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UNIVERSIDADE ABERTA - ISCED

FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO


LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Consolidação de Contas

Jeremias Pedro Miambo

Maputo, 23 de Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA - ISCED
FACULDADE DE ECONOMIA E GESTÃO
LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

Consolidação de Contas

Trabalho de pesquisa de campo a ser apresentado na disciplina de Microeconomia como


requisito de Avaliação III, sob orientação de:
O Tutor: Esmeraldo Tomé Inácio
Rosário Mutombene
Anselmo Matanha

Jeremias Pedro Miambo

Maputo, 23 de Março de 2024

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................1
1.1. Objectivos.........................................................................................................................1
1.1.1. Objectivo Geral.............................................................................................................1
1.1.2. Objectivos Específicos...............................................................................................1
2. Metodologia..............................................................................................................................2
2.1. Especificação do Método..................................................................................................2
2.2. Tipos de Pesquisa quanto aos objectivos..........................................................................2
2.3. Classificação da pesquisa quanto a abordagem................................................................2
2.4. Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos.......................................................2
2.5. Procedimentos e Recolha de Dados..................................................................................2
3. Revisão da Literatura................................................................................................................3
3.1. Conceito de Demonstrações Financeiras..........................................................................3
3.1.1. Elementos das Demonstrações Financeiras...............................................................3
3.2. Consolidação de Contas....................................................................................................4
3.2.1. Perímetro de Consolidação........................................................................................4
3.2.2. Tipos de Participações Financeiras............................................................................4
4. Conclusão.................................................................................................................................8
5. Bibliografia...............................................................................................................................9

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1. Introdução
No mundo globalizado, em que se vive hoje percebe-se as constantes mudanças que ocorrem no
mundo empresarial. Porém com o avanço das tecnologias, as cobranças por melhores resultados
são vistas por todos, principalmente no que se trata da parte financeira de uma organização
empresarial e expandiram-se para além das fronteiras nacionais, seus negócios tornaram-se mais
complexos. As demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à gestão
para tomada de decisão nas organizações, permitindo o conhecimento do desempenho e posição
financeira e económica das empresas.
A consolidação de contas das demonstrações financeiras constitui um marco recente que se
desenvolveu no século XX, foi nesta altura que surgiram grandes grupos económicos, grandes
empresas, pós a Revolução Industrial que diversificaram as suas actividades realizando grandes
investimentos financeiros em empresas dos mais diversos ramos de actividade, daí a necessidade
de fazer algo a fim de proporcionar informação eficiente e útil aos gestores e a todos os outros
utilizadores para que pudessem tomar as decisões mais acertadas.
A consolidação de contas tem a sua importância tanto na esfera pública como na privada, na
medida em que busca fornecer informação contábil, consubstanciada e relevante, de grupos
econômicos ou de Estados, além da necessidade de representá-la de forma fidedigna para seus
usuários. A definição de controlo, e das suas variadas vertentes, é um aspeto fundamental para a
elaboração de contas consolidadas, uma vez que as principais exigências e limitações desta
problemática, estão ligadas à forma como a empresa-mãe controla as entidades pertencentes ao
grupo que lidera.
1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
O presente trabalho tem como objectivo geral consolidar o conhecimento dos estudantes,
estimular a sua criatividade e avaliar as respetivas competências no âmbito da Consolidação das
Demonstrações Financeiras.
1.1.2. Objectivos Específicos
 Perceber o que são Demonstrações Financeiras nas Consolidação de Contas;
 Definir Consolidação de Contas nas Demonstrações Financeiras;
 Indicar os principais conceitos na consolidação de contas e tipos de participações
financeiras;

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2. Metodologia
2.1. Especificação do Método
Para Prodanov e Freitas (2013), a Metodologia é compreendida como uma disciplina que
consiste em estudar, compreender e avaliar os vários métodos disponíveis para a realização de
uma pesquisa académica.
2.2. Tipos de Pesquisa quanto aos objectivos
Segundo Gil (2008, p.26), quanto a natureza existem 3 tipos de pesquisa, que podem ser:
pesquisa exploratória, descritiva e explicativa.
Este trabalho constitui – se de uma pesquisa descritiva e explicativa. Porque utiliza técnicas que
estão ligados a uma pesquisa bibliográfica, e que podem fornecer dados quantitativos e
qualitativos, proporcionando a expansão dos dados obtidos para tomada de decisões presentes e
futuras. É descritiva ainda porque estabelece relações entre os dados a serem analisados.
2.3. Classificação da pesquisa quanto a abordagem
Segundo Gerhardt (2009), quanto a abordagem pode ser: qualitativa e quantitativa.
Neste trabalho adopta-se o método qualitativo. Porque proporciona a utilização de dados de
forma não numérica e está ligado na extensão da informação obtida para a realização do mesmo.
2.4. Classificação da pesquisa quanto aos procedimentos
Segundo Lakatos e Marconi (2003, p.221), quanto aos procedimentos a pesquisa pode ser:
bibliográfico, monográfico, comparativo, tipográfico e histórico.
Para o presente trabalho recorreu ao método bibliográfico e monográfico (estudo de caso), é
bibliográfico porque esse tipo de pesquisa é caracterizado pela interrogação directa das
informações, com a finalidade de conhecer ou chegar a uma conclusão. Neste método, não se
interroga toda a população estudada, caso contrário, se estaria falando de censo.
2.5. Procedimentos e Recolha de Dados
Lakatos e Marconi (2003), dizem que os procedimentos para a recolha de dados são: observação,
entrevista e questionário.
Ainda para Lakatos e Marconi (2003), a observação é uma técnica de colecta de dados para
conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional.

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3. Revisão da Literatura
3.1. Conceito de Demonstrações Financeiras
Para Ribeiro (2003) as demonstrações financeiras são relatórios ou quadros técnicos que contêm
dados extraídos dos livros, registos e documentos que compõem o sistema contabilístico de uma
entidade.
De acordo com o PGC NIRF e Rodrigues (2015), as demonstrações financeiras são parte do
processo de relato financeiro. Um conjunto completo de demonstrações financeiras inclui:
balanço, uma demonstração dos resultados, uma demonstração de fluxos de caixa, uma
demonstração das alterações no capital próprio e as notas explicativas.
Salas (2005) afirma que: “as demonstrações financeiras também são chamadas de relatórios
contabilísticos e são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive para avaliar
possíveis investimentos”.
Segundo Diniz (2015) as principais demonstrações contabilísticas são exposições sintéticas dos
componentes patrimoniais e de suas variações, a elas recorremos quanto desejamos conhecer os
diferentes aspectos da situação patrimonial e suas variações.
3.1.1. Elementos das Demonstrações Financeiras
Segundo Diniz (2015) e PGC – NIRF, as principais demonstrações financeiras são:
 Balanço patrimonial é uma descrição resumida da posição financeira da empresa em
uma certa data (Gitman, 2010).
 Mapa de Demonstração de Resultados fornece um resumo financeiro dos resultados
operacionais da entidade durante um período específico de tempo, sendo mais comum o
período que vai até 31 de Dezembro de cada ano (Gitman, 2010).
 Mapa de Fluxos de Caixa é um balanço integrante do conjunto completo das
demonstrações financeiras, que resume-se na entrada e saída de dinheiro (Diniz, 2015).
 Mapa de Variação do Capital Próprio mostra as variações no capital próprio de uma
entidade entre o início e o fim de um período contabilístico de relato, reflectem o
aumento ou a redução dos activos líquidos dessa entidade durante esse período (Diniz,
2015).
 Anexos fornecem informações detalhadas sobre as políticas e procedimentos
contabilísticos e os cálculos e transacções subjacentes aos lançamentos

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3.2. Consolidação de Contas
Segundo Lopes (2017), a Consolidação de Contas é um processo contabilístico que permite
agregar as demonstrações financeiras das diversas empresas do mesmo grupo empresarial numa
única entidade (a empresa líder do grupo).
Para Rodrigues (2015), a consolidação de contas pode ser assumida como a agregação de contas
individuais, após homogeneização, de entidades pertencentes a um grupo de sociedade. Esta
agregação permite transmitir informações fiáveis e relevantes sobre a situação patrimonial,
financeira e outras, desse grupo como se de uma única entidade se tratasse.
Para Ribeiro (2010), a consolidação de contas consiste em elaborar a nível de grupo (entidades
juridicamente autónomas, dependentes de um centro de decisão - empresa-mãe) demonstrações
financeiras idênticas às elaboradas pelas empresas individualmente.
Desta forma, pode entender-se a consolidação como sendo uma técnica de natureza contabilística
que tem por finalidade elaborar as demonstrações financeiras de um grupo de sociedades ou
outras entidades, como se de uma única empresa (entidade) se tratasse.
3.2.1. Perímetro de Consolidação
Para Lopes (2017), Perímetro de Consolidação corresponde o conjunto consolidado, as empresas
sobre as quais a sociedade-mãe, exerce unicamente uma influência forte e desempenha, portanto,
um papel na sua gestão.
Segundo Rodrigues (2015), esta questão está ligada à da definição de controlo. É preciso
determinar o grau de influência que exerce a empresa-mãe sobre as empresas em causa.
3.2.2. Tipos de Participações Financeiras
Para Macedo (2012), e Rodrigues (2015), podemos encontrar quatro tipos de participações em
empresas, quando falamos em investimentos financeiros:
 Simples participação é um investimento detido por uma entidade noutra, na qual se
presume que não haja Influência Significativa ou qualquer outro tipo de controlo sobre as
políticas financeiras da participada.
 Investimento em associada quando uma empresa participante, dita empresa-mãe, exerce
sobre a sua participada Influência Significativa, podendo a primeira interferir sobre as
decisões operacionais, financeiras e económicas da segunda.

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 Investimento em subsidiária, exige que a empresa-mãe detenha influência dominante
sobre a investida. Esta influência proporciona à participante um Controlo Exclusivo sobre
as decisões da entidade participada, podendo existir interesses minoritários, não
controlados, detidos por outras entidades.
 Empreendimentos conjuntos, estes caracterizam-se pela existência de um acordo
contratual, sobre a forma escrita, entre duas ou mais entidades com o objetivo de
controlar conjuntamente determinado empreendimento, podendo este ser uma operação,
um ativo ou uma outra entidade
De acordo com Macedo (2012), Influência Significativa – entende-se por Influência
Significativa o poder da investidora em participar nas decisões de carácter financeiro e
operacional da investida, podendo ser obtida mediante posse de ações, estatuto ou acordo.
Presume-se existir Influência Significativa quando o investidor detém 20% ou mais dos direitos
de voto noutra entidade, mesmo que de forma indireta, por exemplo através de uma subsidiária.
Ainda para Macedo (2012), o Controlo Exclusivo é o elemento caracterizador dos investimentos
em subsidiárias, traduzindo-se na influência dominante detida pela empresa-mãe sobre uma ou
mais entidades, ditas subsidiárias. Presume-se que exista Influência Dominante, quando a
percentagem de participação detida é superior a 50% dos direitos de voto da sociedade filial.
Percentagem de controlo
Para Rodrigues (2015), exprime o grau de dependência das sociedades participadas relativamente
à sociedade-mãe. Representa a % de capital que a empresa participante (sociedade-mãe)
consegue controlar (directa ou indirectamente).
Para Macedo (2012), a percentagem de controlo deve ser associada à demonstração de controlo
económico, representando a percentagem de capital que a empresa participante consegue
controlar na empresa participada.
Percentagem de participação
Segundo Rodrigues (2015), Exprime a fracção de capital detida directa ou indirectamente na
sociedade dependente. Na prática representa a % do património da sociedade detida que é
pertença da sociedade-mãe.

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Conforme Macedo (2012), a percentagem de participação está associada ao conceito de
controlo jurídico, em que a fração de capital detida, direta ou indiretamente através das suas
subsidiárias, pela empresa-mãe noutras entidades, representa os direitos “legais” obtidos pela
titularidade do capital. Esta percentagem é representativa do interesse detido pela empresa
investidora na sua investida através de partes de capital.
Exercício Pratico: Considere que a Sociedade Monte Binga (Sociedade M) possuía em 31 de
Dezembro de 2020 as seguintes participações:

Informações adicionais:
 A Sociedade M nomeou exclusivamente com os seus direitos de voto a maioria dos
membros do Conselho de Administração da Sociedade M4 durante os últimos 4 anos;
 A Sociedade M211 foi constituída no ano de 2020 e o seu activo líquido e os seus
resultados ainda não apresentam valor significativo no âmbito do grupo;
 A Sociedade M11 desenvolveu uma actividade seguradora, quando as restantes empresas
do grupo se dedicam a actividade de natureza industrial;
 A Sociedade M42 está sedeada num país africano com seros conflitos políticos e
problemas económicos que limitam seriamente a capacidade da empresa M4 para exercer
os seus direitos sobre a gestão e o património M42.

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Empresas que fazem parte do Perímetro de Consolidação
 Empresa M – empresa mãe.
 Empresa M1 – a empresa M tem domínio completo por essa empresa, controlo exclusivo
(uma Subsidiaria)
 Empresa M2 – a empresa M tem influência insignificativa, tornando a M2 como sendo
Associada.
 Empresa M3 – é uma Subsidiaria.
 Empresa M4 – a empresa M tem uma influência significativa sobre esta.
 Empresas Intermediarias: M11, M111; M21; M31; M41 e M211
Percentagens de participação ou de Interesse
De empresa M para M1
100 % × 75 %=75 %
De empresa M para M2
Percentagem=100 % × 40 % +40 % ×20 %=48 %
De empresa M para M3
90 % ×30 %=27 %
De empresa M para M34
40 % ×20 % +40 % ×70 %=36 %

Percentagens de Controlo
De empresa M para M1
P=100 %
De empresa M para M2
P=20 %+ 40 %=60 %
De empresa M para M3
P=90 %+ 40 %=60 %
De empresa M para M3
P=40 % × 70+40 % × 20 %=36 %

4. Conclusão

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As empresas estão inseridas em um mercado globalizado que exige decisões rápidas e sábias, e
para que isso aconteça de forma assertiva as demonstrações financeiras são utilizadas como
ferramentas de apoio. A administração financeira é essencial para a gestão das organizações, pois
gestores definem estratégias baseados em relatórios contabilísticos que são gerados a partir de
diversos dados financeiros.
As demonstrações financeiras são instrumentos ou ferramentas importantes que possibilitam ter
uma imagem ideal a todos usuários sobre a optimização dos lucros, dos gastos realizados num
determinado exercício económicos, sobre as saídas e entradas de dinheiro e ganham um ponto
principal por mostrar directamente o histórico financeiro da empresa, o procedimento e políticas
de obtenção de recursos, maximização de resultados e meios para flexibilização da gestão.
As demonstrações financeiras constituem um importante instrumento de apoio à tomada de
decisão nas organizações, permitindo o conhecimento da situação financeira e económica.
Talvez por essa razão, as demonstrações financeiras divulgadas pelas entidades têm sido objecto
de diversos estudos.
A consolidação de contas veio enquadrar-se na reforma da contabilidade, pois é cada vez mais
evidente a proximidade, em determinadas matérias, das duas contabilidades. O grupo de
sociedade será constituído por uma variedade de sociedades, nas quais a entidade-mãe terá
diferentes posições, isto significa que, para cada entidade definida no grupo de sociedade, será
associado um determinado tipo de controlo.

5. Bibliografia

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DECRETO Nº 70/2009 de 22 de Dezembro: Sistema de Contabilidade Para o Sector
Empresarial em Moçambique.

DINIZ, Natália. (2015). Analise das Demonstrações Financeiras. 1ª Edição. Rio de Janeiro:
SESES.

GERHARDT, T. E. & SILVEIRA, D. T. (2009). Métodos de Pesquisa. 1ª Edição. São Paulo:


UFRGS Editora.

GIL, António C. (2008). Como elaborar projectos de pesquisa. 6.ed. São Paulo: Atlas.

GITMAN, L. J. (2010). Princípios de Administração Financeira (12ª ed.). São Paulo: Pearson
Prentice Hall.

LAKATOS, E. M. e MARCONI, M. A. (2003). Técnicas de Pesquisa. 5ª Edição. São Paulo:


Atlas. Pearson Prentice Hall.

LOPES, Carlos António Rosa. (2017). Consolidação de Contas: Teoria e Prática. 3ª Edição
Ampliada e Actualizada. Lisboa: Edições Sílabo.

MACEDO, Ana Catarina Martins. (2012). Introdução à Consolidação de Contas: Sua


Problemática. Aveiro: Instituto Superior de Contabilidade e Administração.

PRODANOV, Cléber Cristiano e FREITAS, Ernani Cesar. Metodologia do trabalho científico:


métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho académicos. 2ª Edição. Rio Grande do Sul: Novo
Hamburgo: Feevale. 2013.

RIBEIRO, Ana Cristina dos Santos. (2010). Importância de Consolidação de Contas nas
Autarquias. Viseu: Instituto Politécnico.

RIBEIRO, M. O. (2003). Contabilidade Básica Fácil. (24ª ed). São Paulo: Saraiva.

RODRIGUES, Júlio. (2015). Sistema de Contabilidade para o sector Empresarial em


Moçambique – SCE Explicado. Plural Editores. Moçambique.

SALAS, O. A. (2005). Análisis económico-financeiro (interpretación de estados financieros).


19ª Edição. Barcelona: Gestión.

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