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QUALIDADE DOS
ALIMENTOS
Fernanda de Mello
Luciana Gibbert
Revisão técnica:
Sandra Muttoni
Nutricionista e Professora. Especialista em
Nutrição Clínica e Dietética
Especialista em Terapia Nutricional Parenteral e Enteral
Mestre em Medicina – Ciências Pneumológicas
ISBN 978-85-9502-243-0
Introdução
De acordo com a comissão do código sanitário da junta da Organização
das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e da Organi-
zação Mundial da Saúde (OMS), a higiene dos alimentos compreende
as medidas preventivas necessárias para a preparação, a manipulação,
o armazenamento, o transporte e a venda de alimentos, para garantir
produtos inócuos, saudáveis e adequados ao consumo humano.
Os requisitos de higiene, como parte dos padrões de identidade
e qualidade (PIQ), compreendem as medidas sanitárias concretas e as
demais disposições necessárias para a obtenção de um alimento puro,
comestível e de qualidade comercial.
No Brasil, o controle sanitário de alimentos é uma responsabilidade
compartilhada entre órgãos e entidades da administração pública (INME-
TRO, Ministério de Minas e Energia, PROCON, DECON), com destaque para
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e para o Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Codex Alimentarius
O ponto de referência global para produtores, processadores, consumidores,
agências de segurança alimentar nacionais e o comércio internacional de
alimentos é o Codex Alimentarius.
O Codex Alimentarius é um programa conjunto da Organização das Nações
Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e da Organização Mundial da
Saúde (OMS), criado em 1963, com o objetivo de estabelecer normas inter-
nacionais na área de alimentos, incluindo padrões, diretrizes e guias sobre
Boas Práticas e Avaliação de Segurança e Eficácia. Seus principais objetivos
são proteger a saúde dos consumidores e garantir práticas leais de comércio
entre os países. Atualmente, 187 países membros e a União Europeia, além
de 238 observadores (57 organizações intergovernamentais, 165 organizações
não governamentais e 16 organizações das Nações Unidas) participam do
Codex Alimentarius.
Apesar de os documentos do Codex Alimentarius serem de aplicação vo-
luntária pelos membros, eles são utilizados em muitos casos como referências
para a legislação nacional dos países. A Resolução das Nações Unidas 39/248,
de 1985, recomenda que os governos adotem, sempre que possível, as normas
União Europeia
A União Europeia (EU) criou a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar,
em 2002, como fonte de aconselhamento científico independente.
Na EU, a indústria de alimentos e bebidas é o maior setor de produção em
termos de emprego e valor acrescentado. A União Europeia é, também, é um dos
maiores importadores do mundo de produtos alimentares e o maior exportador
Reino Unido
O governo britânico estabeleceu a independente Agência de Padrões Alimen-
tares (FSA), em 2001, reunindo várias agências existentes em um corpo para
promover padrões por meio da cadeia alimentar e para aconselhar o governo.
Índia
A Índia introduziu a Lei de Normas e Segurança Alimentar, em 2006, que
consolidou diversas organizações, para criar a Autoridade de Segurança e
Padrões Alimentar da Índia (FSSAI).
China
Desde que a China entrou para a Organização Mundial do Comércio, em 2001,
o comércio com o resto do mundo aumentou dramaticamente e forneceu uma
estimulação para aderir aos padrões internacionais. O país é um dos principais
importadores de alimentos, sendo o maior mercado para os EUA e tendo agora
20% de todas as exportações de alimentos dos Estados Unidos.
A China também reforçou recentemente as suas leis de segurança ali-
mentar. Em 2009, após uma série de escândalos alimentares e as mudanças
nas leis de outros países, foi aprovada uma legislação semelhante ao que já
existia nos outros países em relação às normas, à inspeção, às importações e
às exportações, bem como à resposta a incidentes de segurança de alimentos.
Leituras recomendadas
ALVARENGA, A. L. B.; TOLEDO, J. C.; PAULILLO, L. F. O. Qualidade e segurança de
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