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FUNDAMENTOS DE

CONTROLADORIA

Vaniza Pereira
Ambiente organizacional
da controladoria
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„ Descrever o ambiente empresarial.


„ Mencionar os tipos de sistemas empresariais.
„ Citar os meios e formas de comunicação empresarial.

Introdução
As empresas vivem, hoje, o imperativo do valor, segundo o qual todas
as suas operações e todos os seus recursos devem estar voltados para
produzir ou adicionar valor. Dessa forma, a busca pela solução dos pro-
blemas do dia a dia das organizações leva os gestores a optarem pela
alternativa mais adequada de gestão. Por isso, é relevante analisar a em-
presa sob o ponto de vista sistêmico, isto é, unir as partes que compõem
a organização para formar um sistema, de modo que haja condições de
encontrar soluções e opções para administrar o todo. Neste texto, você
vai ver como é o ambiente organizacional da controladoria.

Empresa
Antes de iniciarmos, é importante você saber o conceito de empresa e suas
transações necessárias.
A empresa é um organismo vivo que precisa manter o equilíbrio, renovar-
-se constantemente e adaptar-se à realidade para garantir sua continuidade e
sustentabilidade no mercado.
Trata-se, portanto, de uma unidade produtiva que objetiva lucro e cresci-
mento mediante transações entre dois mercados:

„ Fornecedor: quem vende produtos ou serviços.


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„ Consumidor: quem compra produtos ou serviços.

A origem das empresas, chamadas também de organizações, está na neces-


sidade do homem em unir-se com seus semelhantes, visando transpor todas
as dificuldades de forma conjunta. Dificuldades que seriam muito difíceis de
serem transpostas individualmente.
Para que o sucesso na transposição dos obstáculos seja alcançado, é
necessário que as ações individuais sejam dirigidas para um ponto em
comum – o objetivo – e devem ser coordenadas pela atribuição de deveres
e responsabilidades. Essa coordenação sincronizada é o que constitui uma
organização.

Expectativa dos proprietários


Existem diversos tipos de proprietários:

„ Acionistas.
„ Sócios.
„ Proprietários individuais.

Para estabelecer os tipos de empresários, dependemos da forma jurídica de


sua constituição. Esses proprietários, que investem seu capital para a formação
da empresa, geram expectativas quanto ao retorno do investimento.
Esse retorno, por sua vez, se dá através da geração de lucros e quanto em
menos tempo, melhor. A expectativa da maioria dos empresários ou investidores
é o crescimento da empresa no mercado.

Visão sistêmica da empresa


Uma empresa é o conjunto organizado de recursos econômicos, sociais e
humanos, e pode ser vista como um sistema aberto.
Entende-se como sistema uma unidade identificada, com um papel inde-
pendente, tendo seus próprios objetivos e suas próprias funções internas. Já
um sistema aberto é aquele que pode ser afetado por fatores externos, como
política, legislações, entre outros.
Considerando que nos sistemas empresariais são introduzidos alguns
“inputs” que, após processados, se transformam em “outputs”, a empresa é
formada por recursos materiais, humanos e tecnológicos, resultando em bens
e serviços, lucro, empregos, e assim por diante.
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Um sistema empresarial gera um grande número de atividades como


compras, produção, vendas, logística, e outros, que, direta ou indiretamente,
contribuem para seu objetivo final ser alcançado – ou seja, o lucro.
Com essa característica de sistema aberto, ela pode interagir continuamente
com o meio ambiente, tendo como impacto as variáveis ambientais e intera-
ções dos seus elementos que a fazem participar de um constante processo de
mudança. Veja a Figura 1.

Figura 1. Visão sistêmica da gestão organizacional.

Ambiente empresarial
Agora que você já entendeu a noção de empresa, vamos definir o ambiente
em que ela se encontra. Em outras palavras, vamos identificar quais são os
desafios das empresas, como está o mercado nacional e globalizado, e o que
elas podem esperar deles.

Processo de globalização
O processo de globalização que afetou as economias em todo o mundo
vem impactando não somente as sociedades, mas também as estruturas
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empresariais mundiais. O desenvolvimento dos meios de comunicação


também colaborou para a transformação das formas de gerenciamento
das empresas.

Para um gerente entrar em contato com uma filial em outro país, por exemplo, o
processo anterior à globalização era completamente diferente do que é hoje. A tec-
nologia da informação era muito primitiva se comparada com os recursos disponíveis
que temos agora.

Com a globalização e o avanço da tecnologia, todos os países passaram a


interagir de forma rápida e eficiente, o que trouxe, é claro, muitos benefícios
para o próprio país, e também para as empresas.
Esse cenário transformou o gerenciamento das finanças, que passou a de-
sempenhar um papel diferente e cada vez mais importante dentro das empresas.
Isso, por sua vez, teve impacto direto na função do executivo financeiro, que
assumiu maior responsabilidade e múltiplas funções. E foi da necessidade de
aperfeiçoar o processo de gestão e de separar as áreas financeira e contábil
que surgiu a controladoria como ferramenta de negócios!

Sistema de empresas e geração de valor


A principal ferramenta de auxílio e orientação a tomadas de decisão no cenário
competitivo em que as organizações vivem hoje é a controladoria – que tem
como uma de suas funções atribuir valores à empresa, analisando e traçando as
melhores oportunidades e os melhores caminhos em direção aos seus objetivos.
Controlar processos é uma preocupação importante de muitas empresas.
Todas as empresas utilizam-se de controles em sua atividade operacional ou
administrativa. Controlar empresas não é fácil, por dois motivos principais:

„ Empresas se tornam cada vez maiores, tanto em tamanho quanto em


complexidade de relatórios e problemas a serem controlados.
„ O mundo sofre mudanças de forma acelerada, e mudanças de cenários
podem afetar orçamentos, sendo necessários sistemas mais flexíveis
e fáceis de entender.
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Toda empresa tem o propósito de alcançar o sucesso, o que demanda


a aceitabilidade de seus produtos e serviços perante o mercado através de
seus clientes. Assim, se a atribuição de valor e a excelência nos resultados
são os principais focos da controladoria, é necessário então aplicar esses
conceitos no dia a dia das empresas, para garantir a otimização dos custos
e a maximização dos lucros. Para isso, porém, a organização deve estar
em equilíbrio e integração com as áreas envolvidas em seu planejamento
estratégico.
A controladoria ainda pode ser descrita como o conjunto de conheci-
mentos que estão relacionados com a gestão econômica das empresas, as
orientando em sua eficácia.

Como são sistemas abertos e dinâmicos, as organizações empresariais interagem


com a sociedade. Sofrem influência de fatores externos, como governo e até mesmo
a sociedade.

Uma empresa é composta por várias partes. Cada uma delas realiza um
conjunto de atividades que, apesar de distintas, possuem relação de dependência
entre si para que se possa atingir um objetivo; neste caso, a missão organizacional.
O departamento de vendas de uma empresa, por exemplo, cumpre determi-
nadas atividades que lhe são atribuídas e pertence ao sistema empresarial, pois
concretiza a venda de um produto. Essa venda movimenta outros departamentos,
como compras, estoque, produção, qualidade, recursos humanos, financeiro,
e assim por diante. A empresa, portanto, é um sistema em que se introduzem
recursos. Recursos que são processados para a saída de produtos ou serviços.
Além de aumentar os padrões de resultados empresariais, essa interação
influencia a economia, outras empresas, o país e a vida das pessoas, bem
como desenvolve a sociedade.
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Figura 2. Sistema empresarial.


Fonte: Padoveze (2010).

A missão da empresa
Missão significa finalidade, objetivo ou propósito básico e permanente de
uma empresa. Ela está sempre ligada à oferta de produtos e serviços para a
satisfação das necessidades dos clientes.
A missão da empresa deve ser clara e bem definida para seu melhor de-
sempenho, assim como as crenças e os valores dos principais executivos que
compõem o seu sistema institucional. Desse modo, serão aceitos por todos
ligados à empresa, seja direta (funcionários) ou indiretamente (fornecedores,
parceiros, comunidade, etc).

Os subsistemas empresariais

Sistema empresarial
Os subsistemas que fazem parte do sistema empresarial podem ser citados
da seguinte forma:
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Organização: Estrutura, autoridade, responsabilidade, adequação da


estrutura, adaptação. Subsistema representado pela estrutura da empresa e
pela autoridade e delegação de responsabilidades dentro de seu ambiente.
Institucional: Subsistema relacionado às crenças e aos valores dos pro-
prietários da empresa, que deve ser assimilado por todos os seus integrantes.
Administrativo: Subsistema relacionado ao sistema de planejamento e
controle da empresa, bem como à área de gerenciamento.
Físico: Subsistema relacionado aos elementos materiais da empresa, como
veículos, edifícios, móveis, entre outros.
Psico/Sócio/Político/Cultural: Cultura, comportamento humano, har-
monização das características, unidades para atingir objetivos. Subsistema
relacionado aos elementos humanos da organização, incluindo as características
pessoais do grupo que a integra.
Informação: Suporte do planejamento e controle, reflexos de decisão.
Qual a informação/como/onde/quando da unidade na linguagem da empresa.

Figura 3. Sistema ambiental.

O sistema empresarial é formado por diversos subsistemas, e cada um deles


têm sua função e estrutura. No centro encontra-se o subsistema de gestão
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que está interligado a todos os demais. Esse sistema empresarial permite que
ocorra o controle dos diversos subsistemas, concentrando as informações e
facilitando a gestão de todos.

Referência

PADOVEZE, C. L. Controladoria básica. 2. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

Leituras recomendadas
CARVALHO, Luciana. Natura se destaca em cultura corporativa, diz consultora britâ-
nica. Exame.com, 10 out. 2010. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/
noticias/natura-se-destaca-cultura-corporativa-diz-consultora-britanica-569412>.
Acesso em: 12 dez. 2016.
COCA-COLA. Cultura e comportamento informacional. [S.l.]: Coca-Cola Brasil, [c2016].
Disponível em: <https://sites.google.com/site/admsicocacola/analise-do-ambiente-
-informacional/cultura-e-comportamento-informacional>. Acesso em: 12 dez. 2016.
FIGUEIREDO, S.; CAGGIANO, P. C. Controladoria: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2004.
MELO, Luísa. 10 hábitos comuns a empresas de sucesso. Exame.com, 23 jul. 2013.
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/10-habitos-comuns-
-a-empresas-de-sucesso>. Acesso em: 12 dez. 2016.
MOSIMANN, Clara; FISCH, Silvio. Controladoria: seu papel na administração de em-
presas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
NAKAGAWA, Masayuki. Introdução à controladoria: conceitos, sistemas, implemen-
tação. São Paulo: Atlas, 1993.
OLIVEIRA, Luís M. de; PEREZ JÚNIOR, José H.; SILVA, Carlos Alberto S. Controladoria
estratégica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

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