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UNIVERSIDADE UNIGRANRIO | AFYA

MARCUS VINÍCIUS DE LIRA - 2110172


CLEIDE PAULA DE LIRA - 2111993
GUSTAVO LUIS SANT’ ANNA SANTOS - 2111382

PROJETO CURRICULAR ARTICULADOR


AUDITORIA CONTÁBIL

Duque de Caxias, RJ
2023.2
UNIVERSIDADE UNIGRANRIO | AFYA

MARCUS VINÍCIUS DE LIRA - 2110172


CLEIDE PAULA DE LIRA - 2111993
GUSTAVO LUIS SANT’ ANNA SANTOS - 2111382

PROJETO CURRICULAR ARTICULADOR


AUDITORIA CONTÁBIL

Trabalho acadêmico da disciplina de


PCA – Auditoria Contábil, do
curso de graduação de Ciências
Contábeis. Professor: Léo Lincoln.

Duque de Caxias, RJ
2023.2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
DESENVOLVIMENTO.................................................................................................5
CONCLUSÕES ..........................................................................................................10
REFERÊNCIAS..........................................................................................................11
INTRODUÇÃO
Governança Corporativa é o sistema pelo qual uma organização é controlada. Ela traz
a garantia de que uma empresa é confiável no que tange aos quatro princípios
básicos: transparência, equidade (igualdade) no tratamento dos stakeholders,
prestação de contas e responsabilidade corporativa (este último tem como objetivo a
continuidade da organização).
De um modo em geral, a Governança Corporativa pode ser definida como um conjunto
de princípios, propósitos e valores que rege as organizações, com o objetivo de
proporcionar sustentabilidade e gerar valor a longo prazo, sempre com a observância
às legítimas expectativas de todas as partes interessadas.
Sistemas de boa governança, portanto, ajudam organizações a se concentrarem em
suas atividades fins, ou seja, naquelas que mais contribuem para os objetivos gerais
com a utilização eficaz de recursos e a garantia de que os mesmos são gerenciados
no melhor interesse das partes interessadas.
Para que a governança possa ser colocada em prática é preciso que a empresa tenha
o que chamamos de estrutura da Governança Corporativa, que são os órgãos que a
compõem.
DESENVOLVIMENTO
A governança corporativa envolve um conjunto de regras e atividades que determina
o modo pelo qual a empresa deve operar. Trata-se de um meio de estabelecer e
manter a harmonia entre os acionistas e os altos executivos das empresas. Através
dela, busca-se identificar maneiras de garantir que as decisões sejam tomadas de
forma eficaz, sem perder o foco na eficiência operacional e maximização dos
resultados. Existem muitas definições para governança corporativa, mas, de forma
geral, todas convergem para os mesmos princípios, práticas e objetivos. A estrutura
de governança corporativa especifica a distribuição dos direitos e responsabilidades
entre os diferentes participantes da corporação, tais como o conselho de
administração, os diretores executivos, os acionistas e outros interessados, além de
definir as regras e procedimentos para a tomada de decisão em relação a questões
corporativas. E oferece também bases através das quais os objetivos da empresa são
estabelecidos, definindo os meios para se alcançar tais objetivos e os instrumentos
para se acompanhar o desempenho. A maioria dos padrões das melhores práticas de
Governança Corporativa recomenda a criação de comitês especiais. Isso se faz
necessário porque na maioria dos casos os conselheiros não possuem conhecimento
especifico suficiente para cumprir todas as funções.

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
O Conselho de Administração é a principal ferramenta utilizada pela Governança
Corporativa. Um dos princípios básicos da Governança Corporativa é a transparência.
Quando a empresa possui um Conselho de Administração ela passa maior segurança
ao mercado, desta forma, demonstra estar preocupada com as práticas de
governança e continuidade da empresa.
Uma das responsabilidades do Conselho de Administração é manter atualizado o
plano de sucessão do diretor presidente e garantir que esse plano também seja feito
para todas as pessoas-chave da organização. Nas empresas familiares, esse ponto é
ainda mais importante, porque muitas vezes a sucessão é um ponto crítico, por meio
do qual, em alguns casos, na ausência de seus fundadores, a organização perde
forças e acaba se desfazendo pela inexistência de pessoas qualificadas e preparadas
para assumir a empresa. O Conselho de Administração deve sempre decidir em favor
do melhor interesse da organização como um todo, independentemente das partes
que indicaram ou elegeram seus membros.
CONSELHO FISCAL
É um órgão fiscalizador independente, eleito pelos acionistas ou sócios que tem por
objetivo contribuir para o bom desempenho da empresa utilizando os princípios da
Governança Corporativa.
As principais atribuições do conselho fiscal são: examinar e fiscalizar os relatórios e
demonstrações da empresa, verificar se as leis estão sendo cumpridas e se
necessário denunciar fraudes e erros. Este conselho tem por objetivo a função
fiscalizadora, função financeira, analisar se os contratos realizados pela empresa
estão de acordo com o objeto social, demonstrações financeiras, entre outros.

AUDITORIA INTERNA
O conselho estabelece estruturas e processos que definem a governança dentro
da organização, considerando as perspectivas dos investidores, reguladores e
administradores, entre outros. O conselho supervisiona e monitora as exposições
a riscos estratégicos, operacionais, financeiros e de conformidade da empresa e
colabora com a administração na definição da necessidade e tolerâncias aos riscos,
e no alinhamento com as prioridades estratégicas. O comitê de auditoria, formado por
diretores independentes, pode fortalecer bastante a independência, a integridade e a
eficácia das atividades de auditoria, oferecendo uma supervisão independente dos
planos de trabalho e dos resultados da auditoria interna e externa, avaliando as
necessidades de recursos e qualificações de auditoria e mediando o relacionamento
dos auditores com a organização. Os comitês de auditoria também garantem que os
resultados de auditoria sejam transmitidos e que quaisquer melhorias ou ações
corretivas recomendadas sejam tratadas ou resolvidas. Os comitês de auditoria
podem ter essa mesma função em organizações privadas e do setor público.

CONTROLADORIA
A controladoria é uma área da contabilidade que tem como objetivo auxiliar a tomada
de decisões da empresa, fornecendo informações financeiras e gerenciais relevantes
e confiáveis. Algumas das boas práticas de controladoria incluem em:
Ter um sistema de contabilidade eficiente e atualizado, para garantir que as
informações financeiras sejam precisas e confiáveis;
Estabelecer indicadores chave de desempenho para medir o progresso da empresa
em relação aos objetivos estratégicos;
Realizar análises financeiras regularmente, como fluxo de caixa, análise de
lucratividade e análise de risco, para identificar problemas e oportunidades;
Estabelecer orçamentos e metas para as diferentes áreas da empresa, para garantir
que todos estejam trabalhando em direção aos objetivos estratégicos do negócio;
Comunicar de forma clara e eficaz as informações financeiras e gerenciais para todos
os níveis da empresa, para garantir que todos estejam cientes das metas e desafios
do negócio;
Implementar controles internos robustos para evitar fraudes, erros e garantir a
precisão das informações financeiras.
Ao adotar estas práticas, uma pequena ou média empresa pode se beneficiar de uma
visão mais clara e precisa sobre sua situação administrativa, o que ajudará a tomar
decisões baseada em dados e de forma estratégica. Além disso, essa análise também
pode ajudar a prevenir erros e fraudes, garantindo a confiança dos investidores e
outros stakeholders.

OUVIDORIA E CORREGEDORIA
A Ouvidoria funciona como um canal de recebimento de denúncias de atos ilícitos nos
processos, procedimentos e práticas corporativas. Na estrutura da Governança
Corporativa a execução de atividades correcionais e a gestão dos processos
disciplinares fica por conta da Corregedoria.

INSTRUMENTOS E MECANISMOS DE GOVERNANÇA


Os instrumentos de governança são documentos com regras que visam dar mais
agilidade, transparência e autonomia às atividades da empresa.
Os principais mecanismos internos para uma boa governança corporativa são:
 Conselho de administração
 Sistema de remuneração
 Concentração acionária
Os mecanismos externos possuem maior diferenciação entre os autores, mas
podemos destacar os seguintes como principais:
 Proteção legal aos investidores
 Possibilidade de aquisição hostil e grau de competição no mercado
 Fiscalização dos agentes de mercado
 Estrutura de capitais

Comparação entre os Casos de Fraude da Satyam e Enron


Natureza da Fraude:
Caso Satyam (2009): A fraude na Satyam envolveu a falsificação de contas financeiras
para inflar os lucros e ativos da empresa, ocultando a verdadeira situação financeira
da empresa.
Caso Enron (2001): O caso Enron envolveu uma fraude complexa que incluiu a criação
de entidades fora do balanço para ocultar dívidas, manipulação de preços de energia
e práticas contábeis enganosas. A fraude da Enron foi uma das maiores fraudes
corporativas da história dos Estados Unidos.

Impacto Econômico:
Caso Satyam: O escândalo da Satyam teve um impacto significativo no mercado de
ações indiano e na confiança dos investidores, levando à aquisição da empresa pela
Tech Mahindra para evitar a falência.

Caso Enron: A falência da Enron foi um dos maiores colapsos corporativos da história
dos EUA e resultou na perda de empregos e economias para muitos investidores e
funcionários. Também levou à dissolução da empresa de auditoria Arthur Andersen.

Evasão e Responsabilização:
Caso Satyam: Ramalinga Raju, o fundador da Satyam, admitiu a fraude e foi preso.
Ele e outros envolvidos enfrentaram processos legais na Índia.

Caso Enron: Vários executivos da Enron, incluindo o CEO Jeffrey Skilling e o


presidente Kenneth Lay, foram processados e condenados por diversos crimes
financeiros e fraude. Kenneth Lay faleceu antes de cumprir sua sentença.

Impacto na Regulamentação:
Caso Satyam: O caso Satyam levou a reformas significativas nas regulamentações
corporativas e nas práticas de auditoria na Índia, com ênfase na transparência e na
governança corporativa.
Caso Enron: O escândalo da Enron teve um impacto profundo nas práticas de
contabilidade e regulamentações corporativas nos Estados Unidos. Levou à
aprovação da Lei Sarbanes-Oxley em 2002, que impôs regras mais rigorosas de
governança corporativa e contabilidade para empresas americanas.

Caso Satyam (2009): As normas de auditoria aplicadas no caso da Satyam estavam


relacionadas às práticas de auditoria vigentes na Índia e às normas internacionais de
auditoria (ISA - International Standards on Auditing) que eram amplamente aceitas e
aplicadas por empresas de auditoria globalmente. Na Índia, a auditoria era regida pela
"Institute of Chartered Accountants of India" (ICAI).

No entanto, o escândalo da Satyam revelou deficiências significativas nas práticas de


auditoria, e isso levou a mudanças e reformas nas normas de auditoria e
regulamentações na Índia para fortalecer a governança corporativa e a transparência.

Caso Enron (2001): No caso da Enron, as auditorias eram conduzidas de acordo com
as normas de auditoria nos Estados Unidos, especificamente as "Generally Accepted
Auditing Standards" (GAAS), que eram estabelecidas pelo "American Institute of
Certified Public Accountants" (AICPA). Além disso, as auditorias também estavam
sujeitas às normas contábeis dos EUA, conhecidas como "Generally Accepted
Accounting Principles" (GAAP).
O escândalo da Enron resultou em uma revisão significativa das normas de auditoria
e regulamentações nos Estados Unidos. Ele desencadeou a aprovação da Lei
Sarbanes-Oxley (SOX), que introduziu controles mais rígidos, responsabilidades
adicionais para auditores e requisitos de divulgação mais estritos para empresas de
capital aberto nos EUA.
Em resumo, nos casos da Satyam e da Enron, as auditorias eram realizadas de acordo
com as normas de auditoria e contabilidade vigentes em seus respectivos países. No
entanto, as deficiências significativas nessas auditorias levaram a reformas nas
normas e regulamentações de auditoria em ambas as nações para prevenir futuros
escândalos e melhorar a transparência nas demonstrações financeiras corporativas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir do que foi exposto é possível observar que as boas práticas de Governança
Corporativa proporcionam uma gestão muito transparente do negócio, protegendo os
acionistas, pois evidencia o controle que é realizado sobre os gestores a fim de que o
principal objetivo de uma organização seja alcançado. Por outro lado, protege o
investidor que busca rentabilidade e segurança para os recursos que empresa em
determinado negócio porque evita o conflito de agência, sendo que o investidor pode
presumir que seu capital será utilizado de maneira mais rentável possível.
As boas práticas de Governança Corporativa permitem que o investidor possa realizar
uma análise prévia, tanto da estrutura organizacional da empresa onde pretende
realizar aporte de recursos, quanto uma análise do próprio desempenho enconômico-
financeiro da empresa.
A própria divulgação de informações sobre estrutura organizacional e números sobre
o desempenho financeiro por parte das empresas, resulta em um aumento da
confiança dos investidores trazendo consequencias positivas para o mercado de
capitais, pois sinalizam uma mudança na gestão das organizações.
REFERÊNCIAS
SILVA, Edson Cordeiro da. Governança Corporativa nas Empresas, 4ª edição . [Digite
o Local da Editora]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788597008920. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597008920/. Acesso em: 05
out. 2023.

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