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Ernesto Bilale
Tutora:
Mestre Julieta Samde
Pemba
2021
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Ernesto Bilale
Tutora:
Mestre Julieta Sande
PEMBA
2021
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................. 4
1.1. Objetivos............................................................................................................................... 5
1.1.1. Objetivo Geral ................................................................................................................... 5
1.1.2. Objetivos Específicos ....................................................................................................... 5
1.2. Metodologia .......................................................................................................................... 6
2. Revisão De Literatura............................................................................................................... 7
2.1. Administracao Pública .......................................................................................................... 7
2.2. Reforma ................................................................................................................................ 8
2.3. Evolução histórica da Administração Pública em Moçambique .......................................... 9
2.3.1. A Administração Pública Pós Independência Nacional................................................... 9
2.3.2. A Administracao Pública moçambicana a Luz da Constituiçao de 90 ........................... 10
2.3.3. Administração Pública em Moçambique à luz da Constituição de 2004........................ 11
2.3.3.1. Traços da Constituição da República de Moçambique de 2004 ................................. 12
2.4. Problematização.................................................................................................................. 13
2.5. Uma adminstracao pública voltada para o cidadão, com melhoria da qualidade dos
serviços públicos e o aperfeiçoamento das respostas administrativas oferecidas à sociedade ...... 14
2.5.1. Racionalização e Descentralização de Estruturas e Procedimentos de Prestação de
Serviços 15
2.5.2. Formulação e Monitoria de Políticas Públicas ............................................................... 16
2.5.3. Profissionalização dos Funcionários do Sector Público ................................................. 16
2.5.4. Gestão Financeira e Prestação de Contas........................................................................ 17
2.5.5. Boa Governação e Combate à Corrupção ....................................................................... 18
2.6. A Administracao Pública Do Amanha ............................................................................... 19
3. Conclusão ............................................................................................................................... 20
Bibliografia .................................................................................................................................... 23
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1. Introdução
A Administração Pública de qualquer país e de qualquer época tem como finalidade fundamental
satisfazer, através dos seus órgãos e serviços, as necessidades colectivas das respectivas
populações. Vários são os estudiosos que se têm dedicado a concepção de um modelo de
administração que possibilita a prossecução daquele desiderato com o emprego de menos
recursos possíveis e com dispêndio de menor tempo possível, ou seja a satisfação das
necessidades colectivas com eficiência e eficácia.
Dentro da região austral da África está situada a República de Moçambique, um Estado cuja
independência política foi alcançada em 1975, deixando por essa via de ser colônia portuguesa.
Depois da consumação deste fato histórico, o governo instituído procurou criar ou construir
instituições fortes para consolidar esse Estado, numa trajetória que conheceu fases distintas
obedecendo a certa lógica administrativa de acordo com seu posicionamento ideológico.
Portanto, a transição do regime colonial para um novo regime significou o início da configuração
de novas instituições. Mas, como elas são construídas, socialmente, em um processo
simultaneamente estruturado e estruturante, derivado de percepções subjetivas, surgem diferenças
lógicas na maneira de conceber essas instituições. No entanto, tais percepções podem se tornar
racionais quando adquirem “utilidade” e passam a ser amplamente compartilhadas para satisfazer
a um objetivo específico do contexto social (VIEIRA e CARVALHO, 2003). Do ponto de vista
institucional, o Estado é reconhecido, socialmente, como a última e mais perfeita forma de
administração social até agora instituída. No mundo civilizado, onde várias instituições são
concebidas, o Estado tornou-se um mito cuja existência ninguém se opõe, seja ele do tipo militar,
feudal, monárquico, liberal, socialista ou capitalista (BAZZO, 1994).
Moçambique tornou-se independente em 1975, depois de uma luta armada de libertação nacional.
A FRELIMO - Frente de Libertação de Moçambique, que havia conduzido a luta durante 10
anos, formou o primeiro governo, com um programa de trabalho orientado para a construção de
uma sociedade socialista. Em 1976 surgiram os primeiros indícios de desestabilização em
Moçambique, cujo desenvolvimento atinge a forma de uma guerra civil alargada a todo o país,
sobretudo na década de 80, opondo o governo e a RENAMO - Resistência Nacional de
Moçambique. A desestabilização provocada por estes conflitos internos é agravada por agressões
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militares que a Rodésia faz a Moçambique, mais tarde transferidas para o regime de apartheid da
África do Sul. Apenas em 1992, com a assinatura do ‘Acordo Geral de Paz’ entre a FRELIMO e
a RENAMO, cessam as hostilidades e inicia-se um processo de paz e reconciliação.
A década de 80 marca a transição de uma economia centralmente planificada para uma economia
aberta, de mercado. Nos anos 90, concretiza-se a transição política anteriormente iniciada, onde
se destaca a introdução de uma constituição pluralista e a emergência de um processo de
descentralização política e administrativa.
Com este perfil, pretendemos apresentar um resumo informativo sobre a evolução dos
acontecimentos políticos, económicos e sociais em Moçambique, no período pós-independência,
e os desenvolvimentos no campo científico, particularmente nas Ciências Sociais, que
acompanharam estes processos.
1.1. Objetivos
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• Identificar algumas especificidades que contribuem para as mudanças institucionais. E
que Durante a descrição do processo de mudanças institucionais, procurou-se fazer uma
análise dos fatos, com a finalidade de identificar relações entre tais fatos.
1.2. Metodologia
Este trabalho procura racionalizar a pesquisa sobre a gestão necessária ao suporte de cursos a
distância. Para alcançar o objectivo proposto, o presente trabalho baseou-se na pesquisa
exploratória, utilizando a pesquisa documental e bibliográfica. Procurou-se com isso, suporte na
literatura para uma escolha eficiente de modelos e técnicas gerências essenciais à implementação
e gestão de cursos.
Concomitante à pesquisa exploratória foi utilizado também, como suporte empírico, a experiência
dos profissionais envolvidos na produção do artigo, pois estes possuem activa experiência com
educação a distância, o que propicia um olhar crítico, mas ponderado, sobre os aspectos gerências
mais relevantes à perenidade de um curso a distância.
A pesquisa pode ser considerada “um procedimento formal com método de pensamento
reflectivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para reconhecer a
realidade ou para descobrir verdades espaciais. Significa muito mais do que apenas procurar a
verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos”
(LAKATOS, 2010).
Uma pesquisa é um processo sistemático de construção do conhecimento que tem como meta
principal, gerar novos conhecimentos. É basicamente um processo de aprendizagem tanto do
indivíduo que a realiza quanto da sociedade na qual esta se desenvolve. A relação de trabalho na
Função Pública constitui-se através do provimento, sendo este um despacho de nomeação ou
contrato, sujeito a visto do Tribunal Administrativo competente e à publicação no Boletim da
República.
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2. Revisão De Literatura
Fazendo uma incursão sobre a literatura existente sobre a matéria, nota-se que não existe uma
definição única deste conceito, embora existindo convergência em alguns aspectos que formam a
base do conceito. Para sustentar esta afirmação, são trazidas neste trabalho algumas definições
que foram sendo produzidas por vários autores desta área da ciência e de conhecimento.
Freitas do Amaral (2006), define a Administração Pública em sentido orgânico como sendo “um
sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado bem como das demais pessoas colectivas
públicas, que asseguram em nome da colectividade a satisfação regular e continua das
necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar”.
Segundo o mesmo autor, Administração Pública é a actividade típica dos serviços públicos e
agentes administrativos no interesse geral da colectividade, com vista a satisfação regular e
continua das necessidades colectivas de segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os
recursos mais adequados e utilizando as formas mais convenientes”.
A Administração Pública é entendida num duplo sentido: sentido orgânico e sentido material. No
sentido orgânico, a administração pública é o sistema de órgãos, serviços e agentes do Estado e
de outras entidades públicas que visam a satisfação contínua das necessidades colectivas. No
sentido material, a Administração Pública é a própria actividade desenvolvida por aqueles órgãos,
serviços e agentes do Estado. Em outras palavras, a Administração Pública é dotada de poderes
que se constituem em instrumentos de trabalho.
Por seu turno, o Decreto no. 30/2001, de 15 de Outubro, define no seu artigos 5 e 6 os princípios
de actuação dos serviços da administração pública, dos quais se pode destacar o princípio da
prossecução do interesse público e protecção dos direitos e interesses dos cidadãos; e o princípio
de justiça e de imparcialidade.
2.2. Reforma
Reforma é o nome que se dá a uma mudança de forma (esta entendida no sentido amplo), uma
modificação na forma, na natureza ou no tamanho de algo, a fim de aprimorá-lo.
Reforma (construção): acção, ato ou efeito de reformar, mudar a forma (em sentido amplo) de
uma construção ou edificação. Reforma, é um conjunto de acções de carácter transversal ou
horizontal e processos de mudanças que devem ser empreendidos para que os serviços públicos
prestados nos diferentes sectores sejam melhorados e a sua implementação é da responsabilidade
dos próprios sectores. (EGRSP, 2001 - 2011).
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2.3. Evolução histórica da Administração Pública em Moçambique
O processo evolutivo da Administração Pública moçambicana, busca os seus alicerces nas várias
fases da presença Portuguesa e do jugo colonial iniciada nos finais de seculo XV (1498). Importa
destacar a descoberta de Vasco da Gama e a sua posterior fixação no litoral de Moçambique,
inicialmente como mercadores (efectuando trocas comerciais) e mais tarde como efectivos
colonizadores.
Para atingir novos objectivos, era necessário empreender uma profunda transformação dos
métodos de trabalho e de estruturação do aparelho do Estado, a fim de proporcionar a criação de
novos esquemas mentais e regras de funcionamento. A administração pública devia ser um
instrumento para a destruição de todos os vestígios do colonialismo e do imperialismo, para a
eliminação do sistema de “exploração do homem pelo homem”, tanto para a edificação da base
política, material, ideológica, cultural e social da nova sociedade”.
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Para isso, foi aprovado o primeiro instrumento normativo para organizar a Administração
Pública, o Decreto nº. 1/75 de 27 de Julho, que definia as principais funções e tarefas do
Aparelho de Estado Central.
Um movimento similar de transformações seguiu-se nos anos 80, que culminou com a realização
do IV Congresso da Frelimo, em Abril de 1983, dando um marco importante para a mudança do
sistema político de governação e a substituição do modelo de desenvolvimento com base na
economia planificada para a economia de mercado em Moçambique.
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Após as primeiras eleições gerais e multipartidárias em 1994, o Governo saído vencedor
(Frelimo) deu iniciam ao processo de reconstrução nacional, face as consequências funestas
trazidas pela guerra civil que durou dezasseis anos, daí que as eleições multipartidárias trouxeram
uma mudança política significativa no contexto da democratização em Moçambique, dando uma
efectiva implantação de um Estado de Direito.
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2.3.3.1. Traços da Constituição da República de Moçambique de 2004
Os órgãos locais do Estado conforme citam artigos 262, 263 e 264 da Constituição da República
de Moçambique, têm como função à representação do Estado ao nível local para a Administração
e o Desenvolvimento do respectivo Território e contribuem para a integração e unidade nacional.
No seu funcionamento, os órgãos locais do Estado, promovem a utilização dos recursos
disponíveis e garantem a participação activa dos cidadãos e incentivam a iniciativa local na
solução dos problemas das comunidades, respeitando na sua actuação as atribuições,
competências e autonomia das autarquias locais e a realização de tarefas e programas
económicos, culturais e sociais de interesse local e nacional, observando o estabelecido na
Constituição, deliberações da Assembleia da República, do Conselho de Ministros e dos órgãos
do Estado do escalão superior.
Para assegurar a participação das comunidades na definição das prioridades das Acções de
Desenvolvimento Económico Local, foi instituído um fundo de investimento de iniciativa local,
que é gerido pelos Governos Distritais, cuja utilização é concertada pelo Governo Distrital com
os Conselhos Consultivos Locais, que estão em funcionamento nos Distritos, Postos
Administrativos e Localidades.
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2.4. Problematização
Chichava (2012) disse que o nosso desafio é fortalecer a sociedade civil atravez de debates muito
sérios nos nossos sectores de trabalho, nas nossas organizações políticas, etc. Temos, penso eu,
que levar os nossos dirigentes ao espírito democrático, de diálogo e de responsabilidade.
A maior parte dos funcionários com formação superior tende a concentrar-se nas grandes cidades
(capitais do país e das províncias). A definição do distrito como pólo de desenvolvimento, os
propósitos de descentralizar e desconcentrar transformam esta situação num desafio que urge
enfrentar.
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que, no percurso até ao ano 2025, os esforços devem conduzir a um “País com governação capaz
e eficiente, descentralizada, transparente, com estabilidade governativa e que preserva a memória
institucional e com elevada capacidade de elaboração e implementação de políticas”. Assim, é
licito perguntar: Será que a Administraçao Pública moçambicana ofere aos cidadãos seviços
públicos de qualidade?
2.5. Uma adminstracao pública voltada para o cidadão, com melhoria da qualidade
dos serviços públicos e o aperfeiçoamento das respostas administrativas
oferecidas à sociedade
A Agenda 2025 é categórica ao considerar que “as instituições devem ser estruturadas para que a
mudança de titulares de órgãos governamentais não crie rupturas nem impeçam a prossecução de
políticas, projectos e acções em curso”, e advoga a favor da promoção da “cultura de Estado e
despersonalização das instituições públicas”
A não definição clara do papel do sector público em relação ao sector privado e à sociedade civil,
designadamente no que respeita às definições de políticas públicas, à regulamentação e regulação
das relações na sociedade, bem como à resolução de conflitos decorrentes do seu próprio
funcionamento. A institucionalização incompleta das responsabilidades e dos mecanismos e
formas de participação das organizações e representantes da sociedade civil, designadamente das
comunidades locam, bem como do sector privado na gestão de questões de interesse público. A
tendência de as organizações do sector público realizarem ainda algumas funções, para além da
sua vocação principal e do que seria o seu papel num Estado orientado para as funções
necessárias de promoção, regulamentação, garantia de equidade e protecção dos direitos de
cidadania e da ordem pública e a falta, insuficiência ou deficiência na definição das missões,
objectivos e funções das organizações do sector público, com maior gravidade no que se refere
aos escalões de níveis inferiores e uma dimensão inadequada do sector público, face à natureza e
escala dos serviços a serem prestados, da escassez dos recursos do Estado e do critério de
sustentabilidade dos serviços públicos, permite-nos elencar os seguintes desafios da administrcao
pública em Moçambique:
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2.5.1. Racionalização e Descentralização de Estruturas e Procedimentos de Prestação
de Serviços
Por outro lado, a privatização e/ou contratação de algumas funções do Estado abre espaço a uma
maior competitividade na prestação de serviços públicos, com fortes possibilidades de melhoria
de sua qualidade e criação de novas formas de rendimento. Ademais, a redução do tempo de
resposta bem como da burocracia no funcionamento do sector público e particularmente no
licenciamento das actividades económicas, previstas sob esta componente e já em curso, são
medidas que estimularão consideravelmente os investimentos tanto internos como externos, com
um impacto positivo na economia.
Para o alcance desses objectivos, estão previstas mudanças profundas na gestão e capacitação dos
recursos humanos, nas estruturas e procedimentos de prestação de serviços, no processo de gestão
de políticas públicas e na programação orçamental e gestão financeira. Estas reformas
contribuirão consideravelmente para a promoção da boa governação e combate à corrupção, ao
aumentar a capacidade de resposta do sector público às demandas dos cidadãos, através da
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criação de mecanismos de prestação de contas e transparência e pela redução de oportunidades de
acesso ilícito aos recursos públicos. A ocasião faz o ladrão. É preciso reduzir senão eliminar os
espaços para a corrupção.
Um exemplo de suma importância que está a ser implementado neste sentido é o “Observatório
do PARPA”, através do qual o Governo ausculta a sociedade e incorpora contribuições que visam
melhorar os métodos de trabalho na formulação e monitoria de políticas públicas. Por outro lado,
estão previstos, no âmbito da Lei dos Órgãos Locais do Estado Fóruns Consultivos aos vários
níveis como um mecanismo de consulta periódico entre o Governo e a sociedade, na promoção
da governação participativa e ampliação da democracia.
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recursos humanos qualificados entre o sector público e o sector privado, e reduzirá, em certa
medida, a crónica fuga de quadros do primeiro para o segundo. Como resultado global, o país
tenderá a ter um padrão comum de qualificação dos recursos humanos tanto no sector público
como no privado, que pelos incentivos existentes tenderão a ser, pelos menos nas funções
estratégicas, de um nível alto.
A economia poderá se beneficiar disso com a tendência a uma busca constante de maior
qualificação pelos que pretendem entrar no mercado de trabalho. Este aspecto de formação e
desenvolvimento de recursos humanos nacionais tecnicamente qualificados é que reduzirá
drasticamente o eterno argumento de contratação de mão-de-obra estrangeira preterindo-se a
nacional. Por isso é que a nossa primeira aposta para o sucesso da reforma está na formação e
treinamento profissional porque é um dado adquirido que “a qualidade e riqueza de um País
depende dos seus recursos humanos”.
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sendo uma das consequências decorrente a retracção de investimentos, aumento do desemprego e
queda da economia, problema este já identificado em Moçambique e que as autoridades
governamentais têm vindo a envidar esforços, para impugnar o cenário no quadro da sua
governação.
Além da melhoria na gestão financeira em si, a nova legislação incorpora também mecanismos de
prestação de contas que serão a base para uma maior transparência e responsabilização. Neste
sentido, está para aprovação o Regulamento de Contratação de Empreitadas de Obras Públicas e
de Fornecimento de Bens e de Prestação de Serviços ao Estado (O Regulamento do
Procurement), como forma de imprimir maior transparência no relacionamento do Estado com os
agentes económicos e outros particulares.
Em suma, uma maior responsabilidade fiscal terá um efeito positivo na economia, porque
eliminará alguns dos elementos que podem prejudicar os esforços de desenvolvimento
económico. No entanto, torna-se necessário aprofundar de forma participativa o tipo de reforma
fiscal que não asfixie o desenvolvimento do sector empresarial nas grandes e médias empresas e
muito menos prejudicar a emergência e desenvolvimento dos pequenos empreendedores.
O fenómeno da corrupção é outra face da moeda que assola o sector público e tem custos
económicos elevados, porque contribui para a retracção dos investimentos, pois, consiste no uso
ilícito dos recursos públicos para fins particulares. No âmbito do sector público ela floresce com
a falta de transparência, burocracia excessiva, procedimentos de estruturas demasiadas e
complexas.
No entanto, no âmbito do sector público ela floresce onde há falta de transparência, excessiva
burocracia, procedimentos e estruturas demasiado complexas. Por essa razão, o combate à
corrupção decorre naturalmente das mudanças positivas que forem operadas nas estruturas e
procedimentos de prestação de serviços, na profissionalização da Administração Pública, e
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modernização na gestão e desenvolvimento de recursos humanos, na gestão de políticas públicas
e na gestão financeira e melhoria de mecanismos de prestação de contas.
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3. Conclusão
Pode-se concluir que apesar de esforços e vontade política do Governo de Moçambique, ainda
persistem muitos problemas de organização e do funcionamento da Administração Pública que
constituem autênticos desafios de momento e para os próximos 14 anos. Estes podem ser
agrupados em problemas estruturais e funcionais.
Para fazer face a esta situação o Governo aprovou uma estratégia de longo prazo, a Estratégia de
Reforma e Desenvolvimento da Administração Pública 2012-2025 (ERDAP), com objectivo
fundamental de continuar com as reformas, de forma mais integrada nas actividades do sector
público.
Por outro lado, as estratégias a adoptar pelas organizações públicas devem estar alinhadas com as
necessidades e prioridades do cidadão, assegurando ao mesmo tempo a eficiência e eficácia no
uso dos escassos recursos públicos postos à sua disposição.
Apesar das limitações deste trabalho, foi possível identificar a dinâmica da lógica administrativa
seguida pelo Estado moçambicano durante o seu percurso histórico.
Entre 1975 e 2006, o Estado que é focalizado nesta análise sofreu abruptas transformações no
âmbito do seu sistema político-administrativo. Nas etapas centrais da transformação e
desenvolvimento institucional, destacam-se:
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O setor público moçambicano se reestruturou, ao longo da sua trajetória, dentro de um contexto
socioeconômico e político marcado por um conjunto de realidades e especificidades que
caracterizam o período delimitado para a pesquisa.
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da cultura moçambicana para hierarquizar a sociedade, garantindo a continuidade do seu
domínio. Assim, a legitimidade dos líderes tradicionais foi abalada.
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Bibliografia
Amaral, DF. (2006). Curso de Direito administrativo. Volume I.3ª Ed. Coimbra, Portugal.
República de Moçambique. 2006. Programa da Reforma do Sector Público -II Fase (2006-2011).
Autoridade nacional da Função Pública. Maputo, Moçambique.
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