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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”


INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

O GESTOR FINANCEIRO

Por: Cristiane Leitão Alves dos Santos

Orientadora
Profª. Ana Claudia Morrissy

Rio de Janeiro
2011
2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES


PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO GESTOR FINANCEIRO


NAS ORGANIZAÇÕES

Apresentação de monografia à Universidade


Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em finanças e
gestão corporativa.
Por: Cristiane Leitão Alves dos Santos

Rio de Janeiro
2011
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AGRADECIMENTOS

....Primeiramente a Deus por permitir


essa conquista, aos meus pais e meu
esposo por todo incentivo, aos amigos
pelo companheirismo e aos
educadores por transmitir os
conhecimentos necessário para essa
conquista.
4

DEDICATÓRIA

.....Dedico aos meus pais que sempre me


incentivaram e se orgulharam de minhas
conquistas, ao meu esposo que sempre
esteve ao meu lado ajudando e
incentivando, aos meus colegas de turma
pela união na batalha pelo mesmo
objetivo e todos os amigos que de alguma
forma colaborou com essa conquista.
5

RESUMO

O principal objetivo deste trabalho é mostrar a importância do gestor


financeiro nas organizações, a importância do planejamento financeiro para a
redução de riscos e aumento de capital da empresa.
Abordaremos também as áreas de atuação e competências necessárias
para um bom desempenho da função e apresentaremos as ferramentas
utilizadas para o desenvolvimento do trabalho,
Pretendo com essas informações, mostrar que através de
conhecimentos específico, controle e ferramentas necessárias o gestor
financeiro reduz os riscos e aumenta o capital da empresa, alem de interligar
os setores da empresa, criando um ambiente melhor.
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METODOLOGIA

A presente monografia foi elaborada através de informações apuradas e


selecionadas por meio de pesquisas bibliográficas, em livros, artigos, estudos
anteriores e meios eletrônicos (internet), onde foram extraídas informações
úteis para que o objetivo deste trabalho fosse alcançado.
A escolha do tema ocorreu através de leitura de fontes diversas, com o
objetivo de obter mais informações sobre o papel do gestor financeiro, a fim de
aumentar os conhecimentos obtidos no curso de Finanças e Gestão
Corporativas.
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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..................................................................................................08

CAPÍTULO I
O Papel do Gestor Financeiro .........................................................................10

CAPÍTULO II
O Novo Perfil do Gestor Financeiro .................................................................15

CAPÍTULO III
Área de Atuação do Gestor Financeiro ...........................................................19

CAPÍTULO IV
Ferramentas Fundamentais para a Gestão Financeira ...................................24

CONCLUSÃO ..................................................................................................28

ANEXOS ..........................................................................................................29

BIBLIOGRAFIACONSULTADA.........................................................................33

ÍNDICE..............................................................................................................34

FOLHA DE AVALIAÇÃO...................................................................................36
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INTRODUÇÃO

O objetivo do gestor financeiro é aumentar o valor do patrimônio líquido


da empresa, por meio da geração de lucro líquido, decorrente das atividades
operacionais da empresa, analisando os resultados financeiros e planejando
ações necessárias para obter melhorias.
Todas as empresas, independentemente do tamanho ou estrutura,
enfrentam desafios constantemente, tais como: a globalização da economia,
os ambientes externo e interno cada vez mais dinâmico, clientes cada vez mais
exigentes, rápidas mudanças nos produtos e processos decorrentes de
avanços tecnológicos. Essas mudanças contribuem para aumentar o risco e a
incerteza, tornando o gerenciamento das empresas uma atividade bastante
complexa e desafiante. Adaptar-se a essa realidade é uma questão de
sobrevivência e para a empresa manter-se neste mercado cada vez mais
competitivo torna-se necessário que o empresário tome suas decisões
apoiadas em informações precisas e atualizadas. A empresa necessita de
pessoas capacitadas para acompanhar essas mudanças.
Quando temos problemas de saúde procuramos um médico,
selecionamos normalmente um médico bastante conhecido e com boas
referências quanto a sua capacidade profissional. Esse médico irá fazer uma
série de perguntas, tais como: idade, hábitos alimentares, se você pratica
algum tipo de esporte, aspectos relacionados com a profissão, convivência
familiar, etc. Em alguns casos, é necessário efetuarmos alguns exames
laboratoriais, o médico realiza o diagnóstico e recomenda um tratamento para
solucionar os problemas de saúde apresentados.
No campo empresarial a situação é semelhante, quando uma empresa
está sentindo algum tipo de dificuldade, ou está com alguma “doença
empresarial”, procura ajuda de um profissional qualificado que possa ajudá-la a
solucionar esses problemas. Esses profissionais são selecionados
normalmente por intermédio de boas referências e experiências na resolução
de problemas empresariais. O Gestor financeiro avalia a situação apresentada,
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efetua um diagnóstico e propõe um plano de ação visando solucionar os


problemas empresariais apresentados, ele precisa ter informações exatas,
significativas e oportunas para tomar boas decisões.
O ideal é que toda empresa tenha um Gestor acompanhando suas
finanças diariamente a fim de evitar esses imprevistos, o Gestor Financeiro é
peça-chave para a saúde de qualquer empresa.
A captação, a elaboração e o gerenciamento dos recursos financeiros
são fatores estratégicos para o sucesso da organização. Esse profissional é
responsável pela assessoria aos diversos setores e possibilita as tomadas de
decisão fundamentadas em uma visão estruturada e coerente do negócio.
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CAPÍTULO I

1 O Papel do Gestor Financeiro

O gestor financeiro atua no planejamento financeiro, na organização,


direção, captação e nos investimentos de recursos de uma empresa, seja de
pequeno, médio ou grande porte. Analisa os créditos e os demonstrativos
contábeis, avalia a manutenção de estoques, acompanha faturamentos e
fluxos de caixa. Pode atuar ainda na área de auditoria. Para realizar essa
tarefa, o gestor financeiro precisa ter um sistema de informações gerenciais
que lhe permita conhecer a situação financeira da empresa e tomar as
decisões mais adequadas, maximizando seus resultados.
As atividades do gestor financeiro têm com base de estudo e análise
dados retirados dos relatórios financeiros, tais como balanço patrimonial,
demonstração de resultados, análise de contas e principalmente do fluxo de
caixa da empresa que reflete a real situação de seu disponível circulante para
financiamento e novas atividades.
O gestor passou a ter um papel de grande importância, e o mercado
espera um profissional com ampla visão dos ambientes interno (empresa) e
externo (mercado).

1.1 Principais funções do Gestor Financeiro

Segundo Alexandre Assaf Neto (2006,p.33) as principais funções do


gestor financeiro são análise, planejamento e controle financeiro; tomada de
decisões de investimento; tomada de decisões de financiamento; objetivos e
compromissos conforme abordaremos a seguir:
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1.1.1 Análise, Planejamento e Controle Financeiro

Com base nos relatórios financeiros, o gestor pode identificar alguma


discrepância financeira e corrigir eventuais erros a tempo de não levar a
empresa a uma situação crítica, esse posicionamento contribui bastante para o
funcionamento de dados importantes para explicações plausíveis e completas
de vários fenômenos financeiros, tornando mais evidente sua compreensão e
ampliando sua área de atuação e importância.
Avaliar o desempenho financeiro é uma tarefa extremamente
importante e deve se tornar periódica.
Através do planejamento, o gestor pode identificar as necessidades de
crescimento da empresa, assim como eventuais desajustes futuros. O
planejamento é orientado para resultados, prioridades, vantagens e mudanças.
O planejamento estratégico é muito importante nas organizações,
embora possa ter vida curta, os benefícios do planejamento são de longo
prazo e produzem efeitos duradouros, alem de melhorar a coordenação.
O primeiro passo para o planejamento consiste na definição dos
objetivos para a organização. Objetivos são resultados específicos que se
pretende atingir. Uma vez definido, os programas são estabelecidos para o
alcance de maneira sistemática e racional. Ao selecionar os objetivos, o gestor
financeiro deve considerar sua viabilidade aceitação por todo o corpo
organizacional.
Os diferentes departamentos das organizações, em que cada um tem
uma variedade de objetivos, precisam ser adequadamente coordenados, de
modo que todos, interligados, alcancem o objetivo geral da organização. Todos
os departamentos, tais como: marketing, vendas, produção, etc. devem estar
em sintonia com o departamento financeiro, para que possam estabelecer e
validar uma meta e um percurso comum a todos. Sem a integração o
planejamento pode não passar do papel ou das apresentações corporativas. O
planejamento também melhora o controle e a administração do tempo.
O controle envolve medição e avaliação dos resultados do
desempenho e a tomada de ação corretiva, a fim de melhorar os processos e
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garantir que os resultados sejam positivos. Assim administrar o tempo


disponível para atender as responsabilidades e aproveitar as oportunidades é
essencial para o gestor financeiro, que vive em um mundo de constantes
mudanças no ambiente financeiro.
Como principal decorrência do planejamento está os planos que
facilitam a organização no alcance de suas metas e objetivos. Além disso, os
planos funcionam como guias para assegurar os seguintes aspectos:
• Os planos definem os recursos necessários para alcançar objetivos
organizacionais;
• Servem para integrar os vários objetivos a serem alcançados em um
esquema organizacional que proporciona coordenação e integração;
• Os planos permitem que as pessoas trabalhem em diferentes atividades
consistentes com os objetivos definidos. Eles dão racionalidade ao
processo, servem para alcançar adequadamente o objetivo traçado
• Os planos permitem que o alcance dos objetivos possam ser
continuamente monitorado e avaliado em relação a certos padrões ou
indicadores a fim de permitir a ação corretiva necessária quando o
progresso não for satisfatório.

1.1.2 Tomada de decisões de investimentos (Administração de


Ativos)

O processo decisório é um fundamento básico em finanças devendo


ser estudado sobre várias perspectivas, tais como: a do processo, a do valor
agregado, do retorno esperado, etc.
Em um ambiente em constante mutação, o gestor deve ser capaz de
tomar decisões complexas e cada vez mais arriscadas. Com base não só nas
análises financeiras locais, mas também nas análises financeiras
mercadológicas, ele pode decidir onde aplicar os recursos da campanha a fim
de tornar a empresa mais competitiva no mercado, analisando de forma
criteriosa os fatores inerentes à empresa e ao mercado em que ela atua, como
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taxa de juros, inflação, sazonalidade do mercado, tecnologia, concorrência,


qualidade do produto e estrutura de custos.
As decisões de investimentos criam valor principalmente quando o
retorno esperado excede as expectativas, em outras palavras, a taxa de
retorno exigido pelos acionistas é superada. Pode ser considerada como a
mais importante das decisões, pois leva-se em conta um processo onde serão
identificadas, avaliadas e selecionadas as alternativas de aplicações de
recursos, esperando um beneficio econômico no futuro.
O gestor financeiro deve conseguir identificar a melhor estrutura em
termos de risco e retorno dos investimentos empresariais, precedendo a um
gerenciamento eficiente de valores. A gestão dos ativos engloba também as
defasagens que podem ocorrer no fluxo de caixa.

1.1.3 Tomada de decisões de Financiamentos (Administração de


Passivos)

Nas decisões de financiamento focam-se a escolha das melhores


ofertas de recursos e a melhor proporção a ser mantida entre o capital de
terceiros e capital próprio. O seu objetivo está em determinar a melhor
estrutura de financiamento da empresa, de maneira que ela possa ter
capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos menores em relação
ao retorno que se espera de seus investimentos.
O gestor financeiro deve pesquisar fontes de financiamentos
(fornecedores, instituições financeiras, etc.) sempre que necessário, a fim de
captar recursos para o financiamento das atividades da empresa que
necessitam de capital para a execução de suas metas. Ele deve ser capaz de
buscar a melhor opção oferecida pelas fontes de financiamentos no que diz
respeito a juros, garantias exigidas e formas de pagamento, gerenciando a
composição e procurando definir a melhor opção em termos de liquidez,
redução de custos e risco financeiro, de forma a adequar o passivo às
características de rentabilidade e liquidez das aplicações desses recursos.
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Para isso, o gestor financeiro deve dispor de tempo necessário para


realizar pesquisas e análises minuciosas para a tomada de decisão. Por isso a
importância do planejamento, citado anteriormente.

1.1.4 Objetivos e Compromissos

Todo gestor financeiro deve levar em conta os objetivos dos acionistas


e controladores da empresa, para daí sim alcançar seus próprios objetivos,
pois conduzindo bem o negócio e cuidando eficazmente da parte financeira,
conseqüentemente ocasionará o desenvolvimento e prosperidade da empresa,
de seus proprietários, sócios, colaboradores internos e externos e logicamente
de si próprio no que tange ao retorno financeiro, mas principalmente a sua
realização profissional e pessoal.
Existem diversos objetivos e metas a serem alcançadas, o gestor
precisa administrar da melhor forma possível os recursos financeiros, com o
objetivo de otimizar ao máximo o valor agregado dos produtos e serviços da
empresa a fim de se ter uma posição competitiva mediante a um mercado
repleto de concorrência, proporcionando, deste modo, o retorno positivo a
tudo o que foi investido para a realização das atividades da mesma,
estabelecendo crescimento financeiro e satisfação aos investidores. O gestor
tem o compromisso de agir com ética profissional, lealdade, motivação,
respeito e legalmente, pois o ambiente em que se trabalha sobre mentiras e
falsas informações não é propicio ao sucesso.
Identificar o objetivo da impresa também é uma das funções do gestor
financeiro, ele precisa traçar um perfil para sua administração.
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CAPÍTULO II

2 O Novo Perfil do Gestor Financeiro

Muitas mudanças e evoluções ocorreram no mercado de trabalho,


economia e sociedade. Devido a isto as atribuições e focos do Gestor
Financeiro mudaram também.
Com a redução dos índices inflacionários e ciranda financeira o foco de
finanças passa de tesouraria para:
• Controladoria: gerar informações gerenciais para tomada de decisões.
• Planejamento: para se traçar estratégias de diferenciação e melhoria do
desempenho empresarial.
• Controle de Custos: com base nas informações gerenciar os custos para
manter e maximizar os resultados financeiros.
O profissional financeiro do século 21 ainda deve ter muito das
características tradicionais, porém acrescidas de novos conhecimentos e
maneiras de agir de modo a agregar valor às atividades da empresa e
sociedade como um todo.
A seguir as principais características pessoais e profissionais
esperadas de um Gestor Financeiro:

2.1 Características Pessoais

São as mais importantes, pois são inerentes ao ser humano,


dependem de esforço pessoal muito grande para serem desenvolvidas e
mantidas dia após dia em meio à tempestade de atribuições da vida.
• Transparência: Fundamental, pois sem transparência e clareza de
atuação a gestão financeira torna-se impraticável e prejudicial à empresa.
• Ética: Segue os procedimentos, é justo e correto com os demais.
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• Disciplina: uma vez traçado o caminho a ser seguido, estabelece a rotina


e os meios claros e práticos para atingir os objetivos determinados.
• Comprometimento efetivo: Lidera pelo exemplo, está comprometido e
quando diz "podem contar comigo" não fica apenas nas palavras, mas
demonstra com ações.
• Disponibilidade: (para os subordinados e superiores) está disponível para
os colaboradores e superiores, faz parte do time e as pessoas sabem que
podem contar com ele.
• Formador de times e equipes (coaching): sem medo de competição ele
prepara seus sucessores e cria um time tão forte que a sinergia é fator de
sucesso dele como gestor e dos demais como integrantes (mais do que
estrelar o espetáculo, devemos ter um bom elenco).
• Inspirador / Motivador: que através de seu exemplo pessoal motiva e
inspira os demais ao redor a um comportamento e clima de superação e
competição saudável (como a tripulação de um veleiro, todos querendo
superar o desafio do mar e do vento em prol das metas de velocidade,
segurança e aproveitar a viagem ).
• Gerencia o tempo: próprio e da equipe evitando estresse desnecessário,
pois todo mês haverá um fechamento financeiro. (Por que o estresse se o
fechamento financeiro faz parte da "rotina"?).
• Pró Ativo: ao identificar um problema o gestor: analisa, debate, decide e
resolve (errar uma vez até pode ser admissível, mas novamente não),
busca a melhoria contínua.
• Inteligência Emocional: controla a si mesmo e interage bem com o
ambiente que o cerca.
• Inteligência Interpessoal: se relaciona bem com todos e cria parcerias
efetivas de sucesso (pessoal, profissional, acadêmico).
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2.2 Características Profissionais

São importantes e necessárias, porém partindo-se de um mínimo de


conhecimento e com um treinamento orientado e efetivo geralmente podem ser
desenvolvidas (Um bom "ser humano", devidamente treinado pode ser tornar
um bom "profissional"):

• Conhecimentos Técnicos: Tem domínio das disciplinas inerentes a


finanças (Contabilidade, Controladoria, Auditoria, Reporting/Relatórios,
Consolidação, Tesouraria, Matemática, Legislação Específica, Tributos,
Processos Internos, etc.)
• Conhecimentos de Informática: Nos últimos anos a informática se tornou
um elemento essencial para profissionais de finanças (para a produção de
informações). Portanto é necessário o conhecimento de TI e de suas
possibilidades de melhoria da qualidade e efetividade do trabalho e
ferramentas (BSC, KPI, BI, CRM, B2B, B2C, C2C, P2P, etc.)
• Idiomas: num mundo globalizado onde as multinacionais estão cada vez
mais atuantes e onde legislações globais interferem em negócios regionais
o conhecimento de idiomas é fundamental (Inglês, Espanhol, Francês,
Italiano, Alemão, Japonês, Chinês, entre outros)
• CRM (Customer Relationship Management: Gerenciamento do
Relacionamento com o Cliente): a área financeira tem uma série de
clientes Internos (Presidente, Acionista, Diretores, Gerentes Seniores,
outros departamentos, empresas ligadas e coligadas) e externos (CVM,
CRC, CRE, CREA, INSS, Órgãos públicos, Imprensa, Investidores
externos) e o gerenciamento destes clientes é decisivo para o sucesso do
Gestor Financeiro (entender o que os clientes querem e quando eles
querem é fundamental, de nada vale entregar um balancete por mês no
quinto dia útil e não saber a última semana de performance financeira da
empresa para uma reunião de Diretoria).
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• Políticas coorporativas: conhecer profundamente sua empresa no Brasil


e as políticas globais que podem ser trazidas para cá (haviam empresas
que tinham universidades virtuais, porém quase nenhum funcionário no
Brasil sabia ou utilizava). Muitas vezes existem equipes trabalhando para
desenvolver algo que já existe em alguma subsidiária (buscar maior
sinergia e integração com a empresa sob uma ótica mais global).
• Visão de negócios: estar familiarizado com o negócio da empresa,
conhecer as minúcias e como elas se relacionam para poder entender e
otimizar a dinâmica de geração de: receitas, custos, despesas, lucros,
caixa, etc.
• Ligado ao Mercado: em que atua para trazer Benchmarks efetivos (trazer
as melhores práticas do mercado para dentro da empresa), gerando
resultados efetivos e eventualmente através de networking trazer novos
negócios para a empresa.

Mais importante do que as características pessoais e profissionais é a


vocação para trabalhar com finanças (gostar do que se faz e fazer o que se
gosta é essencial)
Para trabalhar em finanças o profissional precisa ter vocação para
seguir normas e procedimentos, trabalhar sob pressão, ser objetivo e assertivo,
cumprir metas, trazer resultados para a empresa, realmente colocando a mão
na massa, desenvolvendo um bom time de trabalho e liderar pelo exemplo.
19

CAPÍTULO III

3 Área de Atuação do Gestor Financeiro

O profissional de Gestão Financeira tem uma ligação com todos os


setores da organização. Não somente atua nas áreas de Tesouraria, Contas a
Pagar e Contas a Receber, Controladoria, Orçamento, Custeio, como pode ser
denominado também como: vice-presidente de finanças, diretor financeiro,
controller e gerente financeiro. Independentemente da classificação, tem-se os
mesmos objetivos e características, obedecendo aos níveis hierárquicos, pois
cada empresa possui um organograma e divisão de setores diferente,
dependendo do porte da empresa.

Em empresas pequenas, o funcionamento, controle e análise das


finanças, são feitas somente no departamento contábil, até mesmo por
questão de encurtar custos e evitar exageros de departamentos, pelo fato de
seu pequeno porte, não existindo necessidade de se dividir um setor que está
inter-relacionado e, que dependendo do da capacitação do responsável desse
setor, poderá muito bem arcar com as duas funções: de tesouraria e
controladoria. Porém, à medida que a empresa cresce, o funcionamento e
gerenciamento das finanças evoluem e se desenvolvem para um
departamento separado, conectado diretamente ao diretor-financeiro,
associado à parte contábil da empresa, já que esta possibilita as informações
para a análise e tomada de decisão.

No caso de uma empresa de grande porte, é imprescindível esta


divisão, para não ocorrer confusão e sobrecarga. Deste modo, a tesouraria (ou
gerência financeira) cuida da parte específica das finanças em espécie, da
administração do caixa, do planejamento financeiro, da captação de recursos,
da tomada de decisão de desembolso e despesas de capital, assim como o
gerenciamento de crédito e fundo de pensão. Já a controladoria (ou
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contabilidade) é responsável pela a contabilidade de finanças e custos, assim


como, do gerenciamento de impostos - ou seja, cuida do controle contábil do
patrimônio total da empresa.

Embora em setores diferente o Gestor Financeiro trabalha interligado à


todos. Vejamos abaixo um modelo de organograma com os setores de
abrangencias do gestor financeiro:

Presidência

Conselho Diretoria
Administrativo Executiva Geral

Diretor de Diretor Diretor de


Marketing Financeiro Produção

Tesoureiro Controlador

Gerente de Gerente de
Gerente de Gerente de Planejamento Contabilidade
Caixa Crédito Fiscal de Custos

Gerente de Gerente de
Gastos de Planejamento Contabilidade Processamento
Capital Financeiro Financeira de Dados
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3.1 A Relação do Financeiro com outros Setores da Empresa

Em algumas empresas a relação do financeiro com outros setores é


muito delicada. O departamento financeiro é visto com preconceito por
algumas áreas, os funcionários de outros setores normalmente acham que os
profissionais do financeiro são burocratas que apenas recebem e pagam
contas, sem contribuir para o bom desenvolvimento do negócio.

É importante que o gestor financeiro trabalhe ativamente para


incentivar os profissionais de outras áreas a ter conhecimentos de finanças,
como resultados da troca de informações, profissionais não especializados em
finanças passam a ter acesso a uma linguagem útil na hora de discutir riscos e
oportunidades para a empresa. Abaixo, confira como deve ser a parceria entre
o financeiro e outros departamentos:

• O setor financeiro precisa municiar o departamento administrativo com


informações sobre a movimentação do caixa (o que saiu e o que entrou),
quando vencem os contratos e quando os funcionários precisam ser
pagos;

• O marketing deve ter o seu percentual de comissões definido em conjunto


com o setor de finanças. O gestor financeiro também pode ser um parceiro
útil na elaboração de estratégias para atrair novos clientes;

• Em conjunto com a área de finanças, o departamento de recursos


humanos precisa definir salários, benefícios e desenvolver programas para
manter os funcionários motivados;

• O departamento de vendas precisa da ajuda da área de finanças para a


definição do preço de produtos e serviços. Essa decisão deve ser exata: é
ela que vai determinar se a empresa terá lucro ou não;
22

• O departamento de compras também depende da orientação do


departamento de finanças para a compra de produtos, tanto para os
clientes internos (funcionários) quanto para os externos (consumidores).

3.2 Como Organizar a Estrutura Interna

Evitar prejuízos é uma tarefa do departamento de finanças, que precisa


ter o controle diário de todo caixa da empresa. Para evitar problemas futuros,
os gestores financeiros devem tomar algumas providencias:

• Fazer todos os pagamentos com cheque, que é a melhor forma de


documentação e controle;

• Criar uma caixinha para pagamento de pequenas despesas. Esse dinheiro


pode ser utilizado na compra de material de escritório, material de limpeza,
cafezinho e no pagamento de outras despesas. Em cada saída de
dinheiro, será anexado um comprovante;

• Não confundir a pessoa física dos sócios com a pessoa jurídica da


empresa. O sócio não deve utilizar dinheiro da firma para pagar despesas
pessoais, como mensalidades da escola dos filhos, compras no
supermercado, aluguel da residência ou gasolina do carro.
O sócio também não deve utilizar recursos pessoais para saldar as
obrigações da empresa. Caso isso seja necessário, a empresa deve fazer
um empréstimo junto ao sócio ou aumentar o seu capital, tudo
devidamente documentado;

• Não confundir pró-labore com lucro. O sócio na função de gerência da


empresa tem direito a uma renumeração, que é o pró-labore, um valor fixo
definido por mês. Já o lucro é a renumeração do capital investido, apurado
após o final do exercício, ficando á disposição dos sócios para retirada ou
para reinvestimento na empresa.
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• Verificar se todos os depósitos foram efetuados e creditados em conta


corrente, bem como se todos os cheques emitidos pela empresa foram
compensados. Esse controle permite ao departamento financeiro detectar
possíveis desvios nas contas corrente da empresa.

• Não esquecer das documentações. Todas as operações devem ser


documentadas com cópias. O controle rigoroso e a coleta de dados podem
ajudar na tomada de decisões no futuro.

Através deste controle podem-se evitar contratempos, desvios de


recurso e até prejuízos que em alguns casos podem levar a falência.
24

CAPÍTULO IV

4 Ferramentas Fundamentais para a Gestão Financeira

Um dos grandes desafios para qualquer empresa, independente do


tamanho, segmento, grupo econômico ou espaço geográfico de atuação,
corresponde à obtenção de lucratividade na medida adequada à manutenção
de suas atividades operacionais, geração de recursos suficientes para
pagamento dos seus compromissos e suporte às estratégias de crescimento.
Independentemente do porte de cada organização, é necessário que
as empresas desenvolvam controles financeiros adequados às suas
necessidades, os quais devem fornecer aos seus gestores as informações
mínimas necessárias para a mensuração dos resultados e avaliação das
metas financeiras estabelecidas pela administração da companhia.
Diante deste contexto de controle, avaliação de desempenho e gestão
financeira, a Contabilidade constitui-se no principal meio de mensuração e
avaliação de resultados. Por meio de demonstrações contábeis, os gestores de
uma companhia conseguem obter um conjunto de informações capaz de
auxiliá-los na avaliação do desempenho financeiro de suas organizações.
Dentre estas demonstrações, destacam-se:
• Balanço Patrimonial;
• Demonstração do Resultado do Exercício e
• Demonstração do Fluxo de Caixa,

Quando uma organização inicia sua operação, os primeiros registros


financeiros de seu nascimento são contemplados no Balanço Patrimonial, por
meio da constituição formal da empresa mediante capital social inicial com
recursos ingressando no caixa ou outros ativos. É de extrema importância,
nesta fase, o correto dimensionamento do capital de giro necessário para
suportar os primeiros meses de operação, especialmente se a empresa atuar
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num segmento extremamente concorrido, tendo de conquistar sua participação


de mercado.
O Balanço Patrimonial corresponde a um dos mais importantes
demonstrativos contábeis, destinado a demonstrar a situação patrimonial e
financeira de uma entidade em determinado período. Na medida em que as
empresas vão desempenhando suas atividades operacionais (compras e
vendas), são geradas receitas, seja mediante vendas à vista ou a prazo, com a
apuração dos respectivos custos de fabricação/comercialização e com a
conseqüente alocação das despesas operacionais. Estas operações são
refletidas, por competência, na Demonstração do Resultado do Exercício,
podendo gerar entradas e saídas na Demonstração do Fluxo de Caixa no
momento de sua ocorrência, dependendo da condição comercial de
recebimento e pagamento.
A Demonstração do Resultado do Exercício corresponde a um
demonstrativo contábil elaborado de forma escalonada, que objetiva evidenciar
o resultado apurado pela empresa (lucro ou prejuízo) em determinado período.
Esta demonstração quando elaborada simultaneamente com o Balanço
Patrimonial constituem-se em importantes e sucintos relatórios das operações
realizadas pela empresa durante determinado período.
Pela Demonstração do Resultado do Exercício podemos também
avaliar a rentabilidade de uma empresa, no entanto se a empresa estiver
operando em situação deficitária (prejuízo), serão necessárias ações imediatas
por parte dos gestores da companhia no sentido de reavaliar sua estratégia de
precificação e mix de vendas, bem como rever sua estrutura de custos e
despesas objetivando adequá-la à realidade do mercado.
Quanto à execução das ações necessárias, durante este processo de
reavaliação de estratégias de vendas e gastos, normalmente identificamos dois
tipos de organizações:
• Aquelas que reagem com agilidade, identificando e corrigindo estratégias
comerciais equivocadas ou atuando na redução de gastos desnecessários
e identificação de oportunidades de melhorias em processos; e
26

• Organizações que simplesmente não acreditam que algo de errado possa


estar acontecendo e não adotam medidas ágeis que possibilitem colocar a
empresa em trajetória de lucratividade.

A Demonstração do Fluxo de Caixa é uma demonstração financeira


destinada a fornecer informações relevantes sobre os pagamentos e
recebimentos, em dinheiro, ocorridos durante determinado período. A referida
demonstração possui ainda dois métodos de apresentação que conforme
abaixo:
• Direto: apresenta entradas e saídas de recursos dos principais
componentes das atividades operacionais; e
• Indireto: que apresenta uma conciliação entre o resultado do exercício e o
caixa gerado pelas operações da empresa.

Tradicionalmente, empresas com prejuízos constantes tendem a


apresentar sérios problemas de escassez de recursos no curto prazo,
especialmente se não possuírem volume de caixa inicial (capital de giro)
suficiente para suportar períodos de sucessivas perdas. Caso a empresa não
possua um “estoque de recursos”, seus proprietários ou acionistas deverão
aportar capital ou a empresa deverá recorrer à obtenção de empréstimos e
financiamentos bancários para equilibrar seu déficit financeiro.
É também de extrema importância destacar que, apesar da empresa
ter apurado bons volumes de lucro, é necessária adequada administração das
políticas de crédito e cobrança, de forma a garantir o ingresso dos recursos
nos prazos acordados com os clientes, especialmente no caso de grandes
volumes de vendas a prazo (prática comum para a maioria das empresas).
Ressaltamos que as demonstrações do Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício são elaboradas, em atendimento aos
Princípios Fundamentais de Contabilidade, observando o regime de
competência de exercícios (receitas e despesas devem ser consideradas na
apuração do resultado do período em que ocorreram independentemente de
seu recebimento ou pagamento) e na forma da legislação/doutrina vigente, ao
27

passo que a Demonstração do Fluxo de Caixa atende ao regime de caixa


(entrada e saída de recursos).
Na prática, podemos constatar que uma parcela considerável de
pequenos empresários, donos ou gestores de empresas, desconhecem a
importância da gestão financeira mediante utilização e análise das
Demonstrações Contábeis, especialmente do Balanço Patrimonial e
Demonstração do Resultado do Exercício. Estas demonstrações, além de
representarem importante instrumento de gestão financeira e de mensuração
do desempenho empresarial, correspondem a um dos principais instrumentos
de interação com o mercado fornecedor de capital (investidores, instituições
financeiras, mercado de capitais, etc.), sendo sua adequada elaboração
importante à obtenção de financiamento para operações, seja de capital de
giro, investimento em ativo imobilizado ou aquisições de outras empresas.
Existe ainda uma parcela significativa de pequenos e inexperientes
empreendedores que levam seus projetos empresarias a falência, pelo fato de
não conhecerem alguns Princípios Fundamentais de Contabilidade e de gestão
financeira, de vital importância para a sustentabilidade de qualquer
empreendimento.
Diante desse contexto, os profissionais financeiros podem e devem
desempenhar um importante papel no meio empresarial, contribuindo
diretamente para a educação contábil/financeira dos empreendedores
brasileiros, pois não existe dúvida que estes profissionais possuem
competência e conhecimento capaz na gestão financeira das empresas, uma
vez que detêm o conhecimento capaz de identificar que uma empresa com
sucessivos prejuízos (evidenciados pela Demonstração do Resultado do
Exercício), com escassez de caixa (evidenciada pela Demonstração do Fluxo
de Caixa), com elevado volume de endividamento de curto prazo e capital de
giro negativo (evidenciado por meio do Balanço Patrimonial), não terá
condições de sobreviver e prosperar num cenário extremamente competitivo e
globalizado.
28

CONCLUSÃO

Podemos assim concluir que o gestor financeiro é um profissional


fundamental nas organizações, pois contribui consideravelmente com o
crescimento da empresa, aumentando o patrimônio liquido através da geração
de lucros, analisa novos investimentos e identifica o momento certo para
realizar ações em busca da melhoria continua.
O gestor financeiro tem objetivo de melhorar os resultados esperados
tanto financeiros como econômicos provenientes das atividades operacionais.
Com os conhecimentos técnicos monitora a situação financeira da empresa,
analisa os resultados extraindo informações das demonstrações contábeis,
interpretando-as e gerando dados confiáveis para o processo de tomada de
decisão.
Ele mantém o grau de solvência da empresa, analisando e planejando
o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os ativos necessários
ao cumprimento das obrigações e dos objetivos empresariais.
O Gestor trabalha ativamente para incentivar os profissionais de outras
áreas a ter conhecimentos de finanças, para que todos os setores, interligados,
alcancem o objetivo geral da organização.
29

ANEXOS
Índice de anexos

Anexo 1 >> Balanço Patrimonial da EMBRAPA

Anexo 2 >> Demonstração do Resultado do Exercício da EMBRAPA

Anexo 3 >> Demonstração do Fluxo de Caixa da EMBRAPA


30

ANEXO 1
31

ANEXO 2
32

ANEXO 3
33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

ASSAF NETO, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor. São Paulo. Atlas,


2006

ROSS, Stephen A, WESTERFILD, Rondolph W. e JORDAN, Bradford D.


Princípios da Administração Financeira. São Paulo; Atlas, 2002

ROSS, Stephen A, WESTERFILD, Rondolph W. e JAFF, Jeffrey F.


Administração Financeira. São Paulo; Atlas, 1995

IUDÍCIBUS, Sérgio de. Contabilidade Introdutória. 9.ed. São Paulo: Atlas,


1998.

HOJI, Masakazu. Administração Financeira: uma abordagem prática. 2ªed. São


Paulo; Atlas, 2000.
34

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO ..........................................................................................2

AGRADECIMENTO ..........................................................................................3

DEDICATÓRIA .................................................................................................4

RESUMO ..........................................................................................................5

METODOLOGIA ...............................................................................................6

SUMÁRIO .........................................................................................................7

INTRODUÇÃO ..................................................................................................8

CAPÍTULO I
1 O PAPEL DO GESTOR FINANCEIRO.........................................................10
1.1 Principais Funções do Gestor financeiro ...............................................10
1.1.1 Análise, Planejamento e controle Financeiro.................................11
1.1.2 Tomada de Decisões de Investimentos
(administração de ativos)...............................................................12
1.1.2 Tomada de Decisões de Financiamentos
(administração de Passivo)............................................................13

CAPÍTULO II
2 O NOVO PERFIL DO GESTOR FINANCEIRO ...........................................15
2.2 Características Pessoais .......................................................................15
2.2 Características Profissionais .................................................................17

CAPÍTULO III
3 ÁREA DE ATUAÇÃO DO GESTOR FINANCEIRO......................................19
3.1 A Relação do Financeiro com Outros Setores da Empresa...................21
3.2 Como Organizar a Estrutura Interna......................................................22
35

CAPÍTULO IV
3 FERRAMENTAS FUNDAMENTAIS PARA A GESTÃO FINANCEIRO ......24

CONCLUSÃO...................................................................................................28

ANEXOS...........................................................................................................29

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................33

ÍNDICE..............................................................................................................34

FOLHA DE AVALIAÇÃO ..................................................................................36


36

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito:

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