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de Criação
Prof. Me. Queila Turchetto
Prof. Esp. Cláudio da Silva Júnior
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
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No mercado desde 2010, traz consigo uma longa bagagem e diversas parcerias
de sucesso, nos mais diversos segmentos. Chef de Cozinha, Personal Chef, Consultor
A&B, Pesquisador, ministra vários cursos compartilhando sobre valorização da produção
local, KM 0, produtos orgânicos em feiras gastronômicas e cursos de Pós-Graduação pelo
Brasil. Estuda a ligação da cozinha empírica com a cozinha técnica, e resgata a culinária
do seu estado, Paraná, mostrando ingredientes de origem, assim como seus preparos.
Considerado um cozinheiro regional urbano, traz aquela cozinha de conforto demonstrada
através de técnicas da alta gastronomia. Um defensor, ao usar 100% dos alimentos que
trabalha, usa-se a expressão “De cabo a rabo” – ao usar o alimento por completo.
Sua influência é a mistura étnica ocorrida na região Sul que resultou em uma
culinária completamente diferente do resto do país, e ainda, conta com a presença da
culinária indígena, sobretudo, as técnicas, raízes e grãos.
Inovar. Essa é a palavra que caminha junto com Chef Cláudio Jr., trazendo as
características do interior do estado do Paraná, para o mundo. Mostrar que sua culinária e
cultura andam de mãos dadas.
Ampla experiência como professor em Ensino Presencial desde 2008 e EAD desde
de 2015, empresária no ramo da Alimentação, Nutrição e Estética. Vasto atendimento em
consultorias em Restaurante com enfoque em processo criativo em cardápios e gestão.
Seja muito bem-vindo (a) ao livro que terá como objetivo fazer com que você seja
sacudido. Criar envolve muitas questões que são ligadas ao empírico e ao objetivo. Com
esta apostila irei apresentar como de forma objetiva iremos nos tornar mais criativos na
cozinha, estimulando seu lado empírico.
Na Unidade I iremos abordar e conceituar a evolução da gastronomia, entender
quais aspectos históricos levaram a liberdade para o cozinheiro criar, consequentemente
devemos compreender os pilares da cozinha da criação, relevando os aspectos básicos para
ser um chef criativo e finalizar a unidade estabelecendo a importância das características
da gastronomia contemporânea.
Já na Unidade II vamos trabalhar com a base da cozinha molecular para isso
detalharemos sobre os ingredientes que em um primeiro momento irá parecer nomes/
reagentes estranhos, porém com o conteúdo irá entender que são itens simples e que
podem ser utilizados para diversas finalidades na cozinha, assim como os equipamentos
que hoje não são considerados mais estranhos, mais sim necessários.
Com a Unidade III detalharemos mais sobre as técnicas preparos de sous vide, que
é um dos equipamentos/ técnicas mais fascinantes na cozinha criativa, devido ao leque de
preparos que podem ser realizado e compreender como as técnicas e ingredientes podem
ser utilizados para o processo criativo, nesta unidade vamos abordar a importância de
evidenciarmos o que é nosso, os ingredientes brasileiros.
Para finalizar nossa apostila, na Unidade IV, a base é conceituar as técnicas simples
e objetivas para montagem de pratos, porém estimular e compreender o trabalho com a
cozinha autoral, como realizar sua assinatura tanto a composição como a apresentação
dos pratos e finalizo a apostila com o passo a passo do trabalho de desconstrução, porém
que é a construção de algo novo.
SUMÁRIO
UNIDADE I....................................................................................................... 3
Conceituando a Gastronomia Criativa
UNIDADE II.................................................................................................... 16
Iniciando a Gastronomia Criativa
UNIDADE III................................................................................................... 30
Processo de Criação
UNIDADE IV................................................................................................... 45
Food Styling
UNIDADE I
Conceituando a
Gastronomia Criativa
Prof. Esp. Claudio da Silva Junior
Prof. Me. Queila Turchetto
Plano de Estudo:
● Evolução da Gastronomia;
● Características da Gastronomia Contemporânea;
● Alimentos, estética e Criatividade.
.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar a evolução da gastronomia;
● Compreender os pilares da Cozinha da Criação.
● Estabelecer a importância das características
da Gastronomia Contemporânea.
3
INTRODUÇÃO
Olá alunos (as) sejam bem-vindos (as) a primeira unidade do livro da disciplina da
Cozinha de Criação, sou a professora Queila Turchetto, nutricionista, fisiologista e mestre em
engenharia ambiental apaixonada pelo processo criativo na Cozinha. Aos longos dos meus
anos imersa na gastronomia, ministrando aulas no presencial e cursos à distância desde
2008, o ato de trabalhar a junção das técnicas (básicas e contemporâneas), ingredientes
e a arte me fez olhar com outros olhos todo conhecimento adquirido aos longos anos de
estudo, posso dizer que a cada primavera, vou acumulando mais conhecimento, porém
percebo que ainda tenho muito a aprender.
A primeira base de estudos na Gastronomia foi através da técnica e dietética, entender
como ocorre a transformação dos alimentos na panela, já me fascinou e ao alinhar as técnicas
que a habilidades básicas, cozinha clássica, cozinhas típicas foram me transformando em
alguém que adora testar, em transformar a cozinha como um grande laboratório.
Aproximadamente há 10 anos realizei alguns cursos que transformar a minha visão
da cozinha, aprender sobre técnicas da cozinha Molecular e sobre sous vide, foi aquele
boom, que mexeu com meu interior criativo, me levando a ser consultora na criação de
cardápios por aí, sim criar, se tornou uma paixão.
E hoje o que posso dizer para vocês alunos, criem uma memória tanto olfativa
quanto gustativa, pesquise receitas, vá a sebos, comprem revistinhas de épocas de culinária,
guardem com carinho o caderninho de receitas da sua avó, olhem a cozinha de vocês como
um grande ambiente de testes, cozinhem, acertem, errem, anotem tudo, aposto que criar
para vocês também se tornará uma paixão além de uma gostosa diversão.
Neste livro preparei um conteúdo que irá de inspirar a criar, Criatividade e Inovação
é associar a base de conhecimento técnico somando com os ingredientes conhecidos e os
na atualidade desconhecidos findando com a arte guiada, isto quer dizer vou te ensinar a
voar, e depois que aprender, você pode voar sozinho.
Podemos dizer que ao longo da história, o homem tem adornado e decorado a sua
comida de uma forma ou de outra. Se isso foi feito em medidas extremas ou de uma forma
muito simplista, a intenção era torná-la mais atraente. “Nouvelle Cuisine” (PREVIATTI, 2019).
Quando observo esta simples frase, começo a pensar como era a cozinha antes
do movimento da Nouvelle Cuisine, as receitas passadas de pessoa para pessoa, os
manuscritos eram restritos, imagina cozinhar sem a internet e a gama de material que
ela propõe, o cozinheiro realmente deveria viver com algumas amarras, porque o que era
ensinado, deveria ser replicado sem alterações.
Relembrando os dez mandamentos da “nouvelle cuisine” de Henri Gault e Christian
Millau 1973 (PREVIATTI, 2019).
1. Não cozerás demais;
2. Utilizarás produtos frescos e de boa qualidade;
3. Tornarás leve teu cardápio;
4. Não serás sistematicamente modernista;
5. Buscarás, entretanto o que te proporcionam as novas técnicas;
6. Evitarás vinhas-d’alho, fermentações, etc;
7. Eliminarás molhos com manteiga;
8. Não ignorarás a dietética;
9. Não usarás truques para melhorar tuas apresentações;
10. Serás inventivo (criativo).
REFLITA
Durante quarenta séculos, o trigo foi a principal fonte de nutrição da espécie humana,
numa área que abrange a Europa, parte do Oriente e norte da África.
Após o fogo, o próximo grande passo foi o cultivar a terra e retirar dela os alimentos,
a caça era muito precária, era necessários horas e horas de caminhada para encontrar o
mínimo de alimento para sobrevivência.
O homem então começou a semear e plantar e viu a necessidade de manter-se
próximo ao cultivo para proteger e aprender como o ciclo de produção se desprendia.
REFLITA
O início da nossa civilização está intimamente relacionado com a procura dos alimentos
e com os rituais de costumo e se cultiva e preparo.
Início este tópico com a frase do movimento Nouvelle Cuisine que justifica… “Ao
longo da história, o homem tem adornado e decorado a sua comida de uma forma ou de
outra. Se isso foi feito em medidas extremas ou de uma forma muito simplista, a intenção
era torná-la mais atraente”.
Tornar os alimentos atrativos aos olhos está relacionado a ação básica da estética,
estética refere-se à cognição básica dos sentidos, fazer sentir, onde o alimento seja
provocativo e que aguce a percepção quando subjetiva e emotiva.
Salientamos que etimologicamente, a palavra estética originou-se do grego
aisthésis. A raiz grega aisth, no verbo aisthanomai, que significa sentir com o coração
ou com os sentimentos, apresentando sensações, percepções sensíveis, conhecimento
sensível ou dos fatos e objetos sensíveis, opondo-se à poética, traduzida por conhecimento
intelectual ou teórico.
O ato de cozinhar é universal, mas as cozinhas são diversas. Para o autor Lévi-
Strauss (1991), a cozinha é uma linguagem a partir da qual cada sociedade codifica
mensagens que lhe permitem representar.
A linguagem no decorrer da produção da prática culinária abrange quatro domínios
distintos de objetos e ações:
● Dos ingredientes que são a matéria-prima;
● Dos utensílios e recipientes;
● Das operações, verbos de ação e descrições do hábil movimento das mãos;
● Dos produtos finais e da nomeação dos pratos obtidos.
SAIBA MAIS
O alimento pode ser visto como uma grande moldura e a comida ao quadro,
representando aquilo que foi devidamente escolhido dentre os alimentos e que deve ser
visto e saboreado com os sentidos. A comida é tudo aquilo que se come com prazer,
observando-se as regras da comunhão e comensalidade.
Podemos dizer que muita coisa mudou nos últimos anos na gastronomia, por um
lado, regras são quebradas, enquanto, por outro, é encorajado o consumo de alimentos
mais simples, naturais, porém o intuito sempre será de estimular os sentidos sensórias e
aguçar seu comensal.
LIVRO
Título: Cozinhar. Uma História Natural Da Transformação
Autor: Michael Pollan.
Editora: Intrinseca.
Sinopse: nos dias de hoje, diante de uma vida atribulada, as pessoas
pensam cada vez mais em comida, embora dediquem cada vez
menos tempo ao preparo de suas refeições. Preocupam-se com a
quantidade de calorias ingeridas e com a qualidade dos ingredientes,
mas reservam mais horas para assistir aos programas de culinária
na TV do que efetivamente passam dentro da cozinha. E enchem a
despensa com produtos industrializados supostamente “saudáveis”.
Nesse cenário tão contraditório, o escritor Michael Pollan convida
o leitor a redescobrir a experiência fascinante de transformar os
alimentos. A partir dos quatro elementos da natureza — fogo, água,
ar e terra —, ele nos mostra o calor ancestral do churrasco, o caldo
perfumado dos assados de panela, a leveza dos pães integrais e a
magia da fermentação de um chucrute. Ao relatar suas experiências
pessoais com os processos de preparação da comida, Pollan
mergulha numa história tão antiga quanto a da própria humanidade
e propõe uma redescoberta de sabores e valores esquecidos.
Cozinhar é, ao mesmo tempo, investigação científica e narrativa
pessoal, guia pragmático sobre o preparo de alimentos e reflexão
filosófica sobre a transformação da natureza. Partindo do trabalho
de filósofos e antropólogos, Pollan ressalta que o ato de cozinhar é
um dos fatores que definem a espécie humana. Ao aprender a usar
o fogo para preparar alimentos, nossos ancestrais abriram caminho
para o desenvolvimento da civilização. E ele alerta: precisamos
reconquistar o território da cozinha. Com isso, reforçamos vínculos
comunitários e familiares e, ao mesmo tempo, damos um passo
importante para tornar nosso sistema alimentar mais saudável e
sustentável.
FILME/VÍDEO
Título: Chef - O prazer está em qualquer lugar
Ano: 2014.
Sinopse: Carl Casper (Jon Favreau) é o chef de um restaurante
badalado de Los Angeles, mas volta e meia enfrenta problemas com
o dono do local (Dustin Hoffman) por querer inovar no cardápio ao
invés de fazer sempre os pratos mais pedidos pelos clientes. Um dia,
um renomado crítico gastronômico (Oliver Platt) vai ao restaurante e
publica uma crítica bastante negativa, baseada justamente no fato
do cardápio ser pouco criativo. Furioso, Casper vai tirar satisfação
com ele e acaba demitido. Pior: a briga vai parar na internet e se
torna viral, o que lhe fecha as portas nos demais restaurantes. Sem
saída, ele recebe a ajuda de sua ex-esposa (Sophia Vergara) para
reiniciar a vida no comando de um trailer de comida.
Plano de Estudo:
● Bases da Cozinha Molecular;
● Ingredientes da Cozinha Molecular;
● Equipamentos da cozinha Molecular.
Objetivos da Aprendizagem:
● Contextualizar os princípios da Cozinha modernista;
● Compreender os tipos de ingredientes utilizados
na cozinha molecular;
● Estabelecer a importância dos equipamentos
utilizados na cozinha molecular.
16
INTRODUÇÃO
SAIBA MAIS
Na cozinha existem muitas frases feitas. Se continuamos agindo por inércia e não somos
capazes de comprovar tudo [...], seguiremos atuando como marionetes por séculos.
Já é hora de acabar com essas frases ilusórias. Não com todas, porque algumas são
verdadeiras. […] é hora de continuar fazendo o de sempre, se funciona, mas para saber
se funciona, é preciso comprovar. Essa é a essência do meu trabalho de pesquisa, para
isso existe a gastronomia molecular.
A primeira questão quando iniciei os estudos na cozinha molecular, foi! O que são
esses montes de nomes? Será que é seguro “comer” esses ingredientes?
Quase todos os ingredientes e equipamentos usados na cozinha molecular para
transformações, geleificações, etc., já são bem comuns no nosso dia a dia, apenas não
prestamos atenção neles. Basta você ir a dispensa e pegar uma ervilha enlatada e verá que
contém ácido cítrico, ver a embalagem de um suco de fruta e se deparar com uma goma
xantana e entre outros ingredientes.
Vamos iniciar nossos ingredientes da cozinha molecular falando um pouquinho sobre
os alginatos. Os alginatos são polissacarídeos encontrados tanto na matriz intercelular de
algas marrons quanto recobrindo, extracelularmente, algumas espécies de bactérias. São
amplamente utilizados pela indústria alimentícia, conferindo aos alimentos propriedades de
textura, como espessamento, aderência, emulsicação, gelicação ou volume.
O agar-agar é um exemplo de hidrocoloide extraído de algas marinhas que é lar-
gamente utilizado na indústria alimentícia com inúmeras funções. Entre as suas principais
propriedades destacam-se seu alto poder gelificante, elevada força de gel a baixas con-
centrações, baixa viscosidade em solução, alta transparência, gel termo reversível e tem-
peraturas de fusão/gelificação bem definidas. Na cozinha molecular utilizamos o agar-agar
para diversas técnicas, o processo de modificações de textura e modelagens com moldes
de silicone é uma das mais utilizadas.
A TG tem tempo da ação da cola de acordo com a temperatura que é submetida, podemos
apressar o tempo de cola quando elevamos a temperatura do alimento. Exemplo: a
temperatura de 6oC a 8oC a cola irá demorar 24h para agir, se subirmos a temperatura
para 40oC conseguimos a ação da cola em menos de uma hora.
Alguns utensílios utilizados na cozinha moderna não são vistos em uma cozinha
comum, a cozinha moderna exige que alguns utensílios e equipamentos sejam utilizados
para aplicar as técnicas modernistas de forma correta.
3.1.2 Termômetro;
O termômetro é utilizado na cozinha moderna para padronizar a temperatura de
ação que alguns ativos, pequenas mudanças de temperatura podem afetar seus resultados
na cozinha. A escolha do termômetro é fundamental como sua utilização correta também.
3.1.7 Sifão;
Espumas densas, bolos aerados e chantilis de inúmeros sabores, só são possíveis
com a utilização do sifão. O sifão é um utensilio utilizado na cozinha moderna como forma
de agregar ar, conferindo textura e volume.
3.1.8 Mixer;
O mixer é um equipamento leve que usando na cozinha moderna para elaborar
espumas mais leves e incorporar alguns regentes como as gomas (xantana), emulsionar
o alginato para esferificação. Resumindo é um dos utensílios que utilizamos regularmente.
LIVRO
Título: 400 g: Técnicas de cozinha - Fundamentos e técnicas de
culinária aplicados em mais de 300 receitas
Autor: Betty Kövesi, Carlos Siffert, Carole Crema e Gabriela Martinoli
são conceituados chefs de cozinha, com formações em diferentes
áreas, ampla experiência culinária e atuação em conceituados
restaurantes. Em comum, todos eles têm no currículo à docência
na tradicional Escola Wilma Kövesi de Cozinha, que há mais de 20
anos oferece cursos aos apreciadores da boa gastronomia.
Editora: Companhia Editora Nacional.
Sinopse: Uma das principais obras de referência nos estudos de
gastronomia volta ao mercado com nova edição atualizada, além de
capa e projeto gráfico inéditos. 400 g: Técnicas de cozinha é um dos
livros de técnicas culinárias mais completos do Brasil. Escrito por
quatro profissionais renomados, une teoria e prática e conta com
mais de 300 receitas de molhos e sopas, saladas, acompanhamen-
tos, carnes, panificação e confeitaria. Indispensável para estudantes
de gastronomia e quem mais deseje se aventurar na cozinha!
FILME/VÍDEO
Título: Pegando Fogo
Ano: 2015.
Sinopse: O chef Adam Jones era uma celebridade gastronômica
que apresentava genialidade na cozinha e um temperamento
explosivo. Para voltar aos trilhos depois de uma derrocada, ele
precisará de toda a ajuda possível.
Plano de Estudo:
● Sous vide;
● Métodos e processos de criação;
● Utilização de ingredientes brasileiros.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar e contextualizar as técnicas
preparos de sous vide;
● Compreender os tipos de métodos de criação;
● Estabelecer a importância da utilização
de ingredientes brasileiros.
30
INTRODUÇÃO
Olá alunos (as) sejam bem-vindos (as) a mais uma unidade do livro de Cozinha de
Criação, nesta unidade iremos abordar conteúdos dos quais serão exímios na formação de
um cozinheiro moderno.
No primeiro tópico apresentarei a vocês a técnica de cocção sob vácuo mais
conhecida como sous vide. Esta técnica apresenta resultados surpreendentes na alteração
de textura dos alimentos que influencia em suas características sensoriais.
Já em nosso segundo tópico alinho o passo a passo do processo criativo, que através
de pesquisas desenvolvi para iniciar qualquer processo de criação na cozinha. Iniciando com
a aplicação do conceito até a utilização de ingredientes e na formação de sabor.
E falando em ingredientes no tópico final apresentamos a luta dos chefes de
cozinha para evidenciar o uso de ingredientes brasileiros em suas preparações, afinal a
cozinha brasileira é rica e pode além de ter muita base cultural, criar e desenvolver uma
gastronomia moderna.
Sous vide, em francês, quer dizer “sob vácuo”, e refere-se a um método de cozinhar
em sacolas plásticas seladas a vácuo em baixas temperaturas por muito tempo.
SAIBA MAIS
Fonte: ARMSTRONG e MCILVEEN, 2000; BETTS e GAZE, 1995; CHURCH, 1998; CREED, 1995; GONZÁ-
LEZ- FANDOS et al., 2004, 2005; HANSEN et al., 1995; MOSSEL e STRUIJK, 1991; NYATI, 2000A; PECK,
1997; PECK e STRINGER, 2005; RYBKA-RODGERS, 2001; SIMPSON et al., 1994; VAUDAGNA et al., 2002.
O método sous vide tipicamente possui três estágios: preparo para embalagem,
cozimento e finalização.
O preparo da embalagem inicia com o tempero, temperar pode ser um pouco
complicado ao cozinhar pelo processo sous vide: enquanto muitas ervas e especiarias agem
de forma esperada, outras são amplificadas e seu sabor pode facilmente dominar um prato.
REFLITA
O azeite em cocção em sous-vide por tempo maior a 2 horas, pode adquirir um gosto
metálico.
Como iniciar um processo criativo? Esta pergunta até hoje faço quando inicio algum
projeto na área de gastronomia. Sim, durante meus anos de consultora já realizei a elaboração
de pratos, menus e até sessões de fotografia de comida. Neste tópico gostaria de explicar
passo a passo, como desenvolvi através de alguns métodos estudados como iniciar um
processo criativo associando todo o conhecimento que fui adquirindo durante os anos.
A primeira etapa é definir um conceito/um nicho de mercado uma linha da qual este prato
ou menu será elaborado. Quando trabalhamos conceitos bem definidos conseguimos realizar
uma ligação direta com nosso comensal, assim a linguagem da leitura do prato fica mais simples.
REFLITA
A única forma de você falar com o seu comensal é através do prato. Não existe a
possibilidade de você sair da cozinha para ir lá explicar, é assim que se come, eu gostaria
que você sentisse isso ao comer.
LIVRO
Título: Alimentos Regionais Brasileiros
Autor: Brasil. Ministério da Saúde.
Editora: Secretaria de Atenção à Saúde
Sinopse: Link para acesso, o livro apresenta por região os ingre-
dientes nacionais brasileiros.
Link de acesso: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/ali-
mentos_regionais_brasileiros_2ed.pdf
FILME/VÍDEO
Título: A 100 Passos de um Sonho
Ano: 2014.
Sinopse: Após uma terrível tragédia em sua Índia natal, a famí-
lia Kadam se muda para a Europa em busca de uma nova vida.
Acabam fixando residência em uma pequena vila no interior da
França, onde abrem um restaurante de comida típica. O proble-
ma é que bem em frente ao estabelecimento está o consagrado
restaurante de Madame Mallory, reconhecido internacionalmente
e frequentado por artistas e ministros. Os dois logo entram em
conflito, ao mesmo tempo em que o filho mais velho dos Kadam
vai empregando na cozinha todo o aprendizado que teve com a
mãe, revelando-se como um chef de mão cheia.
Plano de Estudo:
● Montagem de pratos;
● Cozinha autoral;
● Cozinha de desconstrução.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar as técnicas para montagem de pratos;
● Compreender os tipos de cozinha autoral;
● Estabelecer a importância da Cozinha de desconstrução.
45
INTRODUÇÃO
Queridos alunos (as) estamos iniciando mais uma unidade do Livro de criação,
vimos até agora que a base de um processo criativo está no conhecimento, quanto mais
você adquiriu, mais você irá testar, errar, acertar e aprender e dar a sua cara aos preparos.
Nesta unidade vamos abordar como abrilhantar o quando branco de um prato, a
montagem de um prato exige, prática, técnicas básicas e realmente deixar a imaginação
fluir, apresentar um prato bonito é estimular o paladar, então a frase: professora não está
bonito, mas está gostoso não deve ser dita em uma cozinha criativa.
Além de aprender técnicas básicas de apresentação de prato, vamos abordar
conceitos da desconstrução de preparos, a brincadeira de ousar nas texturas, cores e
formas para criar algo novo e claro, apresentar que a cozinha autoral/ nova exige todo e
mais um pouco do que estamos vendo neste livro, estudar, estudar, testar, acertar, elaborar
a minha assinatura como cozinheiro criativo.
Comer com os olhos é uma expressão que, normalmente, significa comer além
do necessário para se saciar, como um exagero, ou então quando alguém observa a
comida, mas não pode comê-la. Uma apresentação planejada envolve diversos aspectos
que remetem à arquitetura, como cores, contraste, degradê, ocupação da área disponível,
altura, formas, volumes, pontos, linhas, textura e superfície (OSTROWER, 2005).
REFLITA
É possível ainda usar a monocromia (uso de uma só cor). Porém esta técnica é
pouco usada pois deixa uma sensação de vazio.
Podemos ainda usar as cores segundo suas percepções: cores quentes (vermelho,
laranja e amarelo...) e cores frias (verde, azul, violeta...)
REFLITA
Observe sempre a montagem do prato na luz que irá apresentar, se for ao ar livre,
iluminação direta, indireta.
Já seguiu alguns chefes famosos? Se sim, repare que cada um possui algum tipo
de assinatura, ou é na utilização de ingredientes, ou é na apresentação, costumo dizer
que um chef com uma assinatura bem clara é fácil de identificar seus preparos sem ao
menos tiver legenda.
O chefe Diego Lozano, um confeiteiro brasileiro, possui uma assinatura muito clara em
seus preparos, de longe conseguimos perceber que aquele chocolate foi preparado por ele.
Fonte: http://blogsimplesmoderna.blogspot.com/2014/08/chef-diego-lozano.html
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/pessoas/chef-baiano-beto-pimentel-conta-como-
-se-tornou-o-mestre-das-frutas/
Basta não ter medo de se soltar na cozinha, comece a produzir algo conhecido,
dê os seus toques, conheça o que gosta de cozinhar e a partir disso, comece a pesquisar,
anotar e claro a criar ou a descontruir.
SAIBA MAIS
REFLITA
Não adianta eu criar um prato sem ter um perfil do restaurante [...]. Esse perfil está
relacionado ao público alvo, ao tipo de pratos oferecidos (regional ou contemporâneo),
decoração, tipo de louça, o valor do prato e do serviço ofertado. Cada detalhe vai me
levar para um lado [...] então é aí que eu vou sentar e vou desenvolver e procurar o mix
que vou colocar em meu cardápio (E1).
LIVRO
Título: Segredos da Apresentação de Pratos: Food Styling Passo
a Passo
Autor: Cara Hobday / Jo Denbury.
Editora: Marco Zero.
Sinopse: Um guia prático com fotos coloridas e instruções de apre-
sentação de todos os tipos de pratos, desde a escolha da louça até
os ingredientes necessários. Com várias dicas e orientações que
tornam o trabalho mais fácil e com acabamento profissional. Todos
os métodos apresentam indicação de nível de dificuldade, de modo
que iniciantes possam começar pelas sugestões de pratos mais
fáceis. Um livro que revela passo a passo as técnicas empregadas
por chefs de restaurantes sofisticados.
FILME/VÍDEO
Título: Cook Up a Storm
Ano: 2017.
Sinopse: A rivalidade entre um cozinheiro de rua cantonês e um
chef francês toma um rumo surpreendente quando ambos entram
numa competição culinária mundial.
ARMSTRONG, G. A.; MCILVEEN, H., 2000. Effects of prolonged storage on the sensory
quality and consumer acceptance of sous vide meat-basedrecipe dishes. Food Quality and
Preference 11, 377–385, 2006.
BETTS, G. D.; GAZE, J. E. Growth and heat resistance of psychro- tropic Clostridium
botulinum in relation to ‘sous vide’ products. Food Control 6, 57–63, 1995.
CHURCH, I. J.; PARSONS, A. L. The sensory quality of chicken and potato products
prepared using cook-chill and sous vide methods. International Journal of Food Science
and Technology 35, 155–162, 2000.
CHURCH, I. The sensory quality, microbiological safety and shelf life of packaged foods.
In: Ghazala, S. (Ed.), Sous Vide and Cook–Chill Processing for the Food Industry. Aspen
Publishers, Gaithersburg, Maryland, pp. 190–205, 1998.
CREED, P. G. Sensory and nutritional aspects of sous vide processed foods. In: Ghazala,
S. (Ed.), Sous Vide and Cook–Chill Processing for the Food Industry. Aspen Publishers,
Gaithersburg, Maryland, pp. 57–88, 1998.
DAMATTA, R. O que faz o brasil, Brasil? Rio de Janeiro: Rocco, 1986. p.128
DAVEY, R. J. The effect of impurity adsorption on the kinetics of crystal growth from
solution. Journal of Crystal Growth, v. 34, n. 1, p. 109-119, 1976.
57
FLANDRIN, Jean-Louis; MONTANARI, Massimo (Org.); tradução de Luciano Vieira
Machado e Guilherme J. F. Teixeira. História da Alimentação. São Paulo: Estação
Liberdade, 1998.
GHAZALA, S.; AUCOIN, J.; ALKANANI, T. Pasteurization effect on fatty acid stability in a
sous vide product containing seal meat (Phoca groenlacdica). Journal of Food Science 61
(3), 520–523, 1996.
GRAIVER, N.; PINOTTI, A.; CALIFANO, A.; ZARITZKY, N. Diffusion of sodium chloride in
pork tissue. Journal of Food Engineering 77, 910–918, 2006.
MAISTRE, Gilles de. Los Alquimistas de la cocina. Madrid: Divisa Home Video. 1 DVD
(155min), som, cor. Dublado em espanhol, 2006.
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Intrínseca, 2014.
SNYDER, Jr. O.P. Food Safety Hazards and Controls for the Home Food Preparer.
Technical Report. Hospitality Institute of Technology and Management.
59
CONCLUSÃO GERAL
Querido alunos chegamos ao fim da nossa apostila sobre Criatividade. Vimos que
criar pode ser direcionada pela ciência, conhecimento que vai acumulando. Lembre-se
de sempre estar estudando, pesquisando, testando se desafiando, os cozinheiros mais
criativos não têm medo de errar.
Em nossa Unidade I abordamos o processo evolutivo da gastronomia, entendemos
quais os aspectos históricos levaram a necessidade de se ter um chefe criativo
compreendendo quais as bases necessárias, através dos pilares da gastronomia, entre a
arte, ciência e ingredientes para desenvolvimento de uma gastronomia contemporânea, o
que pode ser considerado novo na cozinha.
Porém na Unidade II destrinchamos a cozinha molecular, visualizando quais os
reagentes necessários para proceder as técnicas modernistas, como os equipamentos
necessários para reprodução das receitas conforme a base vanguardista.
Contudo, na Unidade III, compreendemos a complexidade e como a técnica de
cocção através do sous vide pode agregar na cozinha moderna, trazendo novidades dentro
do processo criativo, diagnosticando como um passo a passo para criação pode ser iniciado,
e claro evidenciar a cozinha brasileira e seus ingredientes para a necessidade na formação
sobre assinatura de um cozinheiro em nosso País.
Finalizamos nossa apostila na Unidade IV com chave de ouro, trabalhando a
apresentação do prato, relatamos que a imagem é o que vende, e não só vender, porém
estimular o paladar através dos olhos. Assim, nesta unidade abordamos como começar
a criar sua assinatura através da apresentação dos pratos através das técnicas básicas,
como evidenciar sua assinatura através da cozinha autoral e finalizamos com o passo a
passo de descontruir algo construído e colocar suas ideias para fomentar a criação.
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