Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
CONTABILIDADE GERENCIAL
“Quanto mais você suar na preparação, menos vai sangrar na batalha. A vontade de se
preparar tem que ser maior do que a vontade de vencer. ”
Vince Lombardi
Fevereiro
2015
1
INTRODUÇÃO
Diariamente, ouvimos comentários sobre a situação econômica do país e das empresas alinhado
ao atual cenário adverso. Os trabalhadores reivindicam maiores salários e mais benefícios,
enquanto os empresários alegam impossibilidade de atender a algumas das suas exigências.
Todavia, ao publicarem suas demonstrações financeiras, as empresas valorizam seus bons
desempenhos, visando atrair o interesse dos investidores por suas ações, bem como informar aos
credores sobre suas performances e suas estruturas.
A imprensa comenta sobre o comportamento das Bolsas de Valores, sobre as tendências dos
diversos segmentos da economia, a performance de muitas corporações e até mesmo sobre as
insolvências de algumas e suas causas. Expressões como “aquela empresa tão boa pediu
“Recuperação Judicial” ou “empresas sérias e sólidas quebraram”, entre outras, são ouvidas.
O conceito de empresa boa e sólida muitas vezes é utilizado sem fundamentação técnica,
decorrente de manifestações apenas de cunho “emocional”, isto é, alguém gosta do produto ou
serviço da empresa ou acha que suas instalações são bonitas e passa a conceitua-la como
“empresa boa”.
Para afirmativa fundamentada tecnicamente, uma empresa sólida compreende fatores como a
qualidade de seus produtos ou serviços, de sua administração, de suas instalações e de sua
tecnologia, além de ser necessário que tenha certa independência em relação a capitais de
terceiros e apresente vitalidade na geração de recursos (fluxo de caixa positivo). A contabilidade
tem por missão atender essas necessidades informacionais. Tudo isto veremos no decorrer deste
curso, de forma a que você possa melhor perceber o que é uma boa empresa.
Seu professor,
2
INTRODUÇÃO
Em contradição, a Contabilidade Financeira está atenta com as necessidades dos acionistas e dos
agentes localizados no exterior do empreendimento. O campo gerencial produz os elementos
fundamentais para dirigir o negócio. Os documentos ministrados pela Contabilidade Financeira são
indispensáveis para que os indivíduos possam analisar a sua atuação financeira passada. Uma
empresa irá depender do desempenho e habilidades dos seres humanos e dos recursos materiais
que é disponibilizado para alcançar uma situação favorável.
Ora, se o Estado, com seu poder coator, utiliza a contabilidade como fonte de decisão (tributária),
por que o empresário não a aproveita da melhor forma na gestão do seu negócio?
3
A EMPRESA E SUA ESTRUTURA
Por outro lado as necessidades humanas a serem satisfeitas atingem diferentes escalas de
importância. Segundo Maslow, as pessoas são estimuladas ou motivadas de acordo com as
solicitações de suas necessidades, decorrendo daí uma escala de prioridades:
O maior usuário dessas informações é a própria empresa. A análise das informações contábeis
ocorre em duas grandes dimensões: uma voltada para o gerenciamento das operações e outra
com enfoque na direção geral da organização – visão estratégica.
O fato de a empresa não ter como objetivo central o lucro, não chega a alterar significativamente o
seu sistema de informações contábeis. Além disto, apesar de termos informações diferentes em
diferentes organizações de acordo com o seu ramo de atuação, geralmente, os tipos de
informações utilizadas variam muito pouco.
“Existem coisas melhores e mais importantes que o dinheiro. O problema é que elas custam caro.”
Fernando Vianna - Administrador
4
Modelo de empresa com base no Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
CIRCULANTE CIRCULANTE
Capital de
Giro líquido
EXIGÍVEL A
ATIVOS FIXOS CURTO E
LONGO PRAZO
1. Ativos Fixos
Tangíveis
O lado esquerdo indica o valor total dos ativos. O lado direito mostra o valor total da empresa para
os investidores e determina como esse valor é distribuído.
Imagine que tiremos um retrato financeiro da empresa e de suas atividades num determinado
instante. A figura anterior apresenta uma visão gráfica do balanço patrimonial, para nos ajudar a
compreender melhor o que é finanças de empresa.
Os ativos da empresa aparecem no lado esquerdo do balanço. Esses ativos podem ser
considerados como circulantes e fixos.
Ativos Fixos: são aqueles que duram bastante tempo, como um prédio. Alguns ativos fixos são
tangíveis, como máquinas e equipamentos; outros são intangíveis, tais como patentes, marcas
registradas e a qualidade da administração.
A outra categoria de ativos, os ativos circulantes, compreendem aqueles ativos de curta duração,
como estoques. As bolas de tênis fabricadas, mas ainda não vendidas, farão parte desses
estoques. A menos que tenham sido produzidas em excesso, deverão deixar a fábrica dentro de
pouco tempo.
Antes de investir num ativo, uma empresa precisa obter financiamento, o que quer dizer levantar
dinheiro necessário para pagar o investimento. As formas de financiamento estão representadas no
lado direito do balanço.
Uma empresa pode emitir (vender) pedaços de papel chamados de obrigações (acordo de dívida)
ou ações (certificados de propriedade). Assim como os ativos são classificados com sendo de
longo ou de curta duração, o mesmo acontece com o passivo. Uma dívida de curto prazo (360
dias) é um passivo circulante. A dívida de longo prazo é a que não precisa ser resgatada em
menos de um ano.
5
O patrimônio dos acionistas representa a diferença entre o valor dos ativos e as dívidas da
empresa. Neste sentido, trata-se de um direito residual sobre os ativos da empresa.
A partir desse modelo, é fácil perceber que a área de finanças pode ser considera um campo que
envolve o estudo das três questões seguintes:
A atividade financeira busca criar valor para os donos de capital, sejam eles acionistas de uma
sociedade anônima (as S.A.) ou sócios de uma sociedade por quotas (Ltda.). Esta tarefa pode ser
resumida como a necessidade de geração de um fluxo de caixa maior do que o volume de recursos
utilizados.
Assim faz-se necessário planejar qual a melhor estrutura de ativos, (aplicação de recursos) e quais
fontes de captação de recursos a empresa deve procurar. Nesse sentido, podemos afirmar que o
planejamento financeiro associado a boa gestão contábil deve estudar todas as possibilidades de
investimentos apresentadas para a empresa, dando prioridade aqueles projetos que apresentam
maior fluxo de caixa positivo (fluxo gerados volume de recursos utilizados).
Já o planejamento das fontes de recursos a serem utilizados deve levar em conta as oportunidades
de financiamentos disponíveis nos mercados monetários (crédito), destinados a captação de curto
prazo (até 360 dias) e nos mercados de capitais, que trabalham com dívidas de longo prazo (acima
de 360 dias) – principalmente debêntures e ações.
Uma vez definido o rumo que o negócio deve seguir, a gestão contábil deverá integrar as diversas
áreas da empresa, principalmente aquelas envolvidas diretamente com a produção e
comercialização dos seus produtos e serviços. O trabalho final deve resultar num modelo onde:
A boa gestão do fluxo de caixa é utilizada como ferramenta indispensável para o planejamento
financeiro de curto prazo, onde se procura estimular as entradas e saídas de caixa. Essa estimativa
está diretamente relacionada com o prazo de permanência dos estoques na empresa, o prazo
concedido aos clientes para o pagamento das compras e com os prazos obtidos pelos
fornecedores para o pagamento das compras efetuadas pela empresa.
“Para os vencedores, o fracasso é uma inspiração; para os perdedores, o fracasso é uma derrota.”
Robert T. Kiyosaki - escritor
6
AMPLITUDE DA ANÁLISE FINANCEIRA
A informação contábil financeira serve tanto aos gestores quanto aos usuários externos à
organização como acionistas, bancos, fornecedores, clientes, investidores, sindicato, fisco,
analistas financeiros e o público em geral. Aqueles que investiram os seus recursos na empresa
desejam informações sobre o andamento dos negócios. Inclusive para subsidiar suas decisões
quanto venderem ou não a sua participação.
Da mesma forma, potenciais compradores dessas ações desejarão saber como vem sendo o
desempenho dessa companhia. Por fim, caso a empresa deseje contrair um empréstimo bancário,
é natural que o banqueiro queira conhecer a situação financeira da companhia, e saber se existe,
por parte dela, capacidade de pagamento suficiente para honrar o compromisso financeiro
pleiteado.
Não seria lógico se cada uma dessas partes interessadas requisitasse um relatório financeiro
personalizado, somente para atender às suas prioridades de informação. Por isso, são elaborados
os relatórios contábeis financeiros que, por sua padronização, ou seja, pelo fato de seguirem
estritamente regras estabelecidas quanto à elaboração da informação, podem atender a todos os
interessados em conhecer o desempenho da empresa, bem como, compará-los ao desempenho
de outras organizações, guardadas as devidas ressalvas e particularidades.
Pode ser entendida como um processo de decomposição de um todo em suas partes constituintes
visando ao exame das partes para entendimento do todo ou para identificação das suas
características ou de possíveis anormalidades. No campo financeiro, a análise do lucro de uma
empresa pode ser feita a partir da decomposição do referido lucro nas contas de receitas de
despesas que o compõe, assim como, no exame da representatividade de cada uma dessas
contas em face de um referencial, como, por exemplo, o volume de vendas da empresa.
Coleta – obtenção das informações financeiras e outras informações, como dados de mercado de
atuação da empresa, seus produtos, seu nível tecnológico, seus administradores e seus
proprietários, bem como o grupo a que a empresa pertence.
Preparação – fase de reclassificação das demonstrações financeiras para adequá-las aos padrões
internos da instituição que vai efetuar a análise. Esta fase é importante por ser a alicerce para a
obtenção de uma boa análise.
Cálculos – cálculos dos indicadores de estrutura, de liquidez e de retorno, entre outros, a partir de
dados disponíveis no Balanço Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício - DRE e a
Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos – DOAR, além de outras informações
contábeis fornecidas pela empresa.
Análise – fase de análise dos dados disponíveis, compreende a consistência das informações, a
observação das tendências apresentadas pelos números e todas as demais conclusões que
possam ser extraídas do processo como um todo.
7
Conclusão – uma das fases mais importantes da análise, que consiste em identificar, ordenar,
destacar e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa, no que
respeita a sua situação financeira, com base nas informações contábeis analisadas.
É importante destacar que a análise financeira não pode ser limitada apenas aos indicadores de
natureza financeira, pois há uma série de fatores que, mesmo não podendo ser chamados de
financeiros, causam impacto na saúde financeira da empresa. Neste caso, algumas questões
devem ser elucidadas como, por exemplo:
Diversas questões devem ser levantadas, objetivando tornar cada vez mais transparentes o
desempenho e a solidez da empresa. A relevância de cada parte da análise financeira deve ser
função do objeto a que se destina a própria análise, com base nas informações contábeis. Esta
análise pode ser muito útil a qualquer cidadão em suas relações de negócios, como, por exemplo,
na compra de um apartamento na planta, ainda não construído. Antes de adquirir o imóvel na
planta, o comprador deveria conhecer com maior profundidade a empresa incorporadora,
principalmente quanto a sua competência financeira. Não basta apenas conhecer os detalhes
técnicos do projeto do imóvel.
Este conjunto de decisões financeiras está inserido num contexto mais amplo de longo prazo. A
Contabilidade Gerencial alinhada a análise financeira serve para avaliar decisões que foram
tomadas pela empresa em épocas passadas, assim como fornece subsídios para o planejamento
financeiro visando o futuro.
O processo de inflação que vivemos por quase três décadas (dos fins dos anos 60 a meados de
90), criou dificuldades na interpretação dos números contábeis. Porém, com a estabilização
econômica a partir do Plano Real, em 1994, os processos de inteligência fiscal eletrônica (SPED)
e os novos princípios contábeis (antes internacionais - IFRS, agora nacionais - Lei 11.638/07), vem
alterando esta realidade na cultura brasileira. Mudar é preciso. Isto se dá com o conhecimento mais
profundo das técnicas e fundamentos contábeis para a tomada de decisão.
8
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CONTABILIDADE GERENCIAL
Com base em princípios contábeis são executados os trabalhos contábeis. Estes princípios
introduzem conceitos e procedimentos que são obrigatoriamente seguidos pelos profissionais da
contabilidade, o que assegura a comparabilidade, relevância, confiabilidade, etc. da informação.
As Demonstrações Contábeis tem formato padronizado definido pela Lei das Sociedades por
Ações e complementada através de Resoluções do Conselho Federal de Contabilidade.
A partir dela, principalmente os usuários externos tomam decisões em relação à empresa, como
por exemplo: crédito (ampliação ou restrição), novos negócios, tributação, estatísticas etc..
Utiliza todos os conceitos da contabilidade societária, e naquela fundamenta seus números. Neste
ponto é conveniente destacar que, se a gerencial não estiver comprovada na contabilidade
societária, não merecerá credibilidade irrestrita.
Com a gerencial, podemos analisar um produto, serviço, centro de custos ou centro de resultados
como se fosse uma empresa. Mensuramos em reais, dólares, euros ou qualquer moeda que seja
do interesse da empresa.
9
Técnicas Contábeis
São os métodos utilizados para o registro dos fatos administrativos, elaboração de demonstrações
contábeis e a qualidade dos lançamentos. Estuda a comparação dos dados contábeis para saber a
realidade financeira da empresa, para chegar a esse objetivo utilizam-se as seguintes técnicas
contábeis:
3. Auditoria: Uma técnica contábil podendo ser ela interna ou externa, onde busca fiscalizar todos
os dados da empresa.Essa técnica verifica se os registros foram efetuados pelos princípios
fundamentais da contabilidade, citando, auditoria externa onde a empresa contrata terceiros sem
fins lucrativos para avaliar oscontroles. Já a auditoria interna são pessoas dentro da instituição
capacitadas para tal função.
4.Análise: É uma função que tem como metodologia comparar receita, lucro ou patrimônio liquido
em um mesmo período para informar ao sistema sua evolução contábil. Dentro dessa técnica são
calculados diversos indicadores do balanço chamados esses de indicadores fundamentalistas. Os
principais analisam a liquidez, nível participação de capitais de terceiros versus capital próprio e a
rentabilidade do negócio.
ANÁLISE VERTICAL
Identifica e permite avaliar a qualidade das "contas contábeis" e como estas se distribuem no balanço
e demonstração do resultado.
ANÁLISE HORIZONTAL
10
Ferramentas utilizadas na contabilidade societária, complementada ou não por informação extra
contábil, que consiste em tratar cada projeto, serviço ou produto como sendo uma empresa, na
qual se registram apenas as receitas, custos e despesas daquele "micro negócio".
GRÁFICOS
É certo que nem todas as pessoas têm facilidade em ler e interpretar números, principalmente
quando apresentados em conjunto.
Para vencer esta resistência natural e permitir que as informações sejam absorvidas e produzam a
decisão adequada, é comum apresentarmos as informações contábeis (demonstrações, índices,
comparações, etc.) em forma de gráficos que possibilitam a sua interpretação intuitiva.
COMBINAÇÃO DE FERRAMENTAS
Todas estas ferramentas podem ser adotadas em conjunto ou isoladamente, sendo certo que
quanto mais abrangentes o forem, melhores serão os resultados obtidos.
ANÁLISE INTEGRAL
Esta certamente exige do usuário da informação um conhecimento técnico elevado, mas quando
bem feita, apresenta um diagnóstico preciso da entidade, seus pontos fortes e fracos. Decisões
como investimentos (aumento ou redução), continuidade de um negócio, políticas de
endividamento ou capitalização etc. devem usar esta ferramenta.
Como o sistema contábil, seus índices e análises representam um corpo - a empresa se
caracteriza por ser um conjunto de recursos econômicos, humanos, tecnológicos e mercadológicos
- a tomada de decisão não pode levar em conta apenas uma parte da informação, pois esta
representará também apenas uma parte do negócio. Da mesma forma, que um exame de alta
complexidade médica requer, para salvar o doente, que o médico tenha pleno conhecimento do
paciente, seus hábitos e fisiologia, as informações contábeis devem levar em consideração todas
as interfaces da empresa e a análise integral das informações existentes.
CONCLUSÃO
O controle e avaliação do patrimônio da empresa é o objetivo da contabilidade, por isso ela adota
ferramentas que possibilitam, através de seus conhecimentos e princípios, contribuir para a
continuidade dos negócios, capacitando o gestor a melhor tomada de decisão.
ESCRITURAÇÃO – É a técnica pela qual as ocorrências com efeitos no patrimônio são registradas.
Algumas regras devem ser seguidas para que as informações possam ser aproveitadas e
compreendidas por todos aqueles interessados. A escrituração é um meio utilizado para
possibilitar, pela agregação dos diversos fatos ocorridos, a elaboração de demonstrativos capazes
de formar a posição da riqueza patrimonial.
11
ANÁLISE DE BALANÇOS – É a técnica pela qual se determina a capacidade de pagamento da
empresa, o grau de solvência, a evolução da empresa, a estrutura patrimonial e outras. Pela
análise de balanços á possível comparar a situação da empresa dentro do setor de que faz parte.
Apresenta quocientes úteis para os interessados na riqueza patrimonial, efetivos e potenciais,
auxiliando-os, pela relação entre elementos naquele período e pela evolução durante os anos, a
interpretar os demonstrativos apresentados.
1. Auditoria financeira;
2. Auditoria de cumprimento e
3. Auditoria operacional.
AUDITORIA FINANCEIRA
AUDITORIA DE CUMPRIMENTO
AUDITORIA OPERACIONAL
CONCEITO DE PATRIMONIO
Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma entidade.
É o objeto de estudo da contabilidade. Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e
tudo aquilo que a pessoa deve (obrigações).
Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e obrigações que podem ser
12
avaliados em moeda. Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo.
As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo.
ATIVO
Bens
São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro, sendo
utilizado na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as coisas úteis, capazes de
satisfazer as necessidades das pessoas e das empresas. Os bens classificam-se em: Bens
Móveis, Bens Imóveis, Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. Os bens fazem parte do ATIVO
(patrimônio bruto).
Bens Móveis
São móveis os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força própria ou por força alheia. Ou
seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos,
móveis, utensílios, máquinas, estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes),
etc.
Bens Imóveis
São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo) sem
destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de ser total ou
parcialmente destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, terrenos, construções, etc.
Bens Tangíveis
Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens que constituem
uma forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos, terrenos, dinheiro, móveis
e utensílios, estoques, etc.
Bens Intangíveis
Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens que não
constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nome comercial
(marca), patente de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc.
Direitos
São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou futuros. É o
poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor que uma empresa receberá
decorrente de uma venda a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não pagou,
então a empresa tem o direito de receber o valor correspondente. Fazem parte do ATIVO
(patrimônio bruto). Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a
receber, contas a receber, títulos a receber, etc.
Obrigações
São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). Fazem parte do
Passivo.
PASSIVO
Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do momento que o
fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma obrigação com o
fornecedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. Assim como
13
aumenta de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da
empresa.
A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), mas contém uma
natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos acionistas, sócios ou
titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa jurídica.
Representa aquilo que, de fato, a pessoa tem. Isto é, sua riqueza efetiva, o que lhe sobra depois
de pagar todas as suas dívidas.
O Patrimônio Líquido é a diferença entre os valores do ativo (+) e do passivo (-) de uma entidade
em determinado momento, ou seja, se a empresa tem um Ativo (bens + direitos) de R$100.000,00
e um Passivo (obrigações) de R$40.000,00, o Patrimônio Líquido dessa entidade será de
R$60.000,00.
Passivo
Ativo R$40.000,00
R$100.000,00 Sendo
Patrimônio Líquido
assim:
R$60.000,00
A = P + PL
Total Ativo
Total Passivo R$100.000,00
R$100.000,00
O PL também figura no lado do Passivo em virtude de o capital, reservas, etc., pertencerem aos
proprietários da empresa (sócios, acionistas) e não deixa de ser uma obrigação da empresa
pessoa jurídica para com os proprietários pessoa física.
Equações Patrimoniais
14
dos seus proprietários. Esta é uma situação denominada Passivo a Descoberto. É uma
situação desfavorável, negativa ou deficitária.
PATRIMÔNIO
Ativo Passivo
Bens Obrigações
e
Patrimônio Líquido
Direitos
CONCEITO DE CAPITAL
O Patrimônio pode ser conceituado como um conjunto de capitais, cuja origem dos capitais está
representada pelo Passivo e a aplicação dos capitais pelo Ativo.
O capital é o conjunto de recursos postos à disposição da empresa, seja por terceiros ou por
proprietários (passivo ou patrimônio líquido). Ou seja, é a soma das riquezas ou recursos
acumulados que se destinam à produção de novas riquezas.
Capital Social
Constitui a riqueza líquida à disposição dos proprietários. É a soma do capital social, suas
variações, os lucros e as reservas. Ou seja, é aquele que se originou da própria atividade
econômica da entidade, como lucros, reservas de capital e reservas de lucros. Equivale ao
Patrimônio Líquido (ou Situação Líquida).
Capital de Terceiros
Corresponde à soma do passivo + patrimônio líquido da empresa e representa o total dos recursos
utilizados no financiamento das atividades (Passivo Total). É igual a soma de todas as origens que
15
estão a disposição da entidade e que estão aplicadas no Ativo (em decorrência do método das
partidas dobradas).
Passivo total = Ativo total = Patrimônio bruto = Total das origens = Total das Aplicações = Capital
Total a Disposição da Empresa
Capital Integralizado e Capital a Integralizar
Os recursos destinados pelos proprietários à formação do Capital Social nem sempre estão
disponíveis para serem transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade
(empresa) no ato de constituição da mesma. Ou seja, nem sempre o capital encontra-se totalmente
integralizado (ou realizado). O Capital Social só é integralizado (realizado) quando os recursos
correspondentes são transferidos do patrimônio dos sócios para o patrimônio da entidade.
Subscrição é o ato jurídico formal pelo qual o sócio, acionista ou titular da empresa individual
assume a obrigação de transferir bens ou direitos para o patrimônio da entidade à qual está
vinculado.
Sendo assim, o capital subscrito pode ou não estar integralizado. Se, ato contínuo à subscrição, a
titularidade dos bens e direitos é transferida para o patrimônio da entidade, então o capital estará
subscrito e integralizado. Caso contrário, embora o capital esteja subscrito, ainda se encontrará a
integralizar.
Capital Autorizado
O capital próprio de Sociedades Anônimas de Capital Aberto (que negociam suas ações em bolsa
ou balcão), a partir da Lei nº6.404/1976, (Lei das S.A.) foi instituído como Capital Autorizado.
Antes desta Lei, toda mudança na Constituição do Capital Social só poderia ser feita através de
uma alteração de estatuto, contrato ou registro da empresa na Junta Comercial ou Cartório de
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, mas, com a nova Lei, nas Sociedades Anônimas a
Assembleia Geral dos acionistas pode delegar ao Conselho de Administração (órgão executivo das
S.A.) a faculdade de elevar o Capital Social até um determinado limite autorizado.
Capital de Giro
Existem dois tipos de investimentos que a empresa recebe quando inicia suas atividades. Um é
conhecido como investimento fixo, que serve para a aquisição de máquinas, móveis, prédios,
veículos, enfim, para investir em itens do ativo imobilizado. O outro é conhecido como Capital de
Giro.
Capital de giro é uma parte do investimento que compõe uma reserva de recursos que serão
utilizados para suprir as necessidades financeiras da empresa ao longo do tempo. Esses recursos
ficam nos estoques, nas contas a receber, no caixa, no banco, etc. É o conjunto de valores
necessários para a empresa fazer seus negócios acontecerem (girar). Existe a expressão "Capital
em Giro", que seriam os bens efetivamente em uso.
16
ou em quantidades. Quanto maior a necessidade de investimento nos estoques, mais recursos
financeiros a empresa deverá ter.
Nas vendas, quanto mais prazo você oferece ao cliente ou quanto maior for a parcela de vendas a
prazo no seu faturamento, mais recursos financeiros a empresa deverá ter. É nos Bancos e no
Caixa que fica uma parte dos recursos financeiros disponíveis da empresa, ou seja, aquela que a
empresa pode utilizar a qualquer tempo para honrar os seus compromissos diversos.
Dependendo do saldo inicial, das entradas e das saídas, pode ocorrer uma falta ou uma sobra
desses recursos em um momento específico, dia ou semana. Para isto não ocorrer, as decisões de
compra e venda devem ser tomadas com critérios estabelecidos. Sempre que uma decisão
for tomada, é necessário que seja feita uma análise sobre a disposição dos recursos financeiros da
empresa para isso. Se for tomada uma decisão de compra em excesso ou de dar mais tempo
para os clientes nas vendas a prazo, a empresa deverá ter uma quantidade maior de dinheiro
(recursos financeiros). Se esse recurso não existe, a entidade vai precisar utilizar recursos
emprestados de bancos, de fornecedores ou de outras fontes, o que gerará uma necessidade de
pagamentos de juros, diminuindo a margem de lucro do negócio.
Em resumo, Capital de giro (capital circulante ou capital de trabalho) indica a parte do patrimônio
que sofre constante movimentação nas empresas, tais como as disponibilidades e os valores
realizáveis, diferenciando-se entre estes os créditos, os estoques e os investimentos. São
excluídos, portanto, os capitais permanentes (ativo fixo ou imobilizado, investimentos permanentes)
e o ativo pendente, que compreende valores contingentes como, por exemplo, despesas do
exercício seguinte.
Tanto Capital quanto Patrimônio podem, em termos mais amplos, serem considerados sinônimos.
Porém é necessário distingui-los, tendo em vista que a expressão capital pode assumir nos termos
contábeis todos os significados descritos acima, enquanto o Patrimônio será sempre o conjunto de
bens, direitos e obrigações vinculados a uma pessoa.
Importante:
Não confunda dinheiro com capital. Na Contabilidade, os dois termos são coisas distintas. O capital
é formado por dinheiro ou qualquer outro bem (móvel ou imóvel) e até por créditos. Se o capital
pertencer aos sócios ou aos proprietários, será chamado de capital próprio, porém, se pertencer a
pessoas ou empresas alheias à entidade, será chamado de capital de terceiros. O capital, seja
próprio ou alheio, sempre estará investido (aplicado) no Ativo da entidade, podendo estar
materializado em dinheiro, estando na conta Caixa ou conta Bancos pertencente à entidade.
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL
Descrito pela primeira vez em 1494, na Itália, pelo frade Luca Pacioli no livro“Summa de
17
Arithmetica, Geometria, Proportioni et Proportionalità” (Coleção de conhecimentos de Aritmética,
Geometria, Proporção e Proporcionalidade), no capítulo “Particulario de computies et Scripturis”
(Contabilidade por Partidas Dobradas), que fala sobre um tratado da contabilidade. Neste capítulo,
ele enfatiza que a teoria contábil do débito e do crédito corresponde à teoria dos números positivos
e negativos. O método teve rápida difusão e foi universalmente aceito e adotado desde esta época,
sendo hoje considerado um dos pilares da contabilidade moderna.
Este método reza que em cada lançamento, o valor total lançado nas contas a débito deve ser
sempre igual ao total do valor lançado nas contas a crédito.
Não há devedor sem credor correspondente. A todo débito corresponde um crédito de igual
valor e vice-versa. Se aumentar de um lado, deve consequentemente aumentar do outro lado
também.
Como é mais comum uma transação conter somente duas entradas, sendo uma entrada de crédito
em uma conta e uma entrada de débito em outra conta, daí a origem do nome "dobrado".
Exemplo 1: Se "X" tem um crédito de $200,00 contra "Y", é certo que "Y" tem um débito de
$200,00 para com "X".
Em consequência do método das partidas dobradas, a soma dos saldos das contas do Ativo deve
ser sempre idêntica à soma dos saldos das contas do Passivo e Patrimônio Líquido (no Balanço
Patrimonial), de tal forma que, se esses dois saldos não "baterem no centavo", isso denuncia um
erro de lançamento que precisa ser detectado e corrigido.
Exemplo 2: A empresa XYZ possui $200.000,00 do item dinheiro no seu patrimônio. Em
determinado momento, foi apurada a necessidade de comprar um veículo para uso da empresa no
valor de $40.000,00. Realizada a compra, o item veículo aumentou em $40.000,00 e o item
dinheiro foi diminuído nesse mesmo valor.
A utilização das Partidas Dobradas permite que através de um único lançamento, as duas
alterações sejam anotadas:
18
Em termos contábeis: Debita-se a conta veículos (representando a aplicação de recurso) e
credita-se a conta caixa (representando a origem dos recursos aplicados).
DÉBITO E CRÉDITO
As palavras Débito e Crédito, na linguagem contábil, têm significados muito diferentes daqueles
que têm na linguagem cotidiana. É errado associar o débito e o crédito da contabilidade, com
“subtração” e “adição” do financeiro. O correto é associá-los aos termos Destino e Origem,
respectivamente.
Debitar significa anotar na coluna do Débito de uma conta, para aumentar o seu valor (se a conta
representa um Bem ou um Direito), ou para diminuir seu valor (se a conta representa uma
obrigação).
Creditar significa registrar uma importância na coluna de Crédito de uma conta, para aumentar seu
valor (se a conta representa uma obrigação), ou para diminuir seu valor (se a conta representa um
Bem ou Direito).
No primeiro caso, "D" e "C" significam débito e crédito, respectivamente. Já no segundo caso, o "a"
sinaliza crédito, sem a necessidade de colocar a letra "D" antes da conta Estoque. Tem-se por mais
usada a primeira opção.
Por exemplo: Uma empresa comprou um terreno do valor de $80.000,00. Para pagar à vista, foi
usado o dinheiro disponível no caixa da empresa. Lançamos o registro destas duas contas da
seguinte forma:
D- Imóveis (O terreno teve destino na conta em questão, já que faz parte dos imóveis da
empresa.)
C- Caixa (O lançamento teve origem na conta Caixa, já que foi pago à vista com o dinheiro da
empresa.)
Se uma conta recebe algo ou assume o compromisso de entregar algo, é debitada. Se uma conta
entrega algo ou adquire o direito de receber algo, é creditada.
19
Para corrigir um erro em um lançamento contábil, não se usa borracha ou corretivo. Para corrigi-lo,
faz-se o registro contrário. Um débito anula um crédito e vice-versa (operação conhecida como
estorno). Pode-se usar para corrigir os erros em geral (inversão das contas, lançamentos em
duplicidade, omissão de lançamentos, erro no valor, etc.) vários tipos de métodos, como por
exemplo, estorno do lançamento, lançamento retificativo, lançamento complementar e ressalva por
profissional qualificado.
Erros de Escrituração
A escrituração feita nos livros contábeis não deve conter intervalos em branco, entrelinhas,
borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.
Entretanto, ao desenvolver suas atividades profissionais, o ser humano pode cometer enganos
durante o processo de escrituração. Estes erros podem ocorrer de diversas formas:
Quando os erros acontecem, eles devem ser declarados na escrituração mediante retificação
através de estorno, lançamento retificativo, lançamento complementar, lançamento de
transferência ou ressalva (por profissional qualificado).
Estorno
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor
de $4.000,00 e a pagará a prazo.
Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Banco - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.
Estorno total:
D- Banco - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente estorno do lançamento feito em xx/xx/20x1, referente compra de uma mesa para
escritório.
Lançamento correto:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
20
H.: Vlr referente compra de mesa para escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.
Lançamento Retificativo
Serve para retificar as contas lançadas erradamente e para estornar parte do lançamento,
corrigindo registros feitos por importância maior. No caso de o valor ser lançado maior do que é, a
correção pode ser feita estornando todo o lançamento e depois fazendo o lançamento no valor
correto, ou então estornando apenas a diferença dos valores.
Lançamento efetuado:
D- Veículos - $80.000,00
C- Caixa - $80.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Estorno da diferença:
D- Caixa - $20.000,00
C- Veículos - $20.000,00
H.: Vlr referente estorno de parte do lançamento lançado à maior no dia xx/xx/20x1, referente
compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Lançamento Complementar
Serve para complementar um lançamento feito de importância menor. No caso de o valor ser
lançado menor do que é, a correção pode ser feita através do estorno total e posterior lançamento
correto, ou do lançamento complementar apenas da diferença do valor lançado para o que de fato
é correto.
Lançamento efetuado:
D- Veículos - $6.000,00
C- Caixa - $6.000,00
H.: Vlr referente compra de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Lançamento complementar:
D- Veículos - $54.000,00
C- Caixa - $54.000,00
H.: Vlr referente complemento da importância lançada à menor no dia xx/xx/20x1, referente compra
de veículo, conforme NF nº290 do Fornecedor AutoCar.
Lançamento de Transferência
Exemplo: A empresa Alfa adquiriu uma mesa para escritório do fornecedor ModelOffice no valor de
21
$4.000,00 e a pagará a prazo.
Lançamento efetuado:
D- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
C- Fornecedores - $4.000,00
H.: Vlr referente aquisição de mesa p/ escritório, conforme NF nº589 do Fornecedor ModelOffice.
Lançamento de transferência:
D- Móveis e utensílios - $4.000,00
C- Máquinas e equipamentos - $4.000,00
H.: Vlr referente transferência da importância lançada erroneamente no dia xx/xx/20x1, em conta
de Máquinas e equipamentos.
Ressalva
Vejamos um exemplo:
D – Veículos R$20.000,00
C – Caixa R$ 20.000,00
H.: Referente à compra de um computador, digo, de um automóvel conforme nota fiscal nº 00053.
Nos casos de borrões, rasuras, lacunas, saltos de linhas ou de páginas, a ressalva deve ser
assinada por profissional registrado no CRC (Conselho Regional de Contabilidade). Os borrões,
falhas de impressão e outros erros que comprometam a autenticidade do Livro Diário, poderão ser
sanados através de declaração, assinada pelo contador, tornando sem efeito aquela folha e
refazendo, a seguir, os lançamentos ali contidos.
Borrões e Rasuras
Se ocorrer borrões ou rasuras no livro contábil, deverá ser feita a ressalva relativa ao erro, datar e
assinar na própria folha do livro, ao lado da rasura ou do borrão. Ressalvar significa ratificar,
confirmar, a correção feita através da rasura ou dos borrões no lançamento. A ressalva deve ser
feita pela contabilista.
Saltos de linhas ou de páginas
Se houver saltos de linhas no livro contábil, estas deverão ser preenchidas com traços horizontais,
e com a devida ressalva, datada e assinada pelo contabilista. No caso de saltos de páginas, estas
deverão ser preenchidas com um traço diagonal, e com a respectiva ressalva.
Omissão de lançamentos
22
ATOS ADMINISTRATIVOS
Sabemos que os acontecimentos numa empresa podem ou não alterar o seu patrimônio. Aos
acontecimentos que não alteram o patrimônio, chamamos de ATOS ADMINISTRATIVOS.
Portanto, Atos Administrativos são aqueles que ocorrem na empresa e que não provocam
alterações no Patrimônio. Sendo assim, não são contabilizados, pois, uma vez que não alteram o
patrimônio da empresa não necessitam de contabilização.
Exemplos:
Admissão de funcionários;
Assinatura de um contrato de seguro contra incêndio;
Orçamentos
Envio de duplicatas a receber ao banco para cobrança simples, etc.
FATOS CONTÁBEIS
Fatos contábeis (ou fatos administrativos) são ocorrências que têm por efeito a alteração da
composição do Patrimônio, seja em seu aspecto qualitativo ou em seu aspecto quantitativo.
São todos os eventos que ocorrem na empresa, passíveis de se determinar um valor monetário. O
registro de um fato contábil pode ou não alterar o valor do Patrimônio Líquido da empresa.
Classificam-se em três grupos: Fatos contábeis permutativos (qualitativos ou compensativos),
Fatos contábeis modificativos (ou quantitativos) e Fatos contábeis mistos (ou compostos).
Permutativos, Qualitativos ou Compensativos
São fatos que acarretam uma troca (permuta) entre elementos do ativo, do passivo, ou de ambos,
porém sem provocar alteração no Patrimônio Líquido, alterando apenas a composição qualitativa
dos elementos pertencentes ao Patrimônio. Ex.: compra de uma máquina à vista - ocorre a
permuta de um bem (dinheiro) por outro bem (máquina), ambos elementos do ativo.
Exemplos:
PASSIVO R$
OBRIGAÇÕES 0,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 400.000,00
TOTAL 400.000,00
23
ATIVO R$
BENS
Dinheiro (Disponível) 300.000,00
Terrenos 100.000,00
TOTAL 400.000,00
PASSIVO R$
OBRIGAÇÕES 0,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 400.000,00
TOTAL 400.000,00
Conforme pode ser observado o fato contábil acima evidenciado mostra claramente que ocorreu uma
PERMUTA entre contas, sem reflexo na Situação Líquida. Em outras palavras, o fato mostra que o
item “dinheiro” foi reduzido em R$ 100.000,00 e em seu lugar, houve um aumento no mesmo valor no
item patrimonial “terrenos”. Dessa forma, pode-se inferir que a transação ocorrida provocou apenas
uma PERMUTA do item “dinheiro” pelo item “terrenos” no mesmo valor ficando inalterada a Situação
Líquida.
Modificativos ou Quantitativos
São fatos que alteram a composição do Patrimônio e modificam para mais (modificativos
aumentativos) ou para menos (modificativos diminutivos) a situação líquida da empresa.
Exemplo:
PASSIVO R$
OBRIGAÇÕES 0,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 400.000,00
(-) Despesas realizadas (20.000,00)
TOTAL 380.000,00
Da análise desse fato, denota-se que ocorreu uma redução do elemento “dinheiro” no montante de
R$ 20.000,00, acompanhada de uma redução, no mesmo valor, da Situação Líquida do Patrimônio.
Isto significa dizer que o Patrimônio Líquido foi modificado para menos, em R$ 20.000,00.
Modificativos diminutivos: envolvem uma conta patrimonial e uma conta de despesa, diminuindo
o Patrimônio Líquido (PL). Ex.: pagamento de despesas em geral, etc.
Mistos ou Compostos
São os que envolvem simultaneamente um fato permutativo (qualitativo) e um fato modificativo
(quantitativo), alterando o Patrimônio Líquido (PL), ou seja, a troca de elemento patrimonial com
24
lucro ou prejuízo.
Exemplo:
PASSIVO R$
OBRIGAÇÕES 0,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital Social 400.000,00
(-) Despesas realizadas (20.000,00)
+ Lucro na Venda Terreno 50.000,00
TOTAL 430.000,00
Conforme pode ser observado, ao mesmo tempo em que se permuta R$ 100.000,00 da conta
terrenos por R$ (100.000,00 em dinheiro representado pela conta caixa (FATO PERMUTATIVO),
ocorre uma modificação na Situação Líquida Patrimonial de R$ 50.000,00 (FATO MODIFICATIVO)
representada por acréscimo de dinheiro em montante igual à diferença entre o preço de venda e o
preço de compra do terreno vendido nesta oportunidade (R$ 50.000,00).
Mistos aumentativos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de
receita (venda com lucro, aumenta PL). Ex.: recebimento de duplicatas com juros, pagamento de
duplicatas com desconto, reforma de dívida com desconto, vendas com lucro, pagamentos de
obrigações com desconto, etc.
Mistos diminutivos: envolvem duas ou mais contas patrimoniais e uma ou mais contas de
despesa (venda com prejuízo, diminui PL). Ex.: recebimento de duplicatas com desconto,
pagamentos de duplicatas com juros, reforma de dívida com juros, etc.
Os fatos contábeis alteram o Patrimônio sob seus dois aspectos básicos: o qualitativo e o
quantitativo. Ao analisar os fatos permutativos, observa-se que estes provocam variações
estritamente qualitativas, isto é, modifica-se apenas a natureza dos elementos patrimoniais
envolvidos. Já os fatos modificativos e os fatos mistos geram mudanças reais na expressão
monetária da situação líquida, ou seja, provocam variações de natureza quantitativa.
Não confunda fato com ato administrativo. O ato administrativo, ao contrário do fato administrativo,
não produz de imediato qualquer alteração no Patrimônio e não deve ser registrado na
contabilidade. Se contabilizado, é chamado de operação extrapatrimonial (conta de compensação).
Encarregar um empregado a desempenhar determinada tarefa constitui ATO Administrativo.
Agora, pagar a ele o seu salário define um FATO Contábil, pois estará alterando o Patrimônio da
entidade.
LIVRO DIÁRIO
É um livro contábil de preenchimento obrigatório (exigido por lei) e de maior importância, onde são
lançadas as operações DIÁRIAS de uma empresa. Nele, são registrados os fatos contábeis em
partidas dobradas, ou seja, os totais débito e crédito deverão ser sempre iguais, sendo a conta
25
débito lançada SEMPRE antes da conta crédito.
As empresas que utilizam fichas são obrigadas a adotar o livro próprio para a inscrição das
demonstrações financeiras.
Em resumo, o Diário registra oficialmente todas as transações de uma empresa. Sendo assim, é
necessário que ele atenda determinadas exigências e preencha certas formalidades. Estas
formalidades têm a ver com sua apresentação exterior (formalidades extrínsecas) ou com a
escrituração (formalidades intrínsecas).
Formalidades Extrínsecas
1. Ser encadernado;
2. Ter suas folhas numeradas tipograficamente;
3. Se for empresa, deverá ser autenticado pelas Juntas Comerciais ou repartições
encarregadas do
4. Registro do Comércio;
5. Se for Sociedade Simples ou entidade sem fins lucrativos, deverá ser autenticado
no cartório de
6. Registro Civil das Pessoas Jurídicas;
7. Conter termo de abertura e de encerramento (na primeira e última página, respectivamente)
devidamente preenchidos e autenticados.
Termo de abertura: finalidade a que se destina o livro, o número de ordem, o número de folhas, a
firma individual ou o nome da sociedade a que pertença, o local da sede ou estabelecimento, o
número e data do arquivamento dos atos constitutivos no Órgão de Registro estipulado e o número
de registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).
Termo de encerramento: indica o fim a que se destinou o livro, o número de ordem, o número de
folhas e a respectiva firma individual ou sociedade mercantil.
OBS.: Estes termos serão datados e assinados pelo comerciante ou por seu procurador e por um
contabilista legalmente habilitado. Na localidade em que não haja profissional habilitado, os termos
de abertura e encerramento serão assinados, apenas, pelo comerciante ou seu procurador.
Se estas formalidades não forem respeitadas, o Diário acaba sendo completamente invalidado,
passando a fazer prova apenas contra o contribuinte.
Formalidades intrínsecas:
26
5. A inexistência, na escrituração, de intervalos em branco, entrelinhas, borrões, rasuras,
emendas, ou
6. Transportes para as margens.
7. Se estas formalidades não forem respeitadas, será invalidado apenas os registros onde
ocorrerem escrituração manual
OBS.: Todas as empresas, independentemente do seu porte ou tipo societário, são obrigadas a
efetuar escrituração contábil. Cabe destacar ainda que o regime tributário que a empresa venha a
utilizar também não pode interferir quanto ao assunto escrituração contábil, pois quem tem
autoridade para emanar sobre este tema é tão somente o CFC (Conselho Federal de
Contabilidade), para o qual os profissionais de contabilidade são obrigados a prestar contas.
Exemplo 1
Explicação: A empresa recebeu dinheiro (mais bens) e diminuiu sua conta clientes (menos bens a
receber), pois uma parte acaba de ser paga (a conta clientes significa valores que ainda não
27
entraram, mas devem entrar - ex: cartão de crédito, cheque).
Explicação: A conta Fornecedores diminuiu em $500, ou seja, diminuiu a dívida (-P), e como foi
pago em cheque, diminuiu o ativo da conta bancos.
Explicação: Com a compra do veículo, a empresa aumentou sua quantidade de bens (+A), pagou
50%, em cheque, diminuindo este valor do banco (menos recursos) e financiou a outra metade em
10 parcelas de $100, ou seja, criou uma dívida/obrigação.
Exemplo 2
12/04/2013 - Realizaram a abertura de uma conta corrente em nome da empresa para realizar sua
movimentação e depositaram R$90.000,00 do dinheiro da empresa nesta conta bancária.
21/04/2013 - A empresa realizou a compra de dois computadores e uma impressora. O valor total
da compra foi de R$6.000,00 pago à vista em cheque.
24/04/2013 - A empresa comprou mesas e cadeiras para uso na empresa, desembolsando à vista
em dinheiro o total de R$1.600,00.
27/04/2013 - A empresa comprou mercadorias para revender. Efetuou a compra à prazo no valor
de R$27.000,00.
Lançamentos:
28
LIVRO DIÁRIO
Data Conta Débito Crédito
Caixa (+A)
120.000 ---------
03/04/13 Capital subscrito (+PL)
--------- 120.000
H.:Vlr ref. subscrição de capital social cfe contrato
12/04/13 Banco (+A)
90.000 ---------
Caixa (-A)
--------- 90.000
H.: Vlr ref. transferência caixa cfe Doc. Nº
17/04/13 Despesa com aluguel (-PL)
5.000 --------
Caixa (-A)
-------- 5.000
H.: Vlr ref. pgto aluguel mês 04/2010
21/04/13 Equipamentos de informática (+A)
6.000 --------
Banco (-A)
-------- 6.000
H.: Vlr ref. compra EquipInfoBR cfe NF Nº
24/04/13 Móveis e utensílios (+A)
1.600 --------
Caixa (-A)
-------- 1.600
H.: Vlr ref. compra ModelarHome cfe NF Nº
27/04/13 Estoque (ou Mercadoria Revenda)(+A)
27.000 ---------
Fornecedores (+P)
--------- 27.000
H.: Vlr ref. compra de mercadorias cfe NF Nº
Caixa (+A)
15.000 ---------
Receita de vendas (+PL)
--------- 15.000
30/04/13 CMV (custo mercadoria vendida) (-PL)
7.000 ---------
Estoque (ou Mercadoria Revenda) (-A)
--------- 7.000
H.: Vlr ref. venda de mercadoria cfe NF Nº
H: Histórico
Vlr: Valor
ref.: referente
cfe: conforme
NF: Nota Fiscal
Nº: Número
LIVRO RAZÃO
O Razão é um livro fundamental ao processo contábil e exigido pela legislação brasileira para
empresas cuja tributação do Imposto de Renda seja com base no Lucro Real. Em virtude de sua
eficiência, ele é indispensável em qualquer tipo de empresa.
Por meio do razão é possível controlar separadamente o movimento de todas as contas. O controle
individualizado das contas é importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a
apuração de resultados e elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete de
verificação do razão e balanço patrimonial. É o detalhamento por contas individuais dos
lançamentos realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar, por conta ou subconta,
estes lançamentos.
Este livro agrega as contas Patrimoniais (contas do BP e da DRE), compostas por ativo, passivo e
patrimônio líquido e por receitas, despesas e custos.
29
Antigamente, o razão existia apenas em forma de livros, onde se atribuía o título de uma conta
para cada página. Desta forma, havia uma página para Caixa, outra para Banco, outra para
Estoque, e assim por diante. Com o passar do tempo, as folhas avulsas foram substituindo as
páginas do livro, sendo muito comum o uso das fichas razão hoje em dia.
É dispensada a autenticação ou registro do livro pelos órgãos competentes, isto porque o Razão é
cópia autêntica do que foi escriturado no Livro Diário. Porém, na escrituração, deverão ser
obedecidas as regras da legislação comercial e fiscal aplicáveis aos lançamentos em geral.
Nome da conta
Data do lançamento: dia, mês e ano de ocorrência do fato que alterou o valor do
componente patrimonial;
Contrapartida: é a conta que completa o lançamento de outra conta que está sendo
escriturada;
Histórico do lançamento: descrição do fato administrativo do evento registrável na
escrituração;
Débito e Crédito: indicação do valor que será acrescido e/ou diminuído do saldo da conta;
Saldo: diferença entre o somatório do débito e somatório do crédito; e
D/C: indicação da natureza do saldo - D (devedor) e C (credor).
Modelo de Razão
CONTA: CAIXA
Data Nº Contrapartida Histórico Débito Crédito Saldo D/C
01/01/20x7 1 Saldo anterior 82.000,00 D
Vlr ref. compra de
12/01/20x7 1 Veículos 40.000,00 42.000,00 C
veículo cfe NF Nº
Vlr ref. compra de
20/01/20x7 2 Estoques mercadorias cfe NF 12.000,00 30.000,00 C
Nº
Vlr ref. aumento de
27/01/20x7 2 Banco 10.000,00 40.000,00 D
caixa cfe Doc. Nº
Razonetes
Razão e razonete são a mesma coisa. O razonete deriva do razão, ele é uma versão simplificada,
uma forma didática do razão.
No lado esquerdo do razonete são lançados os débitos (saldos devedores) e no lado direito são
lançados os créditos (saldos credores), ficando o nome da conta na parte de cima do T.
30
Sendo assim, de um lado do razonete registram-se os aumentos e do outro as diminuições. A
natureza da conta é que determina que lado deve ser utilizado para aumentos e que lado deve ser
utilizado para diminuições.
CONTA
DÉBITO CRÉDITO
Toda conta de Ativo e todo acréscimo de Ativo são lançados no lado esquerdo do razonete (lado
do débito). Toda conta de Passivo ou Patrimônio Líquido, bem como os acréscimos, serão
lançados no lado direito do razonete (lado do crédito). Toda diminuição de Ativo será lançada no
lado direito e toda diminuição de Passivo será lançada no lado esquerdo do razonete.
Em resumo, a importância dos razonetes é principalmente didática, para ajudar a entender como
as operações de uma empresa ou organização são processadas pela contabilidade. Na prática, a
fonte de dados para a obtenção do balancete (que é a fonte do Balanço Patrimonial e da DRE), é o
Livro Diário.
Exemplo:
1) D- Estoque.... $67.000
C- Caixa....... $67.000
2) D- Caixa....... $70.000
D- Banco.... $30.000
C- Estoque.... $100.000
3) D- Caixa....... $ 35.000
C- Banco ..... $35.000
4) D- Estoque............. $ 10.000,00
C- Fornecedores..... $ 10.000,00
Passando para os razonetes:
D CAIXA C D BANCOS C
48.000 (Sf)
31
D FORNECEDORES C D ESTOQUE C
Si = Saldo Inicial
Sf = Slado final
As contas que foram lançadas no Diário a débito, são lançadas no Razão (razonetes) no lado
esquerdo e as que foram lançadas a crédito no Diário, no lado direito. Em cada razonete é
registrado todas as operações do Livro Diário referentes a conta em questão.
O saldo de uma conta é o valor da diferença entre a soma dos débitos e a soma dos créditos do
razonete. Somamos os valores do lado do débito e somamos os valores do lado do crédito. Após
isso, subtraimos o débito do credito ou vice-versa. O saldo será devedor se a soma dos débitos for
maior que a soma dos créditos e será credor se a soma dos créditos for maior que a soma dos
débitos. No exemplo dado acima, as contas Estoques, Caixa e Banco fecharam com saldo
devedor e a conta Fornecedores fechou com saldo credor. (Em qualquer momento pode-se
apurar o saldo do razonete.)
OBS.: Apurado o saldo da conta, o próximo passo é colocar um traço horizontal logo abaixo dos
lançamentos, de lado a lado, com o qual limpamos o razonete, passando a valer apenas os valores
lançados a partir do respectivo traço. Em seguida, lançamos o saldo final (SF) no débito ou no
crédito, conforme o caso.
Para elaborar um balancete, cada Conta será transferida do razonete para ele, com seu respectivo
saldo. Assim, se a Conta no razonete apontar saldo final devedor (lado esquerdo), este saldo será
32
transportado para a coluna do saldo devedor do balancete. Se a Conta apresentar no razonete
saldo final credor (lado direito), este saldo será transportado para a coluna do saldo credor do
balancete.
Importante: a soma dos saldos devedores deve ser igual à soma dos saldos credores. Se houver
desigualdade, é sinal de que há erros na Contabilidade da empresa.
Exemplo
33
A conta Capital Social faz parte das contas patrimoniais, ficando no Passivo Total,
porém, fica na subdivisão do Passivo, chamada Patrimônio Líquido (PL);
As contas Receita de vendas, Receita financeira, ICMS s/ vendas, CMV, Desp. c/
salários, Desp. c/ férias, Desp. c/ FGTS e Desp. c/ depreciação fazem parte das contas
de resultado, sendo elas receitas, despesas ou custos.
LIVRO CAIXA
Quando se inicia uma empresa, é necessário que ela possua um controle financeiro de seus lucros
e despesas. Neste livro é feito um controle pessoal da empresa, que pode no futuro auxiliar na
declaração do Imposto de Renda.
O Livro Caixa é na maior parte das vezes adotado pela tesouraria da empresa (departamento
responsável pela execução dos recebimentos de receitas e pagamentos de despesas) ou de
qualquer outra entidade com ou sem fins lucrativos.
As anotações devem ser metódicas, diárias e detalhadas. Não deve-se anotar rendimentos futuros
(notas que ainda não compensaram e cheques pré-datados). Todas as Notas Fiscais e
comprovantes de pagamentos devem ser guardados pois são eles que ajudarão a preencher o
Livro Caixa corretamente (pode ser de gastos de energia elétrica, aluguel, água, telefone, material
de expediente (escritório) e de limpeza, bem como reparos e conservação do local, etc.)
Data do registro;
Breve histórico;
Entradas e saídas (débito e crédito, respectivamente, lembrando que não usa-se os dois em
um mesmo registro);
Saldo atual da conta Caixa (saldo anterior mais débito ou menos crédito da conta em
questão).
Exemplo
LIVRO CAIXA
Débito Crédito
Data Histórico Saldo
(entradas) (saídas)
01/12/2012 Saldo do mês anterior - - R$750,00
Recebimento da fatura mês 10/2012 cfe doc
07/12/2012 R$890,00 R$1.640,00
nº140
15/12/2012 Compra material de expediente cfe NF nº89367 R$250,00 R$1.390,00
20/12/2012 Pagamento aluguel mês 11/12 cfe documento R$520,00 R$870,00
34
nº127
22/12/2012 Venda de mercadorias cfe NF nº39561 R$1.000,00 R$1.870,00
Saldo do mês R$1.120,00
Saldo anterior R$750,00
Saldo atual R$1.870,00
As empresas optantes pelo SIMPLES NACIONAL estão obrigadas, perante o fisco, à escrituração
do Livro Caixa, observando as exigências contidas na Lei no 9.317/96 e as demais formalidades,
inclusive quanto aos termos de abertura e encerramento.
CONTAS
Conta é o nome técnico que identifica cada componente do patrimônio (Bens, Direitos e
Obrigações ou Patrimônio Líquido) e cada elemento de resultado (Despesas e Receitas). A função
da conta é representar a variação patrimonial que um fato promove no patrimônio da empresa.
Todo fato mensurável em dinheiro é representado por uma conta.
É através das contas que a contabilidade consegue exercer o seu papel. Todos os acontecimentos
que ocorrem diariamente na empresa (como compras, vendas, pagamentos e recebimentos) são
registrados pela contabilidade em contas próprias.
Assim, toda movimentação de dinheiro efetuada dentro da entidade é registrada em uma conta
denominada Caixa, os objetos comercializados pela entidade são registrados em uma conta
denominada Mercadorias/Estoques, e assim por diante.
Exemplo: Suponha que você vá ao banco e efetue um depósito em seu próprio nome. Sendo
correntista do banco, você terá uma conta aberta em seu nome, o que significa dizer que o valor
depositado vai ser anotado em um registro, destinado a demonstrar todas as suas transações com
o banco, chamado Conta. Da mesma forma que o banco, as empresas utilizam contas para
registrar as transações ocorridas.
Teoria Personalista
Para a escola personalista, as contas (elementos patrimoniais) podem ser representadas por
pessoas com as quais são mantidas relações jurídicas, ou seja, que se relacionam com a entidade
em termos de débito e crédito. Todos os débitos efetuados nas contas dessas pessoas
representam suas responsabilidades, enquanto todos os créditos representam seus direitos em
relação ao titular do Patrimônio.
Por essa teoria, as contas são classificadas segundo a natureza da relação jurídica que essas
pessoas mantêm com o titular do Patrimônio.
35
Na Teoria personalista, temos três tipos de contas (pessoas):
Proprietários: consiste nos responsáveis pelas contas do patrimônio líquido e suas variações,
como receitas e despesas. São, portanto, contas dos proprietários: Capital social, Receita de
vendas, Custo da mercadoria vendida (CMV), ICMS sobre vendas, Devoluções de vendas,
Receitas financeiras, Reserva legal, etc.
Agentes consignatários: consiste nas pessoas (contas) a quem a entidade confia a guarda os
bens (Ativo), ou seja, que representam os bens. São, portanto, contas dos agentes
consignatários: Caixa, Banco, Veículos, Móveis, Terrenos, etc.
Agentes correspondentes: consiste nas pessoas que representam as contas de direitos (Ativo)
ou obrigações (Passivo). São terceiros, que se situam na posição de devedor ou credor da
entidade. São, portanto, contas dos agentes correspondentes as contas em que a entidade
mantém esse tipo de relação jurídica, como por exemplo, Clientes e Fornecedores. Os clientes
devem à empresa o valor correspondente a suas compras a prazo e os fornecedores são
credores da empresa em relação às vendas a prazo que a esta foram feitas. Daí resulta que
Clientes é conta devedora e Fornecedores é conta credora.
Teoria Materialista
Esta é uma visão mais econômica do que vem a ser a conta, a relação entre as contas e a
entidade é uma relação material e não pessoal, de sorte que a conta só deve existir enquanto
houver também o elemento material por ela representado.
Integrais (ou Elementares): são as representativas dos bens, dos direitos e das obrigações
da entidade, ou seja, Ativo e Passivo Exigível.
Diferenciais (ou Derivadas): são as representativas do Patrimônio Líquido, das receitas e
das despesas da entidade.
Teoria Patrimonialista
É a teoria usualmente adotada no Brasil. Segundo ela, criada por Vincenzo Masi, o objeto de
estudo da ciência contábil é o Patrimônio de uma entidade. A contabilidade tem como finalidade
controlar este patrimônio e apurar o resultado das empresas.
Contas Patrimoniais: são as contas representativas dos bens e dos direitos (Ativo), das
obrigações (Passivo) e do Patrimônio Líquido (PL) da entidade.
Contas de Resultado: são as contas que representam as receitas e as despesas da
entidade.
36
Classificação das Contas
Contas Patrimoniais
São aquelas contas que representam o Ativo (indica a existência de Bens e Direitos) e o Passivo
(indica a existência de Obrigações e Patrimônio Líquido da entidade, formado pelo capital social, as
reservas e os prejuízos acumulados). São essas contas que representam o Patrimônio da
empresa, através do Balanço Patrimonial.
Contas de Resultado
São as Receitas e as Despesas do período, que devem ser encerradas no final do exercício para
que se apure o resultado do exercício. Este resultado, lucro ou prejuízo, será incorporado ao
Patrimônio através da conta Prejuízos acumulados (quando o resultado for negativo), ou Reserva
de lucros (quando o resultado for positivo).
Contas Unilaterais - são aquelas que sofrem variações somente em um sentido (registro a débito
ou registro a crédito). Ex: as contas de receitas serão via de regra creditadas e as de despesas
debitadas.
Contas Bilaterais - São aquelas que sofrem variações nos dois sentidos, aceitando tanto registro de
débito quanto de crédito. Ex: Caixa, Banco Conta Movimento, Duplicatas a receber, etc. Elas
podem apresentar tanto saldo devedor quanto saldo credor. Quando apresenta saldo devedor, é
chamada de Conta bilateral ativa e quando apresenta saldo credor, é chamada de Conta bilateral
passiva.
BALANÇO PATRIMONIAL
O termo "Balanço" origina-se do equilíbrio Ativo = Passivo + PL; Aplicações = Origens; Bens +
Direitos = Obrigações. Parte da ideia de uma balança de dois pratos, onde sempre há a igualdade
de um lado com o outro (se não estiver em igualdade, significa que há erros na contabilidade da
37
entidade).
O BP demonstra, de maneira organizada, quais são (aspecto qualitativo) e quanto valem (aspecto
quantitativo) os bens, direitos e obrigações.
O BP tem na sua constituição duas colunas: a coluna do lado esquerdo é a do Ativo e a coluna do
lado direito é a do Passivo (determinado por convenção).
No lado direito são discriminadas as obrigações (dívidas) que a empresa possui para com
terceiros, por sua natureza e por sua expressão monetária.
Também no lado direito são discriminadas as contas do Patrimônio Líquido, sendo as obrigações
para com a empresa. São os recursos que os acionistas, sócios investiram na entidade.
Ex.: investimento feito pelos proprietários (dinheiro aplicado), reserva de lucros ou lucros
acumulados.
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
obrigações com terceiros
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
bens + direitos
obrigações com a empresa
(diretores, acionistas, etc.)
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $
Conceitos importantes:
3. Grau de liquidez - é o maior ou menor prazo no qual os Bens e os Direitos podem ser
transformados em dinheiro. Ex.: conta Caixa é a de maior liquidez, por já ser dinheiro. Já a
conta Veículos é de menor liquidez que a conta Caixa, pois demora mais para se
transformar em dinheiro (primeiro precisa-se vender o veículo para depois ter o dinheiro em
mãos).
4. Nível de exigibilidade - é o maior ou menor prazo existente para que as Obrigações sejam
pagas. As contas que deverão ser pagas mais rapidamente (curto prazo) têm um maior
38
nível de exigibilidade do que as contas que serão liquidadas (pagas) em um prazo maior
(longo prazo).
Já no Patrimônio Líquido (PL) (que faz parte do Passivo), também do lado direito do Balanço
Patrimonial, as contas são originadas de recursos próprios, como investimentos feitos pelos
proprietários (dinheiro aplicado) para abertura da empresa, por reserva de lucros, prejuízos ou
lucros acumulados.
Quando o saldo do PL aumenta, significa que a empresa ficou mais rica. Quando o saldo do PL
diminui, significa que ela ficou mais pobre.
Sociedades de Grande Porte são empresas que apresentaram faturamento superior a 300
milhões de reais no exercício imediatamente anterior ao que estamos encerrando. Adicionalmente,
são também consideradas de grande porte empresas com ativos iguais ou superiores a 240
milhões de reais.
De acordo com o artigo 178 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações), as contas são
classificadas nos seguintes grupos, segundo os elementos do patrimônio que representam:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Não Circulante Não Circulante
39
Ativo realizável a longo prazo
Investimentos Patrimônio Líquido
Imobilizado Capital social
Intangível Reservas de capital
Ajustes de avaliação patrimonial
Reserva de lucros
Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $
O artigo 179 da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) fala sobre como as contas deverão
ser classificadas. Porém, podemos classificá-las da seguinte forma para um melhor entendimento:
Balanço Patrimonial
ATIVO PASSIVO
Circulante Circulante
Disponibilidades Fornecedores
Créditos Obrigações trabalhistas
Empréstimos e financiamentos
Estoques
(CP)
Outros créditos Obrigações tributárias
Provisões e encargos das
Despesas antecipadas
provisões
Outras obrigações
Não Circulante
Realizável a longo prazo Não Circulante
Investimentos Exigível a longo prazo
Imobilizado
Intangível Patrimônio Líquido
Capital
Reservas
Ajustes de avaliação patrimonial
Prejuízos acumulados
TOTAL ATIVO $ TOTAL PASSIVO $
As contas que fazem parte dos grupos e subgrupos acima demonstrados se classificam de formas
diferentes. A partir da próxima página veremos qual o significado de cada grupo (Ativo, Passivo
Exigível e Patrimônio Líquido) e também seus subgrupos e contas existentes.
Contabilidade - Conceito
40
A contabilidade é uma ciência que tem como campo, a empresa, o objeto, o patrimônio, e o
método, o das partidas dobradas, que consiste colocar uma conta no débito e outra no crédito de
igual valor. O patrimônio é o conjunto de bens direitos e obrigações, sendo que os bens e direitos
compõem o Ativo da empresa e as Obrigações e o Patrimônio Líquido compõem o Passivo da
empresa.
A análise financeira não pode limitar-se aos dados contábeis, devendo interpreta-los e buscar
explicações que normalmente transcendem a esfera da contabilidade, como variações econômicas
e fatores que afetam a oferta e demanda na economia local, nacional ou internacional, por
exemplo.
A apuração do custo das mercadorias vendidas está diretamente relacionada aos estoques da
empresa, pois representa a baixa efetuada nas contas dos estoques por vendas realizadas no
período.
O custo das mercadorias vendidas pode ser apurado através da equação:
CMV = EI + C - EF
Onde:
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas
EI = Estoque Inicial
C = Compras
EF = Estoque Final (inventário final)
41
CPV = Custo dos Produtos Vendidos
EI = Estoque Inicial
In = Insumos (matérias primas, materiais de embalagem e outros materiais) aplicados nos produtos
vendidos
MO = Mão de Obra Direta aplicada nos produtos vendidos
GGF = Gastos Gerais de Fabricação (aluguéis, energia, depreciações, mão de obra indireta, etc.)
aplicada nos produtos vendidos
EF = Estoque Final (inventário final)
COMPOSIÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO
O § 1º do art. 13 do Decreto-Lei 1.598/77 dispõe que o custo de produção dos bens ou serviços
vendidos compreenderá, obrigatoriamente:
1) o custo de aquisição de matérias-primas e quaisquer outros bens ou serviços aplicados ou
consumidos na produção, observado o disposto neste artigo;
2) o custo do pessoal aplicado na produção, inclusive de supervisão direta, manutenção e guarda
das instalações de produção;
3) os custos de locação, manutenção e reparo e os encargos de depreciação dos bens aplicados
na produção;
4) os encargos de amortização diretamente relacionados com a produção;
5) os encargos de exaustão dos recursos naturais utilizados na produção.
CUSTO DOS SERVIÇOS VENDIDOS (CSV)
Numa empresa de serviços, a sistemática será semelhante à anterior, sendo a fórmula:
CSV = Sin + (MO + GDS + GIS) – Sfi
Onde:
Exemplo:
Calcular o Custo dos Produtos Vendidos de 01 de janeiro a 31 de dezembro de determinada
indústria que apurou os seguintes dados:
Estoque Inicial (01 de janeiro) 110.000,00
Compras de Insumos 1.750.000,00
42
ICMS sobre Compras 210.000,00
Fretes sobre Compras 70.000,00
Mão de Obra Direta 597.000,00
Gastos Gerais de Fabricação 790.000,00
Estoque inventariado (31 de dezembro) 185.000,00
A DEMONSTRAÇÃO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS ficará como segue:
Estoque Inicial (01 de janeiro) 110.000,00
+ Compras de Insumos 1.750.000,00
+ Fretes sobre Compras 70.000,00
- ICMS sobre Compras (210.000,00)
+ Mão de Obra Direta 597.000,00
+ Gastos Ferais de Fabricação 790.000,00
- Estoque inventariado (31 de dezembro) (185.000,00)
= Custo dos Produtos Vendidos 2.922.000,00
A avaliação de estoques parece ter sido a primeira das aplicações gerenciais da Contabilidade de
Custos. É geralmente aceito que os problemas de avaliação de estoques estão na própria origem
da Contabilidade de Custos – foi para resolvê-las que procedimentos típicos de análise e apuração
de custos começaram a ser desenvolvidos.
CONCEITO DE ESTOQUE
O termo "estoque" designa o "conjunto" dos itens materiais de propriedade da empresa que são
mantidos para venda future. Encontra-se em processo de produção; ou são correntemente
consumidos no processo de produção de produtos ou serviços a serem vendidos.
As empresas comerciais – tendo como função a revenda de bens adquiridos prontos de seus
fornecedores- têm avaliação de seus estoques simplificada.
43
custo disponível nos documentos de aquisição, restando, apenas para a devida avaliação do
estoque, aplicar, sobre esse custo, o método de apuração definido na legislação em vigor.
Em adição ao fator lucro, existe um número de outros fatores que influenciam as decisões relativas
à seleção dos métodos de custeio de estoque.
O princípio contábil de Custo de Aquisição determina que se incluam no custo dos materiais, além
do preço, todos os outros custos decorrentes da compra, e que se deduzam todos os descontos e
bonificações eventuais recebidas.
O método de avaliação escolhido afetará o total do lucro a ser reportado para um determinado
período contábil. Permanecendo inalterados outros fatores, quanto maior for o estoque final
avaliado, maior será o lucro reportado, ou menor será o prejuízo. Quanto menor o estoque final,
menor será o lucro reportado, ou maior será o prejuízo.
Considerando que vários fatores podem fazer variar o preço de aquisição dos materiais entre duas
ou mais compras (inflação, custo do transporte, procura de mercado, outro fornecedor, etc.), surge
o problema de selecionar o método que se deve adotar para avaliar os estoques.
Custo Médio
44
Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se na
aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao
custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente.
Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o
primeiro que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixas no estoque a
partir das primeiras compras, o que eqüivaleria ao raciocínio de que vendemos/compramos
primeiro as primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a primeira unidade a entrar no
estoque é a primeira a ser utilizada no processo de produção o ou a ser vendida.
Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos
apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição.
Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços sobre os resultados é
significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das
principais razões pelas quais alguns contadores mostra-se contrários a esse método. Entretanto,
não é objeto do o procedimento em si, e sim o conceito do resultado (lucro).
Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira lógica
e sistemática;
resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;
movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada, representa uma
condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente quando estes
estão sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade. Primeiro a Entrar,
Primeiro a Sair (PEPS).
O UEPS (Último a Entrar, Primeiro a Sair) é um método de avaliar estoque muito discutido. O custo
do estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a
entrar) fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o
estoque final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo destas unidades.
Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a refletir o
custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou produzidos, e assim, os preços mais
recentes). Também permite reduzir os lucros líquidos relatados por uma importância que, se
colocada à disposição dos acionistas, poderia prejudicar as operações futuras da empresa.
O método UEPS não alcança a realização do objetivo básico, porque são debitados contra a
receita os custos mais recentes de aquisições e não o custo total de reposição de todos os itens
utilizados.
45
Em períodos de alta de preços, os preços maiores das compras mais recentes são
apropriados mais rapidamente às produções reduzindo o lucro;
Outros Métodos
Custeio da Produção
Custeio de Vendas
Quando ocorre a saída dos produtos acabados, reflete o custo dos produtos vendidos ou reflete o
custo das mercadorias vendidas (CMV) quando se tratar de operações comerciais.
Existe um grande número de conceitos e definições de contabilidade, porém, para este curso,
preferimos definir Contabilidade como o processo de geração de informações econômico-
financeiras a cerca de uma organização, a fim de subsidiar decisões que a envolvam, dentro do
processo de gestão empresarial.
46
Integralização Demonstrações Financeiras
de Capital e Notas Explicativas
Pagamentos a
Fornecedores, Interpretar Orçamento de Despesas,
Empregados e Governo Custos, Receitas e
Calcular Empréstimos
Recebimentos das
Vendas Diversas outras
Informações
Diversas outras
Atividades
Também os fluxos de caixas projetados visam fornecer a direção da empresa expectativas sobre
ocorrências futuras, permitindo o acompanhamento, readequação e controle do negócio. Os planos
de investimentos decorrem de decisões estratégicas adotadas pela direção da empresa, quanto ao
desenvolvimento de novos projetos como ampliação da capacidade de produção, lançamento de
novos produtos ou serviços e diversificação.
Os executivos encarregados da administração de uma organização não têm tempo para a leitura
detalhada dos relatórios operacionais. Contudo, receber aquelas informações de forma resumida,
de modo que possam se concentrar apenas no que for realmente importante será de grande valia
no desempenho de suas funções. A informação contábil especialmente preparada para socorrer
47
aos gerentes em suas necessidades de decidir com base em dados gerenciais sobre o negócio é
chama de Informação Contábil Gerencial.
INFORMAÇÃO
Divide-se em:
Informação Informação
Contábil Não Contábil
Divide-se em:
Na implementação, a Informação Contábil Gerencial servirá como guia aos gestores para que
tomem as ações de forma coordenada em todas as diversas áreas envolvidas com o desempenho
da organização, a fim de se alcançar os resultados esperados.
48
estoque precisa ser controlado adequadamente, de modo que sempre quer atinja o seu nível
mínimo estabelecido um novo pedido seja colocado ao fornecedor.
Temos feito afirmações sobre a abrangência e a utilidade das informações geradas pela
contabilidade, cabendo destacar também algumas de suas limitações.
Diversas outras questões podem ser levantadas com relação à empresa, sem que sejam
respondidas pela contabilidade.
A mais forte argumentação, no Brasil, contra o uso da análise das demonstrações financeiras é no
sentido de que para um grande número de empresas as demonstrações financeiras não
correspondem à realidade de suas operações. Esse tipo de argumentação aproxima-se da
realidade à medida que diminui o tamanho da empresa, isto é, quanto menor a empresa, mais
irreal tende a ser suas demonstrações financeiras.
A manipulação das demonstrações financeiras não é privilégio das pequenas empresas. Resta a
quem tiver prejuízo, em decorrência de informações falsas, responsabilizar judicialmente os
envolvidos (responsáveis), como a própria empresa, seus auditores e contador (os escândalos
vivenciados nos EUA no início do século XXI envolvendo empresas como ENRON, World Com,
Xerox e a empresa de auditoria Arthur Andersen).
49
Corporativa), o que, ao longo do tempo comprometerá a continuidade do negócio, pela falta de
acesso a linhas de crédito nos bancos e atratividade para os investidores.
Conhecer estes princípios que norteiam a elaboração da informação contábil é fundamental para
qualquer um que deseje ler os relatórios contábeis e deles depreender alguma informação útil. Não
é por acaso que a Contabilidade é chamada de “a linguagem dos negócios”.
Por exemplo, se no ano de 20X2 determinada teve um lucro de 10% sobre o patrimônio líquido, é
importante comparar este percentual de lucro com o que a empresa obteve no ano 20X1, para que
tenhamos uma idéia sobre o comportamento histórico do seu lucro. Adicionalmente, deve-se
comparar o lucro da empresa em 20X2, com o lucro dos seus concorrentes também em 20X2.
Outros indicadores também devem ser comparados, porém, para que haja comparabilidade, é
necessário que os critérios contábeis utilizados pelas empresas obedeçam às regras técnicas
adequadas aos registros de suas operações.
Estes postulados referem-se ao ambiente no qual a contabilidade atua, abrangendo dimensões que
transcendem à esfera da própria contabilidade e atingem outros campos como a Administração, o
Direito, a Economia e a Sociologia.
A aceitação de um princípio ou postulado, normalmente depende da forma como ele atende a três
critérios igualmente importantes: utilidade, objetividade e exeqüibilidade.
Utilidade – significa que qualquer informação gerada deve ser útil para alguém que tome decisões
que envolvam a organização. Informações que não têm a capacidade de suportar adequadamente
decisões não precisam nem devem ser elaboradas.
Objetividade – significa que a informação não deve ser afetada por características pessoais
daquele que registra o fato, ou seja, não deve haver subjetividade na geração da informação.
Exeqüibilidade – significa que a informação pode ser obtida sem o custo exagerado que a torne
antieconômica.
Postulado da Entidade
50
personalidade independente da de seus sócios, resultando daí o próprio balanço como uma
igualdade (equação de ativo = passivo).
Dessa forma, a entidade tem o passivo composto pelas obrigações com terceiros (passivo
circulante mais exigível de longo prazo, mais resultado de exercício futuro) e com os sócios (o
patrimônio líquido). Nesse sentido, o patrimônio líquido representa aquilo que a empresa tem de
compromisso com sues sócios.
Há, por outro lado, empresas que registra bens que são usados pelos seus sócios para fins
particulares. Procedimentos desse tipo, bem como pagamentos de despesas pessoais de sócios
pela empresa, distorcem os resultados apresentados pela contabilidade. Cabe uma ressalva
relativa aos casos em que empresas pagam despesas de aluguel e fornecem carros, por exemplo,
a diretores e funcionários graduados e consideram tais despesas como gastos operacionais. Neste
último exemplo, tais gastos são entendidos como benefícios, isto é, como uma espécie de
complementação salarial. A contabilidade interpretará como algo necessário à própria atividade da
empresa.
Postulado da Continuidade
A empresa como entidade deve ser entendida como algo que continuará a existir por um longo
período de tempo, até que se possam constatar fortes evid6encias em contrário. Dessa forma, ao
examinar o balanço e a demonstração do resultado (ou qualquer outro relatório contábil), deve
partir do princípio de que a empresa não está encerrando suas atividades naquela data.
Ao analisar os índices financeiros de uma empresa, que possa apresentar baixa liquidez
decorrente de fatos circunstanciais, mas que tenha pela frente expectativas promissoras, deve-se
ter uma visão de continuidade do empreendimento. Por outro lado, buscar-se-á identificar os riscos
apresentados pela empresa, que só evidências fortes de quebra o levariam a uma interpretação de
possibilidade de insolvência.
51
premissa de que a entidade é um organismo que continuará vivo e produzindo riqueza, sendo que
somente constatações ou evidências em contrário justificará a negação da sua continuidade.
O princípio do custo como base de valor considera o custo de aquisição de um ativo, ou custo de
aquisição dos insumos necessários para fabricá-lo, como base de valor para contabilidade em
termos de moeda de poder aquisitivo constante. O fator inflação no Brasil foi uma variável
importante, decorrendo daí o uso de moeda de poder aquisitivo constante, isto é, o custo original
corrigido monetariamente.
Determina que a escrituração contábil seja feita na moeda do país, decorrendo daí que as
demonstrações financeiras sigam a mesma regra. Desse modo, mesmo a empresa mantendo
controles diversos sobre quantidade física de bens, os mesmos serão contabilmente expressos em
valores monetários.
Nos casos de empresas brasileiras que tenham tomado empréstimos em moeda estrangeira, tais
valores devem ser convertidos da moeda de origem para moeda brasileira, segundo a cotação na
data da obtenção do empréstimo e nas demais datas, como, por exemplo, no encerramento do
balanço.
Cabe destacar que juntos, os princípios de “realização da receita” e “confronto das despesas com
as receitas e com os períodos contábeis” constituem o chamado Regime de Competência, que
consiste em atribuir as despesas e as receitas aos respectivos exercícios sociais independente de
seus pagamentos ou recebimentos. A não apropriação das despesas, bem como o não
reconhecimento das receitas no período (exercício) de sua competência, podem distorcer
significativamente os resultados (lucros ou prejuízos) das empresas.
Por exemplo, uma situação em que uma empresa reconheça uma receita antecipadamente, sem
ter incorrido nos respectivos custos e despesas (e sem os provisionar), aumentará artificialmente o
seu lucro e “enfeitará” o seu balanço. A situação inversa, de apropriar as despesas e “dar um jeito”
52
de não apropriar as receitas na competência, pode acarretar menor pagamento de impostos,
porém é tão comprometedora como a situação anterior.
A simples não contabilização da folha de pagamento e dos respectivos encargos sociais relativos
ao mês de encerramento do balanço, por exemplo, acarretaria aumento artificial do lucro ou
redução de eventuais prejuízos, ao mesmo tempo, traria como efeitos a melhoria artificial dos
índices de liquidez, de rentabilidade e de endividamento.
As convenções são as orientações finais, podendo restringir o uso de um Princípio. Por exemplo,
em havendo duas formas de contabilização de uma operação, ambas de acordo com os Princípios
da Convenção da Consistência, dirá que não se deve mudar de um critério para o outro com
freqüência, para que não prejudique a comparabilidade dos números numa análise da sua
evolução histórica. Se houver mudança, será necessária a nota explicativa, informando aos
usuários das demonstrações financeiras sobre a mudança de critério adotada São Convenções:
Convenção da Objetividade
Por exemplo, entre o documento relativo à compra de um bem e um laudo de avaliação elaborada
por um especialista, o contador deverá usar para contabilização o documento que traga o valor da
transação. Daí, primeiro a forma objetiva de avaliação.
Convenção da Materialidade
Convenção do Conservadorismo
Também conhecida como prudência, tem como finalidade retratar uma visão cautelosa dos
resultados empresariais perante os vários grupos interessados, adotando-se o critério de menor
valor para itens do ativo e das receitas e o de maior valor para os itens do passivo e das despesas
em caso de dúvida. A não observância deste princípio, por parte da empresa, poderá levar o
usuário dos demonstrativos contábeis a tirar conclusões otimistas quando da análise dos mesmos,
pois seu ativo e receitas poderão estar superavaliados e seu passivo e despesas sub-avaliados.
Convenção da Consistência
Conhecida também como uniformidade visa disciplinar a utilização de critérios nos registros
contábeis e nos levantamentos deles decorrentes, sendo que tais critérios utilizados num período
devem ser mantidos nos períodos subseqüentes.
53
A não observância deste princípio prejudicará a comparabilidade dos demonstrativos contábeis de
determinado exercício em relação a outros, podendo dificultar o entendimento e a interpretação
sobre a situação econômico-financeira da empresa sobre sua evolução.
Comentários Gerais
Cabe destacar que os Princípios Contábeis estão, de certa forma, integrados entre si e constituem-
se em importantes pontos de orientação para contadores em geral, devendo ser entendidos pelos
usuários das demonstrações financeiras. Tais princípios, entretanto, não esgotam o assunto. Há
uma série de instrumentos legais que exercem influência de muito peso na elaboração das
demonstrações financeiras e deverão ser considerados.
Os índices financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações
financeiras, que têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem
visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras.
Como medida relativa de grandeza. O índice nos permite que numa mesma empresa possamos
compará-lo ano a ano para observamos sua tendência, ou seu comportamento. Adicionalmente, é
possível compararmos, em determinado momento ou período, o índice de uma empresa com o
mesmo índice relativo a outras empresas de mesma atividade, para sabermos como está a
empresa em relação às suas principais concorrentes ou mesmo em relação ao segmento de
atuação.
Ainda como medida relativa de grandeza, o índice fornece a idéia quantitativa das relações
estabelecidas, sem, entretanto, nos fornecer os elementos qualitativos contidos nas mesmas.
Certamente, o lucro é o principal estímulo do empresário e uma das formas de avaliação do êxito
de um empreendimento. Os índices de retorno, também conhecidos por índices de lucratividade ou
mesmo de rentabilidade, indicam qual o retorno que o empreendimento está propiciando. Pode-se
obter por meio da análise das demonstrações financeiras, os indicadores de retorno sobre o
investimento, retorno sobre as vendas e retorno sobre o capital próprio, entre outros.
LL LL = Lucro Líquido
RAS = x 100 AT = Ativo Total
AT
54
Adicionalmente, podemos observar que o RSA é o produto do giro do ativo (VL/AT) pelo retorno
sobre as vendas (LL/VL), isto é:
LL VL LL LL = Lucro Líquido
= X AT = Ativo Total
AT AT VL VL = Vendas Líquidas
O retorno sobre o investimento é um conceito muito utilizado na área de análise financeira. O lucro
é o prêmio assumido pelo empresário pelo risco assumido na atividade empresarial.
VL VL = Vendas Líquidas
GA = AT = Ativo Total
AT
LL LL = Lucro Líquido
RSV = VL = Vendas Líquidas (ou receita líquida)
VL
A interpretação do índice de retorno sobre as vendas é no sentido de que quanto maior, melhor.
Estamos considerando como índice de estrutura aqueles que relacionam a composição de capitais
(próprios e de terceiros), que medem os níveis de imobilização de recursos e que buscam diversas
relações na estrutura da dívida da empresa. De certa forma estes índices estão ligados a decisões
financeiras de financiamento e investimento.
55
A interpretação deste indicador é no sentido de quanto maior, pior.
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO (CE) – Indica quanto da dívida total da empresa deverá ser
pago no curto prazo, isto é, as obrigações a curto prazo comparadas com as obrigações totais.
PC PC = Passivo Circulante
CE = x 100 ELP = Exigível a Longo Prazo
PC ELP
AP AP = Ativo Permanente
IPL = x 100 PL = Patrimônio Líquido
PL
ANÁLISE DA LIQUIDEZ
Visam fornecer uma medida, ou melhor, um indicador da capacidade da empresa de pagar suas
dívidas, a partir da comparação entre os direitos realizáveis e as exigibilidades.
Indica quanto à empresa possui dinheiro, bens e direitos realizáveis a curto e longo prazo, para
fazer face as suas dívidas totais.
Indica quanto a empresa possui dinheiro, em bens e em direitos realizáveis no curto prazo (próximo
exercício), comparado com suas dívidas a serem pagas no mesmo período.
56
AC AC = Ativo Circulante
LC = PC = Passivo Circulante
PC
LIQUIDEZ SECA (LS) – Indica quanto a empresa possui em dinheiro, de aplicações financeiras de
curto prazo e em duplicatas a receber, para fazer face ao seu passivo circulante.
Os três índices de liquidez (geral, corrente e seca) completam-se entre si e permitem um certo
aprofundamento no exame do risco da empresa.
A palavra Crédito deriva do latin credere que significa acreditar, confiar, ou seja: acreditamos ou
confiamos que alguém vai honrar seus compromissos para conosco.
Captar recursos junto aos agentes econômicos com posição superavitária e financiar as
necessidades de investimentos e consumo dos agentes com situação orçamentária deficitária tem
sido o papel histórico dos bancos.
Por meio do crédito, as pessoas físicas podem satisfazer necessidades de consumo bem como
adquirir bens. As empresas também podem suprir suas necessidades de capital de giro ou de
investimentos permanentes. Adicionalmente, as empresas podem obter recursos mediante a venda
de parcela do seu capital social ou mesmo da colocação de papel (commercial paper e
debêntures).
57
CRÉDITO E FINANÇAS
Gestão Financeira é a função da Administração que tem como objetivo a adequação de fontes a
aplicações de recursos em uma empresa, objetivando lucro.
Cautela excessiva em nome da qualidade, ou seja, segurança em demasia na alocação dos ativos,
pode reduzir a rentabilidade, porque ativos seguros tendem a oferecer menor remuneração por não
necessitarem compensar o risco.
Assim:
A excessiva preocupação com o lucro pode inviabilizar o recebimento, podendo gerar prejuízo
ou, até mesmo, a própria falência;
LIMITE DE CRÉDITO
Umas das perguntas mais freqüentes sobre análise e concessão de crédito é: “Qual o limite de
crédito ideal para se atribuir a um cliente?” A resposta também é procurada por gestores de crédito
de diversos níveis hierárquicos em várias instituições.
“Um cliente procura o gerente para obter m empréstimo de R$ 20.000,00 por 90 dias,
apresentando em sua ficha cadastral dados que demonstravam uma renda mensal de R$
12.000,00, com despesas de aluguel, educação e prestações que somavam R$ 8.000,00,
resultando, portanto, numa “renda líquida mensal” de R$ 4.000,00.
Baseado nesses dados, de uma situação simplista, pergunta-se: Você gerente, aprovaria o
empréstimo de R$ 20.000,00, nas condições apresentadas?
58
Nesta condição, o cliente com uma renda líquida mensal de R$ 4.000,00, absorveria um
empréstimo de R$ 100.000,00, com uma prestação de aproximadamente R$ 850,00 por mês.”
Observamos assim que apenas o prazo e a forma de pagamento já são fatores que afetam a
capacidade de endividamento de um indivíduo, o que frustra quem quer uma “receita de bolo” para
aplicar ao crédito.
São as três questões básicas que servirão para definir o limite de crédito a ser fixado para um
cliente:
Quanto o cliente merece de crédito? - é uma variável que pode assumir diversas grandezas,
dependendo da qualidade do risco apresentado e porte do cliente. De duas empresas com
idênticas características quanto ao risco e saúde financeira, porém de tamanhos diferentes, a que
for maior fará jus a um limite de crédito superior, em relação a menor.
Quanto podemos oferecer de crédito ao cliente? - é uma variável que decorre da capacidade de
quem vai conceder o crédito. Um banco de pequeno porte, ou mesmo uma pequena indústria, ao
analisar uma grande empresa poderá concluir que aquele cliente merece muito mais do que ele
pode oferecer. Uma boa política de crédito deve definir o limite máximo que se deve conceder de
crédito a um cliente.
Quanto devemos conceder de crédito ao cliente? - é uma variável que decorre da política de
crédito adotada, com vistas a diversificação e pulverização da carteira de crédito. Pode-se analisar
um cliente e concluir que o mesmo merece um determinado limite. Por outro lado, fatores como
ramo de atuação da empresa, ou mesmo a pouca experiência com ela, podem determinar que se
tenha uma atitude cautelosa na fixação do limite de crédito.
LIMITE DE CRÉDITO
Temos afirmado que a apreciação de uma operação de crédito de longo prazo e de valor
expressivo requer análise do projeto, compreendendo diversos fatores, inclusive a viabilidade
técnica e econômica do empreendimento.
O limite de crédito é fixado para determinado período, que normalmente varia de seis meses a um
ano. Dentro do período de validade do limite, opera-se de forma rotativa, isto é, pode ser feita nova
operação à medida que uma operação vence e é liquidada, desde que obedeçam às demais
condições gerais estabelecidas, como, por exemplo, garantias e prazos.
Ao se fixar um limite de crédito para uma empresa cliente, é necessário conhecer sua necessidade
de recursos e sua capacidade de pagamento. Muitas vezes, o crescimento (ou a retração) brusco
das vendas pode levar a uma necessidade de capital de giro superior a capacidade de geração de
recursos pela empresa, induzindo-a a quebra.
Por outro lado, há situações de empresas que elevam seu grau de insolvência à medida que suas
vendas crescem, isto é, o aumento das vendas gera necessidade de capital de giro muito superior
59
à geração de recursos decorrentes do incremento no faturamento, fazendo com que a empresa
entre num processo de deterioração financeira. Nesta condição, financiar “dias de vendas” significa
gostar de viver perigosamente.
GESTÃO DE TESOURARIA
O controle de uma reserva de caixa, composto por aplicações em títulos de alta liquidez, deve, na
medida do possível, fazer parte da cultura de administração de Tesouraria. Deficiências de caixa
esporádicas não devem ser tratadas como sinônimo de ineficiência na administração da
Tesouraria, uma vez que podem ser causadas por descasamentos eventuais entre prazos
concedidos a clientes a prazos obtidos de fornecedores. Nota-se ainda que atrasos nos
pagamentos por parte de clientes também podem originar deficiências eventuais no caixa da
companhia.
Dentro deste contexto, uma boa administração de Tesouraria ajuda a reduzir a percepção de risco
que os agentes externos tem da empresa (instituições financeiras principalmente), fazendo com
que as taxas de empréstimos reduzam.
Por sua vez, deficiências crônicas de caixa aumentam essa percepção de risco, fazendo com que
as taxas aumentem ou que as instituições financeiras simplesmente parem de dar crédito à
empresa. Vejamos alguns fatores que podem levar à essa indesejável situação:
Imobilização excessiva;
Prejuízos sucessivos;
Distribuição excessiva de dividendos ou retirada excessiva de recursos por parte dos
sócios.
Dentre as modalidades de obtenção de recursos podemos citar a linha de crédito com garantia,
onde estoques ou duplicatas a receber garantem os empréstimos, e linhas de crédito sem garantia,
onde os bancos disponibilizam um limite de crédito regular na forma de conta garantida, renovável
a cada 3 ou 6 meses, bastando que a empresa mantenha um determinado volume de recursos
como saldo médio em conta-corrente ou um volume pré-determinado de duplicatas em cobrança.
Estrutura
60
As normas de Auditoria estabelecem algumas regras básicas de controle interno para essa área
financeira da empresa:
Deve haver segregação de funções, ou seja, pessoas que tem acesso aos registros
contábeis não podem custodiar ativos da empresa;
Existência de aprovação na aquisição de bens e serviços (contas a pagar);
Certificação do recebimento de bens ou prestação dos serviços (contas a pagar);
Confrontação dos valores a receber com documentos fiscais.
Deve ainda promover confrontação periódica dos ativos custodiados (dinheiro, cheques recebidos
em depósito, cheques da própria empresa) com os registros contábeis. Essa conferência deve ser
efetuada por funcionários que não tem acesso aos ativos, em intervalos de tempo irregulares.
BIBLIOGRAFIA:
SANTI FILHO, A, OLINQUEVITCH, J.L. Analise de balanços para controle gerencial. São Paulo:
Atlas, 1993
SILVA, Jose Pereira. Analise financeira das empresas. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1995
NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e analise de balanços. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2001
61