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CONTROLE
SANITÁRIO DE
ALIMENTOS
Introdução
Os serviços de alimentação coletiva fornecem refeições para milhões de
pessoas anualmente. Os clientes em muitos desses estabelecimentos são
estudantes, funcionários de empresas, idosos em instituições asilares,
militares, presidiários e pacientes hospitalizados. Deve-se tomar cuidado
o tempo todo para proteger esses grupos de pessoas, já que os surtos
de doenças transmitidas por alimentos podem afetar os diretamente
acometidos e suas famílias, além de prejudicar a economia local e poder
levar ao fechamento dos estabelecimentos e perda de empregos.
Neste capítulo, você vai conhecer controles higiênico-sanitários para
o recebimento e pré-preparo de alimentos, os métodos e boas práticas
nas ações de preparo e distribuição de alimentos e o papel do binômio
tempo e temperatura no controle da saúde dos alimentos.
2 Controle de segurança alimentar
1 Controles higiênico-sanitários no
recebimento e pré-preparo de alimentos
Recebimento
A etapa de recebimento de alimentos é a primeira dentro do controle de segu-
rança alimentar, sendo considerada muito importante. Deve ser realizada de
maneira adequada para garantir que o restante das etapas sigam também em
conformidade. A área de recepção de mercadorias deve ser própria para esse
fim e situada em área externa ao prédio e próxima ao local de armazenamento.
Deve ser de fácil acesso para os entregadores e ser provida de plataforma de
descarga, rampa e marquise. Também é necessário que o local tenha uma pia
para pré-higiene dos vegetais e outros produtos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
DE EMPRESAS DE REFEIÇÕES COLETIVAS, 2015).
Algumas diretrizes importantes devem ser observadas ao se receber um
alimento (GERMANO; GERMANO, 2015):
Cada grupo de alimentos, sejam secos ou não perecíveis, laticínios, produtos frescos ou
carnes, requer um procedimento diferente. Independentemente do tipo de produto, o
principal componente em um procedimento de recebimento é a precisão. Qualquer
descuido ou tentativa mal feita de verificar a entrega tornará inútil todo o processo.
Controle de segurança alimentar 3
Recebimento de hortifrutis
Após abertas para verificação, as embalagens originais devem ser descartadas e o con-
teúdo deve ser colocado em recipientes cobertos até o uso. Como exemplo, podemos
citar arroz, feijão, cereais, temperos e condimentos, que são normalmente removidos
das embalagens e armazenados em recipientes. Os recipientes para alimentos incluem
potes plásticos e de aço inoxidável.
Controle de segurança alimentar 5
Descongelamento
Frutos do mar e carnes cruas de todos os tipos, incluindo costelas, bifes, costele-
tas, carne moída, frango, peru e muitos alimentos processados, são tipicamente
recebidos e armazenados congelados. Pequenas quantidades de sobras de carne,
sopas, caldos e molhos são frequentemente congelados em estabelecimentos que
servem alimentação com a intenção de usá-los mais tarde. Muitos outros alimen-
tos são entregues congelados (como lasanha, cachorro-quente e almôndegas).
O descongelamento desses alimentos é frequentemente necessário antes
de cozinhar, por considerações culinárias, como melhor penetração de calor.
Porções individuais (hambúrgueres, filetes de peixe, etc.) ou pequenos lotes
de alimentos congelados (como batatas fritas) costumam ser aquecidos di-
retamente do estado congelado, enquanto grandes itens alimentares (como
frangos e carnes) ou grandes quantidades de alimentos crus (como camarão)
são geralmente descongelados antes do cozimento.
O descongelamento de alimentos crus a temperaturas acima de 5° C reduz
o crescimento bacteriano na superfície dos alimentos; portanto, o ideal é
realizar o descongelamento na geladeira. A legislação também recomenda o
descongelamento em forno de micro-ondas quando o alimento for submetido
imediatamente à cocção. Além disso, é importante ressaltar que os alimentos
submetidos ao descongelamento devem ser mantidos sob refrigeração se não
forem imediatamente utilizados, não devendo ser recongelados.
Pré-preparo
Vegetais e frutas cruas são considerados fontes de contaminação e muitas vezes
não recebem uma etapa de cozimento. Os vegetais podem ser contaminados
por uma variedade de bactérias, bem como por seus esporos. Todos os vegetais
frescos devem ser cuidadosamente lavados antes do processamento; porém, a
mera lavagem não pode ser considerada uma medida para reduzir populações
de microrganismos a níveis seguros. Por isso, esses alimentos ainda devem
ser desinfectados com solução clorada após a lavagem.
Lavar os vegetais folhosos em água remove o solo e outras contaminações
físicas, e o uso de uma escova nos tubérculos, alimentos de casca dura e raízes
facilita a limpeza. A ação de lavagem também pode remover alguns, mas não
todos, pesticidas e resíduos e outras contaminações químicas. A lavagem de
vegetais deve ser feita em água fria e corrente.
6 Controle de segurança alimentar
Figura 1. A lavagem com água de hortaliças deve ser feita folha à folha.
Fonte: Muratart/Shutterstock.com.
Controle de segurança alimentar 7
lavar as mãos com sabão e água morna por 20 segundos antes e depois
de manusear os alimentos;
lavar as tábuas de corte, os pratos e as bancadas com água quente e
sabão após a preparação de cada item alimentar e antes de prosseguir
para o próximo item;
se possível, usar tábuas de cortes diferentes para produtos frescos e
outra para carne, aves e frutos do mar crus;
substituir as tábuas de corte quando apresentarem desgastes excessivos
ou ao desenvolverem ranhuras difíceis de limpar;
preparar uma solução de uma colher de sopa de alvejante líquido sem
cloro por litro de água, a ser usada para higienizar superfícies e utensílios;
marinar sempre os alimentos na geladeira, não no balcão, e sempre em
potes com tampa;
não incluir o molho usado para marinar carne crua, aves ou frutos do mar
em alimentos cozidos, a menos que seja fervido imediatamente antes do uso.
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Distribuição
De acordo com a ABERC (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EMPRESAS
DE REFEIÇÕES COLETIVAS, 2015), algumas recomendações gerais para
a distribuição de alimentos são:
Temperatura Validade
Carnes bovina e suína, aves, entre outras, e seus produ- até 4ºC 3 dias
tos manipulados crus
Espetos mistos, bife a rolê, carnes empanadas cruas e até 4ºC 2 dias
preparações com carne moída
(Continua)
Controle de segurança alimentar 15
(Continuação)
Resfriamento
Aquecimento
Sobras quentes
No caso de reaquecimento das sobras que ficaram dentro das panelas sob
controle de tempo e temperatura e não foram para o setor de distribuição, a
temperatura deve atingir no mínimo 74ºC e ser mantida a 65ºC ou mais para
as sobras serem servidas por no máximo 12 horas.
Para isso, é importante usar equipamentos apropriados para cozinhar,
como micro-ondas, fogão ou forno. Os alimentos não devem ser reaquecidos
em bandejas de aquecimento ou outros equipamentos de retenção de calor,
como as estufas, porque esses dispositivos não aquecem a comida com rapidez
suficiente e permitem o crescimento de patógenos.
Se as sobras forem reaquecidas a 74ºC e atingirem 55ºC na superfície,
devem ser resfriadas a 21ºC em 2 horas, devendo atingir 4ºC em mais 6 horas
para serem reaproveitadas no máximo em 24 horas.
Alimentos que sofreram tratamento térmico e que serão destinados à refrige-
ração devem ser armazenados em volumes ou utensílios com altura máxima de
10 cm, devendo ser cobertos quando atingirem a temperatura de 21ºC ou menos.
Sobras frias
As sobras de alimentos podem ser classificadas em: alimentos não preparados, alimentos
pré-preparados e alimentos prontos. Cabe salientar que os alimentos distribuídos não
são considerados sobras e sim restos. Sendo assim, os alimentos prontos que foram
para o balcão de distribuição não devem ser reutilizados.
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Leitura recomendada
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Informe Téc-
nico nº 11, de 5 de outubro de 2004. Brasília: Anvisa, 2004. Disponível em: http://
portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_
state=maximized&p_ p_mode=view&p_ p_col_id=column-1&p_ p_col_
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-tecnico-n-11-de-5-de-outubro-de-2004&inheritRedirect=true. Acesso em: 05 abr. 2020.
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