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DEFINICAO DE MICRO, PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS.

P1- O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) alcança seus objetivos primariamente por meio de
desenvolvimento e publicação dos seus Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações de
forma convergente com as Normas Internacionais de Contabilidade emitidas pelo IASB (Conselho de
Normas Internacionais Contábeis) e promoção do uso desses documentos em demonstrações contábeis
para fins gerais no Brasil e outros relatórios financeiros. Outros relatórios financeiros compreendem
informações fornecidas fora das demonstrações contábeis que auxiliam na interpretação do conjunto
completo de demonstrações contábeis ou melhoram a capacidade do usuário de tomar decisões
econômicas eficientes.

P2- Os Pronunciamentos, Interpretações e Orientações definem as exigências de reconhecimentos,


mensuração, apresentação e divulgação relacionados a transações e outros eventos e condições que são
importantes em demonstrações contábeis para fins gerais. Eles também podem definir as exigências
para transações , eventos e condições que surgem principalmente em segmentos específicos.

P5- Demonstrações contábeis para fins gerais são aquelas direcionadas às necessidades de informação
financeira gerais de vasta gama de usuários que não estão em posição de exigir relatórios feitos sob
medida para atender suas necessidades particulares de informação. As demonstrações contábeis de uso
geral incluem aquelas que são apresentadas separadamente ou dentro de outro documento publico
como um relatório anual ou um prospecto.

P6- O CPC está emitindo em separado este Pronunciamento Técnico PME para aplicação à
Demonstrações Contábeis para fins gerais de empresas de pequeno e médio porte (PMEs), conjunto esse
composto por sociedades fechadas e sociedades que não sejam requeridas a fazer prestação pública de
suas contas. Este Pronunciamento é denominado: Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas
(PMEs).

Descrição de Pequenas e Médias Empresas conforme CPC Seção 1

1.2 - Pequenas e Médias Empresas são empresas que:

• Não têm obrigação pública de prestação de contas; e

• Elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos. Exemplos de
usuários externos incluem proprietários que não estão envolvidos na administração do negócio,
credores existentes e potenciais, e agências de avaliação de crédito.

1.3 – A entidade tem obrigação pública de prestação de contas se:

a) Seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados em mercados de ações ou estiverem


no processo de emissão de tais instrumentos para negociação em mercado aberto (em bolsa de valores
nacional ou estrangeira ou em mercado do balcão, incluindo mercados locais ou regionais); ou

b) Possuir ativos em condição fiduciária perante um grupo amplo de terceiros como um de seus
primeiros negócios. A maioria dos bancos, cooperativas de crédito, companhias de seguro,
corretoras/distribuidoras de títulos e valores mobiliários, fundos mútuos e bancos de investimentos se
enquadrariam nesse segundo critério.

Você sabia que existe uma legislação específica para a proteção das pequenas e médias empresas no
Brasil? É a Lei Geral das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Ela foi instituída em 2006 para
regulamentar o disposto na Constituição Brasileira, que prevê o tratamento diferenciado e favorecido à
microempresa e à empresa de pequeno porte.

Desde que foi criada, já atravessou quatro rodadas de alteração, mas permanece com o objetivo de
contribuir para o desenvolvimento e a competitividade das microempresas e empresas de pequeno
porte brasileiras, como estratégia de geração de emprego, distribuição de renda, inclusão social,
redução da informalidade e fortalecimento da economia.

Por meio da Lei Geral, foi instituído o regime tributário específico para os pequenos negócios, com
redução da carga de impostos e simplificação dos processos de cálculo e recolhimento, que é o Simples
Nacional. A Lei Geral uniformizou o conceito de micro e pequena empresa ao enquadrá-las com base em
sua receita bruta anual.

A Lei geral protege os pequenos negócios para seguir a Constituição e gerar emprego e renda.

4 benefícios da Lei Geral que protege micro e pequenas empresas:


• Simplificação e desburocratização;

• Facilidade para acesso ao mercado;

• Facilidade para obtenção de Crédito e à justiça;

• Estímulo à inovação e à exportação.

Definição de Microempresa, empresa de pequeno porte e Microempreendedor Individual segundo o


Sebrae:

Microempresa: Sociedade empresária, sociedade Simples, empresa individual de responsabilidade


limitada e o empresário, devidamente registrados nos órgãos competentes, que aufira em cada ano
calendário, receita bruta anual igual ou inferior a R$ 360.000,00.

Empresa de Pequeno Porte: Empresa com receita bruta anual superior a R$360.000,00 e igual ou
inferior a R$ 4.800.000,00. A empresa de pequeno porte não perderá seu enquadramento se obter
adicionais de exportação até o limite de R$ 4.800.000,00.

Microempreendedor Individual: É a pessoa que trabalha por conta própria e se legaliza como
pequeno empresário. O microempreendedor pode ter um único empregado e não pode ser sócio ou
titular de outra empresa e auferir em cada ano calendário receita bruta anual igual ou inferior a R$
81.000,00.

Perfil do Empreendedor:

Os empreendedores estão sempre preocupados em melhorar nas habilidades menos desenvolvidas e se


aprimorar nas mais fortes. O que diferencia o empreendedor das outras pessoas é a maneira de como
percebe a mudança e lida com as oportunidades tendo iniciativa para gerar um novo negócio, assumindo
riscos calculados, criando sempre valor para a sociedade. Na verdade ninguém nasce empreendedor, a
participação da família, a vivência com os amigos de escola, de trabalho, o relacionamento com a
sociedade vai favorecendo o desenvolvimento de algumas características. Traços da personalidade,
atitudes e comportamentos contribuem para alcançar o sucesso nos negócios. Mas a grande questão
que se fazem é: quais as características dos empreendedores de sucesso? Existem algumas
características divididas em 3 conjuntos, que são utilizados como base pelo Sebrae*.

Conjunto de realização: busca de oportunidades; correr riscos calculados; exigência de qualidade e


eficiência; persistência e comprometimento.

Conjunto de planejamento: busca de informações; estabelecimentos de metas; planejamento e


monitoramento.

Conjunto de poder: persuasão e rede de contatos; independência e autoconfiança. A preocupação em


identificar as características e o perfil dos empreendedores de sucesso é para que possamos aprender e
agir, adotando comportamentos e atitudes adequadas. Entretanto, vale dizer que ainda não se pode
afirmar que uma pessoa dotada de tais características irá necessariamente alcançar o sucesso como
empreendedor. O que se pode dizer é que as pessoas que apresentam essas características e aptidões
mais comumente encontradas nos empreendedores, mais chance terá de ser bem sucedida.

Perfil do empreendedor segundo o Sebrae:


• Criatividade: Aceitar desafios e buscar soluções viáveis para o equacionamento de problemas;
• Liderança: Inspirar confiança, motivar, delegar responsabilidades, formar equipe, criar um clima
de moral elevado, saber compartilhar ideias, ouvir, aceitar opiniões, elogiar e criticar pessoas.

• Perseverança: Manter-se firme em seus propósitos, sem deixar de enxergar os limites de sua
possibilidade, buscando metas viáveis até mesmo em situações adversas;

• Flexibilidade: Controlar seus impulsos para ajustar-se quando a situação demandar mudanças,
estar aberto para estudar e aprender sempre;

• Vontade de Trabalhar: Dedicar-se plenamente e de forma entusiasmada ao seu negócio;


• Automotivação: Encontrar a realização pessoal no trabalho e seus resultados;
• Formação Permanente: Buscar constantemente informações sobre o mercado e atualização
profissional sobre novas técnicas gerenciais;

• Organização: Compreender as relações internas para ordenar o processo produtivo e


administrativo de forma lógica e racional, entender as alterações ocorridas no meio ambiente
externo de forma a estruturar a empresa para melhor lidar com essas mudanças.

• Senso crítico: Antecipar-se aos problemas principais, analisando-os friamente.

Perfil do Contador e seu papel nesse novo contexto:


• Adaptação à legislação ME/EPP

• Perfil dinâmico atualizado e comprometido com seu público


• Flexibilidade

• Profissional com uma capilaridade de habilidades setorial

• Habilidade de negociação

• Capacidade de inovar e criar

• Conhecimento de sua área de atuação

• Ética

CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO EM DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

O CPC em sua seção 2 descreve o objetivo das demonstrações contábeis de pequenas e médias
empresas

2.2 – O objetivo das demonstrações contábeis de pequenas e médias empresas é oferecer informações
sobre a posição financeira (balanço patrimonial). O desempenho (resultado e resultado abrangente) e
fluxo de caixa da entidade, que é útil para a tomada de decisão por vasta gama de usuário que não está
em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de
informação.

2.3 – Demonstrações contábeis também mostram os resultados da diligência da administração a


responsabilidade da administração pelos recursos confiados a ela.

Características qualitativas de informações em demonstrações contábeis:

2.4 - Compreensibilidade: A informação apresentada em demonstrações contábeis deve ser apresentada


de modo a torná-la compreensível por usuários que têm conhecimento razoável de negócios e de
atividades econômicas e de contabilidade, e a disposição de estudar a informação com razoável
diligência. Entretanto, a necessidade por compreensibilidade não permite que informações relevantes
sejam omitidas com a justificativa que possam ser de entendimento difícil demais para alguns usuários.

2.5 - Relevância: A informação fornecida em demonstrações contábeis deve ser relevante para as
necessidades de decisão dos usuários. A informação tem a qualidade da relevância quando é capaz de
influenciar as decisões econômicas de usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados,
presentes e futuros ou confirmando, ou corrigindo, suas avaliações passadas.

2.6 - Materialidade: A informação é material – e, portanto, tem relevância – se sua omissão ou erro
puder influenciar as decisões econômicas de usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis.
A materialidade depende do tamanho do item ou imprecisão julgada nas circunstâncias de sua omissão
ou erro. Entretanto, é inapropriado fazer, ou deixar sem corrigir, desvios insignificantes das práticas
contábeis para se atingir determinada apresentação da posição patrimonial e financeira (Balanço
Patrimonial) da entidade, seu desempenho (resultado e resultado abrangente) ou fluxo de caixa.

2.7 - Confiabilidade: A informação fornecida nas demonstrações contábeis deve ser confiável. A
informação é confiável quando está livre de desvio substancial e viés, e representa adequadamente
aquilo que tem a pretensão de representar ou seria razoável de se esperar que representasse.
Demonstrações contábeis não estão livres de viés (ou seja, não são neutras) se, por meio da seleção ou
apresentação da informação, elas são destinadas a influenciar uma decisão ou julgamento para alcançar
um resultado ou desfecho pré-determinado.

2.8 – Primazia da essência sobre a forma: Transações de outros eventos e condições devem ser
contabilizados e apresentados de acordo com a essência e não meramente sob sua forma legal. Isso
aumenta a confiabilidade das demonstrações contábeis.

2.9 – Prudência: As incertezas que inevitavelmente cercam muitos eventos e circunstâncias são
reconhecidas pela divulgação de sua natureza e extensão e pelo exercício da prudência na elaboração
das demonstrações contábeis. Prudência é a inclusão de certo grau de precaução no exercício dos
julgamentos necessários às estimativas exigidas de acordo com as condições de incerteza, no sentido de
que ativos ou receitas não sejam superestimados e que passivos ou despesas não sejam subestimados.
Entretanto, o exercício da prudência não permite subvalorizar deliberadamente ativos ou receitas, ou a
superavaliação deliberada de passivos ou despesas. Ou seja, a prudência não permite viés.

2.10 – Integralidade: Para ser confiável, a informação constante das demonstrações contábeis deve ser
completa, dentro dos limites da materialidade e custo. Uma omissão pode tornar a informação falsa ou
torna-la enganosa e, portanto, não confiável e deficiente em termos de sua relevância.

2.11 – Comparabilidade: Os usuários devem ser capazes de comparar as demonstrações contábeis da


entidade ao longo do tempo, a fim de identificar tendências em sua posição patrimonial e financeira e
no seu desempenho. Os usuários devem, também, ser capazes de comparar as demonstrações contábeis
de diferentes entidades para avaliar suas posições patrimoniais e financeiras, desempenhos e fluxo de
caixa relativos. Assim, a mensuração e a apresentação dos efeitos financeiros de transações semelhantes
e outros eventos e condições devem ser feitas de modo consistente pela entidade, ao longo dos diversos
períodos, e também por entidades diferentes. Adicionalmente, os usuários devem ser informados das
politicas contábeis empregadas na elaboração das demonstrações contábeis, e de quaisquer mudanças
nessas políticas e dos efeitos dessas mudanças.

2.12 – Tempestividade: Para ser relevante, a informação contábil deve ser capaz de influenciar as
decisões econômicas dos usuários. Tempestividade envolve fornecer informação dentro do tempo de
execução da decisão. Se houver atraso injustificado na divulgação da informação, ela pode perder sua
relevância. A administração precisa ponderar da necessidade da elaboração dos relatórios em época
oportuna, com a necessidade de oferecer informações confiáveis. Ao atingir-se um equilíbrio entre
relevância e confiabilidade, a principal consideração será como melhor satisfazer as necessidades dos
usuários ao tomar decisões econômicas.

2.13 – Equilíbrio entre Custo e Benefício: Os benefícios derivados da informação devem exceder o custo
de produzi-la. A avaliação dos custos e benefícios é, em essência, um processo de julgamento. Além
disso, os custos não recaem necessariamente sobre aqueles usuários que usufruem dos benefícios e,
frequentemente, os benefícios da informação são usufruídos por vasta gama de usuários externos.

2.14 – A informação derivada das demonstrações contábeis auxilia fornecedores de capital a tomar
decisões, o que resulta no funcionamento mais eficiente dos mercados de capital e no menor custo de
capital para a economia como um todo. Entidades, individualmente, também usufruem dos benefícios,
incluindo melhor acesso aos mercados de capital, efeitos favoráveis nas relações publicas e, talvez,
custos menores de capital. Os benefícios também podem incluir melhoria no processo de tomada de
decisão da administração, porque a informação financeira utilizada internamente é frequentemente
baseada, ao menos em parte, em informações elaboradas para os propósitos de apresentar
demonstrações contábeis para fins gerais.

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