAPOT – DPU, 2011


8

Mapa 2: Plano de Estrutura da Cidade de Dondo

Fonte: DINAPOT – DPU, 2011


9

1.8 Determinação da amostra

Intencionalmente o autor desta pesquisa, determinou o número de 92 indivíduos


moradores da unidade comunal I, que tem o universo total de cerca de 200 habitantes
segundo informações obtidas do líder local.

1.9 Determinação da amostra

Análise dos Impactos Socioambientais do Ordenamento Territorial: estudo de caso no


bairro de Mafarinha, Unidade Comunal ‘I’ no Município do Dondo no período de 2011-
2015, é o tema de estudo. A pesquisa sobre este tema, há-de ser realizada no bairro de
Mafarinha abrangendo concretamente os moradores da unidade I, no período em
referência. Este bairro está situado na parte central da cidade Municipal do Dondo,
limitando-se pelo bairro Nhamainga a Sul, pelo Máguacua e pelo riacho Mudzidze a Leste
e ao Oeste pelos bairros Central, Consito, Centro Emisso, a EN6 e a linha férrea dos CFM
centro.

A escolha deste local e período, deve-se ao facto de que nesta unidade e neste local houve
mais problemas do desrespeito do ordenamento territorial, congestionando os espaços e
obstruindo as ruas. Por isso, a pesquisa visa essencialmente obter informações qualitativas
sobre a ocupação de espaço no âmbito do ordenamento territorial e analisar os impactos
socioambientais da problemática de construir desordenadamente obstruindo ruas
previamente construídas pelo Município.
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Capítulo II: Revisão da literatura

2.1. Discussões em torno do ordenamento territorial

2.1.1. Conceitos

2.1.1.1 Ordenamento territorial

“São regras que visam garantir a organização do espaço.” (MICOA, 2006, p. 6)

Para Sampaio (2005, p. 25), a ordenação territorial do Município, pretende disciplinar a


distribuição espacial como também estabelecer regras para o desenvolvimento das
actividades urbanas, sejam elas comerciais, residenciais ou institucionais.

No mesmo diapasão, a República de Moçambique (2007, p. 2), refere que, o ordenamento


territorial é um conjunto de princípios, directivas e regras que visam garantir a
organização do espaço nacional através de um processo dinâmico, contínuo, flexível e
participativo na busca do equilíbrio entre o Homem, o meio físico e os recursos naturais,
com vista à promoção do desenvolvimento sustentável.

De acordo com as várias acepções e difinições do ordenamento do território, pode se


inferir que, o ordenamento territorial aplica-se para disciplinar continuamente a atribuição
de espaço e outros elementos relacionados a este e, estabelecer políticas e regras para o
desenvolvimento de qualquer actividade urbana, tendo em conta o meio social em que se
vive e respeito ao meio ambiente no seu todo.

2.1.1.2 Recursos Naturais

O MICOA (2006, p. 6), define como sendo recursos naturais, a terra, a água, o ar que os
seres vivos respiram, o sol, as árvores que dão a lenha, o carvão, a madeira e dão os frutos
ao Homem; os animais que fornecem a carne, o leite, a pele e outros produtos que o
Homem pode utilizar para a sua sobrevivência.
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2.1.1.3 Espaço

Para o contexto deste trabalho e segundo o dicionário Aurélio, espaço pode ser defenido
de duas maneiras:

“Distância entre dois pontos, ou a área ou o volume entre limites determinados.”


(FERREIRA, 1975).

“Lugar mais ou menos bem delimitado, cuja área pode conter alguma coisa; lugar.”
(Idem).

Para Santos (1986) citado por Barbosa (2012, p. 33), o espaço social é o espaço percebido
pelos agentes individuais e ou colectivos do meio, ou seja, é lugar que apresenta forma e
materiais que os arquitetos e projetistas podem determinar sua ocupação, indicando as
diferentes escalas sejam elas de natureza local, regional, nacional ou de natureza global.

2.1.1.4 Talhão

É uma porção ou um pedaço de terra que pode ser identificado para construção de
benfeitoria. (MICOA, 2006, p. 6)

Falar de espaço ou talhão, tem geralmente o mesmo significado.

2.1.1.5 Bloco de talhões

É um conjunto de talhões todos juntos e limitados por vias para um pequeno número de
famílias, para o MICOA define até 12 famílias mais ou menos. (MICOA, 2006, p. 6)

2.1.1.6 Urbanização

Entre muitas definições encontradas no dicionário Aurélio, uma pode ser citada:

A urbanização é o conjunto dos trabalhos necessários para doptar uma área de infra-
estrutura (como exemplo, tem-se a canalização de água, instalação de esgoto, de gás, de
eletricidade, estabelecimento de vias de acesso e ou de serviços urbanos – de transporte,
de educação, de saúde entre outros. (FERREIRA, 1975)
12

Para Castells (2009, p. 47 citado por Correia (2011, p. 27)), urbanização refere todo o
processo pelo qual uma proporção significativa da população de uma sociedade ajunta-se
sobre um determinado espaço, onde se constituem aglomerados funcional e socialmente
interdependentes do ponto de vista interno, e numa relação de articulação organizada e
apetrechada com uma rede urbana.

De acordo com Araújo (1997, p. 17), a definição de rural e urbano pode variar de país para
país, pois, esta definição evoluiu ao longo da história da sociedade humana e se ajusta ao
desenvolvimento socio-económico que cada país vive. Isto impede que se faça o
estabeleciemnto de comparações cronológicas e territorias. Porém, podem ser adoptados
elementos básicos semelhantes para se tecer a definição de rural e urbano
apropriadamente.

Em Moçambique, a urbanização está legislada conforme a lei no 19/2007 de 18 de Julho,


para o Ordenamento do território.

2.2. Legislação ambiental moçambicana

No contexto do entender da Lei do Ambiente n.º 20/97, de 1 de Outubro, esta Lei estipula
regras e princípios que formam as bases do sistema de prevenção e protecção do ambiente
em Moçambique, os quais se aplicam não somente às actividades de paritculares como são
também às actividades do Estado.

Assim, a urbanização, o ordenamento do território e quaisquer outras actividades


relacionadas ao Ambiente, devem sempre se reger pelos princípios previstos e pelas
conduta e normas da Lei do Ambiente.

Portanto, da compreensão que se tem sobre a legislação moçambicana sobre o Ambiente,


pode-se dizer, segundo Silveira (s.d., p.6), que o conceito de Ambiente adoptado pela Lei
Moçambicana é um conceito amplo, pois, além da abordagem dos elementos chamados
componentes ambientais, inclui também os artificiais como é o caso da cultura, do saber
das comunidades locais entre outros.

Pelo que, a utilização dos recursos naturais deve ser optimizada de forma a preservá-los
para as gerações futuras, porque constituem condição primordial e necessária para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas.
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2.3. Impactos do ordenamento territorial

Pitschieller
e Abreu (1989, p. 311), afirmam que o ordenamento físico não se restringe
somente a objectivos altamente urbanísticos (de salubridade, segurança, habitação,
estética, etc.); mas, também, se faz o ordenamento do território para correcção dos
desequilíbrios regionais, segundo preocupações económicas, sociais, ambientais e
culturais. (Citados por FRADE, 1999, p. 16)

Na República de Moçambique segundo a Lei no 19/2007 de 18 de Julho, na sua primeira


página, afirma-se que o ordenamento do território, permite alcançar objectivos essenciais
tais como: o aproveitamento racional e sustentável dos recursos naturais, a preservação do
equilíbrio ambiental, a promoção da coesão nacional, a valorização dos diversos potenciais
de cada região, a promoção da qualidade de vida dos cidadãos, o equilíbrio entre a
qualidade de vida nas zonas rurais e nas zonas urbanas, o melhoramento das condições de
habitação, das infra-estruturas e dos sistemas urbanos, a segurança das populações
vulneráveis a calamidades naturais ou provocadas.

2.3.1 Impactos económicos

Segundo Sterchile & Souza (2008, p. 15), citados por Casagrande e Souza (2012, p. 72):

Asseveram que muitos investimentos públicos são direccionados para infraestrutura a qual
representa um conjunto de serviços básicos importantes para o desenvolvimento regional.
É claro que isto acontece com a prática de ordenamento do território e ou urbanização.

Os impactos económicos resumem-se na valorização dos diversos potenciais de cada


região, no melhoramento das condições de habitação e das infra-estruturas e dos sistemas
urbanos.

2.3.2 Impactos sociais e culturais

De acordo com Alves (2014, p. 66), o ordenamento territorial descarta a possibilidade de


discussão, conflitos, dialética de culturas locais, bem como lutas de classes na ocupação
do espaço para construção; fecha-se no determinismo físico para o planeamento territorial
e o espaço não estabelece interrelações com os demais elementos.
14

Segundo o MICOA (2006), o ordenamento territorial possibilita a instalação de perto dos


serviços sociais (escolas, centros de saúde, água, electricidade, centro de recreação entre
outras infra-estruturas sociais) benéficas e à dsiposição dos moradores.

Em suma, pode se dizer que os impactos sociais e culturais do ordenamento territorial são:
a promoção da coesão nacional, a promoção da qualidade de vida dos cidadãos, prestígio,
o equilíbrio entre a qualidade de vida nas zonas rurais e nas zonas urbanas, o
melhoramento das condições de habitação, das infra-estruturas e dos sistemas urbanos, a
segurança das populações vulneráveis a calamidades naturais ou provocadas, ausência de
conflitos culturais e lutas de classes.

2.3.3 Impactos políticos

Segundo Rückert (2007, p. 8), citado por Casagrande e Souza (2012, p. 77):

O ordenamento territorial é importante na questão das relações bilaterais e multilaterais


com os países vízinhos, no que diz respeito aos temas transfronteiriços, mesmo divisão
administrativa nacional, pois possuem importantes repercussões nos fluxos e mesmo em
regiões às vezes distantes das fronteiras.

“O ordenamento é, antes de mais, uma política instrumental e horizontal, na medida em


que nela vêm desaguar todas as políticas que são geograficamente concretizadas. [...].”
(RAMÓN, 1987, p. 152, citado por FRADE, 1999, p. 72)

No âmbito local, a política do ordenamento territorial, permite disciplinar a atribuição de


espaços de terra, estabelecer regras para o desevolvimento de qualquer actividade urbana,
tendo em conta o meio social e ambiental em que se vive.

2.3.4 Impactos ambientais (ecológicos)

“É qualquer mudança do ambiente resultante de actividades humanas para melhor ou para


pior, especialmente com efeitos sobre as matérias na natureza (ar, água, solo,
biodiversidade, na saúde das pessoas, etc.).” (MICOA, 2009, p. 43)

O ordenamento territorial tem impactos ambientais, pois, o humano está interligado e


interage com ecossistema. Neste contexto, ao fazer as projecções da urbanização, há toda a
15

necessidade de conservar o ambiente de modo a não onerar as gerações vindouras.


(FRANCO, 1997, p. 99, citado por SAMPAIO, 2005, p. 10)

Para Puig (1980, p. 5, citado por Frade, 1999, p. 77), as autoridades nacionais devem
tomar como medida urgente, a consciência dos problemas ecológicos no seu aspecto mais
pragmático da planificação territorial que, ao determinar o uso e o aproveitamento da terra,
deverá fazê-lo de modo racional, quer dizer, de acordo com o ser integral do homem, no
seu regresso à origem natural.

Concretamente encontram-se com impactos ambientais, o aproveitamento racional e


sustentável dos recursos naturais e a preservação do equilíbrio ambiental.

2.4 Importância do ordenamento territorial

Segundo o MICOA (2009, p. 55), o ordenamento territorial permite definir as reservas


para as diferentes funções, nomeadamente: zonas para a prática de agricultura, para o
desenvolvimento pecuário, florestal, industrial, ou mesmo para o laser entre outras
práticas. O ordenamento do território permite também fazer uma gestão racional do
processo de ocupação do solo enquanto reduzir ou mesmo eliminar os conflitos existentes
no uso e aproveitamento da terra.

Além dos impactos benéficos mencionados no parágrafo acima, existem muitos outros
benefícios do ordenamento territorial: cidadãos vivem à vontade, a circuulação de viaturas
se faz convenientemente, operações de resgate (de ambulância por exemplo) são feitas
facilmente, a localização das infra-estruturas públicas não fica distante dos que
necessitam, etc.

Portanto, apesar das diferentes maneiras de ver o odrenamento territorial, há em comum


pontos de convergência: para muitos países, segundo os impactos citados por diferentes
autores acima, o ordenamento territorial traz aspectos relacionados com o
desenvolvimento e o equilíbrio da estrutura territorial e também aspectos relacionados
com o planeamento da estrutura territorial, assim como o uso de solo e implantação da
urbanização.
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3. Cronograma

Meses do ano de 2022

Actividades de pesquisa Agosto Set. Out. Nov Dez.


Identificação do tema X
Revisão bibliográfica X X X
Compilação de dados X X
Elaboração do projecto X
Correcções do orientador X
Submeter o projecto ao Departamento X
Condução do estudo de caso X
Redacção da Monografia X
Correcções do orientador X
Submetr a Monografia ao Departamento X
Defesa do trabalho académico final X
Responsável: António Metapa Francisco Maconha
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4. Orçamento

Materiais Permanentes a serem utilizados


Descrição Quantidade/Unidade Valor Unitário (Mt) Valor Total (Mt)

_ - - -

Sub Total -

Materiais de Consumo a serem utilizados


Descrição Quantidade Valor Unitário Valor Total (Mt)

Blocos de notas 1 50,00 50,00

Esferográficas azuis 3 10,00 30,00

Esferográfica 1 10,00 10,00


vermelha
Lápis 1 5,00 5,00

Borracha 1 5,00 5,00

Sub Total 100,00

Serviços de Terceiros
Lanche 10 250,00 2,500,00

Digitalizar document. 60 15,00 900,00


e imprimir
Fotocopiar 360 1,50 540,00

Encadernamento 6 35,00 210,00

Sub Total 4.150,00

Total Geral 4.250,00


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Referências Bibliográficas

1. ALVES, Larissa da Silva Fereira. Culturas de Ordenamento Territorial:


conceituações e perspectivas histórico analíticas. 2014.
2. ARAÚJO, Manuel G. Mendes de. Geografia dos povoamentos: Uma análise dos
assentamentos humanos rurais e urbanos. Maputo, Moçambique: Livraria
Universitária, UEM, 1997.
3. BARBOSA, António Carlos Leite. Espaço urbano e percepção do ambiente na
“Avenida Litorânea” em São Luís do Maranhão. 2012.
4. CASAGRANDE, Adriana Eliane e SOUZA, Edson Belo Clemente de. Do
Planejamento ao Ordenamento Territorial: Estudo da Região Costa Oeste do
Paraná. 2013.
5. CORREIA, Armindo Freitas. A Gestão do Território Municipal em Cabo Verde: O
Caso de Santa Catarina de Santiago. Dissertação de mestrado. 2011.
6. DINAPOT – DPU. Plano de Estrutura da Cidade de Dondo: Divisão
Administrativa. Moçambique. 2011.
7. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda . Dicionário Aurélio. Brasil: Positivo,
1975.
8. FRADE, Catarina Cláudia Ferreira. A componente ambiental no ordenamento do
território. Lisboa, 1999.
9. MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de
metodologia científica. 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2009.
10. MINISTÉRIO PARA COORDENAÇÃO DA ACÇÃO AMBIENTAL
(MICOA).Manual de Técnicas Básicas de Planeamento Físico. 1ª Edição. Maputo,
Outubro de 2006.
11. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 19/2007 de 18 de Julho (Lei de
Ordenamento do Território), 2007.
12. REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 20/1997, de 1 de Outubro (Lei do
Ambiente), 1997.
13. SAMPAIO, Luciana. Estudo de Impacto de Vizinhança: sua pertinência e
delimitação de sua abrangência em face de outros estudos ambientais. Especialista,
Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, 2005.
14. SILVEIRA, Paula de Castro. Algumas considerações sobre a Lei do Ambiente em
Moçambique. S
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15. Guião de entrevista

Guião de entrevista – Formulário guião de perguntas para as entrevistas


António Metapa Francisco Maconha, é o autor deste formulário guião de perguntas para
entrevistas o qual pretende utilizar no estudo do campo, a realizar na unidade comunal I,
no bairro de Mafarinha, Município do Dondo, para obtenção de informações que vão
subsidiar esta pesquisa. As respostas serão mantidas em sigilo.

1. Sexo:
Femenino Masculino

2. Idade:__________

3. Nivel:

Básico Médio Superior

Perguntas

1. As casas estão ordenadas dentro de blocos?


a) Sim
b) Não

2. Se estão ordenadas em blocos, quantas famílias ou casas existem em cada bloco de


talhões?
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3. Esta unidade comunal está urbanizado e ordenado territorialmente? Desde quando?


a) Sim
b) Não
c) Desde __________________________________________________________

4. Como consegue notar que o bairro está urbanizado e territorialmente ordenado?


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Entrevista
5. A unidade comunal I tem água potável dos poços/furos/canalizada, iluminação
pública, latrinas/esgotos, arruamentos, valas de drenagem, saneamento do meio,
rede de telecomunicação, escolas, postos de saúde entre outras infra-estruturas
sociais?
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Inquerito
6. Qual o distanciamento entre as casas e as ruas e ou a linha férrea ou entre latrinas e
os poços construídos nas parcelas ou talhões?
a) De 0-5m
b) De 5-10m
c) De 10-15m
d) Mais de 15m

7. Existem depósitos de lixo/contentores ou latas? O lixo é recolhido regularmente?


a) Sim a) Sim
b) Não b) Não

Entrevista
8. Que impactos positivos e ou negaitvos podem ser encontrados num bairro com
ordenamento territorial e urbanizado ou então não urbanizado?
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Inquerito
9. O bairro de Mafarinha tem zonas reservadas para infra-estruturas sociais?
a) Sim
b) Não
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Entrevista

10. Os moradores respeitam o ordenamento territorial ou ocupam o espaço de forma


desregrada?
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11. O que deve ser feito para que a problemática de construções desordenadas que
obstruem ruas, seja ultrapassada na unidade comunal ‘I’ do bairro de Mafarinha?
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Inquerito
12. A quanto tempo vive neste local de residência?
1975 a 1985
1986 a 1996
1997 a 2017

Muito obrigado

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