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Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância

Laina Elvira Felizberto Muanga

Economia de Empresa

Tema: O Estado e as Empresas: Política de Concorrência e Regulamentação


Económica em Moçambique

Tutor:
Amisse Rachide

Pemba
2021
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Laina Elvira Felizberto Muanga

O Estado e as Empresas: Política de Concorrência e Regulamentação


Económica em Moçambique

Trabalho apresentado como composição da forma de avaliação na cadeira de Economia de Empresa


no curso de Gestão de Recursos Humanos, do Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância

Tutor:
Amisse Rachide

Pemba
2021

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Índice

1. Introdução ..............................................................................................................................................4
1.1. Objectivos ..........................................................................................................................................5
1.1.1. Objectivos gerais ............................................................................................................................5
1.1.2. Objectivos específicos ....................................................................................................................5
1.2. Metodológia .......................................................................................................................................5
2. Revisão De Literatura.............................................................................................................................6
2.1. A concorrência perfeita ......................................................................................................................6
2.1.1. Como surge a concorrência prefeita? .............................................................................................7
2.1.2. Condição de Maximização de Lucro no curto prazo ......................................................................9
2.1.3. Decisão da empresa na concorrência perfeita ..............................................................................10
2.1.4. Produção que maximiza o lucro ...................................................................................................10
2.1.5. Condição de Encerramento das Actividades ................................................................................12
2.1.6. Oferta de Curto Prazo da oferta....................................................................................................13
2.1.7. Excedente do consumidor e Bem-estar ........................................................................................14
2.2. Monopólio ........................................................................................................................................15
2.2.1. Solução de monopólio ..................................................................................................................16
2.2.1.1. Comportamento Do Monopolista .............................................................................................16
I. Maximização Do Lucro........................................................................................................................17
II. Rendimento Marginal ...........................................................................................................................18
III. Preços De Mark-Up ..........................................................................................................................21
3. Conclusão .............................................................................................................................................23
Bibliografia ..................................................................................................................................................24

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1. Introdução

A economia moçambicana vem conhecendo uma dinâmica caracterizada por profundas mudanças.
Como resultado do ambiente macroeconómico em contínuo melhoramento, tem-se registado um
crescimento do mercado criando uma relativa concorrência, no entanto, o país não possui
instrumentos para regular o fenómeno. A Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral
(SADC) de que Moçambique é membro, em particular o seu Protocolo Comercial, recomenda o
estabelecimento de um quadro legal nos países membros que oriente a concorrência nos mercados
nacionais. Com efeito, a situação de concorrência é aquela na qual os empresários decidem de uma
maneira independente sobre os preços, quantidades, quota do mercado, qualidade, serviços e outras
condições que afectam o valor dos bens e serviços de modo a conquistar, reter e aumentar a
clientela Assim, a política de concorrência constitui um instrumento de suporte à elaboração de
uma legislação específica e de um quadro institucional que congreguem regras para disciplinar a
conduta empresarial no âmbito da concorrência.

A política de concorrência visa o desenvolvimento de um quadro legal e institucional nacional que


garanta uma conduta empresarial sã e leal, promotora de um ambiente favorável para a
consolidação e reforço de um sector privado nacional, dinâmico e competitivo e atrair
investimentos estrangeiros.

A política da concorrência tem a missão de criar condições favoráveis para a regulamentação e


implementação efectiva de boas práticas comerciais compatíveis com a economia de mercado,
desencorajando práticas restritivas da concorrência designadamente o abuso de posição dominante,
os acordos restritivos de concorrência e as concentrações que resultam em ineficiência de mercado
em prejuízo do consumidor.

A dinâmica sócio-económica levou a que o Governo instituísse diversas entidades reguladoras


sectoriais, tendo sido delimitado o âmbito da sua acção. Para que a política de concorrência seja
aplicada de forma uniforme nos vários sectores da economia, é necessário que as entidades
reguladoras sectoriais actuem em estreita colaboração e coordenação com a Entidade Reguladora
da Concorrência. As entidades reguladoras sectoriais, para além de supervisionar a prestação de
serviços públicos e a regulamentação técnica, deverão apoiar a Entidade Reguladora da
Concorrência na implementação do regime de concorrência nas suas áreas de actuação.
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1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivos gerais

• Descrever sobre Política de Concorrência e Regulamentação Económica em Moçambique

1.1.2. Objectivos específicos

• Identificar a Condição de Maximização de Lucro no curto prazo


• Identificar a Decisão da empresa na concorrência perfeita
• Descrever Produção que maximiza o lucro
• Identificar o Comportamento Do Monopolista
• Descrever a Maximização Do Lucro
• Descrever Rendimento Marginal
• Identificar Preços De Mark-Up

1.2. Metodológia

Foi realizada uma pesquisa exploratória que, segundo Severino (2008, p. 123), “a pesquisa
exploratória busca apenas levantar informações sobre um determinado objeto, delimitando assim
um campo de trabalho, mapeando as condições de manifestação desse objeto”. Quanto aos fins, a
pesquisa se classifica como quantitativa e descritiva, que segundo Vergara (2000: 47) “expõe
características claras e bem delineadas de determinada população ou fenômeno.

Para isso envolve técnicas padronizadas e bem estruturadas de coletas de seus dados”. Quanto aos
meios, foi realizada, através de um estudo de caso, uma pesquisa de campo (survey) para coleta de
dados primários, que, segundo Vergara (2000: 47), é uma “investigação empírica realizada no local
onde ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explicá-lo”. Para coleta de dados
secundários, foi feito um levantamento teórico por meio de bibliografia.

A pesquisa foi baseada no estudo de Braga et al (2013) e para demonstrar que a motivação pode
ser um fator que contribui para a melhoria do desempenho, conforme objetivo proposto pela
presente pesquisa foi aplicado um questionário com 26 perguntas, que representam as variáveis

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observadas de quatro construtos: a Motivação no Trabalho, como construto exógeno, que influencia
na Cultura Organizacional, no Relacionamento no Trabalho e no Ambiente de Trabalho, que são
construtos endógenos.

2. Revisão De Literatura

2.1. A concorrência perfeita

A estrutura de mercado concorrencial é um sector de actividade na qual apresenta as seguintes


condições:

1. Existências de um produto homogéneo, ou seja, muitas empresas vendem um produto


idêntico para muitos compradores;

2. Aceitação de preço (as empresas são tomadoras de preço);

3. Mobilidade perfeita dos factores produtivos no longo prazo (Livre Entrada e saída ou seja,
não há restrição à entrada no sector)

4. Informação perfeita por parte dos consumidores e das empresas.

1. Existência de um produto Homogéneo (as empresas vendem um produto idêntico) Quando


os produtos de um determinado mercado são vistos como substituto perfeito entre si ou seja,
idênticos, nenhuma empresa pode elevar o preço do seu próprio produto acima do preço
praticado pelas outras empresas.

2. Aceitação de preço (as empresas são tomadoras de preço) Uma empresa tomadora de
preços é uma empresa que não tem como influenciar o preço de mercado, determinando seu
próprio preço ao nível daquele de mercado. Esta situação justifica-se pelo facto das empresas
apresentarem uma proporção de venda individual muito pequena do total de produção que é
oferecido no mercado e os compradores conhecem os preços praticados pelas outras
empresas. Dai que, as empresas não têm influencia sobre o preço de mercado, ou seja, cada
empresa aceita o preço como dado. O pressuposto de aceitação de preço é aplicado não só
para as empresas mas também para os consumidores.

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3. Mobilidade perfeita dos factores produtivos no longo prazo Se num dado momento uma
empresa aperceber-se de uma oportunidade de negócio a explorar num determinado local,
pode contratar os factores produtivos que forem necessários, de forma a obter lucro da
situação. Do mesmo modo, se a actividade actual não for atractivo em relação a outros
negócios alternativos, a empresa pode livremente desfazer-se dos factores produtivos, os
quais poderão então ser deslocados para sectores onde as oportunidades sejam melhores.

4. Informação perfeita por parte dos consumidores e das empresas. Uma empresa não tem
motivo de abandonar o respectivo sector se não souber da existência de melhores
oportunidades noutro sector qualquer. Da mesma forma, o consumidor não pode mudar de
um produto de preço elevado para outro com um preço inferior, de qualidade idêntica, se não
possuir informação comparativamente à existência deste último. Em outras palavras pode-se
dizer que as pessoas podem adquirir facilmente a maioria da informação que é mais relevante
face às suas alternativas.

5. Livre Entrada e saída Não existem custos especiais que dificultem uma nova empresa de
entrar num dado sector e produzir, de forma idêntica, não há custos que impedem de sair de
um dado sector de actividade se não consegue obter lucros. Portanto, os compradores podem
facilmente mudar de um fornecedor para outro, e os fornecedores podem entrar ou sair
livremente do mercado. A suposição de livre entrada e saída é importante para que a
competição seja efectiva. Se as condições para a concorrência perfeita são validas, as curvas
de demanda e da oferta de mercado podem ser usadas para analisar o comportamento dos
preços.

2.1.1. Como surge a concorrência prefeita?

A concorrência perfeita surge se: 1. A escala mínima eficiente de um único produtor é


pequena em relação à demanda pelo bem ou serviço. A escala mínima eficiente de uma
empresa é a menor quantidade de produção na qual o custo médio de longo prazo atinge seu
nível mais baixo. Nestes casos, há espaço para muitas empresas na entrarem no sector. 2.
Cada empresa é vista como produtora de um bem ou serviço que não apresenta características
únicas, de modo que os consumidores não se importam de adquirir numa empresa ou na outra.

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A agricultura, a pesca, fabrico de copo de papel e sacolas plásticas de compras, revelação de
fotos, pintura e lavandaria no geral, são exemplos de sectores altamente competitivos.
Procura da empresa competitiva (demanda residual) As empresa de um dado sector
competitivo são apenas capazes de vender uma pequena fracção das vendas ocorridas no
sector, a quantidade que a empresa decidir vender não terá impacto sobre o preço do mercado
e do produto de mercado. O preço de mercado é determinado pelas curvas de demanda e
oferta do sector. Dai que, considera-se que a empresa é tomadora de preço (pressuposto
fundamental da competição perfeita). Com o preço do mercado a empresa pode escolher quais
quantidades a produzir e não obstante consegue vender essa quantidade, sem que para tal
tenha que baixar o seu preço relativamente ao preço do mercado.

empresa decidir vender não terá impacto sobre o preço do mercado e do produto de mercado.
O preço de mercado é determinado pelas curvas de demanda e oferta do sector. Dai que,
considera-se que a empresa é tomadora de preço (pressuposto fundamental da competição
perfeita). Com o preço do mercado a empresa pode escolher quais quantidades a produzir e
não obstante consegue vender essa quantidade, sem que para tal tenha que baixar o seu preço
relativamente ao preço do mercado.

Fig 1. Curva da procura residual

Fonte: Pinho, 2013

Conforme ilustra a figura 13, as escolhas da empresa vão por-se num intervalo que fica entre
0 e a intercepção entre a oferta e a procura da empresa. A quantidade da empresa é tão
pequena comparada com quantidade de equilibrio mercado (gráfico a esquerda), quer a

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empresa decida produzir 0 quer decida produzir que quizer, a quantidade no mercado não se
desviará de forma perceptivel do. Como consequência, a decisão de empresa individualmente
não afectará o preço do mercado (P)

2.1.2. Condição de Maximização de Lucro no curto prazo

A suposição de maximização de lucros como já foi referido nas unidades temáticas anteriores,
é muitas vezes utilizada em microeconomia pelo facto de prever o comportamento
empresarial de forma razoavelmente cuidadosa. A meta de uma empresa é maximizar o lucro
económico. Sabendo que a decisão relativa ao nível de produção capaz de maximizar lucros
para qualquer empresa, esteja ela operando em um mercado competitivo ou não, é dada pelas
expressões:

O custo Total (CT) é o custo de oportunidade da produção, que inclui o lucro normal, o
retorno que o empresário pode esperar receber em média em um negócio alternativo. Receita
Total (RT) de uma empresa é igual ao preço de sua produção multiplicado pelo número de
unidades de produção vendidas (RT=P*Q) Receita Marginal é a mudança da receita total que
resulta do aumento de uma unidade na quantidade vendida. Ela é calculada dividindo a
variação O custo Total (CT) é o custo de oportunidade da produção, que inclui o lucro normal,
o retorno que o empresário pode esperar receber em média em um negócio alternativo.
Receita Total (RT) de uma empresa é igual ao preço de sua produção multiplicado pelo
número de unidades de produção vendidas (RT=P*Q) Receita Marginal é a mudança da
receita total que resulta do aumento de uma unidade na quantidade vendida. Ela é calculada

dividindo a variação .

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2.1.3. Decisão da empresa na concorrência perfeita

As empresas na concorrência perfeita defrontam-se com as diversas restrições, como a


restrição do mercado e a restrição tecnológica. A tecnologia disponível para as empresas
determina seus custos e sua produção. O seu objectivo é obter o máximo lucro possível dada
as restrições existentes ou enfrentadas. Para atingir esse objectivo, a empresa deve tomar 4
decisões básicas: 2 no curto prazo e 2 no longo prazo.

No curto prazo: é um período na qual a empresa tem determinadas instalações produtivas e


o número de empresas no sector é fixo. Porem, muita coisa pode mudar e a empresa precisa
reagir a essas mudanças.

Exemplo: o preço que uma empresa estabelece para vender sua produção pode flutuar com
as diferentes estações do ano ou com as circunstâncias gerais de negócio. A empresa deve
reagir as flutuações no curto prazo e decidir:

• Produzir ou fechar as portas temporariamente?

• Se a decisão for produzir, qual é a quantidade?

2.1.4. Produção que maximiza o lucro

Uma empresa do mercado em concorrência perfeita maximiza o seu lucro económico por
meio de escolhas do seu nível de produção. Para calcular a produção que maximiza o lucro
económico é necessário analisar as curvas da receita total (RT) e o custo Total (CT) da
empresa e encontrar o nível de produção na qual a receita total excede o custo total na maior
quantidade.

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Figura 20: Receita Total, Custo Total e Lucro económico

Fonte: Parkin, 2010

Analise Marginal: Outra maneira de identificar a produção que maximiza o lucro é comparar
o receita marginal (Rmg) com o custo marginal (Cmg), nas seguintes condições:

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• Rmg>Cmg o lucro aumenta se a produção aumentar
• Rmg=Cmg o lucro é maximizado
• Rmg

O lucro económico por produto calcula-se subtraindo o preço pelo custo variável médio.  =
(P −CTMe)Q

Existem três possibilidades de lucro no curto prazo

• Lucro económico: se o preço excede o CTMe


• Lucro nulo: se o preço é igual a CTMe
• Perda económica: se o Preço for menor que CTM

2.1.5. Condição de Encerramento das Actividades

A empresa produz quando há lucro. No entanto, poderá surgir a seguinte questão: deverá a
empresa encerrar ou continuar quando está funcionando com prejuízos? A resposta a esta
questão é depende. No curto prazo, a empresa funciona tendo em conta os custos variáveis e
os custos de estrutura. Encerrando as actividades ela terá de pagar os custos fixos, pois estes
não dependem da sua produção. Encerrando as portas a empresa deixa de ter receitas e deixa
de pagar os custos que ela pode acautelar, mais não deixa de pagar os custos fixos, referidos
anteriormente. Logo, ela deixa de operar apenas quando a receita não consegue cobrir os
custos variáveis (Pindick e Rubenfeld, 2006).

A regra para que empresa encerre as suas actividades e procurar uma outra melhor alternativa
é dada por:

Pq  CV

Se dividir ambos os lados por q, temos:

P  CVM

Portanto, a empresa encerra as suas actividades somente quando o preço de mercado é inferior
ao seu custo variável médio (CVMe>P)

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2.1.6. Oferta de Curto Prazo da oferta

A curva da oferta de uma empresa perfeitamente competitiva mostra como a produção que
maximiza o lucro varia com o preço de mercado, mantendo todos os outros factores
constantes.

Existem duas regras que definem em conjunto a curva de oferta de curto prazo da empresa.
Primeiro, o preço deve ser igual ao custo marginal na 82 zona crescente da curva de custo
variável médio; segundo, o preço deve exceder o valor mínimo da curva de custo variável
médio.

Fonte: Parkin, 2010

Eficiência do equilíbrio concorrencial no curto prazo

O mercado concorrencial tem uma característica que não estão presentes noutras estruturas
de mercado e que o torna interessante do ponto de vista social. Considera-se que o mercado
concorrencial é eficiente num sentido duplo.

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Primeiro: a produção é feita com um custo unitário que é o mínimo possível.

Segundo: a quantidade produzida é tal que o custo de produzir a última unidade é exactamente
igual à valorização que o consumidor dessa unidade faz dela. (se se produzisse menos uma
unidade, existiria pelo menos um consumidor disposto a pagar por uma unidade adicional um
valor superior ao custo marginal dessa produção. Não produzir essa unidade seria pois
ineficiente).

A empresa concorrencial toma o preço de mercado como um dado. O preço é determinado


pelo encontro entre a procura e a oferta. Do ponto de vista de cada empresa, este preço é dado
e a empresa toma a decisão igualando este preço ao seu custo marginal. Ao preço P, cada
empresa decide o produzir Qi.

Se as empresas forem todas iguais, esta quantidade é multiplicada pelo número de empresas
existentes no mercado, resultando assim numa quantidade total do QT. O equilíbrio
competitivo atinge a eficiência quando o benefício marginal social é igual ao custo marginal
social. Esta situação justifica-se pela visão dos intervenientes do mercado. Para o
consumidor, o preço é igual ao benefício marginal social e, para o produtor o preço é igual
ao custo marginal social.

2.1.7. Excedente do consumidor e Bem-estar

Para comparar duas situações económicas alternativas em termos Normativos (qual delas é
melhor?), é necessário de uma medida de bemestar. O excedente económico é uma medida
de bem-estar definida como a diferença entre benefícios e custos (de oportunidade)
associados a uma actividade económica. Este, traduz o benefício associado a uma transacção
que é efectuada a um preço mais favorável do que aquele ao qual a transacção seria
indiferente para o agente. Nas transacções efectuadas pelo consumidor e vendedor, ambos
obtêm excedente. Afirma-se ainda que estes maximizam o seu benefício líquido. O excedente
do consumidor é a diferença entre o valor máximo que o consumidor estaria disposto a pagar
para consumir um bem (preço reserva) e o valor que, efectivamente, paga (preço de mercado).

O excedente do produtor é a diferença entre o valor que o produtor recebe pela venda de um
bem (preço de mercado) e o valor mínimo que estaria disposto a aceitar (custo marginal).
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Normalmente quando se fala do excedente do produtor, refere-se ao lucro total do mercado,
ou seja, à soma dos lucros de todos produtores. O excedente pode ser representado como a
área limitada inferiormente pela curva do CMg, limitada superiormente pelo preço de venda,
e que vai desde “Q=0” ate a quantidade transaccionada no mercado. A esta área deve ainda
ser subtraído os custos fixos.

O excedente do mercado obtém-se agregando os excedentes de todos os produtores.

Para o mercado concorrencial, a curva de custo marginal de produção coincide com a curva
de oferta

2.2. Monopólio

O Monopólio é uma estrutura de mercado na qual:

• Existe apenas 1 empresa produtora;


• A empresa produtora é “price-maker”, ou seja, é o monopolista monopolista que fixa
o preço do produto produto;
• Existem muitos compradores de pequena dimensão, que são “price-takers”;
• A entrada no mercado está impossibilitada por barreiras estruturais e/ou estratégicas;
• Não existem substitutos próximos.

Barreiras À Entrada

• As barreiras à entrada na indústria, que tornam o mercado monopolista, podem ser de


natureza estrutural ou estratégica.
• As barreiras barreiras estruturais estruturais decorrem decorrem das características
tecnológicas, económicas ou legais dos mercados.
• As barreiras estratégicas são devidas à acção deliberada dos monopolistas, que
procuram evitar a entrada de concorrentes e manter a sua posição dominante.

Barreiras Estruturais

Exemplos de barreiras estruturais:

• Economias de escala (monopólios naturais);


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• Economias de aprendizagem;
• Economias Economias de relacionamento/confiança relacionamento/confiança;
• Diferenciação (clubes de futebol);
• Efeitos de rede (Windows, redes de telemóveis)
• Patentes (incentivo à inovação);
• 7. Concessões (incentivo ao investimento);
• 8. Tarifas e quotas (restrições ao comércio internacional).

Barreiras Estratégicas

Exemplos de barreiras estratégicas:

• Preço limite: preço fixado não com o objectivo de maximizar o lucro, mas com o
objectivo de fazer com que a entrada no mercado não seja rentável;
• Excesso de diferenciação: a proliferação de marcas cobre o mercado mercado de
forma a não deixar espaço a potenciais potenciais concorrentes (cereais de
pequeno-almoço, imprensa);
• Controle de inputs e outlets: a integração vertical e os contratos de exclusividade
garantem vantagens competitivas à empresa instalada em termos de custos de
transacção;
• Publicidade: a fidelização e a imagem de marca podem tornar a entrada demasiado
dispendiosa.

2.2.1. Solução de monopólio

2.2.1.1. Comportamento Do Monopolista

• A empresa monopolista tem poder de mercado, dado que fixa o preço de mercado
do produto (price-maker).
• A procura da empresa é sempre igual à procura do mercado, havendo uma relação
inversa entre o preço fixado e a quantidade vendida: quanto mais elevado for o
preço, menor é a quantidade quantidade que os consumidores consumidores estão
dispostos dispostos a adquirir adquirir. Estando sujeito à procura do mercado, o
monopolista deve escolher o ponto mais rentável da curva da procura.
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• Em concorrência perfeita, a situação era diametralmente oposta. Cada empresa
enfrentava uma função procura (da empresa) horizontal, não tendo qualquer poder
de mercado: qualquer que fosse a quantidade vendida pela empresa, o preço de
mercado permanecia inalterado.

I. Maximização Do Lucro

O monopolista escolhe a quantidade a produzir e vender de forma a maximizar o seu lucro:

Condição de primeira ordem (CPO):

Condição de segunda ordem (CSO):

Concluímos que o monopolista maximiza o seu lucro escolhendo o volume de produção, Q*,
para o qual o RMg iguala o CMg.

O lucro do monopolista é maximizado quando o benefício obtido com a venda da última


unidade produzida iguala o custo de produzir essa unidade adicional: RMg(Q*)=CMg(Q*).

Para qualquer outro volume de produção, é possível aumentar o lucro variando a quantidade
produzida e vendida.

Se RMg(Q)>CMg(Q), então a produção de uma unidade adicional tem um rendimento


superior ao custo. A empresa deve aumentar o volume de produção para maximizar o seu
lucro.

Se RMg(Q), ), então a produção da última unidade fez diminuir o lucro (rendimento inferior
ao custo). Logo, a empresa deve diminuir o volume de produção.
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A solução de monopólio determina-se pela intersecção entre as funções custo marginal e
rendimento marginal.

É de notar que a curva da receita média coincide, por definição, com a curva da procura da
empresa monopolista. O lucro pode calcular-se, evidentemente, como: LT=(RMd-CMd)·Q.

Limiar De Encerramento

• Tal como em concorrência perfeita, é possível que não seja rentável produzir.
• Em período curto, o monopolista produz se as receitas forem suficientes para
compensar os custos variáveis. Isto é, se o s prejuízos forem inferiores aos custos
fixos (que seriam os prejuízos que teria se não produzisse).
• Condição de actividade em período curto:

Em período longo, não há custos fixos. A condição de actividade fica dada por:

II. Rendimento Marginal

O rendimento marginal tem duas componentes:

• o preço p(Q) a que a unidade adicional é vendida (componente positiva);


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• a diminuição do preço a que se vendem todas as unidades anteriores, dp/dQ
(componente negativa), que é nula em concorrência perfeita (dp/dQ = 0).

Exemplo

• Podemos relacionar o rendimento marginal com a elasticidade da procura da empresa:

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O rendimento marginal é sempre inferior ao preço de mercado, sendo a diferença diferença
tanto maior quanto menos elástica elástica for a procura da empresa. Em concorrência
perfeita:

Se a elasticidade-preço da procura for inferior à unidade, então o rendimento marginal é


negativo. A empresa nunca escolherá u m ponto na zona inelástica da curva da procura,
porque em qualquer ponto nessa zona, diminuindo a quantidade a produzir e vender, a
empresa aumenta as receitas e diminui os custos.

Preço E Rendimento Marginal

Da condição de primeira ordem da maximização do lucro:

RMg ( Q*) = CMg ( Q*)

Portanto, o preço fixado pelo monopolista é tal que:

Vemos que “p(Q*) > RMg(Q*) = CMg(Q*)”. Quanto menos elástica é a procura, mais o
preço fixado pelo monopolista excede o custo marginal.

Em concorrência perfeita, “p(Q*) = RMg(Q*) = CMg(Q*)”, o que resultava de “Epd = -∞”.

Quanto mais elástica é a curva da procura, menor é a diferenç a entre o preço fixado pelo
monopolista e o custo marginal de produção. Graficamente:

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III. Preços De Mark-Up

• Muitas empresas definem os preços dos seus produtos fixando uma margem (mark-up)
sobre os custos de produção.

Vimos anteriormente que:

De forma equivalente:

Tal como tínhamos visto, o mark-up é tanto maior quanto menor for a elasticidade preço da
procura.

Índice De Lerner

A medida de poder de mercado conhecida como índice de Lerner baseia-se no mark-up


definido pela empresa.

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Quanto menos elástica for a procura com que a empresa se

• Quanto menos elástica for a procura com que a empresa se depara (bens essenciais ou sem
substitutos próximos), maior é o poder da empresa sobre o consumidor e, portanto, maior
será a diferença entre o preço praticado e o custo marginal.

• O índice de Lerner varia entre 0 e 1, sendo zero em concorrência perfeita. Em concorrência


perfeita, a elasticidade da procura da empresa é infinita, portanto, em equilíbrio, o preço é
igual ao custo marginal.

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3. Conclusão

A implementação da política de concorrência visa antes de mais, a criação de um ambiente


favorável ao negócio mediante a eliminação de barreiras de entrada no mercado, e a salvaguarda
da igualdade de oportunidades. Neste contexto, o sector privado, constitui um elemento fulcral para
o sucesso da implementação da presente política, sendo deste modo chamado a colaborar na
implementação da política e legislação da concorrência como um instrumento para a defesa e tutela
dos seus próprios interesses, promovendo uma concorrência leal e justa.

A dinâmica sócio-económica levou a que o Governo instituísse diversas entidades reguladoras


sectoriais, tendo sido delimitado o âmbito da sua acção. Para que a política de concorrência seja
aplicada de forma uniforme nos vários sectores da economia, é necessário que as entidades
reguladoras sectoriais actuem em estreita colaboração e coordenação com a Entidade Reguladora
da Concorrência. As entidades reguladoras sectoriais, para além de supervisionar a prestação de
serviços públicos e a regulamentação técnica, deverão apoiar a Entidade Reguladora da
Concorrência na implementação do regime de concorrência nas suas áreas de actuação.

Na qualidade de único produtor de determinado bem, o monopolista encontra-se em uma posição


singular. Se decidir elevar o preço do produto, não terá de se preocupar com concorrentes que,
cobrando um preço menor, poderiam capturar uma fatia maior do mercado à sua custa. O
monopolista é o mercado e controla totalmente a quantidade de produto que será colocada à venda.
Mas isso não significa que o monopolista possa cobrar qualquer preço que desejar não deve fazê-
lo caso o objetivo seja a maximização de lucros. Este livro é um exemplo. A Pearson Education do
Brasil, proprietária dos direitos autorais da edição em português desta obra, é, portanto, o produtor
monopolista deste livro no Br. Então, por que razão ela não vende esta obra a R$ 1.000 por unidade?
Porque poucas pessoas iriam adquiri-la e ela teria um lucro muito menor. Para poder maximizar os
lucros, o monopolista deve, primeiro, determinar os custos e as características da demanda de
mercado. O conhecimento da demanda e do custo é crucial para a tomada de decisão econômica
por parte da empresa. Dispondo de tal conhecimento, o monopolista precisa decidir quanto produzir
e vender. O preço unitário recebido pelo monopolista é obtido diretamente da curva de demanda
de mercado. De modo equivalente à determinação do preço, a quantidade que ele venderá a esse
preço também pode ser deduzida diretamente da curva de demanda de mercado.

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Bibliografia

Gremaud, A et al (2011). Manual de Economia (6ª ed.). São Paulo: Saraiva.

Leão, P. (2011). Economia dos Mercados e das Empresas. Portugal. Escolar Editora.

Mata, J (2007). Economia de Empresa (4ª ed.). Lisboa: edição da Fundação Calouste Gulbenkian.

Pindyick, R. & Rubinfeldo, D. (2006). Microeconomia (6ª ed.). São Paulo: Pearson Prentice Hall.

Pinho, M (2013). Microeconomia - Teoria e pratica simplificada. (2 ª ed.). Lisboa: Edições Silabos,
Lda.

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Vasconcellos, M. & Garcia, M. (2005). Fundamento de Economia (2ª Ed.) São Paulo: Saraiva

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