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INSTITUTO POLITÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO E GESTÃO DO

LUENA

IPAG - LUENA

CURSO: CONTABILIDADE

ANÁLISE SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE

COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO LUENA NO PERÍODO DE

2022-2023.

Orientador: Gelson Gandalo

Luena, 2023/2024
CURSO: CONTABILIDADE

ANÁLISE SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA DE UMA EMPRESA DE

COMÉRCIO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DO LUENA NO PERÍODO DE

2022-2023.

NOME DOS AUTOR (ES)

1. Caumba Eduardo F. Caiombo

2. Gerson Pena de Abreu

3. João Tavares Lituai Narciso

4. Natália Sacamena

5. Mbaca Daniel Samutaca

6. Rosária N. Fina Chivangulula


Luena 2023/2024

Sumário

INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1

SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA................................................................................................1

PROBLEMA DE PESQUISA.....................................................................................................1

HIPÓTESES:..............................................................................................................................1

OBJECTIVO GERAL................................................................................................................2

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:..................................................................................................2

JUSTIFICATIVA........................................................................................................................2

CAPÍTULO I – DEFINAÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS.................................................3

1.1.1. ANÁLISE..........................................................................................................................3

1.1.2. ESTRUTURA...................................................................................................................3

1.1.3. COMÉRCIO.....................................................................................................................3

1.1.4. PRESTAÇÃO....................................................................................................................3

1.1.5. SERVIÇO..........................................................................................................................3

1.1.6. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.........................................................................................4

 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE........................................................5

 CONTABILIDADE.............................................................................................................6

 Objecto da Contabilidade....................................................................................................6

 Objectivo da Contabilidade.................................................................................................6

 Etapas do processo Contabilístico.......................................................................................6


 Funções de Contabilidade....................................................................................................7

 Usuários da Contabilidade...................................................................................................7

 Campo de Aplicação da Contabilidade................................................................................7

 Importância da Contabilidade..............................................................................................7

 PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS...................................................................................8

 O PATRIMÓNIO.................................................................................................................9

 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS.............................................................................11

 CONCEITO DE EMPRESA.............................................................................................12

 Classificação das Empresas...............................................................................................12

CAPÍTULO II - ESTRUTURA FINANCEIRA DE UMA EMPRESA....................................15

CAPÍTULO III - ESTUDO SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA DA EMPRESA AGAC


...................................................................................................................................................26

3.1.1. Historial...........................................................................................................................26

Mercado de atuação..................................................................................................................26

Clientes.....................................................................................................................................26

Fornecedores.............................................................................................................................26

Objecto Social...........................................................................................................................27

3.1.2.1. Missão..........................................................................................................................27

3.1.2.2. Visão.............................................................................................................................27

3.1.2.3. Valores..........................................................................................................................28

3.1.2.4. Distribuição dos trabalhadores.....................................................................................28

3.1.2.5. Organograma................................................................................................................29

CONCLUSÃO..........................................................................................................................35

RECOMENDAÇÕES...............................................................................................................36
INTRODUÇÃO

Aprofundar-se na análise da estrutura financeira de uma empresa de comércio e prestação


de serviços no Luena durante os anos de 2022-2023 é adentrar em um universo multifacetado,
onde os números contam histórias de desafios enfrentados, estratégias implementadas e
oportunidades exploradas. Este estudo não se limita a uma mera observação dos registros
contábeis, mas sim a uma imersão nas dinâmicas econômicas, sociais e comerciais que
permeiam o ambiente empresarial local.

Nesse contexto, vamos além dos indicadores financeiros convencionais, buscando


compreender o impacto das flutuações do mercado, as políticas governamentais, as mudanças
no comportamento do consumidor e a concorrência local. Por meio deste estudo, almejamos
não apenas fornecer uma fotografia estática do desempenho financeiro da empresa, mas sim
um filme dinâmico que captura sua trajetória, suas estratégias adaptativas e seu potencial de
inovação. Com isso, objetivamos não apenas oferecer uma visão retrospectiva, mas também
fornecer orientações estratégicas para o futuro, capacitando a empresa a navegar com destreza
pelos mares tumultuados do mercado de Luena e além.

SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA

A análise da estrutura financeira pressupõe estudar a capacidade que as empresas de comércio

e prestação de serviço têm de honrar com os seus compromissos de curto, médio e longo

prazo.

PROBLEMA DE PESQUISA

Por que estudar a estrutura financeira de uma empresa de comércio e prestação de serviços?

1
HIPÓTESES:

 Para permitir auxiliar ao gestor na tomada de decisões;

 Para o melhor controlo financeiro;

 Para analisar os activos que facilmente se transformam em liquidez para solver as

dívidas;

 Para fazer um diagnóstico e compreender a situação financeira da empresa num dado

exercício econômico;

OBJECTIVO GERAL

Conhecer a estrutura financeira das empresas de comércio e prestação de serviços.

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

 Analisar a composição das massas patrimoniais da empresa;

 Demostrar os índices de liquidez da empresa em estudo;

 Apresentar o balanço patrimonial como a principal ferramenta contabilística na

obtenção de dados;

 Identificar a real situação da empresa através da análise financeira, encontrar os


problemas e sugerir as possíveis soluções nos sectores com problemas.

JUSTIFICATIVA

2
O presente tema foi escolhido com o intuito de despertar o nosso interesse quanto à

estrutura financeira de uma empresa, visto que análise financeira envolve o balanço

patrimonial que é o instrumento principal para esta análise, pois é também um assunto muito

ligado à nossa área de formação.

Por tratar-se de um assunto ligado ao nosso curso, permite-nos que tenhamos mais domínio

na nossa área de formação. Por outro lado, é importante por parte dos gestores, pois analisar a

estrutura financeira ajuda-lhes muito na tomada de decisões necessárias para o bom controlo e

funcionamento da empresa.

CAPÍTULO I – DEFINAÇÃO DE TERMOS E CONCEITOS

o DEFINAÇÃO DE TERMOS

1.1.1. ANÁLISE

Este termo refere-se ao estudo detalhado de um determinado objecto, desde sua

3
desconstrução nas partes que o compõem. É um método utilizado em diversas áreas de estudo,
das ciências exatas até as ciências sociais e humanas. (Gomes 2022).

1.1.2. ESTRUTURA

Denota a constituição ou organização de algo. Para Cruz (2022), " a estrutura pode ser
entendida como um sistema formado por acontecimentos e ações interligadas e dependentes
entre si, e que servem para determinar o todo".
O termo financeiro, proveniente de finanças, é o conjunto de aplicações financeiras que
uma pessoa ou entidade tem.

1.1.3. COMÉRCIO

O termo comércio, designa essencialmente troca, troca económica, compra e venda de


bens, serviços e/ou valores por outros bens, serviços e/ou valores intermediada hoje em dia
em sua quase totalidade pela moeda ou documento que a represente.

1.1.4. PRESTAÇÃO

Designa o objecto de uma obrigação. É o dar, fazer ou não fazer algo em nome de uma
obrigação que se tem frente a outra pessoa física ou jurídica.

1.1.5. SERVIÇO

Entende-se por serviço, qualquer ato ou desempenho que uma parte pode oferecer a outra
e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de nada. Sua produção pode
ou não ser vinculada a um produto físico. (KOTLER.1998, p.412).

1.1.6. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Segundo Willich(2023), " a prestação de serviços é uma actividade que supre uma
demanda, sem envolver compra de produtos ou mercadorias. Enquanto um aparelho de ar-
condicionado é um produto, a manutenção do ar-condicionado é um serviço, prestado por uma

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empresa ou um profissional autónomo.

o DEFINAÇÃO DE CONCEITOS

5
 HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

De acordo com Karine Lopes (1999), à história da contabilidade, o seu estudo está
dividido em períodos diferentes por causa da utilidade que cada etapa possui, ou seja, a época
que novos rumos foram sendo tomados ao carácter evolutivo do conhecimento. A forma como
os períodos foram sendo classificados nem sempre a mesma, considerando as condições sob
as quais são realizadas no que se percebe da análise profunda de nossa história.
O ilustre contador e historiador professor doutor Federigo Melis APUD Lopes (1999)
afirma que a história da contabilidade se divide em quatro partes distintas:

"Idade Empírica ou Idade Antiga da Contabilidade: é a época histórica que se

caracteriza pelo rudimentarismo empregador no registro dos factos e na sua interpretação.

É o período compreendido de 8000 a.C. até o ano 1202.

Idade da Sistematização ou Idade Média da Contabilidade: a época representada pelos

acontecimentos compreendendo o período de 1202 até 1494, tendo-se como o principal

acontecimento o aparecimento do processo de registros contábeis por Partidas Dobradas.

Idade da Literatura Contábil ou Idade Moderna da Contabilidade: período histórico

da ciência contábil entre 1494 à 1840. A característica principal dessa época é o

aparecimento das obras de divulgação da técnica dos registros patrimoniais iniciando com

Luca Paciolo e terminando com Francesco Villa.

Idade Contemporânea ou Idade Científica da Contabilidade: é o período que se

caracteriza pelos estudos de natureza científica, com plena sistematização do

conhecimento, iniciando em 1840 até aos nossos dias".

 CONTABILIDADE

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A contabilidade uma ciência prática que nasce da necessidade de determinar de uma
forma rigorosa e sistemática o resultado dos negócios. Pois, regista e controla as variações
que ocorrem no património das entidades, sendo estas públicas ou privadas, numa perspectiva
estática ou dinâmica, tendo como resultado a obtenção de informações económicas e
financeiras a fim de serem proporcionadas aos seus utentes para tomarem as suas decisões.

Para o Ribeiro (2013, p.10) A contabilidade, portanto, é uma ciência social que tem por
objecto o património das entidades económico-administrativas. Seu objectivo principal é
controlar o patrimônio das entidades em decorrências de suas variações".

 Objecto da Contabilidade
Sendo um ramo da economia, a contabilidade tem como o objecto de estudo o
patrimônio. Ou seja, a realidade económica passada, presente e futura de qualquer entidade
pública ou privada.

 Objectivo da Contabilidade

A contabilidade tem como objectivo fornecer informações aos seus utentes, por meio do
registro, controle e interpretação dos eventos que alteram qualitativa e quantitativamente, o
patrimônio das entidades, e as informações fornecidas pela contabilidade permitem a
realização de controle e planeamento.

 Etapas do processo Contabilístico


O processo contabilístico implica um conjunto de etapas e integra um conjunto de tarefas
que conduzem à preparação e divulgação da informação, quer para a gestão quer para o
cumprimento da prestação de contas. Assim a que considerar as seguintes etapas:
 Reconhecimento - é o processo de relevar uma operação ou outro acontecimento
como activo, passivo, rendimento, gasto, pagamento ou recebimento.
 Mensuração - é o processo de atribuir uma quantia monetária ao activo, passivo,
capital próprio, gasto, pagamento ou recebimento reconhecido de acordo com as bases
de mensuração aceites.
 Apresentação - implica evidenciar na face das demonstrações financeiras os seus

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elementos (activo, passivo, capital próprio, rendimento, gasto, recebimento e
pagamento). Apresentando-os de forma estruturada.
 Divulgação - é o processo que consiste em explicar, comentar as quantias ou as
opções tomadas.

 Funções de Contabilidade
Segundo Sérgio Adriano (2016), a contabilidade tem a função administrativa e a função
Económica.

A função Administrativa controla o patrimônio da entidade mediante registros dos


factos contábeis nos livros apropriados, os principais são os livros Diário e Razão. Já a função
Económica tem por apuração de resultado líquido (Rédito), que pode ser lucro líquido ou
prejuízo líquido do exercício.

 Usuários da Contabilidade
Os usuários da contabilidade são pessoas que se interessam pela situação da empresa e
buscam os instrumentos contábeis e as suas respostas, podendo ser assim internos e externos.

 Campo de Aplicação da Contabilidade


O campo de aplicação da contabilidade são as entidades económico-administrativas
(aziendas) que possuem património, essas entidades podem ser pessoas físicas ou jurídicas de
direito público ou privado, com ou sem fins lucrativos, de pequeno ou grande porte.
Entidades económico-administrativas são entidades que reúnem pessoas, patrimônio,
ação administrativa e finalidade estabelecida.

 Importância da Contabilidade
De acordo com (IUDÍCIBU, MARION e FARIA, 2009 Apud DAVID e BARBOSA), a
Contabilidade é uma ciência que alcançou uma relevância ao longo da sua evolução, dada a
sua natureza de disponibilizar informações aos seus usuários. A contabilidade é uma ciência
social aplicada, pois é a partir da ação humana que se geram modificações no fenômeno
patrimonial, entretanto, a Contabilidade usa a matemática e estatísticas como suas principais
ferramentas.

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A história demonstra que a contabilidade vinha se tornando cada vez mais importante,
conforme o desenvolvimento económico, mediante as necessidades da sociedade em obter o
controlo sobre o seu património. Pois, através do desenvolvimento das suas técnicas é
possível registar, consolidar, controlar e analisar as mutações patrimoniais que auxiliam no
processo decisório.

A contabilidade se faz importante devido a sua orientação em como melhorar a


organização financeira da entidade, melhorar sua gestão financeira, possibilitar a prevenção
de prejuízo e visar lucro, prevenir-se de possíveis incidentes e análise dos tributos a serem
pagos. Regista e controla factos que interferem na situação patrimonial da empresa, assim
como a sua evolução.

 PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS

A contabilidade é uma ciência social, portanto, não exata, necessitando dos princípios de
contabilidade de adoção obrigatória para todas as entidades (pessoas físicas ou jurídicas, com
ou sem fins lucrativos) na sua execução, de forma a padronizar as informações contábeis
divulgadas para os seus usuários.
Sérgio Adriano (2016, p.1).

Os princípios fundamentais de contabilidade passam a ser designados por princípios de


contabilidade, que na actualidade correspondem aos seguintes princípios1:
 Continuidade - pressupõe-se que a empresa continua as suas actividades, não tendo
intensão nem necessidade de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente a
sua actividade.
1. Competência - diz que os registos de receitas e despesas devem ser incluídos na
apuração dos resultados do exercício quando a fato gerador ocorre, sem depender de
quando acontece o pagamento ou recebimento.
 Entidade - reconhece que o patrimônio é o objecto da contabilidade e, pertence à

1
No 1° artigo da resolução CFC n° 750/90, que foi alterado pela resolução CFC n° 1.282/10
9
entidade sem se confundir com os patrimônios particulares (dos sócios ou
proprietários).
 Oportunidade - refere-se aos registos dos factos contábeis de maneira tempestiva e
íntegra, ou seja, no momento oportuno (mais próximo possível de quando ele foi
gerado) e com as informações completas e fidedignas, sem omissões ou excessos.
 Prudência - trata-se de considerar o menor valor na mensuração do activo e o maior
valor na mensuração de passivos. Dessa maneira, evita-se possíveis equívocos no
levantamento das informações e descontrole financeiro ao subestimar ou sobrestimar
valores.
 Registro pelo valor original - diz que os componentes do patrimônio devem ser
registrados pelos valores originais das transações, expressos na moeda do país.
Quando as transações são feitas com o exterior, o valor deve ser transformado em
moeda nacional no momento do registro, a fim de homogeneizar os dados do
patrimônio da entidade.

 O PATRIMÓNIO

O patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações, afectos à empresa, sujeitos a


uma gestão e redutíveis a valor pecuniário. Estes elementos do patrimônio são agrupados em
activo, capital próprio e passivo.

Activo: é o somatório dos bens e dos direitos, ou seja, conjunto dos valores que a
empresa possui e tem a receber, que pode ser circulante ou não circulante.
O Activo circulante é um dos dois ativos do ativo que contém os elementos que
garantem o funcionamento da empresa no dia a dia. Eles são de curto prazo e sua posse é
inferior a um ano. Esses recursos são para serem consumidos, como matéria-prima, ou para
serem vendidos, como produto final. Esses investimentos são operacionais. O ativo circulante
pode ser classificado em três tipos mercadorias, clientes e disponibilidades.

Ativos não circulantes: Também chamados de ativos fixos, os ativos não circulantes
estão dentro dos ativos aquele que contém os elementos que são mantidos na empresa por um

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período de mais de um ano. Neles podemos encontrar todos os ativos que permitem à empresa
manter sua capacidade produtiva e, a venda desses elementos não está contemplada.
Os ativos não circulantes são agrupados em três blocos. Ativos intangíveis, imobilizados
e investimentos de longo prazo.

Passivo: é o somatório das obrigações, ou seja, conjunto dos valores a pagar.


Passivos são um dos três principais grandes elementos do patrimônio, em que todas as
despesas e dívidas estão incluídas. Ou seja, se o ativo acaba reportando todos os lucros para a
empresa, o passivo é sua antítese. Normalmente esses passivos têm o caráter de obrigações de
pagamentos atuais e futuros em decorrência de operações financeiras anteriores. Dependendo
da natureza do ativo, ele pode ser agrupado em dois outros ativos, o do passivo circulante e o
não circulante.

Passivo Circulante: Inclui todas as dívidas ou pagamentos que a empresa deve enfrentar
em um período inferior a um ano. Também são contabilizados em pagamentos a fornecedores,
credores, impostos derivados da atividade.

Passivo não circulante: são todas as dívidas ou créditos e outras obrigações com
vencimentos superiores a um ano. Normalmente o resultado de operações de investimento e
expansão ou o início do negócio. Pagamentos a fornecedores com vencimentos de longo
prazo de mais de um ano também podem entrar nessa massa de capital.

Capital próprio ou patrimônio líquido: é a diferença entre o activo e o passivo, ou


entre bens, direitos e obrigações. Também chamados de fundos próprios, é composto pelo
capital aportado pelos sócios e pelas reservas que a empresa vem acumulando ao longo dos
anos. É um item do balanço que representa todos os recursos que a empresa possui. Para
poder calculá-lo, basta subtrair todos os passivos dos ativos de uma empresa. Após a obtenção
da diferença, obtém-se o um dos principais ativos que uma empresa pode abrigar, o
patrimônio líquido.
ACTIVO = Capital Próprio + Capital Alheio

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OU
CAPITAL PRÓPRIO = Activo - Capital Alheio

 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

As demonstrações financeiras ou demonstrações contábeis, também são chamadas de


relatórios contabilísticos são a fonte de informações para análise, servindo de base, inclusive
para avaliar possíveis investimentos (SILVA E SOUSA 2011, P.69 APUD SEBASTIÃO
2014).

 Balanço
De acordo com (SALAS, 2005 APUD SEBASTIÃO, 2014), o Balanço Patrimonial é
um instrumento contabilístico ou demonstração estática que tem por finalidade apresentar
qualitativa e quantitativamente, a posição patrimonial e financeira de uma entidade num
determinado período de tempo.

Figura 2. Balanço na óptica Contabilística


Capital Próprio
Activo
Capital Alheio
Fonte: Fernandes et al., (2016, p.39)

 Demonstração de Resultado do Exercício é uma demonstração dinâmica que


fornece um resumo financeiro dos resultados operacionais da entidade durante um
período específico de tempo, sendo mais comum o período que vai até 31 de
Dezembro de cada ano, a sua preparação é obrigatória pelas empresas (GITMAN,
2010 P.102 APUD SEBASTIÃO, 2014 P.15)

Figura 3. Estrutura Conceitual da DRE


DRE

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Receitas Brutas
(-) Deduções
(-) Custos
(-) Despesas
(-) Perdas
(=) Lucro ou Prejuízo
Fonte: Adaptado de ASSAF NETO (2012, p.77).

A Demonstração dos fluxos de caixa é um balanço que integra o conjunto Completo das
demonstrações financeiras que permite ao gestor monitorar a evolução do equilíbrio,
possibilitando a adoção antecipada de medidas que venham assegurar a disponibilidade de
recursos para o suprimento das necessidades de caixa.

 CONCEITO DE EMPRESA

Segundo Chiavenato (1998, p.23) "uma organização é um sistema de actividade


conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, a fim de alcançar objectivos
específicos".

Para (MAXIMIANO 2006, P.6 APUD NASCIMENTO 2015, P.25), "a empresa é uma
iniciativa que tem o objectivo de fornecer produtos e serviços para atender necessidade de
pessoas, ou de mercados, e com isso obter lucro". Nesse sentido, as empresas nascem com a
finalidade de produzir produtos e/ou serviços que possam servir à sociedade. Essas empresas
são compostas por pessoas que trabalham em conjunto, operacionalizam funções e exploram
algum mercado e, por isso, são consideradas também organizações sociais.

 Classificação das Empresas

De entre os possíveis critérios classificativos foram escolhidos seis por serem os mais
relevantes, quer do ponto de vista pedagógico, quer por permitirem a visualização do
panorama empresarial português.

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Assim são referidas as seguintes classificações:

Quanto à forma jurídica - reparte as empresas de acordo com os seus direitos e


obrigações contratuais e legais e com as responsabilidades perante terceiros. Segundo o art.
13º do Código das Sociedades Comerciais, (Decreto-lei nº262/86, de 2 de Setembro),
podemos encontrar em Portugal os seguintes tipos de empresas:
7. Empresas Individuais;
8. Sociedades em nome colectivo;
9. Sociedades por quotas;
10. Sociedades em comandita;
11. Sociedades anónimas.

Por sectores de actividade – divide as empresas de acordo com a natureza e origem dos
produtos por elas fabricados ou dos serviços que prestam à comunidade. Assim, fazem parte:
2. Sector primário: as empresas que se dedicam à agricultura, silvicultura, pescas,
pecuária e actividades extractivas;
3. Sector secundário: as empresas dedicadas ás actividades transformadoras, à
electricidade, gás e água e à construção civil e obras públicas;
4. Sector terciário: as empresas dedicadas ao comércio, aos transportes e comunicações
e ainda as dedicadas aos restantes serviços.

Por distribuição geográfica – permite uma visão da distribuição regional das empresas e
verificar a existência ou não de assimetrias a nível do país.
Nas zonas rurais verifica-se o ciclo vicioso da pobreza. As empresas não se instalam
porque a zona é relativamente pobre, e o empobrecimento da zona aumenta porque não se
instalam empresas.

Quanto à actividade económica – divide as empresas em comerciais e industriais, isto é,


distingue as prestações aquilo que compram, das que vendem aquilo que transformam.
5. Empresas Comerciais – estas empresas vendem aquilo que compram. Ou seje,

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compram aos fornecedores mercadorias que guardam nos seus armazéns, para,
passado um certo tempo, venderem aos seus clientes essas mesmas mercadorias sem
qualquer transformação de fundo.
6. Empresa Industriais – estas empresas, ao contrário dos comerciais, não vendem o
que compram, mas sim o que fabricam ou produzem.

Quanto à propriedade dos meios de produção – dá-nos a conhecer quais são os


detentores dos factores de produção necessários ao funcionamento da empresa. De acordo
com este critério as empresas são classificadas em:
1. Empresas Privadas – pertencem a particulares que gerem um património com o
objectivo de repartirem entre si os lucros que resultarem dessa gestão.
2. Empresas Públicas – são propriedade do Estado ou outros entes públicos sendo
dirigidas por intermédio de gestores por eles nomeados.
3. Empresas de Economia Mista ou Comparticipada – são empresas cuja propriedade
pertence ao estado e a particulares, sendo a gestão é repartida por estas entidades.
4. Empresas Cooperativas – pertencem a pessoas que se juntaram com o objectivo de
produzir, distribuir ou consumir bens e serviços, não com o objectivo de obterem
ganhos monetários, mas de prestarem o máximo de serviços aos seus associados.
Podem revestir a forma de:
- Cooperativas de produção;
- Cooperativas de distribuição;
- Cooperativas de consumo.

Quanto à sua dimensão – reparte as empresas de acordo com determinados critérios. É


vulgar, a nível internacional, e de acordo com esta classificação, repartir as empresas da
seguinte maneira:
 Microempresas - as que empregam até 10 trabalhadores.
 Pequenas Empresas – as que empregam menos de 250 trabalhadores.
 Médias Empresas – as que empregam entre 250 e 500 trabalhadores.

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 Grandes Empresas – as que empregam mais de 500 trabalhadores.

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CAPÍTULO II - ESTRUTURA FINANCEIRA DE UMA
EMPRESA

2.1. NOÇÃO SOBRE A ESTRUTURA FINANCEIRA

2.1.1. ESTRUTURA FINANCEIRA

A estrutura financeira de uma empresa pode ser entendida como sendo a composição
das fontes de financiamento ou passivos formados por recursos externos (representados por
dívidas de curto e longo prazo), e por recursos próprios.
Diversos autores definem a estrutura financeira como sendo a estrutura de capitais.
Para (Bevam e Danbolt, 2004), " a estrutura financeira é a combinação entre capital alheio e
capital próprio".

2.1.1.1. Classificação da estrutura financeira

Segundo (Gambacorta 2014) a estrutura financeira descreve a origem de todos os recursos


que uma empresa usa para adquirir activos e pagar despesas. Existem apenas dois tipos de
fontes para todos esses fundos:
 Fontes internas ou financiamento interno - Estes são compostos, sobretudo, por
quatro grandes contas. O capital social, que são as contribuições feitas pelos sócios. As
reservas, que são parte do lucro que permanece na empresa e não são distribuídas
como dividendos. Os resultados do exercício, em caso de obtenção de benefícios, que
deve ser decidido onde aplicar. E, por último, concessões ou doações de capital. Eles
são chamados de fontes internas porque são geradas na própria empresa.

 Fontes externas ou financiamento externo - em segundo lugar, aqui podemos


distinguir o longo prazo, as dívidas contraídas com bancos (empréstimos) ou com os
financiamentos que os fornecedores de imobilizado fazem. Por outro lado, ressalta-se
especialmente que o endividamento da empresa também incluí obrigações de curto
prazo, como contas a pagar, financiamento de fornecedores, notas promissórias de
curto prazo, salários e impostos a pagar.

No entanto, estrutura financeira refere-se a forma como são utilizados os capitais


próprio e/ou alheio para financiar os seus activos. Ela está representada no lado direito do
balanço patrimonial, e é através da sua decomposição que uma empresa pode conhecer a sua

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real situação.

2.2. INSTRUMENTO CONTABILÍSTICO PARA AVALIAÇÃO

DA ESTRUTURA FINANCEIRA

2.2.1. O BALANÇO

A contabilidade possue uma das funções que é fornecer informações financeiras que
permitem o analista avaliar a situação da estrutura financeira, o balanço patrimonial é o
instrumento que fornece essas informações.
Como já foi referido no capítulo anterior, o balanço patrimonial é uma demonstração
financeira que tem por finalidade apresentar a situação financeira de uma empresa num
determinado momento, embora que existam outros documentos para análise da situação
económico-financeira de uma empresa.

2.2.1.1. Os elementos que compõem o balanço

O balanço é composto por três contas principais (activo, passivo e capital próprio), que
são sob agrupadas tendo em conta as suas exigibilidades.
Activo
De acordo com (Neto, 2012), no activo relacionam-se todas as aplicações de recursos
efetuadas pela empresa. Esses recursos poderão estar distribuídos em:
Activo não corrente - esse subgrupo do activo está composto por recursos de baixa
liquidez (lenta transformação em dinheiro) e também por aqueles que não se destinam a
venda, excepto em casos excepcionais. O activo não circulante dividi-se em quatro subgrupos:
 Realizável em longo prazo - As vendas feitas a prazo a clientes que só irão ser
recebidas no longo prazo e os demais valores a receber provenientes das demais
transações efectuadas pela organização.
 Investimentos financeiros - participação acionária em empresas conjuntas ou
controladas, terrenos, obras de arte, e outros activos.
 Imobilizado - máquinas e equipamentos que fazem parte da operação principal
da empresa, computadores, instalações, ar condicionados, veículos, etc.
 Intangível - Direitos autorais, patentes, marcas, fundos de comércio, gastos com
desenvolvimento de novos produtos, despesas de constituição, trespasse e outros.

Activo corrente - esse por sua vez é composto por todas as contas de liquidez
imediata ou que se convertem em dinheiro em curto prazo, ou seja, nesse subgrupo são
registrados todos os direitos cujos os vencimentos ocorreram até o final do exercício
económico, ao encerramento do balanço. E as principais subcontas que podemos encontrar
analisando o activo circulante de uma empresa são:

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 Disponibilidades - inclui as contas de maior grau de liquidez que podem ser:
dinheiro em caixa, cheques depositados, e ainda não compensados e saldos de
depósitos bancários movimentáveis a vista, títulos, e as aplicações financeiras
de liquidez imediatas.
 Realizável em curto - devem ser descritas as vendas a prazo a clientes e os
cheques pré-datados (que foram negociados em instituições financeiras por
meio da operação de descontos recebíveis) e um percentual representativo de
possíveis perdas com o não recebimento das vendas efectuadas a prazo,
definido como provisão para crédito de liquidação duvidosa.
 Estoque - representa o montante apurado nos diversos inventários da empresa.
O critério legal para a avalição das diversas contas do estoque no balanço será
o preço de aquisição (custo histórico) ou de produção.
 Despesas antecipadas - trata-se de despesas pagas antecipadamente e não
incorridas (consumidas). Exemplo: passagem pagas e não utilizada.

Passivo
O passivo é dividido em exigível e não exigível. O passivo é composto pelo passivo
circulante e não circulante onde se encontram as contas que tem prazo para vencimento, ou
seja, todas as obrigações que a empresa precisa pagar em um determinado dia. Já o passivo
não exigível é representado pelo patrimônio líquido, que é o dinheiro que o sócio da empresa
empregou para o seu funcionamento e sobrevivência. O passivo exigível é classificado, de
acordo com o prazo do pagamento das dívidas, em dois subgrupos: circulante e não
circulante.
Passivo Circulante - esse subgrupo do passivo exigível é composto por todas as
obrigações que devem ser pagas em curto prazo, ou seja, nesse subgrupo devem ser
registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercício seguinte
ao encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo circulante, podemos
destacar:
 Obrigações operacionais: fornecedores, ordenados e salários;
 Obrigações sociais;
 Obrigações legais;
 Dividendos a serem pagos aos acionistas;
 Financiamentos e empréstimos de instituições financeiras.

Passivo Não Circulante - esse subgrupo do passivo exigível é composto de todas as


obrigações que devem ser pagas em longo prazo, ou seja, nesse subgrupo devem ser
registradas todas as obrigações cujos vencimentos ocorrerão no final do exercício após ao
encerramento do balanço. Dentre as contas que compõem o passivo não circulante, podemos

19
destacar:
 Financiamento e empréstimos de instituições financeiras;
 Dívidas a pagar;
 Fornecedores de equipamentos de grande porte.

Capital próprio
Esta conta representa o volume de recursos financeiros investidos na organização por
seus acionistas ou sócios. Para (Dênis 2015, apud Neto 2010), Dentre as contas que compõem
o patrimônio líquido, destaca-se as seguintes:
• Capital Social - inclui os valores investidos pelos acionistas ou sócios da organização,
ou aqueles gerados por ela mesma e que não foram distribuídos aos acionistas ou sócios,
sendo utilizados para gerar um aumento no capital investido na organização.
• Reservas de Capital - representam os valores aportados pelos proprietários (ágio),
por terceiros (doações e subvenções), variações de valor de certos ativos (ajuste patrimonial) e
lucros auferidos e não distribuídos (lucros retidos);
• Reservas de lucros - indicam os lucros retidos da organização com finalidades
específicas. Dependendo da finalidade específica, a conta reserva de lucros pode ser
subdividida em inúmeras outras contas, tais como: reserva legal, reservas estatutárias,
reservas para contingências, reservas para planos de investimentos e reservas de lucros a
realizar.

2.3. INDICADORES PARA ANÁLISE DA ESTRUTURA FINANCEIRA


Segundo (Nogueira 2019), “os indicadores financeiros permitem aferir a forma
como a entidade se financia, o grau da sua independência financeira e a sua
capacidade para fazer face aos seus compromissos a médio e longo prazo”.
Ainda essa autora afirma que os indicadores financeiros têm como objectivo
estudar:
 Estrutura financeira
 Capacidade de endividamento
 Solvabilidade
 Liquidez

2.3.1. PRINCIPAIS INDICADORES PARA A ANÁLISE DA ESTRUTURA

FINANCEIRA
Grau de Autonomia Financeira
Traduz a percentagem do ativo que está a ser financiada pelos capitais próprios da

20
entidade, sendo obtido através da seguinte expressão de cálculo:
GA =
A abrangência deste indicador é vasta, tendo sido sobretudo fomentada pelas
Instituições financeiras, as quais o utilizam ainda hoje na apreciação e medição do risco de
crédito dos seus clientes. Varia entre 0 e 1 (se o capital próprio for negativo este rácio também
apresentará valores inferiores a 0).
Quanto maior for o seu valor maior é a probabilidade de que os ativos da entidade
consigam, em caso de liquidação, cobrir a totalidade das responsabilidades da entidade.
Quanto menor for o seu valor maior será a dependência da entidade de capitais alheios para
financiar os seus activos.
Portanto, Trata-se de um indicador fundamental para a análise financeira da empresa,
Grau de Dependência Financeira
Trata-se de um indicador complementar do grau de autonomia financeira. O seu valor
obtém-se dividindo o total do passivo pelo Activo total líquido.
O grau de dependência ou rácio de endividamento avalia o risco de não cumprimento
do serviço de dívida por parte da entidade. “O grau de dependência financeira determina a
proporção ou percentagem de capital alheio utilizado no financiamento das atividades da
entidade”, (Nogueira, 2019). E calcula-se pela seguinte fórmula:
GD =
A máxima dependência é atingida quando o grau de dependência for igual a 1. Este é
um indicador complementar do grau da autonomia financeira, pois medem a capacidade que
uma empresa tem para solver os seus compromissos a médio e longo prazo. no entanto,
quando um for maior o outro será menor e assim o inverso.
Grau de Cobertura do Activo Fixo
Este indicador permite saber com quanto é que os fundos de capitais permanentes
contribuem para o financiamento dos fundos do activo fixo. Calcula-se pela seguinte fórmula:
GCAF
Portanto, este indicador pode apresentar valores superiores a 1 o que significa que os
capitais permanentes são suficientes para cobrir os activos fixos. Se esse valor for inferior a 1,
quer dizer que os capitais permanentes são insuficientes para cobrir o total do activo fixo.
Liquidez geral
Trata-se de um indicador muito importante, pois permite dar uma ideia aproximada de
como a empresa tem a capacidade para fazer face aos seus compromissos no momento em que
se vão vencendo.
Este rácio é mais um indicador que traduz a regra do equilíbrio financeiro mínimo
(indicador “cobertura dos ativos não correntes”), pelo que deve assumir um valor superior a 1
(ou 100%). Caso o rácio seja inferior à unidade, então o valor dos passivos com exigibilidade
a curto prazo é superior ao valor dos ativos correntes (inventários, dívidas de clientes e meios

21
financeiros líquidos), o que equivale à existência de ativos não correntes (ativos fixos
tangíveis e intangíveis) financiados por capitais alheios correntes. Nestas circunstâncias, a
empresa encontra-se numa situação de desequilíbrio financeiro e poderá ter problemas de
liquidez a curto prazo (risco de ruptura de tesouraria).
De sublinhar que um rácio de liquidez geral superior a 1 não é sinónimo de
inexistência de problemas de liquidez! É necessário ter em conta que as rubricas do ativo
comportam diferentes níveis de liquidez (os meios financeiros líquidos são pela própria
natureza ativos líquidos, mas o mesmo não é possível dizer sobre os inventários e os clientes)
é fundamental garantir a fiabilidade e qualidade da informação (ex: efetivo reconhecimento de
eventuais imparidades de inventarios e clientes).
O rácio de liquidez geral traduz o grau em que o passivo corrente (até 12 meses) está
coberto pelo ativo corrente, ou seja, por ativos que se espera que possam vir a ser convertidos
em meios financeiros líquidos no mesmo período de tempo que corresponde ao vencimento da
dívida (passivo) (Nogueira,2019). Este rácio pode ser obtido através da seguinte expressão de
cálculo:
Liquidez Geral =
É utilizado pela generalidade das Instituições Financeiras na análise do risco das
entidades, e não pretende mais do que traduzir a sua liquidez – capacidade de cumprir as
responsabilidades exigíveis a curto prazo.
Liquidez reduzida
O rácio da liquidez reduzida exclui do numerador os ativos correntes com menor grau
de liquidez (Inventários) e traduz a capacidade da entidade para solver os seus compromissos
de curto prazo através da transformação dos ativos correntes em meios monetários. Este rácio
pode ser obtido através da seguinte expressão de cálculo:
Liquidez Reduzida =
Trata-se de um indicador que indica o peso do estoque na estrutura da empresa. Por
tanto, este rácio dá-nos a conhecer quais as possibilidades da empresa em cobrir as dívidas
com vencimento inferior a 1 ano com bens e direitos mais líquidos.
Solvabilidade
O rácio de solvabilidade traduz a capacidade da entidade expressa pelos capitais
próprios para solver os seus compromissos expressos no passivo, ou seja, o seu
endividamento. É dada pela aplicação da seguinte expressão de cálculo:
Solvabilidade =
Para os analistas de risco, nomeadamente das Instituições Financeiras, quanto mais
elevado for este rácio, maior será a estabilidade financeira da entidade. Pelo contrário, quanto
mais baixo for o valor apresentado pelo rácio, maior será a vulnerabilidade da entidade.
Uma entidade está solvente quando o seu capital próprio garante a liquidação do seu
passivo (solvabilidade ≥ 1). Quando a solvabilidade é < 1. significa que o capital próprio da

22
entidade não assegura a total cobertura do passivo. A insolvência traduz a incapacidade da
entidade em fazer face às suas responsabilidades correntes.
Portanto os indicadores financeiros são elementos importantes porque ajudam a
empresa saber se está bem ou mal financeiramente, para que possa desenvolver as suas
actividades normais, fazer os devidos pagamentos no momento em que elas vão vencendo,
analisar os factos contábeis, controlar as suas actividades principais, organizar os meios
consoante as suas obrigações e transformação de execução dos activos e observar os
resultados se são ou não satisfatório na actividade desenrolada anteriormente.

2.4. SITUAÇÃO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO

2.4.1. BALANÇO FUNCIONAL

É um instrumento de gestão e análise financeira, preparado apartir do balanço


patrimonial. A análise financeira moderna preocupa-se com o equilíbrio funcional das origens
e aplicações de fundos pelo que se passou a designar por análise funcional.
O balanço funcional mostra numa certa data, as aplicações e recursos relacionados
com os ciclos financeiros da empresa, qualquer que a sua situação jurídica. Os ciclos
financeiros são a resultante financeira das decisões tomadas aos diferentes níveis:
 Estratégico
 Operacional
 Financeiro

O balanço funcional resulta de uma visão diferente do balanço patrimonial, colocando a


ênfase nos ciclos financeiros: Investimento, Exploração e Tesouraria.
2.4.1.1. Ciclo de Investimento

Este ciclo, engloba o conjunto de atividades e decisões respeitantes á análise e conduzem


ao volume de imobilizações com que esta funciona. As rubricas constituintes do ciclo de
investimento:
Numa acepção dinâmica o fundo de maneio pode ser definido como conjunto dos
valores submetidos ás transformações cíclicas do período curto e cujo destino normal no fim
de cada ciclo de exploração (aquando da sua conversão em meios financeiros líquidos) é
serem reutilizadas no mesmo circuito (daí a ideia de “maneio” ou de roulement – rolamento,
rodagem, circulução – implícita na expressão francesa fonds de roulement), silva,2013.

23
O ciclo de investimento é calculado pela seguinte fórmula:
Fundo de maneio (FM) = Capitais Permanentes (CP) – Activo Fixo Líquido (AFL)
O capital permanente é o somatório entre o capital próprio e o capital alheio.

2.4.1.2. Ciclo de exploração

Este ciclo, corresponde ás atividades e decisões ao nível de aprovisionamento, produção


e comercialização. Trata-se de operações efectuadas pela empresa no ciclo de exploração que
conduzem aos consumos e obtenção de recursos da empresa que vão corresponder aos custos
e proveitos operacionais na DR. No balanço vai provocar necessidades de recursos para
financiar clientes e existências, obtendo em consequências, alguns recursos como seja o
crédito de fornecedores.
O ciclo de exploração exige uma série de meios financeiros capazes de assegurar os
pagamentos operacionais (fornecedores) antes de se obterem os recebimentos operacionais
(clientes).
Dentro das necessidades de fundo de maneio podemos encontrara as seguintes rubricas:
Necessidades cíclicas: Nesta rubrica incluem – se as contas que têm subjacentes
operações ligadas ao ciclo de exploração pelos valores brutos. Ela contém:
 Inventário de produto, mercadoria e clientes;
 Créditos a clientes;
 Adiantamentos a fornecedores;

Recursos cíclicos: incluem as dívidas a terceiros de curto prazo que resultam das
decisões do ciclo de exploração e que geram origens de fundos. As dívidas em mora devem
ser consideradas como tesouraria passiva. Concretamente, inclui as seguintes rubricas:
o Adiantamentos a clientes, independentemente de o preço ser fixo ou não;
o Fornecedores conta corrente;
o Estado e outros entes públicos resultantes do ciclo de exploração;

A necessidade de fundo de maneio é calculada da seguinte fórmula:


Necessidades de Fundo Maneio (NMF) = Necessidades Cíclicas (NC) – Recursos Cíclicas
(RC)

2.4.1.3. Ciclo de tesouraria

Este ciclo, compreende as actividades de obtenção de fundos destinados a financiar os

24
investimentos e as necessidades de financiamento do ciclo de exploração. Dentro dela
podemos encontrar as seguintes rubricas:
Tesouraria activa: onde estão incluídos os meios líquidos ou quase líquidos:
- Caixa
- Depósito bancário
- Títulos negociáveis, desde que seja facilmente convertidos em dinheiro (doutro
modo serão classificados em activo fixo).
Tesouraria passivo: incluí:
- Passivo de curto prazo;
- Outras contas a pagar e diferimento;
- Rendas imediatas;
O ciclo de tesouraria é calculado da seguinte forma:
Tesouraria Líquida (TL) = Tesouraria Activa – Tesouraria Passivo (TP)
Tesouraria líquida (TL) = Fundo de maneio - Necessidade de fundo de maneio.

FIGURA1: ESTRUTURA DO BALANÇO FUNCIONAL

CICLOS APLICAÇÕES ORIGENS


Investimento Aplicações de investimento Ou Capitais Próprios
Activo não corrente E
Capitais alheios estáveis
Exploração Necessidades Cíclicas Recursos Cíclicos
Operações de Tesouraria Activa Tesouraria Passiva
tesouraria
FONTE: Silva

Portanto o gestor financeiro, não só geri os meios financeiros líquidos, mais também
selecciona as fontes de financiamento que devem proporcionar chances para obtenção da
estabilidade da entidade. No entanto, para se saber se a empresa foi solvente no determinado
exercício econômico, é preciso ter como instrumento principal o balanço que tendo vantagens
para análise financeira, tenho como objetivo a evidência do princípio do equilíbrio financeiro,
ou seja, os capitais permanentes devem financiar os bens que se mantém na empresa por
longo período, e passivos a curto prazo que devem cobrir os activos correntes. Então o
balanço funcional, vem sendo uma visão diferente do balanço patrimonial, por colocar as suas
rubricas em ciclos financeiros, sendo estes: de investimento, exploração e tesouraria.

2.4.2. EQUILÍBRIO FINANCEIRO

25
Pode se corroborar o estudo do equilíbrio financeiro é feito tendo como aspecto basilar
o enquadramento dos prazos da exigibilidade com a Liquidez dos activos (fluxos monetários
ou dinheiro) ou seja, é preciso que os activos não correntes sejam financiados pelos capitais
próprios e alheios, uma vez que estes permanecem na empresa por um longo período de
tempo, prazo este, que pode levar a empresa a obter recursos para reembolsar os
investimentos. E os activos correntes, pelos passivos coerentes, posto que, existe uma
correspondência entre essas massas patrimoniais pelo facto de terem mesmo prazo que é
inferior a um ano.
Para se calcular o mesmo utiliza-se o fundo de maneio. É apresentado por Silva (2013
apud Moreira, 98, p. 135).
Para se atingir com o equilíbrio financeiro é necessário que o activo corrente seja
suficiente para honrar com seus compromissos no momento em que estes se vão vencendo.
Com tudo, existem motivos que não permitem que o activo corrente seja suficiente para
honrar com seus compromissos:
- Falta de liquidez dos activos (vendas) faz com a empresa não tenha montante suficiente
para cobrir com seus compromissos no momento.
- Clientes duvidoss. Pós estes não pagam as suas dívidas no momento do seu vencimento,
causando-a uma insuficiência que lhe impossibilita honrar com as suas respectivas dívidas.

2.4.2.1. Situações financeiras típicas

É possível identificar seis tipos de estruturas financeiras:


1) FM > 0, NFM > 0 e FM > NFM → TRL > 0 -Tesouraria Superavitária, é a situação
financeira normal, com uma certa segurança.
2) FM > 0, NFM > 0 e FM < NFM → TRL < 0 -Tesouraria Deficitária, evidencia
desequilíbrio financeiro, a empresa financia parte das suas necessidades ciclicas com
operações de tesouraria, típica em empresas com um ciclo longo de exploração.
3) FM <0, NFM > 0 → TRL < 0 - Tesouraria Deficitária, evidencia uma situação
financeira delicada, os capitais estáveis não são suficientes para financiar o activo
fixo, não cumpre a regra de ouro do equilíbrio financeiro. A situação será tanto mais
grave quanto mais negativa seja a tesouraria.
4) FM < 0, NFM < 0 e FM < NFM → TRL < 0 -Tesouraria Deficitária, não apresenta
liquidez nem garantia de segurança, geralmente representa situações arriscadas
derivadas de crescimentos elevados face às capacidades financeiras.
5) FM <0, NFM < 0 e FM > NFM → TRL > 0 -Tesouraria Superavitária, esta situação
apresenta risco em caso de redução de actividade, poderá deixar de realizar fundos
suficientes para suprir a exigibilidade das dívidas a pagar, falta de segurança derivada
da inexistência de fundo de maneio.

26
6) FM > 0, NFM <0 → TRL > 0 -Tesouraria Superavitária, as necessidades de fundo de
maneio negativas são resultado de um ciclo de exploração favorável.

Portanto para tomar as decisões financeiras é necessário avaliar e interpretar a situação


financeira da empresa. Está análise da função financeira da empresa manifesta semelhante a
análise do equilíbrio financeiro, autonomia financeira, Solvabilidade e ciclo de exploração. O
gestor têm a necessidade de acompanhar a evolução e controlar o planejamento de modo, a
conhecer a real situação da empresa e ao mesmo prever actividade futura.

2.5. DIFERENÇA ENTRE ESTRUTURA FINANCEIRA E

ESTRUTURA DE CAPITAL

É comum que as pessoas confundam a estrutura financeira com a estrutura de capital.


Embora sejam termos bastante relacionados entre, eles possuem diferentes características:
A estrutura de capital é uma subdivisão da estrutura financeira. A formação do capital de
uma empresa engloba apenas os recursos de longo prazo e é conhecida como a estrutura de
capital. Já a combinação de recursos de curto e longo prazo utilizados pelas empresas é
conhecida como estrutura financeira.
Ambas estruturas são importantes e estão presentes no balanço financeiro de uma
empresa. Com tudo, a estrutura de capital aparece sob o fundo de acionistas e passivos não
correntes e a estrutura financeira aparece em todo lado de acções e passivos.

27
CAPÍTULO III - ESTUDO SOBRE A ESTRUTURA
FINANCEIRA DA EMPRESA AGAC

3.1. CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

3.1.1. Historial

As actividades da empresa AGAC tiveram início em 10 de junho de 2019, no Luena,


cidade do município e província do Moxico. A empresa AGAC sediada no luena, rua hoji yha
henda, no bairro saidy mingas Foi fundada por Agnelo Generoso André Chicanga.

No início empresa esteve voltada apenas à revenda de produtos e prestação de serviços da


tipografia. Com o passar de tempo, devido às oportunidades que foram surgindo, a empresa
passou também prestar serviços bancários, serviços de bar, serviços de assistentes de
informática e emissão de blocos de facturas e, vendas de produtos de bar (bebida e comida),
materiais informáticos, telemóveis e materiais de escritório.

Mercado de atuação

A AGAC pequena empresa privada de comércio e prestação de serviços, atua como


comercial individual no sector terceário, actualmente no mercado nacional.

No início a empresa tinha apenas um posto de trabalho localizado na cede do Luena no


bairro Saidy-Mingas, com as mudanças registradas, a AGAC conseguiu ter mais postos de
trabalho em diversas zonas do Luena como bairro Tchifuchi, Centralidade heróis e bairro
Nzaji. Com o aumento de postos de trabalho, consequentemente o número de funcionários
também aumentou.

Clientes

Os clientes alvos da AGAC são na sua moiria os estudantes, as empresas, as pessoas


individuais e a sociedade em geral que buscam produtos e serviços de qualidade, segurança
para além de um preço competitivo. Desta forma, a empresa procura atender estes quesitos
oferecendo os seus produtos o mais semelhante possível com a linha genuína, alcançando
assim uma boa aceitação no mercado.

Fornecedores

Os fornecedores da empresa AGAC estão inseridos maioritariamente no sector

28
comercial. E a empresa fornecedora mais frequente é a STYLO.

Objecto Social

A empresa dedica-se a actividade de comércio de materiais informáticos, telemóveis e


consumíveis de escritório, assim como a prestação de serviços no ramo de tipografia,
assistência técnica informática, bar e serviços bancários e, os produtos e serviços ofertados
pela empresa são muito procurados. A garantia varia de produto a produto, para as máquinas
impressoras a garantia vai até (1) um ano desde que o produto esteja bem conservado, já os
telemóveis o prazo de garantia vai até três dias.

A AGAC tem os objetivos de ser uma empresa com valores assentes e produzir com
poucos custos, obtendo o maior lucro possível, liderança de mercado, rentabilidade, fidelidade
do cliente, crescimento, eficiência operacional e capacidade de liderança.

3.1.2. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA AGAC

No período de 2018 - 2019, a empresa AGAC realizou um exercício estratégico que


conduziu a elaboração do plano estratégico da empresa, que está vigente até hoje. Dada às
mudanças que surgiram no País, em todas as ordens, a empresa em conjunto com a sua
comunidade não escapa da crise económica que afetam todas as tarefas.

A empresa AGAC tem definido os seguintes aspectos estratégicos:

3.1.2.1. Missão

A AGAC tem a missão de prestar serviços de qualidade e que venha a contribuir na


elevação da qualidade de vida das comunidades e no desenvolvimento sustentável da
província.

3.1.2.2. Visão

5. Ser referência regional e nacional na comercialização e prestação de serviços


informáticos;

29
6. Estar bem presente na procura de soluções inovadoras para os clientes;
7. Ser uma empresa indispensável no alargamento e expansão dos diversos produtos para
o desenvolvimento tecnológico do país;
8. Ser referência a nível das outras empresas que privilegiam serviços ambicionando
excelência e competência profissional.

3.1.2.3. Valores

Valores compartilhados e institucionais:

 Patriotismo: sentido de amor à história e às tradições da nação e do território,


disposição plena a contribuir para o desenvolvimento da pátria.

 Responsabilidade: como estudantes e trabalhadores garantimos com seriedade,


optimismo e excelência o cumprimento de nossos deveres relativo aos processos
universitários, sendo exemplo de atitude quanto ao estudo, trabalho, a superação, a
investigação, e como seres humanos, obtendo resultados integrais positivos nas acções
como fruto da criatividade e a consagração.

 Colaboração: fortalecer o espírito de colaboração e de trabalho em equipe. Apreciar


um alto grau de sentido de companheirismo e compartilhar todos os nossos recursos e
o conhecimento que captamos e geramos.

 Unidade: coesão e integração entre toda a comunidade que intervém nos processos
essenciais clientes, fornecedores e terceiros.

 Ética e integridade: promove os mais altos padrões éticos na área académica,


profissional e científico.

 Profissionalização e desenvolvimento: promove um sistema aberto de informação e


modelos inovadores.

30
3.1.2.4. Distribuição dos trabalhadores

A empresa AGAC possui 22 funcionários, dos quais 12 são do gênero masculino e 10 são
do gênero feminino. Todos são angolanos, o mais novo tem 24 anos de idade e o mais velho
tem 33 anos de idade. Quanto ao nível académico, 21 funcionários são licenciados e um
bacharel.

3.1.2.5. Organograma

3.2. ANÁLISE FINANCEIRA DA EMPRESA

A análise financeira consiste em avaliar o equilíbrio financeiro, as necessidades de


financiamento da atividade e a situação de tesouraria (estrutura financeira da empresa). Pois
ela compreende um conjunto de técnicas capazes de observar a capacidade que a empresa tem
em solver os seus compromissos a medida que se forem vencendo.

Inevitavelmente a análise financeira com base nos documentos produzidos, recorre às


informações financeiras produzidas pelas empresas. A mesma tem como objectivo permitir
uma compreensão simultaneamente mais rápida e profunda das informações disponíveis, com
vista a sua utilidade percebida pelos utilizadores.

Contudo, convém desde já sublinhar dois aspectos nesta fase. Por um lado, no âmbito da
análise financeira é algo arriscado falar em verdades absolutas, pois um dado indicador que
num sector de actividade pode indicar uma situação positiva e, num outro sector pode ser
manifestamente negativo. Por outro lado, antes de se proceder a qualquer análise financeira
comparativa, é imprescindível ter o cuidado de verificar se a informação financeira que está
na base foi ou não preparada segundo um referencial contabilístico idêntico. Se tal não
ocorrer, qualquer comparação é errónea e pode induzir os seus utentes a uma tomada de
decisões inapropriadas.

31
No âmbito da análise financeira vale ter em conta duas metodologias:

 A verificação de alguns agregados das demostrações financeiras;


 O cálculo e análise dos indicadores financeiros.

A primeira metodologia refere-se ao uso do método dos balanços sucessivos, que permite
conhecer, quer a evolução global apresentada pela empresa, quer a evolução de cada uma das
massas patrimoniais entre os períodos em análise. Para tal as massas patrimoniais são
apresentadas em valores absolutos e em percentagens.

Balanço patrimonial em 31de Dezembro da empresa AGAC.


2023 2022
Valor Peso Valor Peso
ACTIVO

Activo não corrente:


Imobilizações corpóreas 6.302.853,70 55,25% 5.642.021.06 55%
Imobilizações incorpóreas 815.663,42 7,15% 656.048,96 6,4%
Outros activos não correntes 296.604.88 2,6% 262.419,58 2,6%

Activo corrente:
Existências 1.996.379,00 17,5% 2.214.165,24 21,6%
Contas a receber 399.275,80 3,5% 1.107.082,62 10,8%
Disponibilidades 1.397.465,30 12,25% 258.319,28 2,5%
Outros activos correntes 199.637,90 1,75% 110.708,26 1,1%

TOTAL DO ACTIVO 11.407.880,00 100% 10.250.765,00 100%


CAPITAL PRÓPRIO
Capital 6.844.728,00 60% 5.453.406,98 53,2%
Reservas 68.447,28 0,6% 71.755,35 0,7%
Resultados transitados 342.236,40 3% 287.021,42 2,8%
Resultados do exercício 1.300.498,32 11,4% 1.363.351,75 13,3%

Total do capital próprio 8.555.910,00 75% 7.175.535,50 70%

32
PASSIVO

Passivo corrente:
Empréstimos de m/l prazos 1.540.063,80 13,5% 1.742.630,05 17%
Impostos diferidos 68.447,28 0,6% 102.507,65 1%
Outros passivos não correntes 102.670,92 0,9% 205.015,30 2%
Passivo corrente:
Contas a pagar 741.512,20 6,5% 717.553,55 7%
Empréstimos de curto prazo 228.157,60 2% 205.015,30 2%
Parte cor. dos emp. a m/l prazos 125.486,68 1,1% 0,00 0%
Outros passivos correntes 45.631,52 0,4% 102.507,65 1%

Total do passivo 2.851.970,00 25% 3.075.229,50 30%

TOTAL DO CAPITAL PRÓPRIO 11.407.880,00 100% 10.250.765,00 100%


E PASSIVO

A composição do balanço em dois períodos permite concluir que no período de 2022, os


activos não correntes representam 64% do total do activo, ou que as origens próprias de
capital (capital próprio) correspondem à 70% do total das origens de capital, de onde se pode
aferir que o endividamento (passivo) não é muito elevado. E no período de 2023 é possível
notar uma redução e pouco endividamento na empresa, pois que de todos os activos da
empresa, os activos não correntes têm o peso de 65%, e das fontes de financiamento que a
AGAC possuem 75% são internas ou próprias e 25% apenas são de terceiros.

3.2.1. INDICADORES DA ESTRUTURA FINANCEIRA

Grau de autonomia financeira e grau de dependência

2022
GAF = Capitais próprios ÷ Activo total líquido
GAF = 7.175.535,5 ÷ 10.250.765 = 0,7

GD = Capitais alheios ÷ Activo total líquido


GD = 3.075.229,5 ÷ 10.250.765 = 0,3

33
A empresa AGAC teve uma autonomia financeira no valor de 0,7 e um grau de
dependência de 0,3 no período de 2022, o que significa que em cada 100kz investido pela
empresa 70kz pertece à empresa e 30kz pertece e terceiros, esses valores indicam uma boa
autonomia financeira e pouca dívida da empresa, no entanto, de todas as fontes utilizadas para
financiar os activos 70% é interna e apenas 30% é externa.

2023
GAF = 8.555.910 ÷ 11.407.880 = 0,75

GD = 2.851.970 ÷ 11.407.880 = 0,25

No período de 2023, o grau de autonomia financeira foi de 0,75 e o grau de dependência


foi de 0,25 e a partir desse resultado, é possível notar uma boa autonomia e dependência que
uma empresa pode ter, pois em cada 100kz que a empresa AGAC aplicou nos seus
investimentos 75kz são da empresa e 25kz são alheios, ou seja, de todas as fontes de
financiamento que a empresa teve nessa época 75% pertece à empresa e 25% provenientes
dos terceiros.

Contudo, em comparação aos dois períodos económicos, vale ressaltar que a empresa
esteve bem, porque ela deteve maior parte do financiamento nos exercícios em análise, e que
teve uma melhoria no período de 2023 com uma capacidade de 75% dos fundos que é um
valor superior ao do exercício anterior que foi de 70% de todos os fundos.

Grau de cobertura do activo fixo


GCAF = Capitais permanentes ÷ Activo fixo
2022
GCAF = 9.225.688,5 ÷ 6.560.489,60 = 1,41
2023
GCAF = 10.267.092 ÷ 7.415.122 = 1,39

34
Nos dois períodos em análise é possível ver que os capitais permanentes foram
suficientes para cobrir ou financiar todos os activos fixos e ainda uma parte dos capitais
permanentes serviu para financiar alguns activos correntes, mostrando assim um bom
desempenho das atividades da empresa.

Liquidez geral

Liquidez geral = Activo corrente ÷ Passivo corrente

2022
LG = 3.690.275,4 ÷ 1.025.076,5 = 3,6

2023
LD = 3.992.758 ÷ 1.140.788 = 3,5

Interpret...

Liquidez reduzida

Liquidez reduzida = (Activo corrente – Existências) ÷ Passivo corrente

2022
LR = (3.690.275,4 – 2.214.165,24) ÷ 1.025.076,5 = 1,44

2023
LR = (3.992.758 – 1.996.379) ÷ 1.140.788 = 1,75

Interpret...

Solvabilidade

Solvabilidade = Capital próprio ÷ Passivo total


2022
Solvabilidade = 7.175.535.5 ÷ 3.075.229,5 = 2,33

2023
Solvabilidade = 8.555.910 ÷ 2.851.970 = 3

Interpret...

35
3.2.2. EQUILÍBRIO FINANCEIRO

BALANÇO FUNCIONAL
Ciclos de actividades Exercício 2023 Exercício 2022

Ciclo de Investimento
Cap. Permanentes 10.198.644,72 9.123.180,85
Activo Fixo Líquido 7.415.122,00 6.560.489,60
Fundo de Maneio 2.783.522,72 2.562.691,25
Ciclo de Exploração
Necessidades Cíclicas 2.595.292,70 3.431.956,12
Recursos Cíclicos 787.143,72 820.061,20
Nec. De Fundo de Maneio 1.808.148,98 2.611.894,92
Ciclo de Tesouraria
Tesouraria Activa 1.397.465,30 258.319,28
Tesouraria Passiva 422.091,56 307.522,95
Tesouraria Líquida 975.373,74 -49.203,67
Equilíbrio Financeiro (FM-NFM) 975.373,74 -49.203,67

36
CONCLUSÃO

Ao término desta análise profunda da estrutura financeira da empresa de comércio e prestação


de serviços no Luena, nos anos de 2022-2023, emerge uma visão clara e enriquecedora das
forças e fraquezas que permeiam seu tecido empresarial. Enquanto navegamos pelas correntes
turbulentas do mercado, desvendamos não apenas desafios a serem superados, mas também
oportunidades a serem exploradas. Através da lente da análise financeira, somos capazes de
vislumbrar os contornos da resiliência empresarial, a capacidade de adaptação diante da
adversidade e a determinação em alcançar o sucesso sustentável. As lições aprendidas durante
este estudo não se limitam a números e gráficos; elas ecoam na mente dos gestores,
inspirando a busca pela excelência operacional, a inovação contínua e a criação de valor para
todos os envolvidos.

Portanto, ao encerrarmos este capítulo da jornada da empresa, é imperativo lembrar que a


análise financeira não é apenas uma ferramenta estática de avaliação, mas sim um guia
dinâmico para a tomada de decisões estratégicas e o planejamento futuro. Que as descobertas
e insights aqui obtidos sirvam como bússola na busca por um crescimento sustentável, uma
vantagem competitiva duradoura e uma contribuição significativa para o desenvolvimento
econômico e social da região do Luena e além.

37
RECOMENDAÇÕES

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